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Regularização da Loja América
    7 de julho de 1869, quarta-feira
    Atualizado em 24/10/2025 03:20:45

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MenuBreve História da Loja "América"Capítulo I:Fundação e Primórdios Baseado na obra de Paulo Guedes (1952)No Brasil do final do século XIX, dois partidos políticos se chocavam: o Conservador e o Liberal. O primeiro, escravagista; o segundo libertário. A Augusta e Benemérita Loja Capitular "América", teve aí o seu início, e as suas raízes, assentadas nesse tempo combativo e altamente idealista.Como afirma o grande paulista Dr. Martim Francisco Filho, que foi Venerável desta Loja, logo depois de haver ocupado o Altar o poderoso Irmão João Gallo: "A organização da Loja "América" foi uma das consequências do maior dos erros políticos da tarde do segundo reinado: a queda da situação liberal em 16 de julho de 1868"

onde um Ministério, o de Itaborahy, entre outras coisas, havia aberto os estuários do Rio Amazonas e São Francisco, ao comércio externo; havia decretado a Lei do Juízo Arbitral; que comprometera o Brasil a tratar a emancipaço dos escravos assim que terminasse a Guerra do Paraguai.

As questões pendentes do Rio da Prata foram resolvidas, e a emancipação dos escravos fora esquecida. As nossas lavouras de café se estendiam cada vez mais, rumando para oeste, buscando novos territórios e teimavam os Conservadores em acreditar que somente a escravatura intensificada resolvesse o problema do aumento do plantio e produção. Abre-se então a fundo a luta entre escravagistas e libertários dentro dos partidos Conservador e Liberal.

E enquanto o partido Conservador apregoava a desnecessidade de quaisquer reformas político-administrativas, cindia-se na opinião o Partido Liberal, vindo dos seus velhos chefes o brado de "REFORMA ou REVOLUÇÃO". Fundou-se então, na Capital do país, um novo partido - O Radical que constituiu-se em verdadeira porta aberta para o advento da futura república.

Na então Província de São Paulo, a tendência anti-monarquista era muito maior que no Rio de Janeiro e, além de tudo, mais entusiástica. Os próprios estudantes auxiliavam, ora por meio de discursos inflamados, ora pela imprensa, o movimento que agitava o país. Se no Rio de Janeiro apareciam manifestações republicanas, São Paulo respondia com a célebre "Convenção de Itú".

O grande Ruy Barbosa, iniciado nesta Loja, assim define esse tempo de agitação nacional:

"No triênio 1868/69/70, em que inteirei aqui os meus estudos, encetados no Recife, o mundo acadêmico e o mundo político se penetravam mutuamente. Estava a Província quando cheguei, sob a administração liberal de Saldanha Marinho, cujas relações com meu pai me auspiciaram o ingresso a esse período inolvidável dos meus melhores tempos, com a honra de hospedagem num lar de virtudes patriarcais como o daquele ilustre brasileiro.

Dada, porém, dalí a meses a mudança de situação com o advento do Ministério Itaborahy, o choque parlamentar repercutiu no seio da mocidade.

O Hotel de Europa, si ainda existe, há de guardar entre os seus recordos, o do banquete em que os estudantes liberais ecoaram o célebre discurso de José Bonifácio contra o ato imperial de 16 de Julho, glorificando o grande orador, que acabava de ter na denúncia do governo pessoal de sua majestade, um dos seus mais felizes lances de tribuna.

Bem intensa foi a vibração acadêmica nesse momento, cujas agitações pressagiavam para daí em breve, a enunciação do programa republicano - episódio assaz expressivo da comunhão, em que a sociedade política e a sociedade escolar se entremeavan, nesses dias, para mim tão repassados de saudade."

Foi nesse ambiente, de luta de gigantes, que nasceu a Augusta Loja "América". Foi "Filha Legítima dessa fase" segundo nos informa o inolvidável poeta paulista Amadeu Amaral, o grande orador da "América".

