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Atualização: 29/11/2021 01:01:56


Na literatura, não há uma data precisa sobre o surgimento da Irmandade da Nossa Senhora da Boa Morte, uma confraria religiosa afro-católica que, na sua origem, e por muito tempo, foi responsável pela alforria e sepultamento de inúmeros escravizados.

Pedir uma boa morte sempre se fez presente. Quando os negros não eram bem tratados, sempre pediam uma boa morte. Pediam a interseção de Maria, para morrer bem junto a ela. Segundo o historiador Eduardo Bueno, para você ter um sepultamento "cristão" deveria fazer parte de uma dessas irmandades, ou confrarias.

Oficialmente os primeiros sinais da manifestação datam de um intervalo entre 1810 a 1840.


REGISTROS

Curiosamente os registros remetem a Balthasar de Moraes de Antas (Dantas), o único morador do Brasil a ter comprovação de nobreza de 1ª linha no séc. XVI. Foi ele quem “fundou e fez construir, á sua custa, na igreja da Ordem Terceira do Carmo, o altar do Senhor Bom Jesus da Boa Morte, em talha; e um jazigo para si e sua família. E, bem assim, fundou na igreja do mosteiro de S. Bento outro altar, de talha dourada, para a Imagem de Nossa Senhora da Conceição”. [1]


Em 4 de agosto o seu bisneto, Pedro Taques de Almeida, filho do governador Lourenço Castanho Taques e de Maria de Lara (...) faleceu e foi sepultado ao pé do altar do Senhor Bom Jesus da Boa Morte, na capela da ordem terceira do Carmo da cidade de São Paulo. [2]


PRIMEIRA DO BRASIL

Oficialmente é de cerca de 1750 a existência de uma Irmandade do Rosário dos Pretos em Sorocaba. Essa Irmandade viria a se chamar Irmandade de Nossa Senhora da Boa Morte. [3]
Em 1805 a Irmandade de Nossa Senhora dos Homens Pretos em Sorocaba tinha sede na Igreja de Santo Antônio. [4]

Os primeiros sinais do grupo na Bahia são de 1810, em Salvador, a partir de escravas vindas da África, mas o grupo acaba extinto na capital, por conta das perseguições. [5]


Irmandade de Nossa Senhora dos Homens Pretos em Sorocaba, em 1811, tentou construir uma igreja, porém não conseguiu, trocando de nome, para Irmandade da Boa Morte.

Por que só acompanhavam os escravos? Aluísio de Almeida dá uma resposta curta e esclarecedora: “Branco não era enforcado”. Segundo a tradição, se a justiça divina, divergindo da humana, considerasse os condenados inocentes, a corda da forca rebentaria,impedindo que o condenado morresse. Nesse caso, a Irmandade da Boa Morte colocava sobre sua cabeça o estandarte e ele voltava para a cadeia, à espera de nova sentença.

Por vezes a Irmandade foi acionada para essa tarefa, quando de enforcamentos determinados pelo júri e realizados no enorme campo do Piques, entre as atuais ruas Comendador Oeterer e Hermelino Matarazzo, local em que, em 1863, se construiu o cemitério municipal, hoje da Saudade. [6]


A primeira delas em 1835 quando se enforcou um escravizado, condenado por haver assassinado com muita crueldade uma escravizada de Francisco Ferreira Braga. [7]


Oficialmente, a primeira rua a ganhar nome em Sorocaba, nos documentos da Câmara, foi a Constantino Senger, a antiga rua Aurora. "Primeiramente ali era a rua da Boa Morte porque no ponto onde é a esquina da rua Ataliba Borges, foi uma área doada aos escravos para construírem uma capela, que seria da Irmandade da Boa Morte, mas essa capela só chegou a meio metro de altura", afirma o pesquisador Adolfo Frioli. [8]


Em 1842 a Irmandade foi acionada novamente quando foram enforcados três escravizados por haverem morto, na véspera do Natal de 1841, em legítima defesa, o feitor da fazenda de dona Gertrudes Eufrosina de Aguirre, no Passa Três - local em que se situa o casarão do Brigadeiro Tobias, sede daquela propriedade. [9]


BONECA XUXA

Em novembro de 1989 começaram os boatos sobre a presença da tal boneca endemoninhada no Museu Diocesano de Arte Sacra, nas galerias da igreja Catedral de Sorocaba.

