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Acidente com trem cargueiro
22 de dezembro de 196417/04/2024 15:27:02

Acidente na Estação Ferroviária
Data: 01/01/1964
Créditos: Jornal Cruzeiro do Sul
(efs)(!)

Com a filha no colo, Maristela Ferreira Amaro, de apenas sete meses, e ao lado do marido, Cícero Ferreira, a jovem Luiza Herculiani Ferreira esperava em um banco da estação ferroviária, há exatos 53 anos, a passagem de um dos trens noturnos da Estrada de Ferro Sorocabana. Tal composição deveria levá-los até Bauru, para que próximo dali, em Duartina, pudessem festejar o Natal com familiares.

Sob a gare - cobertura da estação -, um trem de mercadorias, o BG-2, estava parado para descarga. Tudo era normalidade até 0h36, quando ocorreu o maior desastre ferroviário em perímetro urbano da história de Sorocaba: na madrugada de 23 de dezembro de 1964, o trem cargueiro C-48, procedente de Botucatu, colidiu contra a cauda do BG-2, lançando ao alto vagões, fardos e tábuas de madeira, derrubando parte da cobertura metálica e transformando parte da esplanada da estação em uma montanha de ferragens retorcidas.

A cena ainda é nítida para Luiza, hoje com 78 anos: alertada pelos gritos do chefe da estação naquela noite, Romeu de Mello -- conhecido como "Passarinho" --, ela e a família correram do local onde estavam. Sinalizando para que o trem em aproximação acionasse os freios, Passarinho morreu no acidente.

O fato gerou comoção na cidade e a Sorocabana, em reconhecimento à atitude do ferroviário, o promoveu postumamente à classe imediatamente superior. "Ele veio dar sinal para que saíssemos dali", recorda-se Luiza. Caso permanecesse onde estava, a família certamente teria perecido, como a segunda vítima fatal daquele acidente.

"Pouco antes um idoso parou para conversar conosco, falando mal da Sorocabana, que o trem balançava muito, comparando-a com outra ferrovia, a Paulista. Ele falou mal da Sorocabana pela última vez", relata.

Na agonia que tomou conta da estação após o acidente, entrou em cena uma moça desconhecida, cujo paradeiro Luiza e Maristela hoje desejam descobrir. "Nós sobrevivemos, mas nos ferimos. Fomos surpreendidos por madeiras e ferro que voavam sobre nós.

Eu acabei com as pernas prensadas contra as rodas dos vagões e tive fraturas nos tornozelos, enquanto meu marido teve esmagamento próximo dos rins. À minha filha, no meu colo, não ocorreu nada, mas estávamos imobilizados ali", relembra Luiza. Uma jovem, então, resgatou Maristela dos braços da mãe e, mesmo com o próprio pai machucado no local, levou a criança ao Pronto-Socorro de Sorocaba em um gesto de solidariedade.

Luiza e Cícero ficaram internados em outro hospital, o de Votorantim, por 15 dias. A garotinha ficou sob os cuidados de uma prima -- a quem a jovem salvadora entregou a criança no dia seguinte ao acidente. Essa mulher nunca mais foi vista: seu nome não foi registrado pela família, que pouco depois deixou Sorocaba, retornando definitivamente à região de Bauru.

"Ela é um anjo que apareceu ali para me salvar, mesmo sem me conhecer. Meus pais se machucaram muito, duas pessoas morreram, foi um acontecimento horrível. E eu sinto que tenho de encontrá-la. Eu não a conheço, não sei quem ela é, mas ela é muito importante para a minha vida. O "anjo da Sorocabana", posso dizer assim", descreve Maristela -- torcendo para que a publicação da história possa colaborar para um reencontro entre todos.

Daquele acontecimento, há uma pista, pois a pessoa que carregou Maristela ao hospital levou consigo uma lembrança dela: a manta na qual o bebê estava enrolado naquela noite. Maristela hoje tem 53 anos e recentemente retornou à estação de Sorocaba para rever o local do acidente. "Olhando tudo isso, eu vejo que nasci de novo. Não é exagero dizer que a data do meu nascimento é 23 de dezembro", afirma.

Boiada

Além da morte do chefe da estação, o desastre ferroviário do Natal de 1964 é lembrado pelos mais antigos, até hoje, também pela confusão que provocou na cidade. O trem parado na estação conduzia, dentro de gaiolas, vários bois, carneiros e cabritos -- que fugiram dos vagões quando eles se romperam pelo impacto.

"Na noite do desastre eu estava na porta do Gabinete de Leitura. Vimos aquela boiada correndo pelas ruas Maylasky e Direita, no meio da multidão que fazia compras de Natal", relembra o historiador Adolfo Frioli.

A cidade registrou diversos acidentes ferroviários nos anos 1960. Em 30 de maio de 1964, o trem de passageiros N-3 descarrilou em alta velocidade entre Inhaíba e Brigadeiro Tobias.

Seis carros saltaram dos trilhos e dez pessoas morreram. Em 13 de novembro de 1965, dois trens voltaram a se chocar na estação de Sorocaba, quando o trem P-1, parado na plataforma para embarque, foi abalroado por outra composição de passageiros, o P-2 -- que vinha de Itararé e foi desviado para a via errada pelo controle de sinalização. Mais duas pessoas vieram a falecer.

Em 9 de setembro de 1968, sem vítimas, o trem japonês SP-6 foi colhido pelo cargueiro C-56 em Inhaíba, que varou um sinal vermelho. De tempos em tempos (o último foi em 2013) os descarrilamentos ainda causam transtornos aos sorocabanos, mas não com a gravidade daquela madrugada de 23 de dezembro, marcada até hoje na memória de muita gente.

Fonte: Jornal Cruzeiro do Sul

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, o regimento de 1603 teria surgido em função das várias dúvidas existentes em relação às minas, em especial, depois das notícias da morte do tal mineiro alemão que andava com Francisco de Souza e dos boatos de que se fundia ouro do tamanho da “cabeça de um cavalo”. Esta história do ouro do tamanho de uma cabeça de cavalo aparece em outro documento. No Libro de los sucessos del ano de 1624, alocado na BNE MSS2355) fala- se deste mineiro alemão, só que teria sido assassinado a mando dos jesuítas, que temiam que a notícia da riqueza aumentasse a servidão dos gentios.
Há ações que não foram punidas e os responsáveis não foram presos? Há bens que foram saqueados e não foram devolvidos? Vamos ver como podemos reparar isso.” presidente de portugal


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