Assim, neste momento de agitação intelectual, ideológica e política, é fundada a Respeitável, Augusta e Beneficente Loja Capitular "América", tendo como beneméritos fundadores os seguintes irmãos:

Dr. Antonio Carlos Ribeiro de Andrada Machado e Silva, lente da Faculdade de Direito de São Paulo;

Vicente Rodrigues da Silva, negociante;

Dr. Inácio Aquiles Betoldi, médico de origem italiana, radicado em São Paulo, tido e havido como filantropo e cidadão respeitável pelos cronistas da época;

Dr. Salvador Furtado de Mendonça Drummond, advogado, jornalista e grande republicano;

Rufino Mariano de Barros, negociante;

Dr. José Maria de Andrade, advogado;Dr. Olímpio da Paixão, advogado;Ciríaco Antonio dos Santos e Silva, funcionário público;

Antonio Louzada Antunes, funcionário público;Joaquim Tavares Guerra, estudante;

Jerônimo José de Andrade, negociante.A esses, se juntaram em 1870, figurando ainda como fundadores, os ilustres brasileiros:

A Província de São Paulo

Américo Basílio de Campos, grande jornalista da Abolição, fundador do jornal "A Província de São Paulo", depois "O Estado de São Paulo. filiado no dia 15 de julho;

Luís Gonzaga Pinto da Gama, o glorioso Luís Gama, advogado, poeta e jornalista, grande patrono da redenção dos escravos, filiado em 1o. de agosto;

Dr. Américo Brasiliense de Almeida Melo, ilustre republicano, filiado em 22 de agosto.

Entretanto, esse primeiro período de existência da Loja foi considerado de fundação, pois somente foi regularizada na data de 7 de julho de 1869, ficando sob os auspícios do Grande Oriente do Brasil, do Vale dos Beneditinos, tendo como Grão Mestre o inesquecível brasileiro Joaquim Saldanha Marinho.

No período acima, que vai da fundação (1868) até a regularização (1869), foi Venerável a figura respeitável do Dr. Antônio Carlos, que igualmente ocupou o Altar na segunda administração, e primeira regular, que funcionou de 7 de julho de 1869 até 22 de agosto de 1870.

Na terceira e quarta administrações, foi Venerável o Dr. Américo Brasiliense, a partir de 1870/1871. Nas sétima e oitava, de 1874 a 1876, bem como na décima segunda e décima terceira, ocupou o altar da Loja "América", Luís Gama. As décima sétima e décima oitava, compreendendo os dois períodos de 1884/85 e 1885/86, foi Venerável Antonio Maria de Lobo Peçanha.

De 1889 a 1890, ou sejam, as vigésima primeira e vigésima segunda administrações, ficaram a cargo do emérito maçom Américo de Campos. Nesse período, foi proclamada a República em nosso país, no dia 15 de novembro de 1889, tendo Américo de Campos sido escolhido no novo regime para o alto cargo de Cônsul do Brasil em Nápoles, para onde foi e lá veio a falecer, sendo substituído no Altar por Arthur Gomes de Oliveira Campos.

Da vigésima terceira, até a trigésima sétima, ou melhor, de 1890 até 1910, durante vinte anos seguidos, foi Venerável da Loja "América", o poderoso irmão Caetano Nacarato, a quem esta oficina deve serviços relevantes, por isso seu nome, honrado ainda hoje, o tempo não conseguiu apagar.

Da sua figura de maçom verdadeiro, dentro da maior modéstia e perfeita simplicidade, disse Amadeu Amaral em discurso proferido no dia do quinquagésimo terceiro aniversário desta casa, em 9 de novembro de 1921, o seguinte:

"Refiro-me a esse homem tão simples, tão honrado, tão sincero e tão bom que se chamou Caetano Nacarato, coluna de bronze desta casa, amigo e irmão, que parecia mais um pai e um apóstolo e que, depois de ter convivido conosco dezenas de anos, quase dia a dia, deixou para surpresa e para saudade dos que ficaram, a impressão dolorida de uma separação antecipada".

