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Greve geral: Em Sorocaba “spadins" foram necessários para conter a multidão
6 de Julho de 1917


Em 6 de julho de 1917 teve início a primeira greve geral da história do Brasil, que durou 30 dias e refletiu, também, em Sorocaba.

Em 17 de julho de 1917, o jornal Cruzeiro do Sul traz uma reportagem de mais de uma página com a manchete: “A greve nesta cidade”.

A matéria relata que cerca de 10 mil operários ainda se encontram parados, pois “querem aumento de salário” e que os bondes estão paralisados e o comércio encontra-se com as portas cerradas.

Para o jornal a declaração de greve por parte dos operários não era “surpreza”, já que a situação dos trabalhadores em Sorocaba era semelhante aos da capital.

A reportagem passa a descrever com detalhes os procedimentos e itinerários adotados pelos grevistas.

Os grevistas se depararam com a recusa de adesão por parte dos operários da Fábrica Santo Antonio, que não estavam descontentes com seus patrões, já que no mês anterior (junho) receberam uma gratificação em 25% de seus ordenados e a promessa de melhorá-los ainda mais.

Por fim, acabaram estes por aderir ao movimento em consideração aos colegas. Desta fábrica dirigiram-se os grevistas para as oficinas da Sorocabana Railway, onde os operários aderiram ao movimento maciçamente seguindo-se já em numeroso grupo para a Fábrica de Chapéus Souza Pereira.

Prossegue a notícia de que o grupo de grevistas aumentava a cada fábrica visitada, seguindo para a Fábrica de Tecidos Santa Rosália. Rapidamente se generalizava a greve.

Seguiram, então, para Fábrica Santa Maria. Também lá os operários já haviam tido aumento de salário, mas aderiram ao movimento em solidariedade e espírito de união.

Aderiram ao movimento, conforme noticia o jornal ainda no dia 17 de julho de 1917, a Fábrica de Estamparias São Paulo, a fábrica de Arreios de Ferreira & Cia, Fábrica de Calçados Soares, Fábrica de Tecidos Votorantim e Fábrica de Calçados “Fausto”.

A maioria das casas de comércio teve que fechar suas portas diante da atitude dos grupos de grevistasque assim exigiram. Os bondes deixaram de correr desde o dia anterior e os motorneiros e condutores foramforçados a deixar o trabalho.

A polícia local recorreu às forças da capital a fim de controlar e reprimir o movimento grevista que segeneralizava com rapidez. A ação da polícia nas manifestações dos trabalhadores foi registrada pelo jornal Cruzeiro do Sul:

A policia agia com calma e reflexão de modo a merecer elogios. O sr. Dr. Lima Camargo delegado de polícia e seus auxiliares foram incansáveis na regularização do trabalho nesta cidade, já servindo de mediadores entre os operarios e os patrões com o nobre fim de concilial-os, já tomando medidas para que a ordem pública se não subvertesse.

A força policial vinda da capital teve ordens de dispensar uma agglomeração de populares que, desde cedo, estacionava na praça Cel. Fernando Prestes.

A polícia intimou por três vezes, o povo que se dispersasse e não foi atendida. Os operários não tinham licença para realizar o comício em que falava o sr. Bandoni.

A policia fez uso dos espadins, chegando mesmo a cometer excessos lamentaveis e ferindo pessoas de representação da nossa sociedade que nada tinham com a greve e se achavam misturadas com os operarios.

Os industriais de Sorocaba, temendo que a greve na cidade tomasse os rumos que acontecia na capital, acharam por bem conceder alguns benefícios aos operários.

Assim, reunidos na residência do senhor Jorge Kenworthy, resolveram conforme noticiado pelo jornal Cruzeiro do Sul o que resolveram os industriaes:

“Os industriaes de Sorocaba abaixo-assignados, reunidos hoje nesta cidade resolveram fazer aos seus operarios as mesmas concessões feitas ao operariado da capital pelos industriaes dali e que são as seguintes:

a – aumento de 20% sobre os salarios em geral
b – não dispensar do serviço qualquer operario que tenha tomado parte da presente greve
c – respeitar “in totum” o direito de associação dos seus operarios
d – efetuar o pagamento dos salarios dentro da primeira quinzena que se seguira do mês vencido
e – acompanhar com a máxima boa vontade as iniciativas que forem tomadas no sentido de melhorar condições moraes, materiaes e economicas do operariado de Sorocaba

Estas condições serão postas imediatamente em vigor, desde que os operarios recomecem amanhã seu trabalho”.

Ao término desta reunião, o delegado de polícia de Sorocaba emite o seguinte boletim:

“Em reunião os industriaes desta localidade resolveram adaptar as concessões do operariado da capital, hoje publicadas pelos jornais.

A policia esta preparada para garantir as pessoas a propriedade e o trabalho da população ordeira de Sorocaba, bem assim para agir no caso de qualquer excesso por parte dos elementos perturbadores da ordem pública contando coma calma e prudência de todos os habitantes desta culta cidade.”

[1] https://brasilbook.com.br/r.asp?r=8763
Primeira greve geral no Brasil
Data: 26/07/1917
Créditos: Jornal "A Cigarra"
“Juramento à Bandeira”
Data: 01/01/1942
Créditos: Blog Ciências Policiais
Centro de Instrução Militar, da Força Pública do Estado de SP. Recebimento do Espadim, modelo de 1935
Chácara / Fábrica Santa Maria*
Data: 01/01/1917
Créditos: Museu Histórico Sorocabano
(foto colorida digitalmente. Vila Hortência
Operários da grande Fábrica de arreios "Dias e Comp."
Data: 01/01/1910
Créditos: Museu Histórico Sorocabano
Foto colorida digitalmente((kids)
Fábrica São Paulo*
Data: 01/01/1922
Créditos: Oficina Geo Histórica Adolfo Frioli
Colorizada digitalmente (colorida digitalmente)
Fábrica Santa Rosália
Data: 01/01/1924
Créditos: Pedro Neves dos Santos / Museu Histórico Sorocabano
Atual supermercado Extra (jardim santa rosália. Fábrica Santa Rosália (colorida digitalmente) (horse)
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