Frei Francisco dos Santos e outros franciscanos desembarcam em Santos e seguem para a então vila de São Paulo
25 de janeiro de 1640
04/04/2024 12:07:17
1640 — Frei Francisco dos Santos e outros franciscanosdesembarcam em Santos e seguem para a então vila de São Paulo.Recolhendo-se à ermida de Santo Agostinho, ativam a construçãode uma casa, para onde passam a 17 de abril deste ano. Em 1643,começaram a construir em outro local o convento de São Francisco,onde em 1828 se estabeleceu a Faculdade de Direito.[1]
, depois do exame do local por frei Manoel de Santa Maria, custodio enviado para executar o alvará de 29 de Novembro de 1624, que auto- risára a fundação de conventos de franciscanos na capitania de S. Vicente. O referido custodio, em 1639, tendo examinado o local e os recursos necessários para a ordem em Santos e em S. Paulo, voltou á Bahia e reunio capitulo em 6 de Agosto desse anno: o capitulo resolveu fundar os dous conventos, e nomeou prelados fundadores, do de S. Paulo frei Francisco dos Santos, e do de Santos frei Pedro de S. Paulo, os quaes, acompanhados de outros irmãos, chegaram a Santos em 25 de Janeiro de 1640. O convento de S. Paulo foi ao principio em uma casa junto á [2]
uinte chegava a Santos Frei Pedro de S. Paulo, acompa- nhado de alguns companheiros como Frei Manoel dos San- tos, Frei Francisco de Coimbra, Frei Bernardino da Purifi- cação, Frei Thomé da Madre de Deus, e mais os leigos Frei Domingos dos Anjos e Frei Antonio de São José, estes para mestres das obras, logo depois iniciadas em terrenos doados nesse anno, por D. a Felippa de Souza e pela Camara local. Esses primeiros franciscanos, fundadores do alludido convento foram recolhidos á sua chegada, á Capella de Nos- sa Senhora do Desterro, propriedade então de Bartholomeu Fernandes Mourão, onde estiveram até 12 de Junho daquelle anno de 1640, occasmo em que se passaram para o convento "próprio, prompto apenas em parte. Só ena 1642, [3]
Frei Francisco dos Santos e outros franciscanos desembarcam em Santos e seguem para a então vila de São Paulo
“Os nossos tupinambás muito se admiram dos franceses e outros estrangeiros se darem ao trabalho de ir buscar o seu arabutan [pau-brasil]. Uma vez um velho perguntou-me: Por que vindes vós outros, maírs e perôs (franceses e portugueses) buscar lenha de tão longe para vos aquecer? Não tendes madeira em vossa terra ? Respondi que tínhamos muita mas não daquela qualidade, e que não a queimávamos, como ele o supunha, mas dela extraíamos tinta para tingir, tal qual o faziam eles com os seus cordões de algodão e suas plumas.
Retrucou o velho imediatamente: e porventura precisais de muito? Sim, respondi-lhe, pois no nosso país existem negociantes que possuem mais panos, facas, tesouras, espelhos e outras mercadorias do que podeis imaginar e um só deles compra todo o pau-brasil com que muitos navios voltam carregados. — Ah! retrucou o selvagem, tu me contas maravilhas, acrescentando depois de bem compreender o que eu lhe dissera: mas esse homem tão rico de que me falas não morre? — Sim, disse eu, morre como os outros. Mas os selvagens são grandes discursadores e costumam ir em qualquer assunto até o fim, por isso perguntou-me de novo: e quando morrem para quem fica o que deixam? — Para seus filhos se os têm, respondi; na falta destes para os irmãos ou parentes mais próximos. — Na verdade, continuou o velho, que, como vereis, não era nenhum tolo, agora vejo que vós outros maírs sois grandes loucos, pois atravessais o mar e sofreis grandes incômodos, como dizeis quando aqui chegais, e trabalhais tanto para amontoar riquezas para vossos filhos ou para aqueles que vos sobrevivem! Não será a terra que vos nutriu suficiente para alimentá-los também ? Temos pais, mães e filhos a quem amamos; mas estamos certos de que depois da nossa morte a terra que nos nutriu também os nutrirá, por isso descansamos sem maiores cuidados.
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“
Nenhum de nós escolhe o nosso fim, na verdade. Um rei pode induzir um homem, um pai pode assumir um filho, mas lembre-se disto, mesmo que aqueles que o induzirem forem reis ou homens de poder, sua alma pertencerá apenas a você. Quando estiver perante Deus não poderá dizer mas outros ‘me disseram para fazer isto‘ ou que a virtude não era conveniente no momento não será suficiente.