Daí por diante, outras figuras ilustres ocuparam o Altar da "América", como Pedro Alexandrino de Almeida, Luís Piza, Dr. Caramurú Paes Leme e o eminente paulista Dr. Martim Francisco Filho, o preclaro Andrada, venerável honorário desta Oficina e, no dizer de Amadeo Amaral:

"Duplamente Venerável, Venerável pela graduação maçônica e pela rara aliança de talento, saber e de integridade, brilho e têmpera".

Finalmente, nesta parte sintética dos veneráveis desta Loja, cumpre lembrar o nome do poderoso irmão João Gallo, aquele que reergueu esta Oficina em 1921, ano em que foi iniciado nos nossos Augustos Mistérios o poeta Amadeu Amaral, orador durante o ano de 1922.

Disse Amadeu Amaral que Caetano Nacarato foi verdadeira coluna de bronze desta casa. Parodiando o ilustre poeta paulista, não temos dúvidas em afirmar, com convicção de quem não erra, que a Capitular Loja "América", no passado, foi verdadeira coluna de bronze do Oriente Paulista, senão do próprio Grande Oriente do Brasil. E ainda hoje, através dos seus beneméritos veneráveis, iniciados e filiados, é uma força viva de maçons, pugnando pelas liberdades humanas, pela filosofia do melhor viver, pelo equilíbrio das forças condutoras desta grande nação do continente sul-americano.

E não é apenas com palavra, porque nem sempre é possível concordar com a conhecida frase de Polônio, o irreverente personagem de um dos dramas de Shakespeare:

"Car le mot c‘este le verbe, et le verbe c‘est Dieu", que é outorgada tal importância àquela Loja, mas com fato.

RUY BARBOSA, esse grande político, orador, jurisconsulto notável e grande batalhador de causas imorredouras, como a abolição da escravatura no Brasil, que aqui se iniciou, ainda estudante, no dia 1o. de julho de 1869.

Foi no recindo da Loja "América" que ele, no ardor de seus 22 anos, em 1870, pronunciou inflamado discurso, onde propôs que os irmãos senhores de escravos, daquela data em diante, considerassem livres os filhos de mulher cativa. Foi ele, foi esta augusta Loja, que tiveram a honra de preceder de um ano a Lei do Ventre Livre, de 28 de setembro de 1871.

E, malgrado sua confessada tendêcia profana, Ruy jamais esqueceu as lições grandiosas que aqui recebeu, de bem amar ao próximo, de ser reto e bom no cumprimento dos seus deveres e no próprio caminho da vida.

De Emerson, lendo Ruy, nosso irmão Paulo Guedes, orador em 1952, cita o seguinte poema, verdadeira jóia:

"No leito da praia descançavam as conchas mimosas. As bolhas de espuma da última vaga ainda lhes alfofravam as pérolas de esmalte.

Nos rumores da marulhada estava-lhes sussurando o cântico do seu salvamento. Estremei-as das algas, enxuguei-as da espuma e volvi sôfrego a casa, com a safra do meu tesouro marinho. Mas as pobres criaturas esmaecidas e desgraciosas haviam deixado o encanto à beira do oceano, com o sol, a areia e o rugido bravio das ondas".

Com Ruy Barbosa, mesmo após seu afastamento dos trabalhos nas Oficinas, não se verificou o fenômeno das conchas do lindo poema de Emerson. Mesmo fora desta Loja, seguindo sua vocação de jurista e de parlamentar, não ficaram esmaecidas suas virtudes.

Uma prova disto é que, quando no cume de sua carreira profana, passou por São Paulo, na sua campanha denominada "Civilista", assim se referiu a esta Oficina e aos obreiros que aqui deixara:

"Mas, os que lhe estrelaram a nascença, verdade é que no círculo do seu alcance, foram sinceros, luminosos e edificantes. Deles me despedi com melancolia, neles ainda cismo com doçura".

