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Três garotos e uma rede de 640 milhões. Por Suzana Naiditch, em exame.com
18 de fevereiro de 201108/04/2024 21:22:54


O dia 13 de março de 1996 foi decisivo na vida dos irmãos paranaenses Ederson, Everton e Eduardo Muffato. Naquele dia, o pai deles, José Carlos Muffato, então com 42 anos, embarcou em Cascavel, no oeste do Paraná, num turboélice Cheyenne da família. O destino era o Pantanal, onde Tito, como era conhecido, passaria alguns dias entretido com seu passatempo favorito, a pesca. O tempo estava ruim e o piloto tentou descer em Foz do Iguaçu. O avião caiu e ninguém sobreviveu.

Everton, o filho do meio, completara 16 anos no dia anterior à tragédia. O mais velho, Ederson, estava com 17, e o caçula, Eduardo, tinha apenas 12 anos. Coube aos adolescentes um desafio enorme -- assumir o comando dos negócios da família. Com sete lojas e faturamento de 85 milhões de reais, os supermercados Muffato eram, então, a quarta maior rede do Paraná. Não houve tempo para assimilar a perda do pai. No dia seguinte ao enterro, a mãe, Reni, e o tio, Hermínio Bento Vieira, sócio no negócio, deram carta-branca aos meninos. "Ficamos muito inseguros", diz Ederson, hoje com 26 anos. "Mas decidimos que, fazendo certo ou errado, estaríamos sempre juntos." Passados oito anos, os negócios da família cresceram quase oito vezes. Com faturamento de 640 milhões de reais e 18 lojas, o Super Muffato tornou-se a maior rede de supermercados do Paraná. O grupo inclui dois atacados, duas emissoras de TV, um hotel e fazendas em Mato Grosso.

A origem do negócio remonta aos anos 70, quando Tito montou um pequeno armazém em Cascavel com o irmão, Pedro, e o cunhado Hermínio. Nos anos 80, o negócio prosperou com a região, cujo desenvolvimento se acelerou durante a construção da hidrelétrica de Itaipu. Em 1988, os irmãos desfizeram a sociedade e Tito juntou-se a Hermínio para criar o Super Muffato no ano seguinte. "Mantivemos a estratégia de expansão sinalizada pelo nosso pai", diz Ederson. Totalmente absorvidos pelo dia-a-dia no trabalho, os dois irmãos mais velhos não puderam completar os estudos. Ederson só conseguiu freqüentar a faculdade de administração por 20 dias. Everton passou no vestibular para direito, mas nem chegou a começar o curso. Eduardo, 20 anos, está estudando administração e marketing.Os irmãos enfrentaram o ceticismo de fornecedores e da concorrência. "Muita gente apostou que em pouco tempo a gente perderia tudo", diz Ederson. Eles se deram um prazo de três anos para dar certo. No início, para demonstrar mais segurança, sentavam juntos para negociar com fornecedores. Fizeram, então, um acordo -- um nunca desautorizaria o outro na frente de alguém. Os três jovens podiam não ter estudo nem idade. Mas tinham experiência. Os irmãos foram praticamente criados dentro de um supermercado. Ederson começou aos 9 anos. Foi empacotador, contínuo, açougueiro. "Nunca tivemos mesada, sempre salário", diz. As férias, eles passavam no balneário de Camboriú, em Santa Catarina -- pagas com o próprio dinheiro. Quando alguém censurava Tito por deixar os filhos trabalhar tão cedo, ele respondia: "Eles vão precisar disso amanh".Na divisão do poder, a trinca fez outro pacto -- ninguém tomaria o lugar do pai, ocupando a presidência. Ederson e Eduardo cuidam da área administrativa, em Cascavel. Everton toca a parte comercial, sediada em Londrina, no norte do estado, onde estão quatro lojas -- a primeira delas inaugurada pelo pai. Ali, há um retrato de Tito e uma réplica do avião Cheyenne. As decisões estratégicas são tomadas pelo triunvirato, sempre após ouvir a opinião do tio e de Reni, a mãe. Com a morte de Tito, Reni também passou a trabalhar no negócio. "Eu era uma madame", diz ela. Hoje, é responsável pelo setor de bazar nas lojas da rede. Na última semana de junho, trabalhou 15 horas seguidas ajudando a preencher as gôndolas da loja de Londrina, inaugu rada no começo de julho. "Esse pessoal coloca a mão na massa e é isso que faz a diferença", diz Pedro Demeterco Oliveira, um dos ex-gestores do Mercadorama, que já foi a maior rede paranaense.Segundo especialistas, um dos fatores que ajudam a entender a trajetória bem-sucedida dos Muffato é a estratégia de trabalhar com lojas menores do que os hipermercados comuns. "Esse é o modelo que mais tem dado certo atualmente, pois quase ninguém mais faz compras grandes e mensais com medo da inflação", diz o consultor Ruy Santiago, da Bain&Company, especializado em canais de vendas. Outra vantagem competitiva é a atenção dada ao relacionamento com os fornecedores. "Ao contrário de muitas redes, o Muffato propõe parcerias em vez de impor negociações em que só um lado quer ganhar", diz Santiago.Localizado numa região do país muito ligada ao agronegócio, que experimenta tempos de prosperidade, o Super Muffato sofreu menos com a queda de renda do consumidor. "Queremos continuar a ser uma empresa regional forte, concentrada no Paraná e no interior de São Paulo", diz Ederson. No fim do ano passado, os irmãos deram um passo importante nessa direção, ao inaugurar a primeira loja paulista, em Presidente Prudente, no oeste do estado.Apesar de ter construído um patrimônio que permitiria viajar de primeira classe e se hospedar em hotéis de luxo, a família leva uma vida, na essência, muito parecida com a de antigamente. As férias ainda são passadas em Camboriú. Ou então no Pantanal, numa casa sem chuveiro nem luz elétrica. Acostumados a pescar com o pai desde os 5 anos, os irmãos mantêm o costume. Durante os últimos nove anos, Everton tem passado o réveillon na beira de um rio, pescando. "Não tivemos aquela fase de agitação e festas, mas não sinto ter perdido algo", diz ele, hoje com 25 anos. "Estou plantando uma coisa da qual vou desfrutar lá adiante."A saga do muffatoOs fatos mais marcantes da trajetória da rede paranaense1989O nascimentoO patriarca Tito Muffato funda o Super Muffato, em Cascavel, no oeste doParaná. Além de uma loja e um atacado na cidade, a empresa tem três supermercadosem Foz do IguaçuFaturamento: 40 milhões de reais1996A tragédiaTito Muffato morre num acidente de avião. Na ocasião, o Super Muffato jáera a quarta maior rede de supermercados do Paraná. Além de sete supermercadose um atacado, o grupo possuía outros negócios, como uma emissora de TV emCascavel e fazendas em Mato Grossofaturamento: 85 milhões de reais2003O apogeuOs jovens filhos de Tito transformam o Super Muffato na maior rede paranaensede supermercados. O grupo tem 18 lojas, dois atacados, além de fazendas,duas emissoras de TV e um hotel em Foz do IguaçuFaturamento: 640 milhões de reaisFonte: empresaOs supermercados brasileiros movimentam, somados, quase 6% do PIB brasileiro.Veja alguns números do setor em 200387,2 bilhões de reais de faturamento739 800 empregos71 372 lojasFontes: Associação Brasileira de Supermercados e ACNielsen

