Capitania de São Paulo e Minas de Ouro 20/09/2021 08:32:45
A CAPITANIA DE "SÃO PAULO E MINAS DE OURO"Uma das muitas vezes que acreditaram ter encontrado a mítica SABARABUSSU um novo "estado" foi criado no Brasil, a Capitania "São Paulo e Minas de Ouro", no dia 2 de dezembro de 1720.Em 8 de julho de 1711, uma povoação foi elevada e chamada de "Vila Real de Nossa Senhora da Conceição do SABARABUÇU", PITANGUY em 1715 e IBITURUNA são algumas das cidades criadas ainda e existentes no estado de Minas Gerais.Em 28 de agosto 1682 Manuel de Borda Gato estava nas minas de SABARABUÇU quando cometeceu o crime que fez as ruas "Borba Gato" e "SABARABUÇU", próximas a estátua do bandeirante, receberam essas denominações em 14 de julho de 1934 [32].São Paulo das Minas de Ouro não durou, mas SABARABUÇU passou a ser uma das várias maneiras que, erroneamente, as "minas de ouro", a "montanha de ouro" são associadas as Minas Gerais, a Sabará.Estamos abordando um período em que as próprias palavras e os termos que utilizamos hoje estavam sendo criados, sem padrão ou ordem alguma. É mesmo muito dificil, quase impossível, senão a lenda não seria tão grande e duradoura.A palavra “bandeirante” foi empregada pela primeira vez num documento assinado pelo capitão-general Conde de Alva em 1740. São centenas e centenas de documentos em que eles são mencionados como "índios flecheiros" ou mamelucos [30]. Variando de acordo com as "intenções" do autor.8 REGISTROS EM 8 ANOS1°. 1589O primeiro "homem branco", Afonso Sardinha, chegou em IBIRAÇOIABA, após adentrar pelo sertão à procura de ouro e prata, pelo Tietê abaixo, tendo principiado no Jaraguá.Do IBITURUNA obliquou para a serra do Piragibú tomando como referência um morro isolado o Aputribú (Bairro de Aparecidinha).Daí avistou a linda montanha ao poente. Descendo pelo vale do Pirajibú ao campo de Pirapitinguí deixou, à direita o depois chamado bairro do Varejão (nome de família de um sitiante do século XVIII) no atual município de Itú, atravessou o rio Sorocaba, ou na atual rua 15 ou na barra de Pirajibú, e somente três léguas de campo o separavam do cobiçado morro coberto de, espêssa mataria. [1]2°. 1595Entre os vários que acompanham Afonso Sardinha estava André de Leão, fidalgo de Beringel. Afonso Sardinha deveria ter comunicado qualquer descoberta de ouro imediatamente, porém, se passaram sete anos até, sem saber como, André de Leão reaparecer nos registros.Ele comunica o governador D. Francisco de Sousa sobre a descoberta em "SABARABUÇU", próximo ao rio PITANGUY, estava acompanhado de Tenório Aguilar, constante na genealogia sorocabana. Estranhamente ele não sabia identificar e muito menos voltar ao local.[2]Praticamente ao mesmo tempo três expedições são realizadas para o interior do Brasil partindo de diferentes locais: a de Diogo Martins Cão, que partiu do atual Espírito Santo; a de Martim de Sá, do Rio de Janeiro e a do recém-nomeado capitão-mor da capitania de São Vicente, João Pereira de Sousa Botafogo, da vila de São Paulo.3°. 1599Parece impossível mas se passaram dez anos de busca, com os melhores "índios flecheiros" vasculhando o Brasil, e após muitas evidências, o poderoso governador precisou ouvir de um nativo que lhe mostrou ouro trazido dos "Montes de SABAROASON" [3] para ocorrer uma das visitas mais importantes registradas entre as centenas de documentos que contam a história de Sorocaba:Dia 23 abril de 1599 D. Francisco chegou as minas de BACAETAVA, VUTURUNA e JARAGUÁ, na Serra de BIRAÇOIABA. Entre 1599 e 1600, os acompanhantes de D. Francisco, recém-chegados à vila, se instalavam em regiões próximas ao núcleo, disputavam, portanto, as datas de terra e, de modo geral, se tornavam vizinhos [4].Fundou no local a vila de NOSSA SENHORA DE MONTSERRAT, erigiu um pelourinho. Mas ninguém conseguiu! Em 1611 D. Francisco morreu de "tristeza" com a promessa do título de Marques de Minas [11].4°. 