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Matheus Maylasky: “Povo de Sorocaba, cumpri minha a promessa; aí esta a vossa estrada”
10 de julho de 187504/04/2024 17:45:42

Em 10 de julho de 1875 foi inaugurado o tráfego entre São Paulo e Sorocaba. Às 14h30 desse dia, chegava o trem inaugural e Maylasky dizia: “Povo de Sorocaba, cumpri minha a promessa; aí esta a vossa estrada”.

A inauguração da Companhia Sorocabana até Sorocaba se deu em 10 de julho de 1875, levando mais um ano seu prolongamento até a Real Fábrica de Ferro São João de Ipanema. Foram organizadas grandes festas na cidade que duraram quatro dias, terminando em 13 de julho com “majestoso baile”. Houve óperas no Teatro S. Raphael, apresentadas pela Cia. Lyrica italiana.

Na ocasião da inauguração da ferrovia e de suas solenidades, Maylasky pronunciou um discurso para os espectadores e autoridades, no qual encontramos afirmações exaltando com um novo tom a cidade, em consonância com as transformações capitalistas mais profundas que se operavam na província e em algumas partes do país.

Nele já estava a intenção de expandir a ferrovia para Tatuí, Tietê, Itapetininga e Botucatu e, mesmo estendêla até o Paraná. E também continha um alto grau de egocentrismo, próprio do lendário “self-made-man” do século XIX1 [Eric J. HOBSBAWM, Era do Capital. 1848 – 1875]

Em seu discurso exaltou a nobreza do trabalho, que traz aos homens o “sagrado” progresso: “o homem é o sacerdote do trabalho, ajoelhado diante do altar do progresso”. O trabalho era mesmo um “dever”, especialmente para o paulista, “que não tem o direito de ficar parado”. O que revela elementos de um certo imaginário capitalista paulista que estavaem vias de surgir: S. Paulo, a terra do trabalho, do progresso, da prosperidade. Exaltava o povo da cidade que lhe proporcionou a fortuna e terminou triunfante: Cumpri minhas promessas, aí está a vossa estrada! Vivam os acionistas da Companhia! Vivam todos os operários da linha da Sorocabana! Viva o povo sorocabano! [Antonio Francisco GASPAR "Bodas Brilhantes: 10 de julho de 1875!" p. 8.]

O primeiro trecho da ferrovia foi inaugurado em 10 de julho de 1875 e era formado por uma única linha, em bitola métrica, entre São Paulo e a fábrica de ferro de Ipanema, passando por Sorocaba.Inicialmente concebida para transportar as safras de algodão, as receitas geradas pelo transporte desse produto logo se revelaram insuficientes, levando a ferrovia a enfrentar sérias dificuldades financeiras. [belgianclub.com.br]

[1] Eric J. HOBSBAWM, Era do Capital. 1848 – 1875

[2] 6 Antonio Francisco GASPAR, Bodas Brilhantes: 10 de julho de 1875!.. 10 de julho de 1950!.., p. 8.

[3] ENTRE A REVOLUÇÃO E O CORPORATIVISMO - Adalberto Coutinho de Araújo Neto (2006)
Matheus Maylasky: “Povo de Sorocaba, cumpri minha a promessa; aí esta a vossa estrada”

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“Os nossos tupinambás muito se admiram dos franceses e outros estrangeiros se darem ao trabalho de ir buscar o seu arabutan [pau-brasil]. Uma vez um velho perguntou-me: Por que vindes vós outros, maírs e perôs (franceses e portugueses) buscar lenha de tão longe para vos aquecer? Não tendes madeira em vossa terra ? Respondi que tínhamos muita mas não daquela qualidade, e que não a queimávamos, como ele o supunha, mas dela extraíamos tinta para tingir, tal qual o faziam eles com os seus cordões de algodão e suas plumas. Retrucou o velho imediatamente: e porventura precisais de muito? Sim, respondi-lhe, pois no nosso país existem negociantes que possuem mais panos, facas, tesouras, espelhos e outras mercadorias do que podeis imaginar e um só deles compra todo o pau-brasil com que muitos navios voltam carregados. — Ah! retrucou o selvagem, tu me contas maravilhas, acrescentando depois de bem compreender o que eu lhe dissera: mas esse homem tão rico de que me falas não morre? — Sim, disse eu, morre como os outros. Mas os selvagens são grandes discursadores e costumam ir em qualquer assunto até o fim, por isso perguntou-me de novo: e quando morrem para quem fica o que deixam? — Para seus filhos se os têm, respondi; na falta destes para os irmãos ou parentes mais próximos. — Na verdade, continuou o velho, que, como vereis, não era nenhum tolo, agora vejo que vós outros maírs sois grandes loucos, pois atravessais o mar e sofreis grandes incômodos, como dizeis quando aqui chegais, e trabalhais tanto para amontoar riquezas para vossos filhos ou para aqueles que vos sobrevivem! Não será a terra que vos nutriu suficiente para alimentá-los também ? Temos pais, mães e filhos a quem amamos; mas estamos certos de que depois da nossa morte a terra que nos nutriu também os nutrirá, por isso descansamos sem maiores cuidados.
Nada é mais difícil e, portanto, tão precioso, do que ser capaz de decidir.José de Anchieta (1534-1597)
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