'Rogério Marcos Oliveira quebra a imagem de Nossa Senhora da Conceição Aparecida - 16/05/1978 Wildcard SSL Certificates
1974
1975
1976
1977
1978
1979
1980
1981
1982
Registros (110)Cidades (0)Pessoas (0)Temas (0)


Rogério Marcos Oliveira quebra a imagem de Nossa Senhora da Conceição Aparecida
    16 de maio de 1978, terça-feira
    Atualizado em 13/02/2025 06:42:31

•  Imagens (1)


A noite de 16 de maio, lá para os fins do outono brasileiro de 1978, já estava mais escura do que de costume em Aparecida quando um apagão de dois minutos deixou o santuário definitivamente nas trevas na última missa do dia, interrompendo o sermão do padre e assustando os fiéis a prepararem-se para a sagrada comunhão.

Nessa altura, o vulto de um homem pulou dois metros e meio até ao nicho onde estava a imagem de Nossa Senhora Aparecida, partiu a soco as três camadas de vidro que a protegiam, pegou-a nas mãos e levou-a para fora do santuário.

Logo ali, a cabeça da santa descolou-se do corpo, pela primeira vez desde 1717, estilhaçando-se no chão.

A polícia e os fiéis correram pelas ruas de Aparecida como num filme de ação atrás do homem de 19 anos, identificado como Rogério Marcos de Oliveira, que embora alcançado pelo guarda João Batista, jogou o corpo da santa ao chão e escapou.

Enquanto as freiras Egide e Efigénia recolhiam os cacos, um grupo de fiéis perseguiu Rogério com o intuito de o linchar.

Para acalmar os homens, o padre Lino, um dos redentoristas responsáveis pelo templo, gritou "era falsa, a imagem era falsa". Foi a primeira mentira - piedosa - da igreja durante o episódio. A segunda ocorreria mais tarde.

Na sequência, o padre Izidro, reitor do santuário, ligou para o Vaticano para pedir conselhos sobre como restaurar a peça sagrada.

De Roma, sossegaram-no e aconselharam-no a recorrer a Pietro Maria Bardi, o artista italiano cocriador do aclamado Museu de Arte de São Paulo (MASP), de modo a que ele nomeasse um restaurador profissional da instituição para se ocupar da santa.

"Fui apresentada, dias depois, a Nossa Senhora, ou melhor, aos 165 pedaços de Nossa Senhora que sobraram. Quando os vi, fiquei em pânico", conta ao DN a restauradora e artista plástica Maria Helena Chartuni.

"Eu era devota de Aparecida em criança mas aos 12 anos visitei o santuário e não me comovi, por causa da escuridão e do excesso de comércio, daí que durante a adolescência, como qualquer bom adolescente, a tenha deixado de lado", conta Maria Helena, que tinha 35 anos na época do restauro e hoje conta 74.

"Perante a situação, 165 pedaços de santa, fora outros milimétricos à volta, pedi a ela que me ajudasse e durante 33 dias dediquei-me ao trabalho com relativo sossego."

O relativo sossego deveu--se à notícia falsa veiculada pelo padre Izidro de que a imagem tinha sido transferida para o Vaticano - a segunda mentira piedosa no processo - de modo a acalmar as televisões e os jornais brasileiros que, durante meses, não falaram noutro assunto.

Alarmado, um professor cristão chegou a considerar em artigo no jornal Folha de S. Paulo que o atentado à santa fora um aviso para o Brasil, por ter aprovado por aquela altura o divórcio, como Fátima, em 1917, fora um aviso da ameaça bolchevique para o mundo.

Numa sala com a fechadura trocada e vedada por um cordão de segurança, a que apenas Chartuni, Bardi e os padres responsáveis pelo santuário tinham acesso, a restauradora classificou as peças, selecionou as colas e definiu o método de trabalho, começando pelo manto, depois pelas mãos e terminando na cabeça, cujo lado direito ficou literalmente em pó.

Juntada cera de abelha para proteger a obra, a Padroeira do Brasil ficou como nova após um mês e dois dias.

"Durante o restauro entendi que aquilo que eu julgava lenda, que ela havia sido pescada no rio, primeiro o corpo e depois a cabeça, era verdade, ela esteve, de facto, na água", assegura.

"Por isso e pelo contacto durante séculos a velas e a candeeiros, da sua cor natural, algo em torno do bege, passou a castanha ou negra".

Ao fim dos tais 33 dias, Maria Helena percorreu num carro do corpo dos bombeiros, lado a lado com a santa restaurada, o percurso de mais de 200 quilómetros da Avenida Paulista, sede do MASP, até ao santuário de Nossa Senhora Aparecida.

"Os fiéis fizeram um corredor humano durante cada centímetro do caminho, chorando, rezando, cantando, e aí se deu a minha transformação, foi algo que aconteceu sem qualquer tipo de marketing católico, eram as pessoas, a santa e a fé delas - e bastava."

