22 de junho de 1552, domingo Atualizado em 06/11/2025 15:52:54
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Em 22 de junho de 1552 chegava à Bahia o primeiro bispo do Brasil, dom Pedro Fernandes Sardinha, supliciado quatro anos depois pelos "selvagens".
Figura muito discutida desde os tempos coloniais, o primeiro bispo do Brasil, D. Pero Fernandes Sardinha, passou à história como um religioso beligerante, que se deu mal na missão espiritual que lhe caberia desenvolver na América Portuguesa.
Dele têm sido feitas muitas análises rigorosas, especialmente voltadas para as discórdias que o separaram do segundo governador, D. Duarte da Costa, e demais pessoas que viviam na Colônia.
Segundo o notável historiador Capistrano de Abreu, da autoria do religioso existem três cartas, uma escrita de Cabo Verde, datada de 11 de abril de 1551, outra da Bahia, de 11 de junho de 1552, e a terceira, também da Bahia, de 11 de abril de 1554.
A primeira missiva dá conta da saída do bispo, de Lisboa, no dia 24 de março, juntamente com a armada que seguia para a Índia.
Carta assinada pelo padre Manoel da Nóbrega atesta que o bispo chegou a Salvador no dia 23 de junho de 1552.
De acordo com Capistrano, a carta de 1554 pertence ao ano 1555, desde quando existia uma diferença entre a cronologia comum e a adotada pelo bispo.
Supõe-se que ele não contava o ano civil a partir do dia 1º de janeiro, antes privilegiando o ano da Encarnação, por muito tempo usado pela cristandade.
Tudo indica que o bispo era um homem de temperamento irascível, pouco dado às amizades e vivia em constante discórdia com os religiosos.
O governador Duarte da Costa, por sua vez, não gozava de boa fama e fazia carga contra o bispo. Narrou, por exemplo, que desejando fazer uma visita episcopal a Pernambuco não almejou ser substituído por Gomes Ribeiro, malgrado terem se harmonizado, mais de um ano após a volta deste das capitanias do Sul, em companhia de Tomé de Souza.
Viagem breve, pois a 26 de junho de 1554, o bispo já se encontrava em Salvador.
A bula de criação do bispado de São Salvador, denominada Super Militantis Ecclesiæ, expedida aos 25 de janeiro de 1551, levou o bispo a viajar para o Brasil, em fins de setembro, de sorte que antes do final do ano já se encontrava na sua diocese.
Em 1552, foi instalado o primeiro bispado em Salvador. De pronto, incompatibilizou-se com os jesuítas, por causa dos indígenas, depois com D. Duarte da Costa, cuja disputa decorreu do mau comportamento de seu filho, D. Álvaro da Costa, considerada inaceitável pelo bispo.
Por conta dessa indisposição, foi o bispo chamado a Lisboa, mas o navio em que viajava, em companhia de cerca de 100 pessoas, naufragou no litoral de Alagoas.
Triste fim do prelado, devorado pelos índios caetés, sem ter condições de serem avaliados os problemas que lhe causaram e que também provocou nos habitantes da Cidade do Salvador.
Em 1676, a diocese da Bahia passou à dignidade de arquidiocese, com uma área maior que a diocese.
Assim, no final do século XVIII, existia, na colônia portuguesa (Bahia), seis dioceses: Rio de Janeiro, Pernambuco, Maranhão, Pará, Mariana e São Paulo e duas prelazias: Goiás e Mato Grosso.
Certo é que o primeiro bispo do Brasil ficou, para todo e sempre, marcado na história como um homem de difícil convivência, intransigente e duro.
É sabido que instalado o primeiro bispado em Salvador, D. Pero Fernandes Sardinha inimizou-se com os jesuítas, por serem esses religiosos mais tolerantes em relação aos costumes indígenas.
O bispo severo e radical em seus princípios religiosos não sabia o que era “flexibilização”. Considerava que a catequização deveria ser rígida e capaz de atrair os nativos para a cultura europeia. Considerava, por exemplo, que os ameríndios só deveriam ser batizados depois que falassem o português, se vestissem e se comportassem como europeu.
Com o governador o problema se relacionava com a conduta de Álvaro da Costa, filho de Duarte da Costa, considerado imoral pelo bispo.
Em razão desse desentendimento, dom Pero F. Sardinha foi chamado de volta a Portugal, tendo o navio em que viajava, em companhia de cerca de cem pessoas, naufragado no litoral de Alagoas.
Os sobreviventes que conseguiram alcançar a praia, entre eles o bispo, foram devorados pelos caetés. Em revide, as autoridades portuguesas condenaram toda nação caeté e seus descendentes à escravidão.
