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A Inquisição
14/05/2022

O casarão que existiu no atual bairro Jardim Sandra NÃO FOI CONSTRUÍDO POR BALTHAZAR FERNANDES!

Na década de 1950 o competente engenheiro Luiz Saia, do serviço do Patrimônio Histórico e Artistico Nacional, julgou que a casa dita ter sido construída pelo "fundador" de Sorocaba não era tão antiga, sendo do século XVIII e não do século XVI ou XVII”. [15]

Quebra-cabeça

Não é fácil! Em 1681 a câmara de Santa Ana de Parnaíba registra que o sobrado de Balthazar estava lá [13].

Antes, para saber "onde" é necessário saber "quando". O primeiro sobrado de São Paulo aparece em 1611, um dos anos mais importantes na História de Sorocaba [6], e:

1 - Balthazar teria construído, especificamente um sobrado entre 1611 e 1654, período em que "tudo é silêncio" na História de Sorocaba.

Curioso é que em 1611 a margem esquerda do Piragibú, no Mato Dentro e perto da atual Aparecida, começa ser povoada. [3]

2 - Sobre Balthazar Fernandes, "surpreende é a falta de informações documentadas sobre os locais e datas de nascimento e morte do fundador de Sorocaba (...) as informações divergem de autor para autor e são sempre imprecisas. Teria nascido no Ibirapuera ou em Parnaíba (...)

(...) sua lápide, fria e muda, não fala em morte. Nem se sabe quando ele nasceu. E se nasceu... quando morreu". [20]

3 - Sabe-se que durante o "silêncio" os moradores da região eram "funcionários" da fábrica de ferro. O empreendimento de Afonso Sardinha, que teria originado Sorocaba, porém:

"não possuímos e cremos, não existe em qualquer arquivo, no Brasil ou em Portugal, nem em qualquer Biblioteca, registros, crônicas, narrativas, papéis, em suma, que dessem maiores detalhes sobre o funcionamento da Fábrica de Ferro de Afonso Sardinha, a primeira do Brasil". [19]

Onde?

Talvez o motivo do erro ao identificar o casarão no bairro Lajeado seja justamente o "lajeado", que provém de variações de uma "pedra chata" ou "pedra grande e chata" (Itapeva ou itapevussu, respectivamente).

Sendo assim, podemos identificar definitivamente três locais, em concordância com três autores respeitados:

1 - Araçoiaba, João Monteiro Salazar (1997)

"Há de fato, a cavaleiro do local onde se situam as ruínas dos formos de Afonso Sardinha, no vale das Furnas, um cabeço do Morro Araçoiaba que termina em uma pedra imensa, uma verdadeira laje, longa e chata e, por isso mesmo, no dizer dos nativos "itapevussu", ou seja "pedra longa e chata". [19]

2 - Serra de São Francisco, Zulmiro de Campos, autor do primeiro brasão adotado por Sorocaba em 1917:

"A influência das minas de Araçoyaba na fundação da cidade de Sorocaba foi um fato histórico de subida importância; e, ainda que estas minas hoje não mais pertençam ao município de Sorocaba, e sim ao de Campo Largo, não podemos prescindir da sua utilização no escudo daquela cidade.

Foi Affonso Sardinha o primeiro bandeirante que, em companhia de seus filhos, andando á caça de minas de prata, descobriu vestígios desse metal, não só naqueles montes de ferro, como também no bairro de Itapeva, no chamado “Buraco de Prata”. [14]

3 - Itavuvu, Aluisio de Almeida (1968):

"O atual bairro Itavuvu não apenas é o local do primeiro povoado, como também da primeira capela e da primeira ponte.

O que a tradição oral guardou é a localização da segunda Sorocaba no Itavuvú. Lá estão hoje, com casas mais modernas, como que duas ruas em ângulo reto e num dos lados a capela, sucessora de outra que também não era a primeira. Deve ter havido um rancho para uma cruz, pelo menos." [6]

Sobre a primeira e maior ponte que existiu em todo o sul do Brasil até o Senhor D. Pedro I [16], Aluisio argumenta:

"Trata-se uma ponte do rio Sorocaba, onde se fez a igreja a que trouxeram uma imagem de Nossa Senhora. Esta imagem podia ser a Nossa Senhora de Montesserrate, orago do Ipanema (...)" [18].

