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Operação Prato, consulta em Wikipedia
22 de fevereiro de 202408/04/2024 04:01:06

Operação Prato foi uma operação militar realizada pela Força Aérea Brasileira (FAB) para investigar alegações de Objetos voadores não identificados (OVNIs) na região do município de Colares, no Pará. A operação foi encerrada após 4 meses, e outras missões relacionadas foram realizadas durante o ano de 1978.[1]Os objetos observados nos registros militares receberam a alcunha de corpos luminosos e estavam associados a fenômenos relatados por moradores e autoridades, noticiados pela imprensa local, que alegavam supostos ataques à população.[2] O fenômeno ficou conhecido pelo nome de chupa-chupa.[3] Entre os meses de outubro e dezembro de 1977 foram realizadas duas missões pelos agentes de inteligência do serviço de informações e por uma equipe médica militar do I COMAR.[carece de fontes] A operação teria sido encerrada oficialmente no final de dezembro de 1977, mas documentos oficiais indicam que outras missões com objetivo específico relacionadas a investigação de OVNIs foram realizadas durante o ano de 1978.[1]A Operação Prato surgiu dentro de um contexto mais amplo, onde uma grande onda de observações de OVNIs estava sendo relatada desde a Baixada Maranhense até a divisa com o estado do Pará, na região do Rio Gurupi e a cidade paraense de Viseu. A onda percorreu o litoral do Pará, chegando em outubro a Baia do Marajó e a capital Belém. Durante o deslocamento do fenômeno OVNI, houve ampla cobertura da imprensa, do rádio e da televisão, que divulgaram histórias de encontros traumáticos desses objetos com habitantes de vilas e povoados, que causaram enorme terror entre as populações locais. O epicentro da onda ufológica está relacionado a um estranho incidente com alguns pescadores em fins de abril de 1977, na Ilha dos Caranguejos no Maranhão, com uma vítima fatal e outro gravemente ferido.[4] Essa onda surgida no Maranhão, também foi acompanhada por outro serviço militar de informações subordinado ao 4.º Distrito Naval da Marinha do Brasil, que produziu informes de inteligência sem que tenha sido montada uma operação militar específica de investigação do fenômeno.[carece de fontes] Também se envolveram nas investigações o extinto Serviço Nacional de Informações – SNI[5] e o Centro de Informações de Segurança da Aeronáutica – CISA.[carece de fontes]Documentos oficiais, jornais da época e documentos militares vazados são os principais registros do período. O acervo oficial é composto por documentos liberados pela FAB e documentos do SNI liberados pelo Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República, todos sob guarda do Arquivo Nacional em Brasília.[6]No geral, a comunidade ufológica nacional acredita que os fenômenos investigados pela Operação Prato foram de origem extraterrestre e os queimados e vampirizados vítimas de experiências de seres alienígenas.[7][8][9] Essa hipótese está amparada principalmente nas declarações de personagens importantes, como o chefe da Operação Prato e a médica da unidade de atendimento de Colares. Outros militares participantes da operação manifestaram opiniões diferentes, além de alguns personagens civis. Um número restrito de ufólogos e pesquisadores da comunidade ufológica defendem alternativas não extraterrestres. O fenômeno chupa-chupa estaria ligado a comportamentos sociais e a psique humanas e os fenômenos aéreos originados de uma operação aérea estrangeira ou de natureza terrestre ainda não esclarecida.[10]AntecedenteseditarIlha dos CaranguejoseditarA Ilha dos Caranguejos está localizada na baía de São Marcos, Maranhão, próxima à capital São Luís. É desabitada e sujeita a inundações pelas marés.No dia 25 de abril de 1977, quatro homens se dirigiram a Ilha dos Caranguejos de barco, para a coleta de madeira. Após a coleta, por força das marés, precisariam esperar até a meia-noite para que a maré subisse novamente e o barco conseguisse navegar. Por volta das 20h foram dormir. Um deles, Apolinário, acordou às 5h e logo foi acudir Auleriano e Firmino, ambos reclamando de dor. Apresentavam queimaduras de segundo grau. O quarto homem, José, deitado na rede, estava morto. Apolinário levou-os para o continente. A polícia maranhense investigou o caso e nunca chegou a uma conclusão. Os três sobreviventes nunca lembraram dos acontecimentos daquela madrugada, mesmo após hipnose regressiva pelo doutor Sílvio Lago.[nota 1] A única referência do causador da tragédia foi atribuída a um dos sobreviventes que teria dito a um dos médicos do hospital no qual foi atendido que "viu um fogo", desmaiando em seguida.[11]O Instituto Médico Legal do Maranhão determinou a morte de José por hipertensão arterial, gerando um acidente vascular cerebral, devido a choque emocional. Os ferimentos de Firmino e Auleriano foram comprovados em corpo de delito.