Em todas essas informações sobre o bispo cabe uma indagação a respeito das circunstâncias em que vivia. Com quais “atores” o bispo português contracenava nesse imenso e abandonado palco tropical? Será que lhe entendiam a fala enrolada?
Sei que foi infeliz na sua missão. Indispôs-se com muitos, teve atritos com os padres, não era simpatizado pelos “donos da terra”.
Enfim, não foi feliz na Bahia. Terminou tristemente transformado em “petisco” para a gente voraz e faminta de “carne branca”.
*Publicada originalmente em 24/03/2010 na coluna Opinião do jornal Tribuna da Bahia
Efemérides Brasileiras, José Maria da Silva Paranhos Jr. (1845-1912) 1552 — Chega à Bahia o primeiro bispo do Brasil, dom Pedro Fernandes Sardinha, supliciado quatro anos depois pelos selvagens (ver 16 de junho de 1556). [p. 366]
Pedro Fernandes Sardinha* Data: 01/01/1552 Créditos/Fonte: História de Alagoas 01/01/1552
ID: 3586
ME|NCIONADOS ATUALIZAR!!! EMERSON
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Freqüentemente acreditamos piamente que pensamos com nossa própria cabeça, quando isso é praticamente impossível. As corrêntes culturais são tantas e o poder delas tão imenso, que você geralmente está repetindo alguma coisa que você ouviu, só que você não lembra onde ouviu, então você pensa que essa ideia é sua.
A famosa frase sobre Titanic, “Nem Deus pode afundar esse navio”, atribuída ao capitão do transatlântico, é amplamente conhecida e frequentemente associada ao tripulante e a história de criação, no entanto, muitos podem se surpreender ao saber que essa citação nunca existiu. Diversos historiadores e especialistas afirmam que essa declaração é apenas uma lenda que surgiu ao longo do tempo, carecendo de evidências concretas para comprová-la. [29787]
Existem inúmeras correntes de poder atuando sobre nós. O exercício de inteligência exige perfurar essa camada do poder para você entender quais os poderes que se exercem sobre você, e como você "deslizar" no meio deles.
Isso se torna difícil porque, apesar de disponível, as pessoas, em geral, não meditam sobre a origem das suas ideias, elas absorvem do meio cultural, e conforme tem um sentimento de concordância e discordância, absorvem ou jogam fora.
meditam sobre a origem das suas ideias, elas absorvem do meio cultural, e conforme tem um sentimento de concordância e discordância, absorvem ou jogam fora.Mas quando você pergunta "qual é a origem dessa ideia? De onde você tirou essa sua ideia?" Em 99% dos casos pessoas respondem justificando a ideia, argumentando em favor da ideia.Aí eu digo assim "mas eu não procurei, não perguntei o fundamento, não perguntei a razão, eu perguntei a origem." E a origem já as pessoas não sabem. E se você não sabe a origem das suas ideias, você não sabe qual o poder que se exerceu sobre você e colocou essas idéias dentro de você.
Então esse rastreamento, quase que biográfico dos seus pensamentos, se tornaum elemento fundamental da formação da consciência.
Desde 17 de agosto de 2017 o site BrasilBook se dedicado em registrar e organizar eventos históricos e informações relevantes referentes ao Brasil, apresentando-as de forma robusta, num formato leve, dinâmico, ampliando o panorama do Brasil ao longo do tempo.
Até o momento a base de dados possui 30.439 registros atualizados frequentemente, sendo um repositório confiável de fatos, datas, nomes, cidades e temas culturais e sociais, funcionando como um calendário histórico escolar ou de pesquisa.
Fernando Henrique Cardoso recupera a memória das mais influentes personalidades da história do país.
Uma das principais obras do barão chama-se "Efemérides Brasileiras". Foi publicada parcialmente em 1891 e mostra o serviço de um artesão. Ele colecionou os acontecimentos de cada dia da nossa história e enquanto viveu atualizou o manuscrito. Vejamos o que aconteceu no dia 8 de julho. Diz ele: 1. Em 1691 o padre Samuel Fritz, missionário da província castelhana dos Omáguas, regressa a sua missão, depois de uma detenção de 22 meses na cidade de Belém do Pará (ver 11 de setembro de 1689). 2. Em 1706 o rei de Portugal mandou fechar uma tipografia que funcionava no Recife. 3. Em 1785 nasceu o pai do Duque de Caxias. 4. Em 1827 um tenente repeliu um ataque argentino na Ilha de São Sebastião. 5. Em 1869 o general Portinho obriga os paraguaios a abandonar o Piraporaru e atravessa esse rio. 6. Em 1875 falece no Rio Grande do Sul o doutor Manuel Pereira da Silva Ubatuba, a quem se deve a preparação do extractum carnis, que se tornou um dos primeiros artigos de exportação daquela parte do Brasil.