Joaquim Aurélio Barreto Nabuco de Araújo, um dos maiores abolicionistas brasileiros, escritor e orador primoroso, poeta de escola, iniciado nesta loja em 1o. de dezembro de 1868, quando ainda estudante.

Juntamente com Ruy, foi um dos baluartes para a promulgação da lei do "Ventre Livre". Foi abolicionista sempre intransigente no seu ponto de vista. Daí jamais haver se esquecido da frase que tantas ocasiões repetiu, do grande cientista inglês Charles Darwin, o qual, ao atravessar as ruas de Recife, Estado de Pernambuco, ouvindo gemidos dos escravos disse:

"Graças a Deus, não tornarei mais a visitar um país de escravos.

Júlio Cezar Ribeiro, gramático e escritor de renome nacional. Filiou-se com 26 anos de idade, em 29 de agosto de 1870.

Américo Brasílico de Campos, que filiou-se aos 32 anos de idade, em 15 de julho de 1870. Grande jornalista, fundador da "Província de São Paulo", atual jornal "O Estado de São Paulo" e do "Diário Popular". Propagandista republicano e abolicionista. Foi na fase que antecedeu a fundação da Loja "América", uma das mais alvoroçadas do nosso passado político, como diz Amadeu Amaral:

"Que Américo de Campos se revelou tal qual era, tal como queria ser, tal como o conhecemos, tal como foi até os derradeiros momentos de sua permanência na terra".

Com o inesquecível Américo de Campos e seus contemporâneos, esta Loja auxiliou sob todos os primas, e constantemente, o combate à escravatura, que foi se intensificando de hora em hora.

Dr. Américo Brasiliense de Almeida Melo, advogado e Republicano. Foi Presidente de São Paulo. Filiou-se em 22 de agosto de 1870, com 37 anos de idade.

Dr. Bernardino de Menezes, advogado e intelectual, iniciado em 19 de março de 1869. Desempenhou as funções de representante junto ao Grande Oriente to Brasil.

Além desses, podemos ainda anotar, entre os que iluminaram esta Loja, Antunes Maciel, político na Monarquia e na República, iniciado em 13 de setembro de 1870;

Dr. Ferreira de Menezes, grande figura do jornalismo abolicionista; Dr. Paula Souza, Ministro da República, fundador da "Escola Politécnica de Engenharia" e seu diretor, por mais de vinte anos;

Martinho Prado, primoroso orador. Nos quadros de 1875, também vamos encontrar irmãos notáveis, como Beranrdino de Campos, Dr. Francisco Rangel Pestana, Dr. Rodrigo Otávio e Dr. Ubaldino do Amaral.

E para finalizar esta pequena "galeria dos ilustres" a Loja "América" contou ainda com Prudente de Moraes, republicano cem por cento, Pinheiro Machado e Brasílio dos Santos, lente da Faculdade de Direito.

Com tantas estrelas, não poderia deixar de brilhar, como efetivamente brilhou, esta benemérita casa. A respeito desses nomes, disse Amadeu Amaral:

"São marcos respandescentes da trajetória seguida pela Loja "América", desde o impulso inicial que lhe foi dado por seus generosos fundadores. Esses nomes resumem os anais desta Oficina.

Foi com eles que a Loja, depois de ter se batido pela liberdade do ventre escravo, se bateu pela liberdade do branco, pelas franquias e pelos progressos políticos e sociais conquistados antes e depois da Monarquia".

Na abolição da escravatura, já sabemos que a Loja precedeu de um ano a Lei do "Ventre Livre". Da sua Oficina, partiram os primeiros gritos de protesto contra a exploração do pobre negro escravo.

Resolvido o problema do ventre negro, não parou esta Casa. Não dormiu sobre os louros conseguidos. Continuou na luta cotidiana, intensa e consciente até a revogação total da escravatura no Brasil.