[12]A imprensa maranhense rapidamente noticiou a tragédia. O Jornal Pequeno em 29 de abril de 1977 noticiou: "Misterioso Acontecimento na Ilha dos Caranguejos". O Estado do Maranhão no dia 1° de maio:"Sobreviventes do mistério da ilha dos Caranguejos estão incomunicáveis". O mesmo jornal em dias posteriores continuou a dar cobertura ao caso.[13]O jornal O Liberal de Belém, Pará, associou o caso às estranhas luzes voadoras não identificadas sobre municípios do Maranhão. Registrou também que os noticiários de televisão da capital São Luís divulgavam as ocorrências das estranhas luzes em Cajapió. E mais, conta uma história detalhada sobre o que ocorreu no barco, sobre uma luz brilhante que invadiu o porão da embarcação, vinda de um "objeto volumoso e pesado",[14] contrastando com os depoimentos conhecidos dos sobreviventes de que nada lembram dos acontecimentos daquela noite.Duas hipóteses surgiram na época para explicar o caso: algum tipo de descarga elétrica de fenômeno atmosférico, como um raio, defendido por médicos e policiais ou a ação mortal das luzes voadoras, os famosos discos voadores.A Baixada MaranhenseeditarO jornal O Estado do Maranhão no dia 14 de julho de 1977 noticiou encontros com estranhas luzes voadoras relatados pela população da Baixada Maranhense, microrregião com 21 municípios, geograficamente próxima à ilha dos Caranguejos. No município de São Bento, um lavrador viu um misterioso objeto que de tão luminoso caiu do cavalo e desmaiou. Na fazenda Ariquipa, um homem foi queimado por uma tocha vinda de uma grande bola. Em Bom Jardim, uma mulher teria sido atingida por um raio emitido por uma bola de fogo e desmaiou, sem queimaduras.[15]No município de Pinheiro uma viatura policial foi perseguida por um OVNI que emitiu sinais luminosos, interpretados como uma tentativa de comunicação.[16] No município de São Vicente Ferrer, o delegado teria sacado um revólver para atirar num OVNI sobre sua residência, mas a forte luz emitida o impediu.[17]Na capital federal, o Jornal de Brasília, no dia 30 de julho de 1977, trazia informações, dando conta da extensa área geográfica onde haviam sido observadas luzes no céu. Habitantes dos municípios de Perimirim, São Bento, Santa Helena, Pinheiro, Guimarães e Bequimão na Baixada Maranhense sofriam crises nervosas. O líder do Governo na Assembleia Legislativa, conta que ele e mais cem pessoas teriam visto um ponto de luz irradiando focos de luz no Porto de Itaúna e que os "lavradores temem também ser vítimas da luz que queima e adoece a quem ela atinge". O deputado estadual, porém, alertou não haver registro de queimaduras. A notícia finalizou com uma estimativa grandiosa do Coordenador de Segurança do Estado: 50% da população da Baixada Maranhense já teria visto o “estranho objeto”.[18]Medo e pavor em ViseueditarO município de Viseu no Pará, localiza-se às margens do Rio Gurupi, fronteira natural entre os estados do Pará e Maranhão. A imprensa também registra nesse município o aparecimento de luzes no céu e supostos ataques com raios à população, além da presença de uma entidade capaz de sugar sangue de suas vítimas. O período temporal das notícias no Pará coincide com o das publicadas no Maranhão. Em 10 de julho de 1977, várias histórias foram publicadas sobre a "lanterna com luz forte" que rondava os arredores de Viseu, como Curupati, Urumajó e Itaçu; por exemplo, a de dois moradores mortos após serem chupados por uma luz voadora, mas o delegado e um deputado esclareciam que ninguém sabia informar a identidade das vítimas.[19]No dia 11 de julho de 1977, uma extensa matéria é publicada com diversas histórias. Na Vila do Piriá, a 14 km de Viseu, "a luz do Diabo" causou uma doença num morador, acabando com sua vitalidade. Informava que dezenas de caboclos do lugar haviam vivido aventuras com a luz voadora. Na Vila do Itaçu, 15 km de Viseu, ninguém havia visto a luz, mas todos acreditavam. Em Viseu, um menino de nove anos teria sido envolvido por uma luz amarela que depois subiu ao céu em velocidade vertiginosa, tendo ficado acamado por três dias com tremores e febre. Dois pescadores teriam visto um "tamborão" luminoso e voador se aproximar da canoa onde estavam. Um caçador teria sido atingido pela luz em seu braço, dizendo que ela parecia furar sua carne e osso "e sentiu que toda a sua vitalidade estava sendo sugada".[20]Os fenômenos na Baía do MarajóeditarEntre o município de Viseu e a Baía do Marajó temos uma extensa faixa de litoral, pelo qual as luzes voadoras foram deixando rastros. Antes de chegar à Baía, há registros de observações e ataques de raios de luz em vários municípios, como Quatipuru[21] e Maracanã, situados no Pará.[carece de fontes]Em 18 de outubro de 1977, a população do município de Vigia, 99 km de Belém, presenciou às 18h45min o ostensivo surgimento de objetos cruzando o céu, causadores, aparentemente, de um apagão de energia elétrica. O prefeito relata ter ouvido rumores nas ruas “dando conta que um objeto estranho cruzava os céus em espantosa velocidade e lançando uma luz amarela. Como já tivesse ouvido falar na aparição desses objetos, correu até a janela de sua casa, divisando então a olho nu quando um subia da Ilha de Tapará, que fica localizada por trás da cidade, sem ruídos e sem deixar rastros tomava rumo do povoado de Santo Antônio de Ubintuba”.