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A Construção do Brasil no Pensamento Europeu dos Séculos XVI, XVII e XVIII
201108/04/2024 16:33:23

para romances e dramas, inspirou poetas,pintores e cartógrafos, enfim, frequentou,com uma certa assiduidade, o pensamento Europeu. Os contornos que ganhouaí, torno a repetir, pouco ou quase nadaforam devedores daquilo que sobre ele seescreveu em língua portuguesa. De qualquer modo, as notícias sobre a próspera eextensa colônia lusitana situada abaixo dalinha do Equador circularam, foram repetidas, naturalizaram-se e criaram para oshabitantes do Velho Mundo uma série deimagens, conceitos e expectativas acercado lugar e de sua gente.Os agentes principais deste verdadeiro processo de construção doBrasil pelo europeu foram, semsombra de dúvidas, os viajantes, sobretudo aqueles que, ansiosos para “ilustrar osseus compatriotas”, mas igualmente paracaírem na estima do público, resolveramescrever e publicar as suas impressõesde viagem. Mas quem eram, afinal, esses“construtores” do Brasil na Europa? Em quecondições e com que intuito passaram pelopaís? Que parte dele tiveram diante dosolhos? Quando e onde publicaram seus livros? Que alcance tiveram os seus escritos?Em linhas muitos gerais, entre 1500 e1808, vieram ao Brasil, registraram as suasimpressões e publicaram os seus relatoscerca de uma centena de visitantes, dosquais 11 passaram pela região no séculoXVI, 33 no século XVII, 45 no século XVIIIe 11 nos oito primeiros anos do séculoXIX. Nota-se, pois, que, desde AméricoVespúcio, para tomarmos o navegador que primeiro publicou sobre o ainda desconhecido pedaço de terra situado a suldas ilhas visitadas por Colombo, o númerode visitantes-escritores que passaram pelopaís veio num crescendo, com um saltorealmente expressivo do século XVI parao XVII, seguindo uma tendência extensivaa todo o Novo Mundo.No tocante à proveniência, 42 dos taisviajantes-escritores eram ingleses, 28franceses, oito holandeses, dez germânicos, quatro espanhóis, cinco italianos,dois russos e um sueco. Os visitantesholandeses estão concentrados no séculoXVII – século em que buscaram conhecere, posteriormente, se estabeleceram noNordeste brasileiro –, havendo somenteum testemunho do século XVI, mas publicado no século seguinte, e nenhum doséculo XVIII e início do XIX. Quanto aositalianos, salvo Vespúcio, visitante da primeira hora do século XVI, todos os demaissão do século XVII – quatro capuchinhos acaminho do Congo. Dos poucos espanhóisque deixaram registrada a sua passagempelo Brasil e publicaram tal registro – nãomais do que quatro navegadores, o quereflete o pouco prestígio que as narrativasde viagem tinham na Península Ibérica –,só um deles, Pero Sarmiento de Gamboa,andou pelo Brasil no século XVI, mas suanarrativa veio a público no século XVIII,em 1768 precisamente; os três demaisvisitantes são todos do século XVII, sendoque aquele que mais páginas de seu relatodedicou ao Brasil, Francisco Coreal, pareceter sido inventado por um criativo editor [Página 9 do pdf]

franceses da França Equinocial. Aforaesses grupos, restam, no século XVI, oaventureiro Hans Staden, capturado pelosíndios em Bertioga, Sarmiento e Gamboa,cuja embarcação demorou meses para serconsertada no Rio de Janeiro, e o piratainglês Antony Knivet, que caiu prisioneirodos portugueses próximo a São Sebastião.Depois deles, já no século XVII, o holandês Ruiters, capturado em Angra dos Reis,cumpriu pena no Rio de Janeiro por umbom tempo; o capuchinho da Missão doCongo, Antonio Cavazzi, ficou retido, sem“carona”, em Pernambuco por pouco maisde 12 meses; Martin de Nantes por doisanos andou pela região do rio São Francisco e, quase na virada do século, o misterioso Francisco Coreal supostamente vagoumais de sessenta meses por várias regiõesdo Brasil. O século XVIII não traz nenhumcaso, mas, no início do XIX, deparamoscom outro prisioneiro, o contrabandistade pau-brasil Thomas Lindley, detido naBahia por 12 meses, e com o comerciante John Mawe, visitante tardio e um dosprimeiros, “quiçá” o primeiro, a desfrutarda tolerância com o visitante estrangeiro,que caracterizará o período joanino.Passemos agora os olhos pelas obraspublicadas por estes cem visitantes. Notocante às línguas, 45 vieram a público originalmente em inglês, 29 em francês, oitoem alemão, oito em holandês, quatro emitaliano, três em espanhol, duas em russoe uma em latim – a narrativa de Vespúcio.Em relação ao século de publicação, sãosomente sete relatos no século XVI, namedida em que quatro dos visitantesquinhentistas tiveram suas narrativas publicadas ou no século XVII ou no XVIII. Apartir do século XVII, quando o movimentomarítimo no Atlântico e o interesse peloNovo Mundo estavam em processo de acelerada consolidação, o volume de relatosaumenta substantivamente; tendência queirá, como sabemos, se acentuar ao longodo século XVIII.Tais obras, entre edições e reedições,vieram à luz não menos do que 272 vezesentre os séculos XVI e início do XIX. Ametade delas, número bastante expressivo, veio a público uma única vez. Umaspoucas, ao contrário, as assinadas porAmérico Vespúcio, Duguay-Trouin, GeorgeAnson e Gabriel Dellon, tiveram mais de12 edições, mas constituem exceções.Traduções foram 110, sendo que quasemetade das obras não suscitou interessede nenhum editor estrangeiro. Predominam as traduções para o francês, o inglês,o alemão e, em menor número, as traduções para o holandês.Em termos gerais, considerando que tratamos de um período de três séculos, sãopoucas as narrativas referentes ao Brasil,nada que se compare ao montante que seescreveu sobre a América do Norte, sobrea Índia, sobre as terras austrais ou mesmosobre a América espanhola. Há, no entanto, de se considerar que tais relatos contaram, no que tange à circulação do seuconteúdo referente ao Brasil, com o auxíliodas grandes coletâneas de viagem, dosinúmeros atlas então disponíveis, de uma [Página 13 do pdf]

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erroc2:testePedro Sarmiento de Gamboa
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Nas crenças nativas detectou-se algum vestígio da pregação apostólica (...) Poucos meses depois de sua chegada ao Brasil, em agosto de 1549, escreve Nobrega: Eles [os indigenas] tem memória do dilúvio e dizem que Sao Tome, a quem chamam Zome, passou por aqui.
*História da Igreja no Brasil, 1977. Eduardo Hoornaert
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Em 1538... aconteceu pela Divina Providência, pois aqui achamos três cristãos, intérpretes da gente bárbara que falam bem esta língua pelo longo tempo de sua estada. Estes nos referiram que quatro anos antes um nativo, chamado Esiguara (grafado também Etiguara, Origuara, Otiguara), agitado como um profeta por grande espírito, andava por mais de 200 léguas predizendo que em breve haveriam de vir os verdadeiros cristãos irmãos dos discípulos ao apóstolo São Tomé, e haveriam de batizar a todos. Por isto, mandou que os recebessem com amizade e que a ninguém fosse lícito ofendê-los.
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