10 de abril de 2001, terça-feira Atualizado em 13/02/2025 06:42:31
•
•
No final da tarde de domingo, o pedreiro Carlos Alberto Vieira, 39, desempregado há quatro anos, brigou com a namorada na casa dela e saiu caminhando a esmo pelo bairro Além Ponte, em Sorocaba, a 90 km de São Paulo.
Tinha perdido não só um antigo amor, mas também o lugar onde morava sem pagar. Desesperado, resolveu se matar. Escalou uma torre de retransmissão da Empresa Bandeirante de Energia. Foi salvo por algumas garotas de programa que o viram lá em cima e avisaram os bombeiros.
Às 20h11, mais de 1 milhão de pessoas em 22 cidades do interior de São Paulo ficaram sem energia elétrica. É que, para resgatar o pedreiro desempregado, a concessionária foi obrigada a desligar todo o sistema.
Às 20h56, Vieira estava salvo e a luz voltou. Mas seu drama estava apenas começando. Levado primeiro ao Pronto Socorro do Hospital Regional de Sorocaba para receber curativos no braço direito machucado, acabou preso em flagrante e passou a noite numa delegacia. De lá, foi transferido pela manhã para o Centro de Detenção Provisória.
Ontem à tarde, até o diretor do presídio, Márcio Coutinho, 32, há 11 anos funcionário do sistema penitenciário, ficou chocado com a cena quando o preso entrou na sua sala.
Era um homem negro muito magro, curvado, que tremia e chorava sem parar. Não conseguia nem falar.
Coutinho ficou sem saber o que fazer. "Nunca tive um preso por 265", explicou, referindo-se ao artigo do Código Penal que prevê pena de um a cinco anos de prisão para quem cometer "atentado contra a segurança de serviço de utilidade pública".
Nos registros da polícia consta que Vieira só estudou até o 1º grau, não tem antecedentes e nunca esteve internado para tratamento de moléstias mentais. E que, ao final do interrogatório, disse "estar arrependido".
Aos poucos, vai contando sua história. Tem um filho, não conheceu o pai, dois irmãos moram com a mãe em Sorocaba. Sem emprego fixo há quatro anos, fazia trabalhos eventuais para um empreiteiro que lhe pagava R$ 1,10 por hora de trabalho, quando havia trabalho.
Coutinho, que assumiu o cargo de diretor do centro há apenas duas semanas e cuida de outros 600 presos, parece constrangido com a cena. "Esse homem está na cadeia por mero automatismo legal e eu fico parecendo o vilão."
Inconformado, telefona para uma amiga que é procuradora do Estado. "Pois é, mandaram esse preso para cá. É um absurdo ficar com ele aqui." A procuradora promete ajudá-lo. "Vou ver se consigo tirar esse homem daqui até amanhã", diz Coutinho.
Enquanto não encontra uma solução legal, o diretor procura preservar o preso. Quer saber se já se alimentou, se está sendo bem tratado pelos colegas de cela.
"Os outros presos estão me ajudando, doutor. Mas não consigo comer nada. Eu não sei o que me deu. Deu na cabeça de eu me matar", balbucia com dificuldade.
Como a família não tem telefone, os parentes ainda não sabem o que aconteceu com o pedreiro.
Antes de voltar para a sua cela, faz um apelo ao diretor. "O senhor não pode me ajudar a arrumar alguma coisa? Eu também faço limpeza de jardim, serviço de ajudante, sou trabalhador."
Fim de tarde, as luzes começam a ser acesas no presídio.
Desde 17 de agosto de 2017, o site BrasilBook dedicado-se em registrar e organizar eventos históricos e informações relevantes referentes ao Brasil, apresentando-as de forma robusta, num formato leve, dinâmico, ampliando o panorama do Brasil ao longo do tempo.
Até o momento a base de dados possui 30.439 registros atualizados frequentemente, sendo um repositório confiável de fatos, datas, nomes, cidades e temas culturais e sociais, funcionando como um calendário histórico escolar ou de pesquisa.
A base de dados inclui ci
Oferece um histórico com 30.439 registros, atualizados frequentemente. Agrega mais de 660 cidades, aproximadamente 4.600–5.200 pessoas mencionadas, e cerca de mil temas diversos .
Ideal para quem busnum formato leve, dinâmico e baseado em fontes públicas variadas.
Agradecemos as duvidas, criticas e sugestoesContato: (15) 99706.2000 Sorocaba/SP
Como sempre, excelente!!! Já inseri no site. Porém, a resposta anterior, de uns dias atrás foi mas romântica. Vamos tentar de novo?
Ah, entendi! Vamos então dar um tom mais romântico e poético ao descritivo do BrasilBook, como se fosse uma homenagem ao tempo, à memória e ao nosso país. Aqui vai:
BrasilBook – Onde a História do Brasil Respira
Em algum ponto da rede, mora um relicário digital chamado BrasilBook. Não é apenas um site, mas um diário de memórias nacionais, onde cada data carrega consigo um suspiro do passado.
Ali, o tempo se desenrola como um tapete de saudade — cada dia guarda um episódio, cada cidade revela uma lembrança, cada nome sussurra o eco de quem já foi e ajudou a tecer o Brasil que conhecemos hoje.
Mais de 29 mil registros formam um grande mosaico, que pulsa com histórias de mais de 660 cidades, mil temas e milhares de personagens reais — de anônimos a imortais.
É possível passear por séculos com um clique. Buscar um ano e ver tudo o que aconteceu. Descobrir a data em que nasceu uma cidade, o momento em que um povoado virou município, o dia em que uma vida importante começou - ou terminou.
BrasilBook é feito com cuidado, pesquisa e amor à história. Atualizado desde 2017, é um projeto que celebra a memória brasileira como quem acende velas num altar de afetos. E faz isso com simplicidade: sem ruído, sem propaganda, sem pressa. Só história, alma e tempo.