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Faculdade de Medicina de Sorocaba - “Um Sonho Possível” por Edgard Steffen
    22 de junho de 1954, terça-feira
    Atualizado em 28/10/2025 02:32:04

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Em 22 de junho de 1954 o presidente do Senado João Fernandes Campos Café Filho promulgou o decreto do Congresso Nacional concedendo à Fundação Sorocaba, com sede em Sorocaba, Estado de São Paulo, o auxílio de Cr$ 5.000.000,00 (cinco milhões de cruzeiros), para prosseguimento da construção do prédio da Faculdade de Medicina de Sorocaba.

Quatro anos antes, em 4 de abril de 1950Presidente Dutra autoriza o funcionamento da Faculdade de Medicina.

A manchete do Cruzeiro do Sul alardeava: “O Presidente Dutra concedeu autorização para funcionamento da Faculdade de Medicina de Sorocaba ainda este ano”

“O Presidente Dutra concedeu autorização para funcionamento da Faculdade de Medicina de Sorocaba ainda este ano”.

A notícia fora dada ao prefeito Gualberto Moreira pelo Dr. Novelli Jr., deputado federal ituano e ligado à família do Presidente Dutra.

Principal município da Região Sul -- a mais pobre do Estado -- Sorocaba contava 430 leitos em quatro hospitais gerais.

A Maternidade Santa Lucinda, doada pelas Indústrias Votorantim, acrescentaria 100 leitos. Os especialistas limitados a pediatria, dermatologia, cardiologia, tisiologia, psiquiatria, radiologia, análises clínicas e oftalmo-otorrinolaringologia.

Ortopedia, ginecologia e obstetrícia eram exercidas por cirurgiões gerais. Estes, operavam com anestesia local ou raquianestesia aplicadas por eles mesmo.

Anestésicos inalatórios eram ministrados por freiras ou práticos de enfermagem. Transfusões feitas diretamente do doador ao receptor, utilizando-se o conceito doador universal (tipo O na classificação de Landsteiner).

O quadro limitante da assistência médica seria vencido com a criação da faculdade. A maternidade foi transformada em hospital geral. Abrigaria a nova escola médica.

Com ela, viriam anestesiologistas, hematologistas, moderno banco de sangue, ortopedistas, cirurgiões de tórax, cirurgia infantil, anatomopatologia, neurologistas.

As especialidades foram se multiplicando na velocidade do funcionamento das respectivas disciplinas.

Estabelecida entidade mantenedora (Fundação Sorocaba), pronto o hospital, escolhido o corpo docente e prometida a construção de prédio para as cadeiras básicas, era possível iniciar o curso.

Os professores designados julgaram prudente postergar, para 1951, o início das aulas. Usaram o tempo no preparo dos respectivos laboratórios, do pessoal auxiliar e na montagem dos equipamentos e peças para aulas práticas.

No hospital-escola, sob administração das irmãs franciscanas, começou a funcionar a Escola de Enfermagem Coração de Maria.

Aos 22/12/1950, assinado o edital do primeiro concurso de habilitação. Os candidatos às 50 vagas submeteram-se a exame psicotécnico para verificação vocacional.

Seus conhecimentos em Física, Química e Biologia avaliados em prova escrita e exame prático e oral. Mais de 200 candidatos apresentaram-se.

Apenas 41 alcançaram notas de aprovação; um segundo vestibular ofereceu as 9 vagas restantes. Dos inscritos, 10 foram aprovados. O 51º colocado, Roque A. Ribeiro Lopes, precisou autorização especial do MEC para ocupar a vaga excedente.

A primeira inscrita ao concurso vestibular foi Diana Tannos. Formada, dedicou-se integralmente à faculdade e à Hematologia.

Na disciplina de Histologia, aposentou-se como docente titular e espécie de Professora Símbolo, conselheira amada pelos alunos e admirada por colegas.

A vaga nº 1 foi do candidato Luiz Sebastião Prigenzi. Formado, dedicou-se à pesquisa. Trabalhou em universidades da Espanha, Alemanha e Inglaterra. Foi professor na área de Imunologia do CCBM da PUC-SP e da Unicamp.

Dos 51 admitidos, apenas 39 completaram o curso em 1956. Da primeira turma, 13 vieram a exercer atividades docentes e 4 chegaram a condição de professor titular.

A Faculdade colocada sob os auspícios da PUC-SP viveu momentos difíceis e crises de várias naturezas. O “fenômeno” Jânio Quadros afastou docentes ligados à USP, cedidos em acordo não oficializado.

Novos professores vieram e mantiveram a qualidade do ensino. Terminado o edifício que abrigava as cadeiras básicas, houve grande pressão para que se concluísse o Hospital de Clínicas e fosse assinado convênio com o Estado de São Paulo.