Motivo

A edição de 26 de junho de 1940 do jornal Paulistano, na página 17, publicou a rara interpretação, a qual concordo, desse período na História de Sorocaba:

"Sorocaba existiu num lugar denominado Itavuvu (...) A formação desse núcleo vinha se processando desde 1610, constando-se, afinal, que o povoado carecia de elementos para o seu progresso, porquanto registra-se visível decadência daquilo de levava tanto tempo para construir.

Balthazar Fernandes, que se estabelecera com sua família pouco adiante do morro Araçoiaba, reunira gente, a partir de 1634, num total que, ao chegar no ano de 1660, correspondia ao de uma boa povoação." [15]

De fato, desde 1609, Balthazar não apenas possuía terras em Sorocaba [5], mas também era presente [4]. E um notável acontecimentorompe o "período de silêncio" (1611-1654) e paralisam a fábrica:

A única vez que se tem notícia de uma ação do Santo Ofício em São Paulo é contra Cornélio de Arzão, um dos sócios da fábrica de ferro e que também possuía terras em Sorocaba desde 1600 [2].

Cornélio, que havia vindo a Sorocaba com D. Francisco na década de 1590, era cunhado do genro de Afonso Sardinha, Clemente Alvarez.

Os 3 eram uns dos sócios da fábrica de ferro que um funcionário da Inquisição "visitou" em 2 de abril de 1628. [8]

À meia-noite, do dia 28, um grupo de homens bate à porta da casa do seu grande sítio em Pirituba, enquanto um deles, com voz clara, brada: "Abram, em nome da Santa Inquisição!" [9]

Seu funcionamento teria cessado exatamente no dia 26 de fevereiro de 1629, com o falecimento de um de seus principais sócios e também fundador em 1611, o Cavaleiro da Ordem de Cristo, Francisco Lopes Pinto. [10] [11]

Em 1634 Baltazar Fernandes se afazendara em outro local. [12]

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Fontes/Referências:

[1] Bandeiras e Bandeirantes (Carvalho Franco) p.37;38 / "Revista do IHGSP Vol. XXXV" Aluisio de Almeida p.140

[2] projetocompartilhar.org/SAESPp/mariagoncalves1599.htm / "SP na órbita do Império dos Felipes: Conexões Castelhanas de uma vila da américa" p.178

[3] “História da siderúrgica de São paulo, seus personagens, seus feitos”, 1969. Jesuíno Felicíssimo Junior. Página 8 e 9

[4] "Revista do IHGSP" p.763 / SP na orbita dos Felipes p. 159 / projetocompartilhar.org/ Familia/ClementeAlvares.htm / Correio Paulistano/SP (24.01.2938) p.11

[5] Tatuhy Através da Historia, Revista do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo, Vol. 25 - 231-200, 1917: 138; in Domingues - José Manoel, A História de Porangaba, 2008: 21 / PRADO, Celso inrazias.blogspot.com.br

[6] Araçoiaba e Ipanema, 1997. João Monteiro Salazar. Página 24.

[7] Reg. Geral, vol.1º, pág. 125 / Memória Histórica de Sorocaba p.341 / Revistado do IHGSP p.212 / Vilardaga p.153

[8] Frei Agostinho de Jesus e as tradições da imaginária Colonial p.266 / projetocompartilhar.org/SAESPp/corneliodearzao1638.htm

[9] No tempo dos bandeirantes, 1980. Belmonte. Páginas 221 e 222.

[10] Quadro histórico da província de S. Paulo até o ano de 1822, 1897. José Joaquim Machado d´Oliveira 1790-1867. Página 210

[11] Eduardo Tomasevicius Filho

[12] Revistado do IHGSP p.212

[13] Frei Agostinho de Jesus e as tradições da imaginária Colonial p.275 / "A idéia da cidade" / sites.rootsweb.com/~brawgw/parnaiba/sph31.html

[14] Brazões e Bandeiras do Brasil, 1933. Clóvis Ribeiro. Páginas 250, 251 e 252

[15] "Sorocaba de ontem e de hoje". Correio Paulistano, 26.06.1940. Página 17

[16] Revista do Arquivo Municipal, Volumes 85-87, 1942. Página 204

[17] Serviço do Patrimônio Histórico e Artistico Nacional

[18] *Revista do Instituto Histórico e Geográfico de S. Paulo: “Nossos Bandeirantes - Baltazar Fernandes” (1967) Luiz Castanho de Almeida

[19] Araçoiaba e Ipanema, 1997. João Monteiro Salazar.

[20] “Baltazar Fernandes: Culpado ou Inocente?” (2014) Sérgio Coelho de Oliveira p.12 / 18 / 19 / capa / 71

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