Faculdade de Medicina de Sorocaba - “Um Sonho Possível” por Edgard Steffen
22 de junho de 1954, terça-feira Atualizado em 13/02/2025 06:42:31
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Em 22 de junho de 1954 o presidente do Senado João Fernandes Campos Café Filho promulgou o decreto do Congresso Nacional concedendo à Fundação Sorocaba, com sede em Sorocaba, Estado de São Paulo, o auxílio de Cr$ 5.000.000,00 (cinco milhões de cruzeiros), para prosseguimento da construção do prédio da Faculdade de Medicina de Sorocaba.
Quatro anos antes, em 4 de abril de 1950Presidente Dutra autoriza o funcionamento da Faculdade de Medicina.
A manchete do Cruzeiro do Sul alardeava: “O Presidente Dutra concedeu autorização para funcionamento da Faculdade de Medicina de Sorocaba ainda este ano”
“O Presidente Dutra concedeu autorização para funcionamento da Faculdade de Medicina de Sorocaba ainda este ano”.
A notícia fora dada ao prefeito Gualberto Moreira pelo Dr. Novelli Jr., deputado federal ituano e ligado à família do Presidente Dutra.
Principal município da Região Sul -- a mais pobre do Estado -- Sorocaba contava 430 leitos em quatro hospitais gerais.
A Maternidade Santa Lucinda, doada pelas Indústrias Votorantim, acrescentaria 100 leitos. Os especialistas limitados a pediatria, dermatologia, cardiologia, tisiologia, psiquiatria, radiologia, análises clínicas e oftalmo-otorrinolaringologia.
Ortopedia, ginecologia e obstetrícia eram exercidas por cirurgiões gerais. Estes, operavam com anestesia local ou raquianestesia aplicadas por eles mesmo.
Anestésicos inalatórios eram ministrados por freiras ou práticos de enfermagem. Transfusões feitas diretamente do doador ao receptor, utilizando-se o conceito doador universal (tipo O na classificação de Landsteiner).
O quadro limitante da assistência médica seria vencido com a criação da faculdade. A maternidade foi transformada em hospital geral. Abrigaria a nova escola médica.
Com ela, viriam anestesiologistas, hematologistas, moderno banco de sangue, ortopedistas, cirurgiões de tórax, cirurgia infantil, anatomopatologia, neurologistas.
As especialidades foram se multiplicando na velocidade do funcionamento das respectivas disciplinas.
Estabelecida entidade mantenedora (Fundação Sorocaba), pronto o hospital, escolhido o corpo docente e prometida a construção de prédio para as cadeiras básicas, era possível iniciar o curso.
Os professores designados julgaram prudente postergar, para 1951, o início das aulas. Usaram o tempo no preparo dos respectivos laboratórios, do pessoal auxiliar e na montagem dos equipamentos e peças para aulas práticas.
No hospital-escola, sob administração das irmãs franciscanas, começou a funcionar a Escola de Enfermagem Coração de Maria.
Aos 22/12/1950, assinado o edital do primeiro concurso de habilitação. Os candidatos às 50 vagas submeteram-se a exame psicotécnico para verificação vocacional.
Seus conhecimentos em Física, Química e Biologia avaliados em prova escrita e exame prático e oral. Mais de 200 candidatos apresentaram-se.
Apenas 41 alcançaram notas de aprovação; um segundo vestibular ofereceu as 9 vagas restantes. Dos inscritos, 10 foram aprovados. O 51º colocado, Roque A. Ribeiro Lopes, precisou autorização especial do MEC para ocupar a vaga excedente.
A primeira inscrita ao concurso vestibular foi Diana Tannos. Formada, dedicou-se integralmente à faculdade e à Hematologia.
Na disciplina de Histologia, aposentou-se como docente titular e espécie de Professora Símbolo, conselheira amada pelos alunos e admirada por colegas.
A vaga nº 1 foi do candidato Luiz Sebastião Prigenzi. Formado, dedicou-se à pesquisa. Trabalhou em universidades da Espanha, Alemanha e Inglaterra. Foi professor na área de Imunologia do CCBM da PUC-SP e da Unicamp.
Dos 51 admitidos, apenas 39 completaram o curso em 1956. Da primeira turma, 13 vieram a exercer atividades docentes e 4 chegaram a condição de professor titular.
A Faculdade colocada sob os auspícios da PUC-SP viveu momentos difíceis e crises de várias naturezas. O “fenômeno” Jânio Quadros afastou docentes ligados à USP, cedidos em acordo não oficializado.
Novos professores vieram e mantiveram a qualidade do ensino. Terminado o edifício que abrigava as cadeiras básicas, houve grande pressão para que se concluísse o Hospital de Clínicas e fosse assinado convênio com o Estado de São Paulo.
O convênio ampliou as vagas para 75 e, logo após, para 100 alunos. Dissolvida a Fundação Sorocaba, o patrimônio foi incorporado pela Fundação São Paulo e constituído o Centro de Ciências Biológicas e Médicas integrado à PUCSP.
O sonho do prefeito Gualberto Moreira e do Diretor Linneu Mattos Silveira (pela faculdade, sacrificou rendosa clínica e saúde pessoal) continua produzindo bons frutos.
1 Excerto de artigo inserido no livro “Faculdade de Medicina de Sorocaba 70 Anos de História”, publicação organizada por ex-alunos (2021).
2 O exame psicotécnico deixou de ser realizado nos vestibulares ulteriores. Não havia, nem há, base legal para vetar não vocacionados à medicina.
Edgard Steffen é escritor e médico pediatra. E-mail: edgard.steffen@gmail.com
LEI Nº 2.243, DE 22 DE JUNHO DE 1954
Concede o auxílio de Cr$ 5.000.000,00 à Fundação Sorocaba.
O Congresso Nacional decreta e eu promulgo, nos termos do art. 70, 4º, da Constituição Federal, a seguinte lei:
Art. 1º É concedido à Fundação Sorocaba, com sede em Sorocaba, Estado de São Paulo, o auxílio de Cr$ 5.000.000,00 (cinco milhões de cruzeiros), para prosseguimento da construção do prédio da Faculdade de Medicina de Sorocaba.
Art. 2º O Poder Executivo abrirá pelo Ministério da Educação e Cultura o crédito especial necessário à execução desta Lei.
Art. 3º Esta Lei entrará em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições em contrário.
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