Atlético Sorocaba virou “Seleção do Brasil” na Coreia do Norte
1 de janeiro de 2009
04/04/2024 18:57:37
Placar do estádio mostrava “Brasil”
Data: 01/01/2009
Foto: Arquivo/Waldir Cipriani
Um time do interior paulista ser chamado para jogar no restrito país da Coreia do Norte e ainda ser confundido com a Seleção Brasileira. Parece mentira, não é? Mas aconteceu com o Atlético Sorocaba, equipe que viveu esta aventura em 2009, no longínquo país asiático, em um amistoso com a seleção local. A partida inusitada completa exatos dez anos nesta quarta-feira.
Primeiramente, vamos entender como tudo foi iniciado. A situação começa com a figura de Sun Myung Moon, o Reverendo Moon. Nascido na região que hoje é a Coreia do Norte, ele foi o fundador da Igreja da Unificação, um grupo religioso que angariou milhares de seguidores, colecionou controvérsias e teve forte presença no Brasil, sobretudo nos anos 90. Apaixonado pelo esporte, ele escolheu dois clubes para investir no Brasil: o Cene-MS e o Atlético Sorocaba.
Moon investiu no clube sorocabano no começo dos anos 2000, o que fez com que a equipe subisse da terceira divisão paulista para a primeira, em 2003. Nessa época de vacas gordas, o Reverendo queria usar o Atlético Sorocaba para levar o futebol brasileiro a diversas partes do mundo. Esta oportunidade surgiu em 2009, quando a Coreia do Norte se classificou para a Copa do Mundo de 2010, na África do Sul, e queria enfrentar equipes de diversas partes.
Atlético Sorocaba ou Seleção Brasileira?
A delegação do clube paulista desembarcou na Coreia do Norte, no aeroporto de Pyongyang, capital da Coreia do Norte, onde telefones e passaportes foram confiscados, devido as regras extremas do país, na época liderado pelo ditador Kim Jong-il. Um dia antes do jogo, os atletas foram ao estádio da capital, e ficaram impressionados com sua imponência. Lá, treinaram sob olhares da seleção norte-coreana.
No dia da partida, o estádio lotado deu um choque na delegação brasileira. Minutos depois, ao entrar em campo e ver BRA no telão, eles entenderam o que acontecia: para o povo norte-coreano, ali estava a Seleção Brasileira.
- O placar eletrônico estava escrito Brasil, e as cores do Atlético Sorocaba são vermelha e amarela. Como a Coreia do Norte jogou de vermelho, nós atuamos de amarelo, e os caras acharam que éramos a Seleção Brasileira. O estádio tinha 80 mil pessoas e mais 30 mil para o lado de fora. O Imperador obrigou as pessoas a irem pro jogo, e quando ele fala, eles têm que ir. O estádio estava inteiro abarrotado - lembrou Edu Marangon, técnico do time na partida, em entrevista ao UOL, no ano de 2014.
- Como eles nunca tinham recebido um time brasileiro, pra eles era a Seleção Brasileira que estava ali. O governo mandava os caras irem assistir ao jogo, acabamos representando o Brasil mesmo - endossou Leandro da Silva, lateral do time na época, em entrevista ao GloboEsporte.com, no ano passado.
Quando começou a partida, a reação do público causou espanto aos atletas brasileiros. Quando eles tinham a bola, a torcida silenciava por completo. Não havia vaias, murmúrios, conversas: nada. O ambiente mudava quando a seleção norte-coreana atacava, quando explodiam os gritos coreanos.
O jogo foi equilibrado, com os norte-coreanos tentando pressionar, sobretudo no primeiro tempo. O time brasileiro tinha em mente que, se ganhasse, poderia estar sob riscos. Ao fim, empate por 0 a 0, um placar bom para ambos os lados.
A Coreia do Norte mandou a campo naquela partida a base da seleção que disputaria a Copa do Mundo de 2010 – e que perderia por 2 a 1 para a Seleção Brasileira (desta vez, a verdadeira), na fase de grupos do Mundial.
Depois desta aventura em 2009, o Atlético Sorocaba ainda fez mais duas visitas à Coreia do Norte, em outros dois amistosos, em 2010 e 2011, ambos com derrota de 1 a 0. O clube do interior paulista também recebeu por aqui no Brasil o time feminino e sub-20 dos asiáticos, em seu trabalho de cooperação.
Atlético Sorocaba virou “Seleção do Brasil” na Coreia do Norte
Em São Paulo, rico era quem tinha talheres – só dez famílias possuíam – e camas. Isso mesmo: camas. Em 1620, um representante do rei de Portugal em visita à cidade simplesmente não tinha onde dormir. A solução foi confiscar a única cama decente da cidade, que pertencia a um cidadão chamado Gonçalo Pires.
21970 584
“
Em 1538... aconteceu pela Divina Providência, pois aqui achamos três cristãos, intérpretes da gente bárbara que falam bem esta língua pelo longo tempo de sua estada. Estes nos referiram que quatro anos antes um nativo, chamado Esiguara (grafado também Etiguara, Origuara, Otiguara), agitado como um profeta por grande espírito, andava por mais de 200 léguas predizendo que em breve haveriam de vir os verdadeiros cristãos irmãos dos discípulos ao apóstolo São Tomé, e haveriam de batizar a todos. Por isto, mandou que os recebessem com amizade e que a ninguém fosse lícito ofendê-los.