O convênio ampliou as vagas para 75 e, logo após, para 100 alunos. Dissolvida a Fundação Sorocaba, o patrimônio foi incorporado pela Fundação São Paulo e constituído o Centro de Ciências Biológicas e Médicas integrado à PUCSP.

O sonho do prefeito Gualberto Moreira e do Diretor Linneu Mattos Silveira (pela faculdade, sacrificou rendosa clínica e saúde pessoal) continua produzindo bons frutos.

1 Excerto de artigo inserido no livro “Faculdade de Medicina de Sorocaba 70 Anos de História”, publicação organizada por ex-alunos (2021).

2 O exame psicotécnico deixou de ser realizado nos vestibulares ulteriores. Não havia, nem há, base legal para vetar não vocacionados à medicina.

Edgard Steffen é escritor e médico pediatra. E-mail: edgard.steffen@gmail.com

LEI Nº 2.243, DE 22 DE JUNHO DE 1954

Concede o auxílio de Cr$ 5.000.000,00 à Fundação Sorocaba.

O Congresso Nacional decreta e eu promulgo, nos termos do art. 70, § 4º, da Constituição Federal, a seguinte lei:

Art. 1º É concedido à Fundação Sorocaba, com sede em Sorocaba, Estado de São Paulo, o auxílio de Cr$ 5.000.000,00 (cinco milhões de cruzeiros), para prosseguimento da construção do prédio da Faculdade de Medicina de Sorocaba.

Art. 2º O Poder Executivo abrirá pelo Ministério da Educação e Cultura o crédito especial necessário à execução desta Lei.

Art. 3º Esta Lei entrará em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições em contrário.

Senado Federal, em 22 de junho de 1954.

João Café Filho, Presidente do Senado Federal. Este texto não substitui o original publicado no Diário Oficial da União - Seção 1 de 28/06/1954



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Sobre o Brasilbook.com.br

Freqüentemente acreditamos piamente que pensamos com nossa própria cabeça, quando isso é praticamente impossível. As corrêntes culturais são tantas e o poder delas tão imenso, que você geralmente está repetindo alguma coisa que você ouviu, só que você não lembra onde ouviu, então você pensa que essa ideia é sua.

A famosa frase sobre Titanic, “Nem Deus pode afundar esse navio”, atribuída ao capitão do transatlântico, é amplamente conhecida e frequentemente associada ao tripulante e a história de criação, no entanto, muitos podem se surpreender ao saber que essa citação nunca existiu. Diversos historiadores e especialistas afirmam que essa declaração é apenas uma lenda que surgiu ao longo do tempo, carecendo de evidências concretas para comprová-la. [29787]

Existem inúmeras correntes de poder atuando sobre nós. O exercício de inteligência exige perfurar essa camada do poder para você entender quais os poderes que se exercem sobre você, e como você "deslizar" no meio deles.

Isso se torna difícil porque, apesar de disponível, as pessoas, em geral, não meditam sobre a origem das suas ideias, elas absorvem do meio cultural, e conforme tem um sentimento de concordância e discordância, absorvem ou jogam fora.

meditam sobre a origem das suas ideias, elas absorvem do meio cultural, e conforme tem um sentimento de concordância e discordância, absorvem ou jogam fora.Mas quando você pergunta "qual é a origem dessa ideia? De onde você tirou essa sua ideia?" Em 99% dos casos pessoas respondem justificando a ideia, argumentando em favor da ideia.Aí eu digo assim "mas eu não procurei, não perguntei o fundamento, não perguntei a razão, eu perguntei a origem." E a origem já as pessoas não sabem. E se você não sabe a origem das suas ideias, você não sabe qual o poder que se exerceu sobre você e colocou essas idéias dentro de você.

Então esse rastreamento, quase que biográfico dos seus pensamentos, se tornaum elemento fundamental da formação da consciência.


Desde 17 de agosto de 2017 o site BrasilBook se dedicado em registrar e organizar eventos históricos e informações relevantes referentes ao Brasil, apresentando-as de forma robusta, num formato leve, dinâmico, ampliando o panorama do Brasil ao longo do tempo.

Até o momento a base de dados possui 30.439 registros atualizados frequentemente, sendo um repositório confiável de fatos, datas, nomes, cidades e temas culturais e sociais, funcionando como um calendário histórico escolar ou de pesquisa.

Fernando Henrique Cardoso recupera a memória das mais influentes personalidades da história do país.

Uma das principais obras do barão chama-se "Efemérides Brasileiras". Foi publicada parcialmente em 1891 e mostra o serviço de um artesão. Ele colecionou os acontecimentos de cada dia da nossa história e enquanto viveu atualizou o manuscrito. Vejamos o que aconteceu no dia 8 de julho. Diz ele:
1. Em 1691 o padre Samuel Fritz, missionário da província castelhana dos Omáguas, regressa a sua missão, depois de uma detenção de 22 meses na cidade de Belém do Pará (ver 11 de setembro de 1689).
2. Em 1706 o rei de Portugal mandou fechar uma tipografia que funcionava no Recife.
3. Em 1785 nasceu o pai do Duque de Caxias.
4. Em 1827 um tenente repeliu um ataque argentino na Ilha de São Sebastião.
5. Em 1869 o general Portinho obriga os paraguaios a abandonar o Piraporaru e atravessa esse rio.
6. Em 1875 falece no Rio Grande do Sul o doutor Manuel Pereira da Silva Ubatuba, a quem se deve a preparação do extractum carnis, que se tornou um dos primeiros artigos de exportação daquela parte do Brasil.