Lutou a "América" a boa luta: para ela, não bastava uma simples "abolição" que não representasse verdadeiramente a integração do elemento servil à sociedade:

liberto, pleno de direitos e com capacidade para participar em igualdade no jogo social. Preocupou-se a Loja com a questão maior da educação democratizada, das crianças e dos adultos. Manteve escolas diurnas e noturnas, gratuitas.

Também não permaneceu no campo da retórica. Na defesa de seus ideais e dos direitos inalienáveis do ser humano, promoveu fugas de escravos (juntamente com os Caifazes do irmão Antonio Bento da Loja Piratininga e outros da Loja Ypiranga).

Criou e sustentou o Quilombo do Jabaquara em Santos, onde à época da Lei "Áurea" havia mais de dez mil negros.

Após a libertação dos escravos (aliás considerada pelos intelectuais da Loja insuficiente, pois não garantiu a perfeita integração do negro á sociedade), passou a Loja "América" a pugnar pelo problema, então gravíssimo, da liberdade do branco, ou seja, por melhores progressos políticos.

O "segundo reinado" se enfraquecia, a sua orientação política era de completa negação, prejudicanto a pátria brasileira e comprometendo seriamente o seu futuro. Por isso, a Loja "América", segundo nos ensina a história, desde o primeiro dia de seu nascimento, exigia dos seus obreiros, o formal compromisso de trabalharem pela implantação da fórmula republicana.

Na qualidade de líder da democracia em terra paulista, esta Oficina esteve presente em todos os acontecimentos que envolveram a pátria, ou os seus filhos.

Na INSTRUÇÃO PÚBLICA, por exemplo, Américo de Campos, no biênio de 1870/1871, fez esta Loja patrocinar tão justa causa, fundando escolas noturnas, nas quais não era raro serem vistos eminentes vultos políticos como professores.

No CONFLITO RELIGIOSO, desenvolvido no Brasil no biênio 1871/1872, teve a Loja "América" papel preponderante. Como é do conhecimento de todos os maçons, naquela época surgiu uma pendência, por uns chamada de "religiosa", e por outros de "epíscopo-maçônica", questão que resultou que resultou da atitude do então Bispo de Olinda, Frei Vital Maria de Oliveira, secundado pelo Bispo do Pará, D. Antonio de Macedo Costa, que interditaram a entrada de maçons nas Igrejas, excluindo-os ainda das Confrarias e de todos os atos religiosos.

Então o Governo Brasileiro, através do seu Ministério Rio Branco, levantou esses interditos proibitórios e processou aqueles bispos, que foram condenados a quatro anos de prisão com trabalho. Posteriormente o próprio Governo os anistiou, ante a proposta do Conselho de Ministros e de conformidade com o art. 101 § 9o., da Constituição então vigente.

Quando o Visconde do Rio Branco e o Conselheiro Saldanha Marinho, tomaram atitude contra os Bispos, referindo-se seus interditos, foi esta Oficina, na comunidade maçônica quem mais se destacou, pelo ardor nas iniciativas de apoio ao mencionado Ministério, fazendo várias Assembléias Maçônicas, em defesa dos postulados de liberdade dos seus irmãos.

Na Saúde Pública de São Paulo, também esta Loja deixou seu marco, no ano de 1889, na terrível epidemia que assolou a cidade de Santos, organizando e sustentando uma turma de enfermeiras.

Entre os anos de 1894 e 1895 o Brasil inteiro necessitava de descanço e os seus mais eminentes filhos reclamavam a pacificação no Rio Grande do Sul, onde ainda ardiam as paixões do tempo de Floriano.

Partiu da Loja "América" a idéia de serem conferidos plenos e amplos poderes ao grande Venerável para promover e obter, no Rio de Janeiro, a tão ambicionada pacificação, tendo então esta Casa proferido palavras que ficaram na história como, por exemplo:

"Fosse como fosse. Basta de sangue."

