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SANTA ANA: A AVÓ DE JESUS, SOROCABA E A MATRONA BRANCA DOS ENGENHOS
08/10/2021 23:44:01

Há um imenso buraco nas narrativas quanto a infância de Jesus Cristo. Mateus e Lucas até relatam histórias sobre o nascimento e a infância de Cristo. Vemos Jesus bebezinho, depois temos um breve relato de uma passagem triunfal pelo Templo de Jerusalém, aos 12 anos de idade e acabou. Nada mais se fala sobre o Jesus criança, adolescente ou de 20 e poucos anos.

Essa escassez de informações estimula a hipótese (na linha “Jesus foi estudar budismo no Tibete dos 12 aos 30 anos”). Mas os primeiros cristãos não resistiram à tentação de imaginar como era Jesus “antes da fama”, ou de especular sobre a vida miraculosa de Maria e José antes de eles se tornarem a célebre Sagrada Família.


Sabe-se muito pouco sobre Santa Ana. Sabe-se que esta era mãe de Maria de Nazaré, esposa de São Joaquim e Avó de Jesus. Sabe-se também que esta teria após o nascimento da Virgem Maria tido mais uma ou duas filhas, pois Deus liberara após Joaquim ter ficado 40 dias no deserto. O nome dessas filhas são: Maria Salomé e Maria de Cleofas.

O Proto-Evangelho de Tiago, também conhecido como Evangelho de Tiago e Evangelho da Infância de Tiago, é um evangelho apócrifo escrito provavelmente em 150. Esse título surgiu em fins do século XVI quando foi publicado, pois até então era chamado apenas de Livro de Tiago.Muitos estudiosos consideram o seu texto muito remoto, anterior mesmo aos Evangelhos Canónicos ou até a base deles.

A época e seu verdadeiro autor são desconhecidos. Embora tenha sido atribuído a Tiago Maior, filho de Zebedeu, alguns estudiosos refutam essa teoria, uma vez que o autor demonstra relativo desconhecimento do judaísmo.

Esse título surgiu por volta de 1580 (Sorocabanos reconheceram esta data) quando foi publicado, pois até então era chamado apenas de Livro de Tiago. Muitos estudiosos consideram o seu texto muito remoto, anterior mesmo aos Evangelhos Canónicos ou até a base deles. A época e seu verdadeiro autor são desconhecidos.

Embora tenha sido atribuído a Tiago Maior, filho de Zebedeu, alguns estudiosos refutam essa teoria, uma vez que o autor demonstra relativo desconhecimento do judaísmo.Os Pais da Igreja, Orígenes, Clemente, Pedro de Alexandria, São Justino e São Epifânio citam este evangelho com muita frequência.

DE AVÓ DE JESUS A MATRONA BRANCA DOS ENGENHOS

No Brasil, associa-se Sant’Ana à figura da matrona branca dos engenhos, “que passou a ser considerada guardiã e transmissora da religião”. É o símbolo da Casa-Grande ensinando o catecismo ao pessoal da senzala. Porém o Papa Leão XIII estendeu para toda a Igreja a data da festa de Sant´Ana somente em 26 de julho de 1879. Como isso aconteceu? [1]

No ano 710 as relíquias de Santa Ana foram levadas da Terra Santa para Constantinopla, donde foram distribuídas para muitas igrejas do ocidente [2]

Em 1333 as relíquias de Santa Ana foram trazidas da Terra Santa para Constantinopla em 710 deixaram a igreja de Santa Sofia [3] Em 1378 o Papa Urbano IV oficializou o culto a Santa Ana. [4]

Em 1506 Düren passou a ser o principal lugar de peregrinação para Anne, quando o Papa Júlio II decretou que suas relíquias deveriam ser mantidas lá [5]

A SENZALA DE SANTA ANA

Após 1549 os Carmelitas se destacavam na Bahia não só pela força religiosa, mas também pelo espírito acolhedor, solidário. Os porões serviram apenas de abrigo para os escravos recém-libertados, que não tinham morada fixa, que viviam nas ruas de Salvador.

Era uma senzala de acolhimento. Os escravos passavam a noite aqui e de manhã saíam para resolver sua vida lá fora. Ainda não seria alí que a "matrona" branca lecionaria a bíblia. [6]

Em setembro de 1560 ocorre a fundação e abertura de um caminho para um povoado, que viria a se chamar, também, “Santa Ana das Cruzes”. [7] No ano seguinte fazia parte da expedição, liderada por Mem de Sá, Manuel Fernandes Ramos, pai dos "fundadores" da maioria das cidades do Estado de São Paulo, incluise Sorocaba. Era primeiro marido de Suzana Dias. Em algum ponto desse caminho ele construiria uma capela em devoção a Santo Antônio. [8]

SANGUE NAS PAREDES

Em Sorocaba existe um ilustre casarão no bairro de Brigadeiro Tobias, com paredes feitas de Taipa de Pilão. Me surpreendi quando soube que um dos compostos da "massa" de qual foram feitas as paredes era fezes de cavalos (ou bois, não lembro).

Em 1580, Afonso Sardinha, considerado o primeiro “homem branco” em Sorocaba, o primeiro o metalúrgico do Brasil e profundamente ligado a genealogia dos "fundadores" de Sorocaba, adquiriu uma grande fazenda em “Vuturuna, serra de Hybiraçoyaba”. Alí construíu um casarão onde se instalou para a exploração do ouro. a casa conta com cômodos e uma senzala. Sua paredes medem cerca de 80cm de espessura, constituídas de Taipa de Pilão, material composto por sangue, vísceras de animais, barro e folhas secas.”