Ainda bem que o barão estava morto em 2014 julho que a Alemanha fez seus 7 a 1 contra o Brasil.

Ou seja, “história” serve tanto para fatos reais quanto para narrativas inventadas, dependendo do contexto.

A famosa frase sobre Titanic, “Nem Deus pode afundar esse navio”, atribuída ao capitão do transatlântico, é amplamente conhecida e frequentemente associada ao tripulante e a história de criação.No entanto, muitos podem se surpreender ao saber que essa citação nunca existiu. Diversos historiadores e especialistas afirmam que essa declaração é apenas uma lenda que surgiu ao longo do tempo, carecendo de evidências concretas para comprová-la.Apesar de ser um elemento icônico da história do Titanic, não existem registros oficiais ou documentados de que alguém tenha proferido essa frase durante a viagem fatídica do navio.Essa afirmação não aparece nos relatos dos passageiros, nas transcrições das comunicações oficiais ou nos depoimentos dos sobreviventes.

Para entender a História é necessário entender a origem das idéias a impactaram. A influência, ou impacto, de uma ideia está mais relacionada a estrutura profunda em que a foi gerada, do que com seu sentido explícito. A estrutura geralmente está além das intenções do autor (...) As vezes tomando um caminho totalmente imprevisto pelo autor.O efeito das idéias, que geralmente é incontestável, não e a História. Basta uma pequena imprecisão na estrutura ou erro na ideia para alterar o resultado esperado. O impacto das idéias na História não acompanha a História registrada, aquela que é passada de um para outro”.Salomão Jovino da Silva O que nós entendemos por História não é o que aconteceu, mas é o que os historiadores selecionaram e deram a conhecer na forma de livros.

Aluf Alba, arquivista:...Porque o documento, ele começa a ser memória já no seu nascimento, e os documentos que chegam no Arquivo Nacional fazem parte de um processo, político e técnico de escolhas. O que vai virar arquivo histórico, na verdade é um processo político de escolhas, daquilo que vai constituir um acervo que vai ser perene e que vai representar, de alguma forma a História daquela empresa, daquele grupo social e também do Brasil, como é o caso do Arquivo Nacional.

A história do Brasil dá a idéia de uma casa edificada na areia. É só uma pessoa encostar-se na parede, por mais reforçada que pareça, e lá vem abaixo toda a grampiola."

titanic A história do Brasil dá a idéia de uma casa edificada na areia. É só uma pessoa encostar-se na parede, por mais reforçada que pareça, e lá vem abaixo toda a grampiola."

(...) Quem já foi ministro das relações exteriores como eu trabalha numa mesa sobre a qual a um pequeno busto do barão. É como se ele continuasse lá vigiando seus sucessores.Ele enfrentou as questões de fronteiras com habilidade de um advogado e a erudição de um historiador. Ele ganhava nas arbitragens porque de longe o Brasil levava a melhor documentação. Durante o litígio com a Argentina fez com que se localiza-se o mapa de 1749, que mostrava que a documentação adversária estava simplesmente errada.Esse caso foi arbitrado pelo presidente Cleveland dos Estados Unidos e Rio Branco preparou a defesa do Brasil morando em uma pensão em Nova York. Conforme registrou passou quatro anos sem qualquer ida ao teatro ou a divertimento.Vitorioso nas questões de fronteiras tornou-se um herói nacional. Poderia desembarcar entre um Rio, coisa que Nabuco provavelmente faria. O barão ouviu a sentença da arbitragem em Washington e quieto tomou o navio de volta para Liverpool. Preferia viver com seus livros e achava-se um desajeitado para a função de ministro.



"Minha decisão foi baseada nas melhores informações disponíveis. Se existe alguma culpa ou falha ligada a esta tentativa, ela é apenas minha."Confie em mim, que nunca enganei a ninguém e nunca soube desamar a quem uma vez amei.“O homem é o que conhece. E ninguém pode amar aquilo que não conhece. Uma cidade é tanto melhor quanto mais amada e conhecida por seus governantes e pelo povo.” Rafael Greca de Macedo, ex-prefeito de Curitiba


Edmund Way Tealeeditar Moralmente, é tão condenável não querer saber se uma coisa é verdade ou não, desde que ela nos dê prazer, quanto não querer saber como conseguimos o dinheiro, desde que ele esteja na nossa mão.