Efetivamente, graças à sua enérgica atuação, a paz voltou a reinar no Rio Grande do Sul.E, antes mesmo dessa drástica solução, a Loja já havia intervido nesse mesmo caso da pacificação do Sul, evitando o fuzilamento do bravo e poderoso irmão Isidoro Fernandes, que estava prisioneiro dos revoltosos.Sempre que a ordem pública necessitava, a Loja "América" era a primeira a intervir, como no ano de 1896, onde grandes conflitos se sucederam em nossa pátria, precipuamente no Estado de São Paulo, conseqüência da questão conhecida como dos PROTOCOLOS ITALIANOS. Sentindo a gravidade da continuação de tais anomalias, esta Casa resolveu telegrafar ao Grande Venerável em Santos, convidando-o em termos enérgicos a intervir maçonicamente em prol da ordem pública. E, como sempre acontecia, a vitória desta benemérita Oficina não tardou, vendo seis dias após, quando cessaram todas as perturbações então existentes.

Ainda, em 1931, esta Loja, líder de fato e de direito da Democracia no âmbito maçônico, foi a primeira a dar o grito de alarme contra o chamado ESTADO NOVO, organismo incompatível com a nossa República Federativa e com as tendências reconhecidamente liberais do povo brasileiro.

No dia 11 de março do aludido ano, em memorável sessão, foi aprovada a convocação de uma "Assembléia Constituinte", a se reunir dentro de seis meses, e tal proposta aprovada foi enviada para todas as congêneres, em todo o território nacional.Aqui deve-se colocar o período compreendido entre 1950 e o atual, inclusive com a reintrodução do RITO BRASILEIRO e a menção aos OBREIROS ILUSTRES JÁ FALECIDOS DESTA LOJA, DESTE PERÍODO (ASSAD, ILCIO, OTAVIANO)...A solidariedade maçônica, dentro da Loja "América", sempre foi imensa, a ponto de atingir o próprio mundo profano. Esta Oficina sempre se esforçou por manter unificada a integridade dos princípios professados. A solidariedade maçônica, esse apanágio quase divino, dentro do mundo exterior e profano, foi grande nesta cada, defendida como algo sagrado.Por essa solidariedade e sua rigorosa observância, chegou a atos de sacrifícios e de excepcional energia. Nas perturbações políticas como, por exemplo aquela que derrubou o governo do poderoso irmão Dr. Américo Brasiliense, e na revolta armada sob a chefia de Floriano Peixoto, deu provas do seu rigor, na manutenção dos invioláveis deveres da grande solidariedade maçônica.Nestas duas ocasiôes mostradas como exemplos, muitos sofreram vexames e perigos, mas, esta Loja, com suas forças benéficas, com o potencial do seu prestígio em todas as camadas sociais, a tudo conseguiu superar, pois aos seus obreiros sobravam coragem e diligência.ContatoR. Apeninos, 515 - Paraíso São Paulo - SP 01533-000 Entrar em ContatoRedes SociaisAcesse nossa Página no FacebookNos acompanhe no TwitterSiga-nos no InstagramCopyright © 1868 Loja Maçônica América



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[28702] Maçonaria e Educação. Contribuições para o ideário republicano. Fernando da Silva Magalhães. Universidade do Estado do Rio de Janeiro Centro de Educação e Humanidades Faculdade de Educação
01/01/2013


Antônio Carlos Ribeiro de Andrada Machado e Silva
Data: 01/01/1858
Créditos/Fonte: Sébastien Auguste Sisson (1824–1898)
((**)


ID: 3939



ME|NCIONADOS
ATUALIZAR!!!
EMERSON

  


Sobre o Brasilbook.com.br

Freqüentemente acreditamos piamente que pensamos com nossa própria cabeça, quando isso é praticamente impossível. As corrêntes culturais são tantas e o poder delas tão imenso, que você geralmente está repetindo alguma coisa que você ouviu, só que você não lembra onde ouviu, então você pensa que essa ideia é sua.