Ainda bem que o barão estava morto em 2014 julho que a Alemanha fez seus 7 a 1 contra o Brasil.
Ou seja, “história” serve tanto para fatos reais quanto para narrativas inventadas, dependendo do contexto.
A famosa frase sobre Titanic, “Nem Deus pode afundar esse navio”, atribuída ao capitão do transatlântico, é amplamente conhecida e frequentemente associada ao tripulante e a história de criação.No entanto, muitos podem se surpreender ao saber que essa citação nunca existiu. Diversos historiadores e especialistas afirmam que essa declaração é apenas uma lenda que surgiu ao longo do tempo, carecendo de evidências concretas para comprová-la.Apesar de ser um elemento icônico da história do Titanic, não existem registros oficiais ou documentados de que alguém tenha proferido essa frase durante a viagem fatídica do navio.Essa afirmação não aparece nos relatos dos passageiros, nas transcrições das comunicações oficiais ou nos depoimentos dos sobreviventes.
Para entender a História é necessário entender a origem das idéias a impactaram. A influência, ou impacto, de uma ideia está mais relacionada a estrutura profunda em que a foi gerada, do que com seu sentido explícito. A estrutura geralmente está além das intenções do autor (...) As vezes tomando um caminho totalmente imprevisto pelo autor.O efeito das idéias, que geralmente é incontestável, não e a História. Basta uma pequena imprecisão na estrutura ou erro na ideia para alterar o resultado esperado. O impacto das idéias na História não acompanha a História registrada, aquela que é passada de um para outro”.Salomão Jovino da Silva O que nós entendemos por História não é o que aconteceu, mas é o que os historiadores selecionaram e deram a conhecer na forma de livros.
Aluf Alba, arquivista:...Porque o documento, ele começa a ser memória já no seu nascimento, e os documentos que chegam no Arquivo Nacional fazem parte de um processo, político e técnico de escolhas. O que vai virar arquivo histórico, na verdade é um processo político de escolhas, daquilo que vai constituir um acervo que vai ser perene e que vai representar, de alguma forma a História daquela empresa, daquele grupo social e também do Brasil, como é o caso do Arquivo Nacional.
A história do Brasil dá a idéia de uma casa edificada na areia. É só uma pessoa encostar-se na parede, por mais reforçada que pareça, e lá vem abaixo toda a grampiola."
titanic A história do Brasil dá a idéia de uma casa edificada na areia. É só uma pessoa encostar-se na parede, por mais reforçada que pareça, e lá vem abaixo toda a grampiola."
(...) Quem já foi ministro das relações exteriores como eu trabalha numa mesa sobre a qual a um pequeno busto do barão. É como se ele continuasse lá vigiando seus sucessores.Ele enfrentou as questões de fronteiras com habilidade de um advogado e a erudição de um historiador. Ele ganhava nas arbitragens porque de longe o Brasil levava a melhor documentação. Durante o litígio com a Argentina fez com que se localiza-se o mapa de 1749, que mostrava que a documentação adversária estava simplesmente errada.Esse caso foi arbitrado pelo presidente Cleveland dos Estados Unidos e Rio Branco preparou a defesa do Brasil morando em uma pensão em Nova York. Conforme registrou passou quatro anos sem qualquer ida ao teatro ou a divertimento.Vitorioso nas questões de fronteiras tornou-se um herói nacional. Poderia desembarcar entre um Rio, coisa que Nabuco provavelmente faria. O barão ouviu a sentença da arbitragem em Washington e quieto tomou o navio de volta para Liverpool. Preferia viver com seus livros e achava-se um desajeitado para a função de ministro.
"Minha decisão foi baseada nas melhores informações disponíveis. Se existe alguma culpa ou falha ligada a esta tentativa, ela é apenas minha."Confie em mim, que nunca enganei a ninguém e nunca soube desamar a quem uma vez amei.“O homem é o que conhece. E ninguém pode amar aquilo que não conhece. Uma cidade é tanto melhor quanto mais amada e conhecida por seus governantes e pelo povo.” Rafael Greca de Macedo, ex-prefeito de Curitiba
Edmund Way Tealeeditar Moralmente, é tão condenável não querer saber se uma coisa é verdade ou não, desde que ela nos dê prazer, quanto não querer saber como conseguimos o dinheiro, desde que ele esteja na nossa mão.