[22] A reportagem de 20 de outubro de 1977 do jornal A Província do Pará sobre objetos sobrevoando Vigia e sobre o desespero reinante no povoado de Santo Antônio do Ubintuba ("Ubintuba pode ser abandonada”), acrescida da manifestação do prefeito claramente a favor da ajuda militar, coloca em cena o Primeiro Comando Aéreo Regional, o I COMAR, órgão da Força Aérea Brasileira, sediado em Belém.Registros militareseditarO acervo documental da Operação Prato é composto por documentos oficiais liberados pela Força Aérea Brasileira - FAB,[23] documentos do Serviço Nacional de Informações - SNI liberados pelo Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República - GSI, todos sob guarda do Arquivo Nacional,[24] e centenas de páginas de documentos, como relatórios e imagens fotográficas, vazadas ao público principalmente nas décadas de 80 e 90 do século passado e mais recentemente em 2017. O primeiro documento vazado foi publicado pela revista UFO Documento em setembro de 1991. Essas páginas hoje são identificadas como o relatório da Primeira Missão, realizada entre 20 de outubro a 11 de novembro de 1977. A FAB abriu uma investigação, chegando a atribuir ao sargento Flávio Costa, um agente de informações do I COMAR, que participou ativamente da operação e que estava na reserva desde 1984, a responsabilidade pelo vazamento.[carece de fontes] Outra grande quantidade de documentos, entre relatórios, croquis e desenhos foram vazados nos anos seguintes por Ademar José Gevaerd, chairman da Revista UFO.[25] Em 2017 o site BURN publicou uma coleção de fotografias e fotogramas de filmes Super-8 feitos pelos militares e pela imprensa paraense.[26][27]Em 2004, uma campanha pela liberação de informações sobre objetos voadores não identificados recolheu milhares de assinaturas, capitaneada pela Comissão Brasileira de Ufólogos – CBU.[28]No dia 5 de maio de 2008, foi encaminhado ao Ministério da Defesa ofício do Subchefe para Assuntos Jurídicos da Casa Civil da Presidência da República, recomendando providências para acesso público à documentação referente a OVNIs, conforme solicitação da CBU, que fosse passível de desclassificação de seu grau de sigilo ou material não sigiloso ou que tivesse sido vencido seu prazo de sigilo, e posterior envio ao Arquivo Nacional.[29] Em 23 de abril de 2009, o Centro de Documentação da Aeronáutica - CENDOC, enviou ao Arquivo Nacional no Distrito Federal os primeiros documentos sobre a operação militar no Pará. Os documentos recebidos pelo Arquivo Nacional são organizados em fundos, um deles passou a ser o Fundo BR DFANBSB ARX – objeto voador não identificado (ovni). Ele está associado ao órgão FAB-CENDOC. Ainda em 2009, o GSI, liberou dezenas de páginas de documentos do antigo SNI sobre a operação no Pará. Entre eles um informe da Agência de Belém para a Agência Central do SNI em Brasília sobre a Operação Prato. Uma observação importante: os arquivos GSI/SNI não estão na base de dados do Sistema de Informações do Arquivo Nacional – SIAN, portanto, não podem ser acessados eletronicamente como os demais documentos. Eles não pertencem ao fundo OVNI/FAB-CENDOC. Eles são atrelados ao SNI e a ditadura, que é um outro fundo ainda não disponível no SIAN. No entanto, os arquivos do GSI/SNI podem ser acessados no site de Fernando Rodrigues no UOL. O lote GSI/SNI continha várias páginas iguais ou semelhantes àquelas existentes nos relatórios vazados, confirmando a autenticidade de muitas delas.[30]

O principal documento liberado pelas autoridades chama-se Registros de Observações de OVNI,[nota 2] uma coletânea de 130 registros, emitido pelo I COMAR e enviado ao Estado Maior da Aeronáutica em fevereiro de 1979. Um cruzamento desses registros oficiais com existentes em documento vazado, denominado Resumo Sintético Cronológico, onde estão relacionadas 284 observações militares e relatos de civis, permite obter 99,2% de comparações positivas entre os documentos nas datas e horários, com descrições entre idênticas e muito semelhantes, com apenas um registro em cento e trinta sem seu par correspondente. Outro cruzamento, desta vez de um subconjunto de 122 observações militares de 1977 do vazado Resumo Sintético Cronológico com seus pares registrados nos relatórios de missão vazados, obtêm-se uma correspondência 94,2% de comparações positivas.[carece de fontes]

Em outubro de 2007, o filho do sargento Flávio Costa, Fernando, declarou que foi responsável pela manipulação e ampliação de pontos luminosos em filmes fotográficos da operação de modo a parecerem discos voadores, durante o processo de revelação no laboratório fotográfico improvisado na residência de seu pai, na Vila Militar.[31]
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