A famosa frase sobre Titanic, “Nem Deus pode afundar esse navio”, atribuída ao capitão do transatlântico, é amplamente conhecida e frequentemente associada ao tripulante e a história de criação, no entanto, muitos podem se surpreender ao saber que essa citação nunca existiu. Diversos historiadores e especialistas afirmam que essa declaração é apenas uma lenda que surgiu ao longo do tempo, carecendo de evidências concretas para comprová-la. [29787]

Existem inúmeras correntes de poder atuando sobre nós. O exercício de inteligência exige perfurar essa camada do poder para você entender quais os poderes que se exercem sobre você, e como você "deslizar" no meio deles.

Isso se torna difícil porque, apesar de disponível, as pessoas, em geral, não meditam sobre a origem das suas ideias, elas absorvem do meio cultural, e conforme tem um sentimento de concordância e discordância, absorvem ou jogam fora.

meditam sobre a origem das suas ideias, elas absorvem do meio cultural, e conforme tem um sentimento de concordância e discordância, absorvem ou jogam fora.Mas quando você pergunta "qual é a origem dessa ideia? De onde você tirou essa sua ideia?" Em 99% dos casos pessoas respondem justificando a ideia, argumentando em favor da ideia.Aí eu digo assim "mas eu não procurei, não perguntei o fundamento, não perguntei a razão, eu perguntei a origem." E a origem já as pessoas não sabem. E se você não sabe a origem das suas ideias, você não sabe qual o poder que se exerceu sobre você e colocou essas idéias dentro de você.

Então esse rastreamento, quase que biográfico dos seus pensamentos, se tornaum elemento fundamental da formação da consciência.


Desde 17 de agosto de 2017 o site BrasilBook se dedicado em registrar e organizar eventos históricos e informações relevantes referentes ao Brasil, apresentando-as de forma robusta, num formato leve, dinâmico, ampliando o panorama do Brasil ao longo do tempo.

Até o momento a base de dados possui 30.439 registros atualizados frequentemente, sendo um repositório confiável de fatos, datas, nomes, cidades e temas culturais e sociais, funcionando como um calendário histórico escolar ou de pesquisa.

Fernando Henrique Cardoso recupera a memória das mais influentes personalidades da história do país.

Uma das principais obras do barão chama-se "Efemérides Brasileiras". Foi publicada parcialmente em 1891 e mostra o serviço de um artesão. Ele colecionou os acontecimentos de cada dia da nossa história e enquanto viveu atualizou o manuscrito. Vejamos o que aconteceu no dia 8 de julho. Diz ele:
1. Em 1691 o padre Samuel Fritz, missionário da província castelhana dos Omáguas, regressa a sua missão, depois de uma detenção de 22 meses na cidade de Belém do Pará (ver 11 de setembro de 1689).
2. Em 1706 o rei de Portugal mandou fechar uma tipografia que funcionava no Recife.
3. Em 1785 nasceu o pai do Duque de Caxias.
4. Em 1827 um tenente repeliu um ataque argentino na Ilha de São Sebastião.
5. Em 1869 o general Portinho obriga os paraguaios a abandonar o Piraporaru e atravessa esse rio.
6. Em 1875 falece no Rio Grande do Sul o doutor Manuel Pereira da Silva Ubatuba, a quem se deve a preparação do extractum carnis, que se tornou um dos primeiros artigos de exportação daquela parte do Brasil.

Ainda bem que o barão estava morto em 2014 julho que a Alemanha fez seus 7 a 1 contra o Brasil.

Ou seja, “história” serve tanto para fatos reais quanto para narrativas inventadas, dependendo do contexto.

