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Araçoiaba?
A História de Sorocaba aparenta uma casa edificada na areia, com paredes de areia, em uma praia e ainda a mercê das marés... É recente que "inventaram" significar Araçoiaba "esconderijo do sol". Já em 1901 Theodoro Sampaio escreveu:
- ARAÇOY ABA s.c. Ara-açoyaba, o anteparo contra o tempo; o chapéu. Nome dado comumente a montes isolados com a forma de uma copa de chapéu. São Paulo.
- BIRAÇOYABA corr. Ybyrá-açoyaba, a cobertura ou anteparo de madeira. [8]
Diz José Joaquim Machado de Oliveira (1790-1867) em seu "Quadro Histórico da Província de São Paulo de 1864":
O morro, a que modernamente se dá o nome de Araçoiaba, derivado de Araçeyambaê, que lhe deram os índios, e que na primitiva era conhecido com o de Biraçoyava, e pelos portugueses, Morro do Ferro sendo unicamente reconhecida a sua forma exterior e circunjacências pelos primeiros colonos, que, partindo de Piratininga, penetraram as matas que ficavam ao poente do país tomado aos Guayanás, essa formação da natureza de uma bela miragem foi em 1590 visitada, e, no alcance desse tempo, geologicamente analisada pelo paulista Afonso Sardinha. [7] |
Data de 14 de julho de 1601 o primeiro documento a mencionar o local. Este, registra-o como "Obiracoyava". Aliás, em documentos dos séculos XVI e XVII, lê-se quase sempre Biraçoyaba ou Byraçoyaba, exprimindo "chapéu de couro", talvez pela semelhança do perfil da montanha com a cópia de um chapéu. [1]
Em 20 de setembro de 1606, entre os "quatorze locais com ouro", consta Berusucaba ou Ibiraçoiaba. [3] Informação confirmada em 1625 por Jean de Laet. [4]Curioso o documento datado em "11 de junho de 1629 nesta vila de Santa Anna da Pernaíba":
apareceu Balthazar Fernandes procurador de Benta Dias dona viúva sua irmã requerendo que fosse a casa digo ao juiz Manuel da Costa de Pino fosse á casa da dita viúva comigo tabelião porque era necessário assim para efeito de se botar no inventário que se fez falecimento de seu marido algumas coisas que (...) da fazenda que eles tinham em Birachoiassava e o dito juiz comigo tabelião fomos á casa da dita viúva onde ela logo em presença do dito juiz disse que da fazenda que em Birachoiava tinha, tinha posto um casal de peças de guarda da dita fazenda o qual casal ou o negro sem ordem sua dela desmanchara e desbaratara a dita fazenda vendendo o milho e mantimentos e criação que lá tinha aos homens que foram e vieram do sertão que mandando ela dita viúva (...) gente digo peças ver como estava a dita fazenda e acharam tudo desbaratado e se vieram com este alvitre trazendo uma pouca de ferramenta e umas espadas velhas, e um facão grande e uns calções usados dizendo que era aquilo o procedido de toda a fazenda de Biraxoiava pelo que requeria a sua mercê o mandasse botar tudo em inventário o que visto pelo dito juiz mandou a mim tabelião o fizesse de que fiz este termo e o assinou o dito juiz com o procurador da dita viúva em o dia atrás declarado e eu Manuel Dias tabelião o escrevi. Manuel Dias, Manuel da Costa de Pino e Balthazar Fernandes. [5]
Em 1862 Francisco Luiz d´Abreu Medeiros (1818-1864), professor a lecionar na primeira escola de Sorocaba, ainda não nomeava o local como "Araçoiaba":
O viajor que se dirige a Sorocaba pelas estradas de São Paulo ou de Itú, distante uma légua mais ou menos, descobre toda a cidade em um majestade e sublime quadro, como se ela houvera surgido do fundo de um imenso vale por se colocar no mais alto da colina; espraia seus olhos em derredor, e vê extensos campos, crescidas árvores e serra verdejantes, e lá, ao longe, o elevado monte de Arassoiava, que parece tocar o céu.
Esta povoação foi fundada em 1670, e depois ereta em vila. É considerável e florescente, tanto por ser o lugar onde se trata de negociações dos animais cavalares, muares e vacum, que se conduzem das partes do sul, e onde se cobram os direitos de passagem, como também por estar perto da mesma a fábrica de ferro edificada nas fraldas do monte d´Arassoiava. [6] |
jjjjFontes/Referências:
[1] Memória Histórica de Sorocaba p.340 / Anais do III Simpósio dos Professores Universitários de História / Brandão, Um neerlandês em São Paulo, 765-776 |
[2] Anais do III Simpósio dos Professores Universitários de História / "As Minas Imaginárias" Marcelo Motta Delvaux p.151 |
[3] "Bandeiras e Bandeirantes de SP" de Carvalho Franco (1940) p.37;38 - infoescola.com/brasil-colonia/quinto-do-ouro/ - projetocompartilhar.org/Familia/ClementeAlvares.htm - "SP na órbita do Império dos Felipes: Conexões Castelhanas de uma vila da américa" p.178 |
[4] Revista do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo, 12.1938. Página 136 / "Revista do IHGSP Vol. XXXV" Aluisio de Almeida p.140 |
[5] Inventários e Testamentos, volume VII, 1920 |
[6] Peregrinação pela Província de S. Paulo: 1860-1861, 1862. Augusto Emílio Zaluar (1825-1882) |
[7] Edison Veiga (vice.com) |
[8] “O Tupi na Geographia Nacional” (1901) Teodoro Sampaio / p. 304 |
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