Vários maçons foram presos, e outros, como Ledo, tiveram que fugir temendo represálias de José BonifácioO bilhete transcrito abaixo mostra um verdadeiro terrordos maçons frente às perseguições aos maçons. O texto foi escrito pelo Cônego Januárioda Cunha Barbosa, maçom do grupo do Primeiro Vigilante do Grande Oriente, e que foieditor do Revérbero Constitucional Fluminense.Lêdo – Escrevo precipitadamente, na contingência de ser presopelos agentes dos Andradas. José Bonifácio nos intrigou com oImperador, convencendo-o de que somos republicanos e queremos suamorte e expulsão. Sei pelo Clemente que a ordem de nossa prisão já estálavrada. Esse homem que se tem revelado um tigre, que não fez aIndependência, que a impediu até o último instante, e que somente aaceitou quando a viu feita, agora procura devorar aqueles que tudofizeram pela Independência da Pátria, que a conseguiram com osmaiores sacrifícios. O Drummond disse que o déspota faz questão deprender você para enforcá-lo. Lembre-se do que ele disse na Igreja deSão Francisco. Não se exponha, não apareça na Corte, pois o grandeódio dele recai sobre você, que foi, como dirigente da Maçonaria, oprincipal obreiro, o verdadeiro construtor de nossa Independência. Édas escrituras. Cônego Januario – 30 de outubro de 1822.” (Textoretirado do site da Grande Loja do Rio Grande do Sul.(http://www.glojars.org.br/institucional/historia_brasileira.htm).
Me digam quem é feliz, quem não se desespera, vendo nascer seu filho no berço da miséria? Um lugar onde só tinham como atração, o bar e o candomblé pra se tomar a benção. Esse é o palco da história que
por mim será contada *Raio-x do Brasil
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“Os nossos tupinambás muito se admiram dos franceses e outros estrangeiros se darem ao trabalho de ir buscar o seu arabutan [pau-brasil]. Uma vez um velho perguntou-me: Por que vindes vós outros, maírs e perôs (franceses e portugueses) buscar lenha de tão longe para vos aquecer? Não tendes madeira em vossa terra ? Respondi que tínhamos muita mas não daquela qualidade, e que não a queimávamos, como ele o supunha, mas dela extraíamos tinta para tingir, tal qual o faziam eles com os seus cordões de algodão e suas plumas.
Retrucou o velho imediatamente: e porventura precisais de muito? Sim, respondi-lhe, pois no nosso país existem negociantes que possuem mais panos, facas, tesouras, espelhos e outras mercadorias do que podeis imaginar e um só deles compra todo o pau-brasil com que muitos navios voltam carregados. — Ah! retrucou o selvagem, tu me contas maravilhas, acrescentando depois de bem compreender o que eu lhe dissera: mas esse homem tão rico de que me falas não morre? — Sim, disse eu, morre como os outros. Mas os selvagens são grandes discursadores e costumam ir em qualquer assunto até o fim, por isso perguntou-me de novo: e quando morrem para quem fica o que deixam? — Para seus filhos se os têm, respondi; na falta destes para os irmãos ou parentes mais próximos. — Na verdade, continuou o velho, que, como vereis, não era nenhum tolo, agora vejo que vós outros maírs sois grandes loucos, pois atravessais o mar e sofreis grandes incômodos, como dizeis quando aqui chegais, e trabalhais tanto para amontoar riquezas para vossos filhos ou para aqueles que vos sobrevivem! Não será a terra que vos nutriu suficiente para alimentá-los também ? Temos pais, mães e filhos a quem amamos; mas estamos certos de que depois da nossa morte a terra que nos nutriu também os nutrirá, por isso descansamos sem maiores cuidados.Jean de Léry (1534-1611) 8 registros