Mas exatamente um ano depois, o padre Lino, o da primeira mentira, telefonou-lhe a pedir ajuda novamente.

O padre Izidro, o da segunda mentira, sentindo-se um restaurador nato, havia resgatado a santa negra e pintara a peça com tinta para automóvel mais clara.

"Quando levantei o véu, não queria acreditar ela estava cinza, parecia de gesso, só foi salva por causa da cera de abelha, tive de dizer ao padre Izidro para ele não mexer mais no meu trabalho, assim como eu não dava as missas dele."

De então para cá, Maria Helena Chartuni vem visitando e tratando a sua obra mais aplaudida todos os 39 anos desde o atentado. Para o imaginário católico brasileiro, ela é uma salvadora da pátria.

E Rogério Marcos de Oliveira, um vilão brasileiro. Encontrado com sangue pelas mãos e pelos braços, por ter quebrado o vidro a soco, pela polícia horas depois do atentado junto ao rio Paraíba - o mesmo onde há 300 anos foi pescada a santa -, levaram-no a um hospital para receber tratamento.

A seguir, a uma esquadra de polícia, de onde haveria de sair dois dias depois para um sanatório, por indiciar problemas mentais.

O agressor de Aparecida, que já havia atingido semanas antes a imagem de São José da sua paróquia, na cidade de São José dos Campos, confessou depois que era um iconoclasta decidido a destruir todos os santos que encontrasse.



\\windows-pd-0001.fs.locaweb.com.br\WNFS-0002\brasilbook3\Dados\cristiano\registros\16963icones.txt


ME|NCIONADOS
ATUALIZAR!!!
EMERSON

  


Sobre o Brasilbook.com.br

Freqüentemente acreditamos piamente que pensamos com nossa própria cabeça, quando isso é praticamente impossível. As corrêntes culturais são tantas e o poder delas tão imenso, que você geralmente está repetindo alguma coisa que você ouviu, só que você não lembra onde ouviu, então você pensa que essa ideia é sua.

A famosa frase sobre Titanic, “Nem Deus pode afundar esse navio”, atribuída ao capitão do transatlântico, é amplamente conhecida e frequentemente associada ao tripulante e a história de criação, no entanto, muitos podem se surpreender ao saber que essa citação nunca existiu. Diversos historiadores e especialistas afirmam que essa declaração é apenas uma lenda que surgiu ao longo do tempo, carecendo de evidências concretas para comprová-la. [29787]

Existem inúmeras correntes de poder atuando sobre nós. O exercício de inteligência exige perfurar essa camada do poder para você entender quais os poderes que se exercem sobre você, e como você "deslizar" no meio deles.

Isso se torna difícil porque, apesar de disponível, as pessoas, em geral, não meditam sobre a origem das suas ideias, elas absorvem do meio cultural, e conforme tem um sentimento de concordância e discordância, absorvem ou jogam fora.

meditam sobre a origem das suas ideias, elas absorvem do meio cultural, e conforme tem um sentimento de concordância e discordância, absorvem ou jogam fora.Mas quando você pergunta "qual é a origem dessa ideia? De onde você tirou essa sua ideia?" Em 99% dos casos pessoas respondem justificando a ideia, argumentando em favor da ideia.Aí eu digo assim "mas eu não procurei, não perguntei o fundamento, não perguntei a razão, eu perguntei a origem." E a origem já as pessoas não sabem. E se você não sabe a origem das suas ideias, você não sabe qual o poder que se exerceu sobre você e colocou essas idéias dentro de você.

Então esse rastreamento, quase que biográfico dos seus pensamentos, se tornaum elemento fundamental da formação da consciência.


Desde 17 de agosto de 2017 o site BrasilBook se dedicado em registrar e organizar eventos históricos e informações relevantes referentes ao Brasil, apresentando-as de forma robusta, num formato leve, dinâmico, ampliando o panorama do Brasil ao longo do tempo.

Até o momento a base de dados possui 30.439 registros atualizados frequentemente, sendo um repositório confiável de fatos, datas, nomes, cidades e temas culturais e sociais, funcionando como um calendário histórico escolar ou de pesquisa.

Fernando Henrique Cardoso recupera a memória das mais influentes personalidades da história do país.

Uma das principais obras do barão chama-se "Efemérides Brasileiras". Foi publicada parcialmente em 1891 e mostra o serviço de um artesão. Ele colecionou os acontecimentos de cada dia da nossa história e enquanto viveu atualizou o manuscrito. Vejamos o que aconteceu no dia 8 de julho. Diz ele:
1. Em 1691 o padre Samuel Fritz, missionário da província castelhana dos Omáguas, regressa a sua missão, depois de uma detenção de 22 meses na cidade de Belém do Pará (ver 11 de setembro de 1689).
2. Em 1706 o rei de Portugal mandou fechar uma tipografia que funcionava no Recife.
3. Em 1785 nasceu o pai do Duque de Caxias.
4. Em 1827 um tenente repeliu um ataque argentino na Ilha de São Sebastião.
5. Em 1869 o general Portinho obriga os paraguaios a abandonar o Piraporaru e atravessa esse rio.
6. Em 1875 falece no Rio Grande do Sul o doutor Manuel Pereira da Silva Ubatuba, a quem se deve a preparação do extractum carnis, que se tornou um dos primeiros artigos de exportação daquela parte do Brasil.

