Muitos pensam erroneamente que Balthazar Fernandes “desbravou” o sertão abrindo caminho na mata “virgem” quando se estabeleceu em Sorocaba por volta de 1654.
Na verdade as primeiras expedições “bandeirantes” não teriam ocorrido sem o caminho do Peabiru, já existente antes da chegada dos Europeus. As rotas principais passavam por Sorocaba (imagem). Não foi por acaso que Balthazar escolheu aqui, o melhor local para se estabelecer.
Os registros comprovam a dificuldade em abrir e principalmente manter abertos caminho pela mata virgem. Historiadores indicam que os europeus decidiram povoar e dividir o Brasil em Capitanias somente em 1531, após serem informados da existência do Caminho do Peabiru por Henrique Montes. [9]
Um exemplo que sorocabanos e ituanos entendem é a rodovia denominada "José Ermírio de Moraes", popularmente chamada "Castelinho", por ligar Sorocaba á rodovia Castelo Branco e a Itu. Somente inaugurada em 7 de dezembro de 1974. [6]
Porém, o antigo caminho ligando as duas cidades, passando pelos bairros Éden, Cajuru e Pirapitinguy, já existia em 1553! [1] Em 29 de agosto desse ano Manoel da Nóbrega percorreu esse caminho. [2]
Sentido litoral, passando por Sorocaba e Itapetininga, esse caminho foi a única opção durante muitos anos. A outra era o caminho aberto pelos Europeus em 1560, que de São Paulo chegava-se a Cubatão. [3] Porém, em 1585, Fernão Cardim relata que, de tão ingrime, em alguns trechos era necessário escalar com as mãos. Assim, cavalos não teriam sido capazes de percorrer esse caminho. [4]
Somente em 1721 Gabriel Antunes Maciel esteve no Cuiabá quando percebeu ser possível um caminho por terra ao rio Grande, como se chamava o Paraná. Ofereceu-se ao governador para fazê-lo SEGUINDO o curso do Rio Tietê. [5]
[1] Ulrico Schmidl no Brasil quinhentista, 1942. Sociedade Hans Staden. Página 79
[2] BUENO, E. A coroa, a cruz e a espada. Rio de Janeiro - osbrasisesuasmemorias.com.br / "A língua geral em São Paulo: instrumentalidade e fins ideológicos" 2005 / Carta ao Pe. Luís Gonçalves da Câmara, 31.08.1553, CPJ, v. 1, p. 523
[3] “Peabiru” de Hernâni Donato do IHGSP, 10.1971. Página 12
[4] https://brasilbook.com.br/r.asp?r=23330
[5] acervo.museudapessoa.org / Memória Histórica de Sorocaba II. Aluísio de Almeida p.83
[6] História da Fundação de Piracicaba (2009) Mario Neme p. 63
[7] https://brasilbook.com.br/r.asp?r=24635
[8] Jornal Cruzeiro do Sul
[9] “Os Cavaleiros Templários e o caminho de Peabiru” (14.09.2018) Professor Jorge Ubirajara Proença