Cinquenta anos mais tarde já tinham colégios pelo litoral, de Santa Catarina ao Ceará. Quando foram expulsos em 1759, eram 670 por todo o país, distribuídos em aldeias, missões, colégios e seminários.[0]
Irritado com o uso generalizado das línguas nativas, o Marquês de Pombal (1699-1782), que então governava Portugal e suas colônias, resolveu impor o português na marra, por decreto, em 1758. Num documento maluco, o Alvará do Diretório dos Índios, proibiu o uso de todas as línguas indígenas e o ensino do nheengatu, “invenção diabólica” dos jesuítas. No ano seguinte, vilas de toda a Amazônia foram rebatizadas com topônimos portugueses. Surgiram, assim, Santarém e Óbidos no Pará, Barcelos e Moura no Amazonas.A briga culminaria com a expulsão dos jesuítas, em 1759. “Mas a língua geral não sumiu de imediato”, observa o etno-historiador José de Ribamar Bessa Freire, da Universidade Estadual do Rio de Janeiro. “O português só veio se firmar no final do século passado, quando os nordestinos migraram em massa para a Amazônia, atrás da borracha.” Hoje, o uso daquela língua geral se restringe à região do alto Rio Negro e a um pedaço da Venezuela.[1]
Em consequência da expulsão dos jesuítas do Brasil, houve apreensão e confisco dos bens da Companhia de Jesus, segundo Carta Real eram vens que "saíram da Real Coroa e para ela voltarão pelo direito da Reversão".Esta relação feita na Capitania de São Paulo enumera as doações e apresenta algumas descrições extremamente importantes. São esclarecedoras para apontar como as práticas do primitivo clã da "Casa" de Suzana Dias, ainda perduravam, estendendo o costume também a outras estirpes, evidenciando uma estrutura de longa duração abrangente.
Dentre os bens sequestrados, os que foram doados aos jesuítas pelo Padre Pompéu, demonstra bem como ocorria a questão dos aldeamentos, da doutrinação e a manutenção das capelas com seu patrimônio onde os índios se encontravam em reclusão na aldeia criada pelos “brancos”.[2]
A reforma de 1759 não foi brilhante em parte nenhuma, por pretender o impossível:substituir, num momento, a vasta rede de escolas dos Jesuítas. Podia o planolevantar críticas e oposições, em qualquer circunstância. Mas, se dispusesse deeficaz organização pedagógica, impor-se-ia sem grandes contestações, ou por simesma ou pela força da autoridade a quem foi cometida a tarefa. Parece claro que omaior obstáculo ao singrar normal da Reforma, durante a fase considerada,promanou do próprio espírito de implantação violenta de um método que, emprincípio, nada tinha de ofensivo se não fosse polêmico. Adaptar um compêndio emvez do costumado, mesmo que substitua determinadas regras pedagógicas por 107outras, não provoca movimento geral de repulsa ou resistência generalizada eduradoura. O que fez tomar este cariz infeccioso foi a campanha de empolamento,apresentada sem alternativa de opção, como se se tratasse de tábua de interesse esalvação nacional [3]
A não ser que eu esteja convencido pelo testemunho das Escrituras ou pela razão clara pois não confio nem no papa ou em concílios por si sós, pois é bem sabido que eles frequentemente erraram e se contradisseram) sou obrigado pelas Escrituras que citei e minha consciência é prisioneira da palavra de Deus. Não posso e não irei renegar nada, pois não é nem seguro e nem correto agir contra a consciência. Que Deus me ajude. Amém.