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Etepararange
31/07/2022

Realidade universal que "se pobres escrevem, seus livros não são publicados", e mesmo entre os mais capazes ($) pais, pouquíssimos aconselham seus filhos á História. E falta o tempo, maioria "quer apenas que seus filhos tenham nome de Santo, o nome mais bonito".

Mesmo se, afinal, para nenhum aluno tem valor saber "quem, quando ou porque descobriram o Brasil", verdade que, “moralmente, é tão condenável não querer saber se uma coisa é verdade ou não, desde que ela nos dê prazer, quanto não querer saber como conseguimos o dinheiro, desde que ele esteja na nossa mão”.

Facilmente podemos "medir" a História de Sorocaba pelo atual brasão, que simboliza somente aos que interessam. (imagens 2 e 3).

ITUPARANGA

Os topônimos são um problema recorrente na História de Sorocaba. Geralmente não sabemos "quem, quando ou porque", como a atual bandeira de Sorocaba, adotada por lei em 22 de fevereiro de 1954, curiosamente desconhece-se a autoria do desenho [11].

Além de escreverem, sem provas, que os nativos chamavam "Itú-pararanga" as cachoeiras barulhentas [9], em toda História colonial do Brasil, nenhum documento registra a "Itupararanga", ou mesmo variantes dela, menos ainda "na e a" serra de "São Francisco".

A História do Brasil foi escrita pela Geografia! Existem muitas "Ytús" (cachoeiras) e "Cubatões" (rios que caem), mas, sem dúvidas, somente uma "Votorantim", corruptela do Ybytyra-tin, "uma cachoeira branca, numa encosta alta, coberta de alvo manto de espumas".

A cachoeira "resplandecente" estava no caminho que todos iam morrendo, buscando sonho da Sabarabuçú [12]. É a Ytu-tinga registrada já em fevereiro de 1533, na importante concessão de terras a um Cavaleiro da Ordem de Cristo [1] e omitido no trecho do incrível relato do ilustre pirata inglês, Anthony Knivet (1560-1649), que diz:

"Esses nativos não trabalham nas minas de ouro, como fazem os espanhóis, mas só pegam os pedaços que encontram quando a chuva leva a terra: pois onde estão as minas de ouro não há árvores, mas são montanhas secas de terra preta (voturuna; ibiúna) (..) e a montanha onde encontram esse grande depósito de ouro chama-se Etepararange: se esses tivessem o conhecimento de Deus, posso dizer com ousadia que não há nenhum no mundo como eles." [3]

A construção da represa danificou a Geografia e quem denominou-a Itupararanga... Hum, quem seria essa pessoa? Em 1887 o imperador D. Pedro II visitou

este salto ou cachoeira propriamente dito, de uma importância queda, formada por dois degraus, tendo o primeiro 7,60 metros de altura e o segundo 14,12 metros, obtendo a altura toral de 24,56 metros para a cachoeira do Votorantim propriamente dita; contínua, porém, para cima essa gigantesca escada. [6]

Em 3 de novembro de 1899 Basílio de Magalhães escreveu ao amigo Simplício:

"Meu caro Simplício. - Bem sabemos que, com grande prazer e tenaz perseverança, me dedico, ha muito tempo, ao estudo prático e teórico do famoso idioma dos nossos fetichistas.

Não posso, portanto, deixar que corram mundo duas recentes heresias, provocadas pelo quase completo desconhecimento da língua tupy-guarany por parte dos nossos homens de letras.

A primeira é a significação atribuída a "ytuverava" por ilustre membro da alta câmara paulista. Justificando o projeto de mudança do nome "Carmo da Franca" para aquele vocábulo tupy, afirmou o conspícuo senador que "ytuverava" quer dizer "cachoeira branca".

Pois não é: - é, sim, cachoeira brilhante ou resplandescente. Cachoeira branca seria ytutinga na doce linguagem dos nossos míseros selvícolas, tinga, forma contraste de mborotinga, é que corresponde ao descritivo branco, ao passo que berabe ou verava (no nheengatú, pois o abanheen apocopa normalmente a ultima silaba dos polissílabos tupys) equivale ao qualificativo brilhante ou resplandecente.

Assim o nome da cidade mineira de Uberaba (yberaba, no nheengatú) vale o mesmo que rio ou água brilhante.

A grafia Piráçununga, adotada para o título de uma gazeta ha pouco surta na cidade daquela denominação, tem sido alvo de motejos por parte de alguns folcicularios que, por habituados a escrever Pirassununga, supuseram logo não passasse aquela outra forma de cabeluda asnice. Asseguro-te que os taes se enganam redondamente.

Explique-se a coisa: - do pirá, peixe, o cynynga, ronco ou sibilo, devia muito naturalmente resultar em Piracynynca, isto é, ronco ou sibilo de peixe. Sendo o u, porém, de dificílima pronunciação, a língua dos nossos caipiras o trocou muitas vezes pelo u (como Pirituba, de Pirityba, juncal), donde a forma Piruçununca.

E, como os entendidos nesta matérias têm ordenado que no tupy-guarany se empregue ç em vez do s, por não ter aquele idioma o som sibilante peculiar ao segundo dos dois caracteres gráficos, é-me licito concluir que a forma Piraçununga é preferível a Pirassununca.

E, por hoje, basta, que isto de tupy-guarany também cança. Fico, porém, de alcateá, e asseguro-te, meu Simplício, que, de ora em diante, em se tratando de nheengatús e abanheens, não deixarei passar gato por lebre.

Espero que o estudioso indigenista, não de arco e flecha como os nossos ancestrais das selvas, mas de pena em punho, continue a dar caça a esses gatos, muito mais nocivos, sem duvida, que os já famosos ratos da capital artística, cotados ultimamente a 300 réis por cabeça!"
[8]

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Fontes/Referências:

[1] "Algumas notas genealo´gicas : livro de familia : Portugal, Hespanha, Flandres-Brabante, Brazil, Sa~o Paulo-Maranha~o : se´culos XVI-XIX" / "Histo´ria das misso~es orientais do Uruguai" / Genearc

[2] Sesmarias: 1602-1642 (1921) Departamento do Arquivo do Estado de São Paulo p. 33, 34, 35 / projetocompartilhar.org/sesmarias.htm

[3] https://brasilbook.com.br/r.asp?r=23864

[4] Documentos Publicados pelo Arquivo do Estado de São Paulo. Tipografia Piratininga, SP, 1921. VOLUME I

[5] Peregrinação pela Província de S. Paulo: 1860-1861, 1862. Augusto Emílio Zaluar (1825-1882)

[6] Revista de Engenharia, 1887.

[7] Jornal Correio Paulistano, 14.06.1893

[8] Basílio de Magalhães, 08.11.1899. Jornal Correio Paulistano

[9] “O Tupi na Geographia Nacional” (1901) Teodoro Sampaio / p. 304

[10] Revista da Sociedade de Geografia do Rio de Janeiro, Tomo XLIX, 1942.

[11] memorialsorocaba.com.br/bandeira-de-sorocaba

[12] “Memória Histórica de Sorocaba: Parte I” (21/12/1964) Aluísio de Almeida p. 336 / 346

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