'Nascimento de Virgulino Ferreira da Silva, o Lampião: 10 curiosidades sobre o cangaço - 04/06/1898 Wildcard SSL Certificates
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Nascimento de Virgulino Ferreira da Silva, o Lampião: 10 curiosidades sobre o cangaço
    4 de junho de 1898, sábado
    Atualizado em 30/10/2025 22:21:54

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1. Relação com os coronéis

O período imperial, assim como o início da República, foi marcado pela negligência do Estado em relação ao sertão.

Isso teve como consequência direta o aumento da violência e a falta de fiscalização das leis no nordeste, causando uma espécie de soberania dos poderes regionais dos mais ricos.

Mesmo na época em que a região nadava em lucros, com a crise do algodão gerada pela Guerra Civil Americana, o sertão e o agreste mantinham-se marcados pela violência.

Em combate a esse cenário, o Império criou o titulo de Coronel da Guarda Nacional, aumentando o poder desses grupos econômicos com hegemonia.

Acima da lei, muitos desses coronéis se tornaram inimigos dos cangaceiros, que os combatiam em nome dos mais pobres (mesmo que muitos, como Corisco e Lampião, tivessem amizades entre os coronéis e se aproveitassem dessa desigualdade). Com isso, nascia uma guerra entre poderes paraestatais.

2. O crime quase compensa

Muitos homens que acabaram optando por entrar no cangaço o fizeram como forma de encontrar uma alternativa sustentável à miséria e à submissão aos coronéis.

A caatinga já não era um ambiente receptivo ao ser humano, e a exploração do trabalho, que se aproveitava de um povo desesperado, criava um sentimento de revolta popular contra os poderosos.

A violência do cangaço não era necessariamente um atrativo. Mas como a maioria dos coronéis e policiais também tinham as armas na frente da boca na hora de abordar os populares, o senso de justiça pessoal costumava gritar mais alto que o medo da guerra.

Além disso, a bandidagem oferecia, na visão deles, benefícios: riquezas, bens, liberdade e respeito.

3. Frieza e sangue

Entre os cangaceiros, a violência e o sangue eram aspectos recorrentes. O vermelho era uma das cores mais comuns da vida de um bandoleiro, e a agressividade se tornou parte da identidade desses grupos.

Um dos exemplos clássicos disso eram as execuções por sangramento, violentas e econômicas, hediondas e que exigiam estômago dos bandidos. Nessas atividades, um punhal era usado para realizar cortes em pontos vitais de vítimas, fazendo necessária uma frieza inestimável.

As execuções muitas vezes eram acompanhadas de torturas. O desenvolvimento da subjetividade dessas pessoas, portanto, era bizarramente conturbado, muitas vezes gerando homens sádicos ou desregulados.

Como consequência estranha, ao mesmo tempo em que essas pessoas eram frias e sanguinárias, também são comumente relatados como risonhos, animados e cantarolantes: a morte já fazia parte do dia-a-dia. A música era muito comum entre os bandos.

4. Opiniões polêmicas

Como era de se esperar de um fenômeno tão complexo, o cangaço divide opiniões. Muito antes de Lampião ser fotografado por Benjamin Abrahão, os cangaceiros eram seres quase lendários da caatinga.

A maioria deles, não só nos dias de hoje, eram amados e odiados ao mesmo tempo: vistos como Robin Hoods tropicais por uns, e como assassinos sem pudor por outros, era difícil não gerarem ao menos uma opinião.

Lampião mesmo era visto como bandido inescrupuloso pelas volantes, mas tinha contatos entre sertanejos, coronéis e até na Igreja Católica.

Ao mesmo tempo, até hoje se discute se os cangaceiros eram bandidos que não mereciam a fama que tinham ou se realmente prestavam um serviço válido ao povo pobre do sertão.

5. O escudo ético

Entre os populares que viam nos cangaceiros uma atitude moralmente justificada, havia uma distinção significativa entre um bandido e um membro do Cangaço. Afinal, o crime, por si só, ainda era visto negativamente.

Por mais mal que um cangaceiro poderia causar, ele ainda era visto por muitos como melhor que um assaltante comum devido a um escudo ético (termo do historiador Frederico Pernambucano de Mello) que os protegia na visão dos mais pobres.