Alguns afirmavam que a mãe da menina assassinada a teria entregado ao Monsenhor Mauro Vallini, que por sua vez ordenou que a trancassem nas dependências do museu. Em pouco tempo a igreja foi tomada por curiosos e os boatos ganharam força.

Acredita-se que as crianças que afirmavam que a boneca estava no museu, tenham visto, na verdade, a imagem de Nossa Senhora da Boa Morte, pequena, vestida com um vestido azul, deitada e protegida por uma redoma ou a estatueta do Menino Jesus da Praga. [11]


Igreja Nossa Senhora do Rosário (01/01/1827)


Bonexa Xuxa (01/05/1987)


Boneca da Xuxa teria sido possuída pelo demônio (01/08/1989)


BIOGRAFIAS E TEMAS RELACIONADOS


Irmandade Nossa Senhora da Boa Morte
Nossa Senhora do Rosário
Balthazar de Moraes de Antas
Eventos que marcaram Sorocaba
Mosteiro de São Bento
Inacreditáveis e curiosas
Extraterrestre e sobrenatural
Santo Antônio
Pedro Taques de Almeida
Ana Rodrigues de Arzão


Fontes/Referências:

[1] 23/11/1580
Balthazar de Antas, finalmente obtém o reconhecimento dos sinais dos instrumentos de pureza de sangue, e comprovação de nobreza
genealogiahistoria.com.br / "A...
[2] 04/08/1724
Sepultamento de Pedro Taques de Almeida
"Algumas notas genealógicas : ...
[3] 01/01/1750
*É de cerca de 1750 a existência de uma Irmandade do Rosário dos Pretos
Aluísio de Almeida, 1969, p.162
[4] 01/01/1805
*A Irmandade de Nossa Senhora dos Homens Pretos em Sorocaba tinha sede na Igreja de Santo Antônio
A trajetória silenciosa dos es...
[5] 01/01/1810
*Os primeiros sinais do grupo na Bahia são de 1810, em Salvador, a partir de escravas vindas da África, mas o grupo acaba extinto na capital, por conta das perseguições
Phael Fernandes e Danutta Rodr...
[6] 01/01/1811
*Irmandade de Nossa Senhora dos Homens Pretos em Sorocaba, em 1811, tentou construir uma igreja, porém não conseguiu, trocando de nome, para Irmandade da Boa Morte
Jornal Cruzeiro do Sul (2004)
[7] 01/01/1835
*Se enforcou um escravo, condenado por haver assassinado com muita crueldade uma escrava de Francisco Ferreira Braga
Aluísio de Almeida, 1969, p.162
[8] 01/01/1839
*Na margem direita do rio Sorocaba, existia somente a Rua São Paulo que posteriormente foi ligada a Rua dos Morros, pela Rua Boa Morte
Textos de Aluísio de Almeida /...
[9] 01/01/1842
*Foram enforcados três escravos por haverem morto, na véspera do Natal de 1841, em legítima defesa, o feitor da fazenda de dona Gertrudes Eufrosina de Aguirre, no Passa Três - local em que se situa o casarão do Brigadeiro Tobias, sede daquela propriedade
Aluísio de Almeida, 1969, p.162
[10] 04/07/1961
Mozart Aguiar doa área para a construção do grupo escolar “João Clímaco de Camargo Pires”
[11] 25/11/1989
Boneca da Xuxa que teria sido possuída pelo demônio causa comoção em Sorocaba
Jornal Cruzeiro do Sul


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