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Cidades (2)
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Você sabia?
O analfabetismo é seguramente um aspecto mais negativo da vida brasileira. Portugal ea portugal não é outra coisa adotou a política miserável. Alfabetização e o reconhecimento de escrita, no Brasil até 1808 ninguém conseguiu instalar uma tipografia. todo mundo que tentou foi preso processado a tipografia destruído e mandada para lisboa isso. Era a política mais draconiana e criminosa com relação ao conhecimento escrito no brasil. Enquanto na américa hispânica, para não dizer que é uma política geral, de coisa tinha gráfica e imprimindo bíblias em guarani nas povoações dos nativos. Esses nativos, guaranis, eram alfabetizados. [Programa Roda Viva, 05. 02. 2018. Jorge Caldeira]
Programa Roda Viva, 05.02.2018. Jorge Caldeira

1840
“Os nossos tupinambás muito se admiram dos franceses e outros estrangeiros se darem ao trabalho de ir buscar o seu arabutan [pau-brasil]. Uma vez um velho perguntou-me: Por que vindes vós outros, maírs e perôs (franceses e portugueses) buscar lenha de tão longe para vos aquecer? Não tendes madeira em vossa terra ? Respondi que tínhamos muita mas não daquela qualidade, e que não a queimávamos, como ele o supunha, mas dela extraíamos tinta para tingir, tal qual o faziam eles com os seus cordões de algodão e suas plumas. Retrucou o velho imediatamente: e porventura precisais de muito? Sim, respondi-lhe, pois no nosso país existem negociantes que possuem mais panos, facas, tesouras, espelhos e outras mercadorias do que podeis imaginar e um só deles compra todo o pau-brasil com que muitos navios voltam carregados. — Ah! retrucou o selvagem, tu me contas maravilhas, acrescentando depois de bem compreender o que eu lhe dissera: mas esse homem tão rico de que me falas não morre? — Sim, disse eu, morre como os outros. Mas os selvagens são grandes discursadores e costumam ir em qualquer assunto até o fim, por isso perguntou-me de novo: e quando morrem para quem fica o que deixam? — Para seus filhos se os têm, respondi; na falta destes para os irmãos ou parentes mais próximos. — Na verdade, continuou o velho, que, como vereis, não era nenhum tolo, agora vejo que vós outros maírs sois grandes loucos, pois atravessais o mar e sofreis grandes incômodos, como dizeis quando aqui chegais, e trabalhais tanto para amontoar riquezas para vossos filhos ou para aqueles que vos sobrevivem! Não será a terra que vos nutriu suficiente para alimentá-los também ? Temos pais, mães e filhos a quem amamos; mas estamos certos de que depois da nossa morte a terra que nos nutriu também os nutrirá, por isso descansamos sem maiores cuidados.
Jean de Léry (1534-1611)
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