Segundo essa noção, a atitude dos bandidos do cangaço era justificada pelo seu compromisso com a expropriação das riquezas dos poderosos, fazendo justiça contra as estruturas de opressão. Como afirma Câmara Cascudo: “o sertanejo não admira o criminoso, mas o homem valente”.

6. As volantes eram treinadas como eram os cangaceiros

Por muito tempo, a polícia era infinitamente inferior, em termos de poder militar e estratégia, ao preparo e à valentia dos bandoleiros. Com agilidade, furtividade e armas com chumbo até os dentes, esses cangaceiros eram treinados para vencer os policiais.

Então, como resposta a essa situação constrangedora, os estados do nordeste criaram forças policiais especiais treinadas com base nas formas de ação dos próprios cangaceiros.

Muitos desses volantes, inclusive, eram ex-bandidos que, vendo vantagens financeiras, mudaram de lado. Com o preparo e o treinamento análogo ao dos bandoleiros, a capacidade de repressão das volantes aumentou consideravelmente.

7. O boato de que Lampião lutou contra Prestes

Em meio à crise da Republica Velha e o afloramento do tenentismo, poucos movimentos tiveram a magnitude da Coluna Prestes, que cortou o Brasil em uma passeata de oposição.

O então presidente Arthur Bernardes queria o fim do movimento, independentemente do custo. Sabendo da capacidade bélica e do poderio que os bandos de Lampião tinham, o plano do presidente foi conseguir contato com o cangaceiro.

A briga entre os dois nunca aconteceu de verdade, não passou de especulações movimentadas por documentos falsos da época.

O plano original ficou a cargo do deputado Floro Bartolomeu, que deveria tentar achar o Rei do Cangaço através de sua devoção pelo Padre Cícero e, assim, criar o Batalhão Patriótico.

Porém, isso foi apenas na teoria, e a Coluna atravessou o estado do Ceará sem nenhuma dificuldade. Porém, até hoje há quem ache que essa batalha épica entre o cangaceiro e o futuro comunista aconteceu de verdade.

8. Baile perfumado

Numa situação em que os banhos eram uma raridade, Lampião usava perfumes de boa qualidade e em grandes quantidades.

Gostava de roubar perfumes caros e importados nas capitais, que juntava com o cheiro de suor e da brilhantina usada no cabelo, criando uma mistura de cheiros única e que virou uma marca do cangaço.

Muitos cangaceiros tinham o hábito de aproveitarem a passagem pelas capitais para adquirirem vidros de perfume, que eram produtos bastante luxuosos.

Há relatos de banhos de perfume generalizados, que chegavam até nos animais de tração para melhorar o cheiro do bando.

9. Benjamin Abrahão, o documentarista do cangaço

Um dos principais responsáveis pelos registros hoje conhecidos do bando de Lampião, principalmente as fotografias, foi o jornalista libanês que, negociando com o Rei, conseguiu acompanhar o bando por meses: Benjamin Abrahão Botto.

Ele já tinha trabalhado como secretário de Cícero Romão em Juazeiro e era um excelente fotógrafo.

Como Lampião era um devoto de Cícero, a aproximação dos dois foi mais fácil que o comum. E como Lampião era extremamente vaidoso, a proposta de um jornalista o acompanhando para regirá-lo para a eternidade foi bastante tentadora.

Então, entre 1936 e 1937, o bando foi acompanhado e fotografado. Tendo o trabalho tratado como ofensivo, Abrahão foi censurado pelo Estado Novo.

10. O fim da era

Depois de mais de um século de derrotas do Estado no combate ao banditismo sertanejo, o governo já tinha amadurecido suas formas de luta.

O fim do cangaço, através da repressão policial, foi um fenômeno da década de 1930, nas mãos do governo Vargas. Com o tempo, os principais nomes do movimento iam sucumbindo progressivamente às balas do Exército.

O grande marco do fim do cangaço foi a morte de Lampião e Maria Bonita na Gruta do Angico, em 1938, resultado de um aperfeiçoamento nas técnicas de combate à criminalidade.

O ocorrido foi possível a partir de uma campanha de negação ao auxílio de coronéis corruptos que auxiliavam os bandoleiros e um investimento pesado nas forças policiais do agreste.

