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Atualização: 11/11/2021 23:19:19




A primeira publicação sobre o personagem “Sete Orelhas” surgiu em uma obra escrita em Inglês, publicada em Londres em 1836, o livro “The History of Brazil, de John Armitage.

Segundo essa versão para o caso das sete orelhas, um moço de Sorocaba teria seduzido uma sua patrícia de Itu, sendo por isso morto por sete primos da moça. Por vingança, o irmão do falecido teria levado à morte os sete assassinos, dos quais extirpou sete orelhas, fazendo com elas um colar, daí resultando o apelido com que ficou conhecido, “o Sete Orelhas”. [4]


Transcorridos sete anos, em 1843, houve a primeira publicação da estória do personagem Sete Orelhasem Português. Naquele ano, o escritorcarioca Joaquim Norberto de Sousa Silva publicou no Rio de Janeiro a obra “Januário Garcia ou As Sete Orelhas”.

Foi naquele ano que, pela primeira vez, o nome de família Garcia foi associado ao personagem Sete Orelhas. Na versão de Joaquim Norberto de Sousa Silva é a morte de um filho de Januário Garcia, esfolado vivo por sete capangas, que provoca a cruel vingança perpetrada por “Sete Orelhas”. [5]


Passados dois anos, em 1845, Martim Francisco Ribeiro de Andrada, um estudante da Academia de Direito de São Paulo, publicou a peça de teatro:

“Januário Garcia, o Sete Orelhas”. Apenas dois anos da inserção do nome de família Garcia no caso das sete orelhas, Martim Francisco Ribeiro de Andrada inovou no caso das sete orelhas ao chamar o cruel assassino pelo nome de Januário Garcia Leal.

Além disso, pela primeira vez este autor inseriu no caso das sete orelhas o nome de família “da Silva”, o nome de família atribuído aos sete assassinos que acabaram mortos na cruel vingança de “Sete Orelhas”. Em outra inovação, a causa das desavenças passa a ser uma disputa de terras envolvendo as famílias “Garcia Lea” e “da Silva”. [6]


A primeira encenação da peça de teatro “Januário Garcia, o Sete Orelhas” foi no teatro da Casa da Ópera, em São Paulo, no ano de 1846, em meio ao já tradicional concurso de alunos da Academia de Direito de São Paulo, quando da primeira visita de S.M. Imperial d. Pedro Il aquela cidade. [7]


As obras que reagiram às perseguições desdenhavam de autores de publicações que sustentavam a existência do personagem “Sete Orelhas”. Este é o caso do folhetim publicado na edição de 26 de maio de 1867 do jornal Correio Mercantil, do Rio de Janeiro. Então, sob o pseudônimo de “Osiris”, no folhetim o jornalista Joaquim José de França Júnior contesta o escritor da peça de teatro “Januário Garcia, o Sete Orelhas”, o então ministro da Justiça, Martim Francisco Ribeiro de Andrada.

“Osiris” alude que Martim Francisco teria sido o criador do personagem “Sete Orelhas”. Entre ataques com frases como “folhinha de ano findo”, “sapucaia sem cocos”, Joaquim José de França Junior sugere que Martim Francisco Ribeiro de Andrada teria tido a seguinte inspiração ao compor sua peça de teatro: “resolvi esboçar, não o quadro da miséria de uma família, mas o croquis da desgraça de um povo”. [8]


Das muitas obras que sustentaram a existência do personagem “Sete Orelhas” tem-se como exemplo o livro “A Província de São Paulo”, de Manoel Eufrásio de Azevedo Marques, de 1876. Esta foi a primeira obra publicada após o surgimento do folhetim de França Júnior, em 1867.

Com M. E. de Azevedo Marques pela primeira vez surgiu a “notícia” da descoberta de uma fonte primária contendo o nome de Januário Garcia Leal, uma ordem régia datada de 1803, que tratava de crimes envolvendo o nome Januário Garcia Leal “na paragem de Santo Antônio do Amparo”, em Minas Gerais. [9]


Outras supostas fontes primárias para o caso das sete orelhas surgiram apenas mais de cem anos depois, em 2003. Naquele ano foi publicado o livro “Jurisdição dos Capitães, a história de Januário Garcia Leal, o Sete Orelhas, e seu bando”, obra que se ampara em diversas supostas fontes primárias. [11]


Passados três anos, em 2006, uma nova suposta fonte primária para o caso das sete orelhas veio a lume. Foi quando houve a localização do suposto inventário de Januário Garcia Leal em Lages, Santa Catarina.

A notícia foi tornada pública no artigo “Januário Garcia Leal em Santa Catarina —- O Temido “Sete Orelhas" — Reviravolta na história”. Essas duas publicações são de autoria do escritor mineiro Marcos Paulo de Souza Miranda.

A falsificação de documentos manuscritos no caso das sete orelhas é evidenciada contrapondo-se as supostas fontes primárias com as obras compiladas. Por exemplo, na peça de teatro escrita em 1845 e encenada em 1846, Martim Francisco Ribeiro de Andrada inseriu no caso das sete orelhas os nomes de família “Garcia Leal” e “da Silva”, dois nomes de família que fazem parte da genealogia desenvolvida a partir dos colonos Garcia originários da ilha do Faial. [12]


BIOGRAFIAS E TEMAS RELACIONADOS




Fontes/Referências:

[1] 11/07/1302
Batalha das Esporas de Ouro
Revista do Patrimônio Cultural...
[2] 01/01/1761
*O colono Januário Garcia Leal nasceu na povoação do Jacuí, em Minas Gerais
Revista do Patrimônio Cultural...
[3] 01/01/1803
*“notícia” da descoberta de uma fonte primária contendo o nome de Januário Garcia Leal
Revista do Patrimônio Cultural...
[4] 01/01/1836
*A primeira publicação sobre o personagem “Sete Orelhas” surgiu em uma obra escrita em Inglês, publicada em Londres em 1836, o livro “The History of Brazil, de John Armitage
Revista do Patrimônio Cultural...
[5] 01/01/1843
*Transcorridos sete anos, em 1843, houve a primeira publicação da estória do personagem Sete Orelhas em Português
Revista do Patrimônio Cultural...
[6] 01/01/1845
*Passados dois anos, em 1845, Martim Francisco Ribeiro de Andrada, um estudante da Academia de Direito de São Paulo, publicou a peça de teatro
Revista do Patrimônio Cultural...
[7] 01/01/1846
*A primeira encenação da peça de teatro “Januário Garcia, o Sete Orelhas” foi no teatro da Casa da Ópera, em São Paulo
Revista do Patrimônio Cultural...
[8] 26/05/1867
Joaquim José de França Júnior contesta o escritor da peça de teatro “Januário Garcia, o Sete Orelhas”, o então ministro da Justiça, Martim Francisco Ribeiro de Andrada
Revista do Patrimônio Cultural...
[9] 01/01/1876
*Das muitas obras que sustentaram a existência do personagem “Sete Orelhas” tem-se como exemplo o livro “A Província de São Paulo”, de Manoel Eufrásio de Azevedo Marques
Revista do Patrimônio Cultural...
[10] 01/01/1936
*“Os Andradas na História do Brasil”
Revista do Patrimônio Cultural...
[11] 01/01/2003
*Foi publicado o livro “Jurisdição dos Capitães, a história de Januário Garcia Leal, o Sete Orelhas, e seu bando”, obra que se ampara em diversas supostas fontes primárias
Revista do Patrimônio Cultural...
[12] 01/01/2006
*Nova suposta fonte primária para o caso das sete orelhas veio a lume
Revista do Patrimônio Cultural...
  


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