1601O Governador-Geral do Brasil em atividade febril em S. Vicente para descobrimento de ouro, declarava intactas as minas de S. Paulo.“Sendo caso com o favor de Deus e da Virgem NOSSA SENHORA DE MONSERRATE venha recado de serem achadas as minas de prata, que André de Leão com mais companhia foi buscar”Regimento dado a Diogo Gonçalves Lasso, determinou a este que não consentisse que nenhuma pessoa fosse às minas descobertas e por descobrir, salvo Afonso Sardinha e seu filho, por serem os ditos descobridores pessoas que bem o entendiam.5°. 1619As terras onde o "fundador" de Sorocaba construiu sua "tenda de ferreiro" em 1619 [13], que funcionou quase despercebida até 1645, eram vizinhas as pertencentes as do seu irmão André Fernandes. Um lugar chamado "IBITIRUMA", onde ele, André, havia encontrado ouro e por isso conseguiu a concessão de explorar as terras.6°. 1620Foi colonizando as minas de PITANGUY em 1620 que Antonio Bicudo ganhou destaque e se tornou um dos nomes mais repetidos na história de Sorocaba [13].7°. 1711Publicada a obra "Cultura e opulência do Brasil por suas drogas e minas" [30]:"Serra IBIRRASOJABA, distante da vila de Sorocaba e mais de são paulo. Muita prata na serra de SEBORAÇU (...) próximo da vila de Outú. (...) Ouro em N.S. de MONSERRATE, Serro de SEBORABUÇU, descoberta por Manoel de Borba Gato."8° 1917O Visconde de MONSERRATE discursa a propósito da riquíssima coroa de ouro oferecida pelos descendentes do Visconde à guarda do Instituto Geográfico e Histórico da Bahia por ter "compilado" e tornado possível, pela primeira vez, a compreensão da língua Tupi [36].
[1] Memória Histórica de Sorocaba p.337 / p. 344 / Washington Luís p. 290;291;292 [2] Culpado ou Inocente p.82 / Explorações do ouro, leis e cotidiano das Minas do Século XVIII (1702-1762) / "SP na órbita do império dos Felipes" José Carlos Vilardaga p.117 [3] retratosdefamiliabh.blogspot.com/ [4] Bandeiras e Bandeirantes p.38 [5] Alfredo Ellis Junior p.90 - Memória Histórica de Sorocaba p.339;340 - smetal.org.br/imprensa/ [6] Washington Luís p. 290;291;292 [7] Washington Luís p.296 [8] Washington Luís p.296 [9] André Leão p.289;290 - Washington Luís p.285;286 [10] Meio século de bandeirismo p.53 / Na Capitania de São Vicente p. 287 [11] projetocompartilhar.org/Familia/ClementeAlvares.htm - Inventários e Testamentos como documentos linguísticos p.87;88 - Anais do III Simpósio dos Professores Universitários de História [12] Metkalf (1990, 283-304) - Memória Histórica de Sorocaba p.341 [13] [1] "Baltazar Fernandes: Culpado ou Inocente?" pág. 44/45 - Bandeirantes e Bandeirantes p.85 [14] Os Campos Bicudos da “Casa” de Suzana Dias p.288 [15] MHS (II) p.81 [16] sousabara.com.br/historia/ [17] "O Romance da Prata" [18] Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) [19] https://sousabara.com.br/historia/ [20] https://brasilbook.com.br/r.asp?r=8547 [21] https://brasilbook.com.br/r.asp?r=20848 [22] Wikipedia / "O Romance da Prata" Paulo Setúbal [23] "Memória Histórica de Sorocaba (II)" Aluísio de Almeida p.84 [24] https://brasilbook.com.br/r.asp?r=8546 [25] "O Romance da Prata" [26] Wikipedia [27] https://brasilbook.com.br/r.asp?r=20823 [28] "Caminho do Sabarabuçu" Instituto Estrada Real [29] https://brasilbook.com.br/r.asp?r=12177 [30] Cultura e opulência do Brasil por suas drogas e minas (1711) p.141;142 - p.145 [31] "Memória Histórica de Sorocaba (II)" Aluísio de Almeida p.82 [32] IBGE (10 de outubro de 2002) [33] https://brasilbook.com.br/r.asp?r=9038 [34] https://brasilbook.com.br/r.asp?r=8865 [35] https://brasilbook.com.br/r.asp?r=8549 [36] https://brasilbook.com.br/r.asp?r=20387 [37] "Entre batismos e degolas: (des)caminhos bandeirantes em SP" p.171