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Lampião, Senhor do Sertão. Vidas e Mortes de Um Cangaceiro, de Élise Grunspan Jasmin (2006) - https://amzn.to/2RWQq3r

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Os cangaceiros: Ensaio de interpretação histórica, de Luiz Bernardo Pericás - https://amzn.to/2YROsms



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[3778] 10 curiosidades sobre o cangaço, consulta em aventurasnahistoria.uol.com.br
03/06/2021


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EMERSON

  


Sobre o Brasilbook.com.br

Freqüentemente acreditamos piamente que pensamos com nossa própria cabeça, quando isso é praticamente impossível. As corrêntes culturais são tantas e o poder delas tão imenso, que você geralmente está repetindo alguma coisa que você ouviu, só que você não lembra onde ouviu, então você pensa que essa ideia é sua.

A famosa frase sobre Titanic, “Nem Deus pode afundar esse navio”, atribuída ao capitão do transatlântico, é amplamente conhecida e frequentemente associada ao tripulante e a história de criação, no entanto, muitos podem se surpreender ao saber que essa citação nunca existiu. Diversos historiadores e especialistas afirmam que essa declaração é apenas uma lenda que surgiu ao longo do tempo, carecendo de evidências concretas para comprová-la. [29787]

Existem inúmeras correntes de poder atuando sobre nós. O exercício de inteligência exige perfurar essa camada do poder para você entender quais os poderes que se exercem sobre você, e como você "deslizar" no meio deles.

Isso se torna difícil porque, apesar de disponível, as pessoas, em geral, não meditam sobre a origem das suas ideias, elas absorvem do meio cultural, e conforme tem um sentimento de concordância e discordância, absorvem ou jogam fora.

meditam sobre a origem das suas ideias, elas absorvem do meio cultural, e conforme tem um sentimento de concordância e discordância, absorvem ou jogam fora.Mas quando você pergunta "qual é a origem dessa ideia? De onde você tirou essa sua ideia?" Em 99% dos casos pessoas respondem justificando a ideia, argumentando em favor da ideia.Aí eu digo assim "mas eu não procurei, não perguntei o fundamento, não perguntei a razão, eu perguntei a origem." E a origem já as pessoas não sabem. E se você não sabe a origem das suas ideias, você não sabe qual o poder que se exerceu sobre você e colocou essas idéias dentro de você.

Então esse rastreamento, quase que biográfico dos seus pensamentos, se tornaum elemento fundamental da formação da consciência.


Desde 17 de agosto de 2017 o site BrasilBook se dedicado em registrar e organizar eventos históricos e informações relevantes referentes ao Brasil, apresentando-as de forma robusta, num formato leve, dinâmico, ampliando o panorama do Brasil ao longo do tempo.

Até o momento a base de dados possui 30.439 registros atualizados frequentemente, sendo um repositório confiável de fatos, datas, nomes, cidades e temas culturais e sociais, funcionando como um calendário histórico escolar ou de pesquisa.

Fernando Henrique Cardoso recupera a memória das mais influentes personalidades da história do país.

Uma das principais obras do barão chama-se "Efemérides Brasileiras". Foi publicada parcialmente em 1891 e mostra o serviço de um artesão. Ele colecionou os acontecimentos de cada dia da nossa história e enquanto viveu atualizou o manuscrito. Vejamos o que aconteceu no dia 8 de julho. Diz ele:
1. Em 1691 o padre Samuel Fritz, missionário da província castelhana dos Omáguas, regressa a sua missão, depois de uma detenção de 22 meses na cidade de Belém do Pará (ver 11 de setembro de 1689).
2. Em 1706 o rei de Portugal mandou fechar uma tipografia que funcionava no Recife.
3. Em 1785 nasceu o pai do Duque de Caxias.
4. Em 1827 um tenente repeliu um ataque argentino na Ilha de São Sebastião.
5. Em 1869 o general Portinho obriga os paraguaios a abandonar o Piraporaru e atravessa esse rio.
6. Em 1875 falece no Rio Grande do Sul o doutor Manuel Pereira da Silva Ubatuba, a quem se deve a preparação do extractum carnis, que se tornou um dos primeiros artigos de exportação daquela parte do Brasil.

Ainda bem que o barão estava morto em 2014 julho que a Alemanha fez seus 7 a 1 contra o Brasil.