Ainda bem que o barão estava morto em 2014 julho que a Alemanha fez seus 7 a 1 contra o Brasil.

Ou seja, “história” serve tanto para fatos reais quanto para narrativas inventadas, dependendo do contexto.

A famosa frase sobre Titanic, “Nem Deus pode afundar esse navio”, atribuída ao capitão do transatlântico, é amplamente conhecida e frequentemente associada ao tripulante e a história de criação.No entanto, muitos podem se surpreender ao saber que essa citação nunca existiu. Diversos historiadores e especialistas afirmam que essa declaração é apenas uma lenda que surgiu ao longo do tempo, carecendo de evidências concretas para comprová-la.Apesar de ser um elemento icônico da história do Titanic, não existem registros oficiais ou documentados de que alguém tenha proferido essa frase durante a viagem fatídica do navio.Essa afirmação não aparece nos relatos dos passageiros, nas transcrições das comunicações oficiais ou nos depoimentos dos sobreviventes.

Para entender a História é necessário entender a origem das idéias a impactaram. A influência, ou impacto, de uma ideia está mais relacionada a estrutura profunda em que a foi gerada, do que com seu sentido explícito. A estrutura geralmente está além das intenções do autor (...) As vezes tomando um caminho totalmente imprevisto pelo autor.O efeito das idéias, que geralmente é incontestável, não e a História. Basta uma pequena imprecisão na estrutura ou erro na ideia para alterar o resultado esperado. O impacto das idéias na História não acompanha a História registrada, aquela que é passada de um para outro”.Salomão Jovino da Silva O que nós entendemos por História não é o que aconteceu, mas é o que os historiadores selecionaram e deram a conhecer na forma de livros.

Aluf Alba, arquivista:...Porque o documento, ele começa a ser memória já no seu nascimento, e os documentos que chegam no Arquivo Nacional fazem parte de um processo, político e técnico de escolhas. O que vai virar arquivo histórico, na verdade é um processo político de escolhas, daquilo que vai constituir um acervo que vai ser perene e que vai representar, de alguma forma a História daquela empresa, daquele grupo social e também do Brasil, como é o caso do Arquivo Nacional.

A história do Brasil dá a idéia de uma casa edificada na areia. É só uma pessoa encostar-se na parede, por mais reforçada que pareça, e lá vem abaixo toda a grampiola."

titanic A história do Brasil dá a idéia de uma casa edificada na areia. É só uma pessoa encostar-se na parede, por mais reforçada que pareça, e lá vem abaixo toda a grampiola."

(...) Quem já foi ministro das relações exteriores como eu trabalha numa mesa sobre a qual a um pequeno busto do barão. É como se ele continuasse lá vigiando seus sucessores.Ele enfrentou as questões de fronteiras com habilidade de um advogado e a erudição de um historiador. Ele ganhava nas arbitragens porque de longe o Brasil levava a melhor documentação. Durante o litígio com a Argentina fez com que se localiza-se o mapa de 1749, que mostrava que a documentação adversária estava simplesmente errada.Esse caso foi arbitrado pelo presidente Cleveland dos Estados Unidos e Rio Branco preparou a defesa do Brasil morando em uma pensão em Nova York. Conforme registrou passou quatro anos sem qualquer ida ao teatro ou a divertimento.Vitorioso nas questões de fronteiras tornou-se um herói nacional. Poderia desembarcar entre um Rio, coisa que Nabuco provavelmente faria. O barão ouviu a sentença da arbitragem em Washington e quieto tomou o navio de volta para Liverpool. Preferia viver com seus livros e achava-se um desajeitado para a função de ministro.



"Minha decisão foi baseada nas melhores informações disponíveis. Se existe alguma culpa ou falha ligada a esta tentativa, ela é apenas minha."Confie em mim, que nunca enganei a ninguém e nunca soube desamar a quem uma vez amei.“O homem é o que conhece. E ninguém pode amar aquilo que não conhece. Uma cidade é tanto melhor quanto mais amada e conhecida por seus governantes e pelo povo.” Rafael Greca de Macedo, ex-prefeito de Curitiba


Edmund Way Tealeeditar Moralmente, é tão condenável não querer saber se uma coisa é verdade ou não, desde que ela nos dê prazer, quanto não querer saber como conseguimos o dinheiro, desde que ele esteja na nossa mão.