Os empreedimentos de Sardinha incluíam, também, todo o processo "escravista africano". Era dono de navios que não só transportavam angolas (experientes em mineração), mas também era quem contratava os "bandeirantes" que atravessavam o oceano até a África. De fato uma senzala era necessária. [9]“26/07/1584 - Papa Gregório XIII fixou a data da festa de Sant´Ana em 26 de Julho, e o Papa Leão XIII” [10]

Em 1596 Laet esteve no Brasil em 1596. Diz ele que havia ferro e tambem ouro, em Biraçoiaba montanha onde "os portugueses construiram presentemente uma vila denominada São Felippe", a sudoeste de São Paulo. A 30 leguas (144,8km) da capital e quase às margens do rio Tietê. Põe o autor esta vila, e chama Nossa Senhora de Monte Serrate outras minas, a 12 léguas (57,9km) da capital. A cinco leguas, no caminho desta a Bessucaba, havia uma fazenda de açucar e marmelos, com ambos se faziam marmeladas. Conclusão: no Ipanema ou no Itavovú existiu deveras a vila de São Filipe, e já havia estrada de Piratininga para Sorocaba. [11]

Dia 26 de julho de 1610, Suzana Dias, a matrona bandeirante, representando a família dos Fernandes, doa um terreno na parte mais elevada do núcleo para a construção de uma capela em homenagem à Santa Ana substituindo a anterior, feita por seu falecido marido, dedicada a Santo Antônio. [12]“17/08/1611 - Elevação à Vila de Santa Ana de Mogi Morim / Fundação de Mogi das Cruzes” [13]“01/09/1611 - Elevação do povoado a vila / mudança do Pelourinho / Aldeados poderiam administrar as minas” [14]“01/01/1623 - *Na França, o culto da Mãe de Maria teve um impulso extraordinário depois das aparições da santa em Auray” [15]

Em 14 de novembro de 1625, ao redor dessa capela ou ermida de Santa Ana,fundou, oficialmente, a vila de Santa Ana de Parnaíba, onde nasceu também Sorocaba, Itu, Araçoiaba... [16] Dia 20 de maio de 1762, uma reunião no Convento do Carmo, baseado nos documentos autênticos locais, concluiu-se que nenhum dos Afonsos Sardinhas teve propriedade em Jaraguá. [17]“10/10/1769 - Criada a vila "Santa Ana das Três Cruzes"” [18]

Somente em 26 de julho de 1879 que o Papa Leão XIII a estendeu para toda a Igreja a data da festa de Sant´Ana. [19]“01/12/1952 - José Crespo Gonzales defende a ideia de oficialização da data de 15 de agosto, em comemoração a fundação da cidade*” [20]

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Fontes/Referências:

[1] pt.wikipedia.org/wiki/Protoevangelho_de_Tiago / Kunsthistorisches Museum / HOORNAERT, Eduardo (1979). História da Igreja no Brasil. Primeira Época

[2] História da Igreja no Brasil (1979) p.370;371

[3] Kunsthistorisches Museum

[4] História da Igreja no Brasil (1979) p.370;371

[5] Kunsthistorisches Museum

[6] Jornal Nacional (29/03/2019)

[7] "Mogi das Cruzes". CIET. (25/08/2021) - GRINBERG, Isaac - Gaspar Vaz, fundador de Moji das Cruzes. São Paulo: [s.n.], 1980. 142 p. / "Prefeitura Municipal de Mogi das Cruzes" / 5-Eduardo Tomasevicius Filho

[8] santanadeparnaiba.sp.gov.br/cidade.html - Frei Agostinho de Jesus e as tradições da imaginária Colonial p.186

[9] 190 Washington Luís p.190;191 / Washington Luís p.202 / “Memória Histórica de Sorocaba (I)” Aluísio de Almeida 337;338 / Vilardaga, José Carlos, São Paulo na órbita do Império dos Felipes: conexões castelhanas de uma vila da América portuguesa durante a União Ibérica (1580-1640), São Paulo, Tesis doctoral, USP, 2010

[10] História da Igreja no Brasil (1979) p.370;371

[11] Bandeiras e Bandeirantes (Carvalho Franco) p.37;38 / "Revista do IHGSP Vol. XXXV" Aluisio de Almeida p.140

[12] Frei Agostinho de Jesus e as tradições da imaginária Colonial p.188

[13] Ata da Cerimônia de Elevação de Mogi a Vila [transcrição] In: GRINBERG, Isaac. História de Mogi das Cruzes. São Paulo: Editora Saraiva, 1961. p. 342-343 / DIAS, M. Op. cit. / mogiemfoco.com/about/ - pt.wikipedia.org/wiki/Mogi_das_Cruzes

[14] Revistado do IHGSP p.212 / "De Cruzes de Mogi a Mogi das Cruzes" / "Revista do IHGSP Vol. XXXV" Aluisio de Almeida p.141

[15] História da Igreja no Brasil (1979) p.370;371

[16] santanadeparnaiba.sp.gov.br/cidade.html - "Revista do IHGSP" p. 616 - Frei Agostinho de Jesus e as tradições da imaginária Colonial p.189 / Jaime Cortesão tentou articular as disputas entre Vimiero e Monsanto a certa rivalidade entre pró-filipinos elusitanos nacionalistas. CORTESÃO, Jaime. Raposo Tavares...op.cit.

[17] Isaac Grinberg- Hist. de M. das Cruzes - Washington Luís p.202

[18] "Boigy - Cadernos da Divisão do Arquivo Histórico e Pedagógico Municipal"

[19]
[20] “De pequeno povoado a era tecnológica” (12.08.2021) Diário de Sorocaba

[21] Reinaldo José Lopes - Super Interessante



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