Ou seja, “história” serve tanto para fatos reais quanto para narrativas inventadas, dependendo do contexto.

A famosa frase sobre Titanic, “Nem Deus pode afundar esse navio”, atribuída ao capitão do transatlântico, é amplamente conhecida e frequentemente associada ao tripulante e a história de criação.No entanto, muitos podem se surpreender ao saber que essa citação nunca existiu. Diversos historiadores e especialistas afirmam que essa declaração é apenas uma lenda que surgiu ao longo do tempo, carecendo de evidências concretas para comprová-la.Apesar de ser um elemento icônico da história do Titanic, não existem registros oficiais ou documentados de que alguém tenha proferido essa frase durante a viagem fatídica do navio.Essa afirmação não aparece nos relatos dos passageiros, nas transcrições das comunicações oficiais ou nos depoimentos dos sobreviventes.

Para entender a História é necessário entender a origem das idéias a impactaram. A influência, ou impacto, de uma ideia está mais relacionada a estrutura profunda em que a foi gerada, do que com seu sentido explícito. A estrutura geralmente está além das intenções do autor (...) As vezes tomando um caminho totalmente imprevisto pelo autor.O efeito das idéias, que geralmente é incontestável, não e a História. Basta uma pequena imprecisão na estrutura ou erro na ideia para alterar o resultado esperado. O impacto das idéias na História não acompanha a História registrada, aquela que é passada de um para outro”.Salomão Jovino da Silva O que nós entendemos por História não é o que aconteceu, mas é o que os historiadores selecionaram e deram a conhecer na forma de livros.

Aluf Alba, arquivista:...Porque o documento, ele começa a ser memória já no seu nascimento, e os documentos que chegam no Arquivo Nacional fazem parte de um processo, político e técnico de escolhas. O que vai virar arquivo histórico, na verdade é um processo político de escolhas, daquilo que vai constituir um acervo que vai ser perene e que vai representar, de alguma forma a História daquela empresa, daquele grupo social e também do Brasil, como é o caso do Arquivo Nacional.

A história do Brasil dá a idéia de uma casa edificada na areia. É só uma pessoa encostar-se na parede, por mais reforçada que pareça, e lá vem abaixo toda a grampiola."

titanic A história do Brasil dá a idéia de uma casa edificada na areia. É só uma pessoa encostar-se na parede, por mais reforçada que pareça, e lá vem abaixo toda a grampiola."

(...) Quem já foi ministro das relações exteriores como eu trabalha numa mesa sobre a qual a um pequeno busto do barão. É como se ele continuasse lá vigiando seus sucessores.Ele enfrentou as questões de fronteiras com habilidade de um advogado e a erudição de um historiador. Ele ganhava nas arbitragens porque de longe o Brasil levava a melhor documentação. Durante o litígio com a Argentina fez com que se localiza-se o mapa de 1749, que mostrava que a documentação adversária estava simplesmente errada.Esse caso foi arbitrado pelo presidente Cleveland dos Estados Unidos e Rio Branco preparou a defesa do Brasil morando em uma pensão em Nova York. Conforme registrou passou quatro anos sem qualquer ida ao teatro ou a divertimento.Vitorioso nas questões de fronteiras tornou-se um herói nacional. Poderia desembarcar entre um Rio, coisa que Nabuco provavelmente faria. O barão ouviu a sentença da arbitragem em Washington e quieto tomou o navio de volta para Liverpool. Preferia viver com seus livros e achava-se um desajeitado para a função de ministro.



"Minha decisão foi baseada nas melhores informações disponíveis. Se existe alguma culpa ou falha ligada a esta tentativa, ela é apenas minha."Confie em mim, que nunca enganei a ninguém e nunca soube desamar a quem uma vez amei.“O homem é o que conhece. E ninguém pode amar aquilo que não conhece. Uma cidade é tanto melhor quanto mais amada e conhecida por seus governantes e pelo povo.” Rafael Greca de Macedo, ex-prefeito de Curitiba


Edmund Way Tealeeditar Moralmente, é tão condenável não querer saber se uma coisa é verdade ou não, desde que ela nos dê prazer, quanto não querer saber como conseguimos o dinheiro, desde que ele esteja na nossa mão.