A famosa frase sobre Titanic, “Nem Deus pode afundar esse navio”, atribuída ao capitão do transatlântico, é amplamente conhecida e frequentemente associada ao tripulante e a história de criação.No entanto, muitos podem se surpreender ao saber que essa citação nunca existiu. Diversos historiadores e especialistas afirmam que essa declaração é apenas uma lenda que surgiu ao longo do tempo, carecendo de evidências concretas para comprová-la.Apesar de ser um elemento icônico da história do Titanic, não existem registros oficiais ou documentados de que alguém tenha proferido essa frase durante a viagem fatídica do navio.Essa afirmação não aparece nos relatos dos passageiros, nas transcrições das comunicações oficiais ou nos depoimentos dos sobreviventes.

Para entender a História é necessário entender a origem das idéias a impactaram. A influência, ou impacto, de uma ideia está mais relacionada a estrutura profunda em que a foi gerada, do que com seu sentido explícito. A estrutura geralmente está além das intenções do autor (...) As vezes tomando um caminho totalmente imprevisto pelo autor.O efeito das idéias, que geralmente é incontestável, não e a História. Basta uma pequena imprecisão na estrutura ou erro na ideia para alterar o resultado esperado. O impacto das idéias na História não acompanha a História registrada, aquela que é passada de um para outro”.Salomão Jovino da Silva O que nós entendemos por História não é o que aconteceu, mas é o que os historiadores selecionaram e deram a conhecer na forma de livros.

Aluf Alba, arquivista:...Porque o documento, ele começa a ser memória já no seu nascimento, e os documentos que chegam no Arquivo Nacional fazem parte de um processo, político e técnico de escolhas. O que vai virar arquivo histórico, na verdade é um processo político de escolhas, daquilo que vai constituir um acervo que vai ser perene e que vai representar, de alguma forma a História daquela empresa, daquele grupo social e também do Brasil, como é o caso do Arquivo Nacional.

A história do Brasil dá a idéia de uma casa edificada na areia. É só uma pessoa encostar-se na parede, por mais reforçada que pareça, e lá vem abaixo toda a grampiola."

titanic A história do Brasil dá a idéia de uma casa edificada na areia. É só uma pessoa encostar-se na parede, por mais reforçada que pareça, e lá vem abaixo toda a grampiola."

(...) Quem já foi ministro das relações exteriores como eu trabalha numa mesa sobre a qual a um pequeno busto do barão. É como se ele continuasse lá vigiando seus sucessores.Ele enfrentou as questões de fronteiras com habilidade de um advogado e a erudição de um historiador. Ele ganhava nas arbitragens porque de longe o Brasil levava a melhor documentação. Durante o litígio com a Argentina fez com que se localiza-se o mapa de 1749, que mostrava que a documentação adversária estava simplesmente errada.Esse caso foi arbitrado pelo presidente Cleveland dos Estados Unidos e Rio Branco preparou a defesa do Brasil morando em uma pensão em Nova York. Conforme registrou passou quatro anos sem qualquer ida ao teatro ou a divertimento.Vitorioso nas questões de fronteiras tornou-se um herói nacional. Poderia desembarcar entre um Rio, coisa que Nabuco provavelmente faria. O barão ouviu a sentença da arbitragem em Washington e quieto tomou o navio de volta para Liverpool. Preferia viver com seus livros e achava-se um desajeitado para a função de ministro.



"Minha decisão foi baseada nas melhores informações disponíveis. Se existe alguma culpa ou falha ligada a esta tentativa, ela é apenas minha."Confie em mim, que nunca enganei a ninguém e nunca soube desamar a quem uma vez amei.“O homem é o que conhece. E ninguém pode amar aquilo que não conhece. Uma cidade é tanto melhor quanto mais amada e conhecida por seus governantes e pelo povo.” Rafael Greca de Macedo, ex-prefeito de Curitiba


Edmund Way Tealeeditar Moralmente, é tão condenável não querer saber se uma coisa é verdade ou não, desde que ela nos dê prazer, quanto não querer saber como conseguimos o dinheiro, desde que ele esteja na nossa mão.