Falecimento do líder indígena Tibiriçá, cacique dos Guaianase de Piratininga significa o “principal da terra”
25 de dezembro de 1562
04/04/2024 19:12:01
Tibiricá, em 25 de dezembro do mesmo ano, começou a ficar muito doente, vítima de uma peste. A notícia que estava mal e prestes a falecer reuniu muitos índios e padres da vila. A tarde Tibiricá faleceu. Seu sepultamento aconteceu com pompa no Centro de São Paulo, onde foi enterrado e teve seu túmulo colocado na cripta da Igreja da Sé.
No ato estiveram presentes João Ramalho e sua família, sua mulher Bartira, seus muitos filhos e netos. O local de importância de seu enterro foi escolhido como reconhecimento à sua bravura nas batalhas em que protegeu a região.1562 — Morre em São Paulo o célebre Martim Afonso Tibiriçá (este nome significa o “principal da terra”, segundo Batista Caetano), cacique dos Guaianase de Piratininga, convertido à fé Católica por Anchieta e Leonardo Nunes. Meses antes, defendera vitoriosamente a nova vila de São Paulo, quando atacada por Arari, de quem era irmão (10 e 11 de julho de 1562).
“Morreu o nosso principal, grande amigo, e protetor Martim Afonso”, dizia Anchieta em carta de 10 de abril do ano seguinte. Tibiriçá era sogro de João Ramalho. [1]
Cacique guaianá, irmão de Araraí e de Caiubi. Aliciado pelo genro branco João Ramalho, o famoso cacique tornou-se aliado dos invasores. Foi um grande benfeitor dos estrangeiros, traindo os da sua própria raça, como fez Araribóia. Quando Tomé de Sousa criou a vila de Santo André, 1553, Tibiriça não se opôs. Cumpriu as ordens desse governo e continuou servindo aos que o sucederam. Se não fosse ele e a sua grande prole os jesuítas não teriam fundado São Paulo. De grande resistência física, era considerado o maior arqueiro do planalto. Não tinha medo de nada; apesar disto seu temperamento era muito sensível. Tornou-se tão amigo dos jesuítas (Nobrega e Anchieta) que chegou até a brigar com o genro e tornou-se inimigo de muitos dos seus parentes, inclusive Araraí. Conta-se que certa vez os guainases aprisionaram um inimigo e o entregaram ao chefe. Na taba indígena preparou-se um grande festim e quando Tibiriça, todo empenachado, se prepara para devorar o inimigo, apareceram os missionários e o desarmaram. O cacique assoviou, bateu o pé e o arco e acabou deixando o prisioneiro. Como colaborador dos invasores recebeu o hábito de Cristo e uma tença anual. Morreu na sua choupana, que ficava no atual Largo de São Bento, a 25 de dezembro de 1562, vitima desinteria trazida pelos escravos dos portugueses das vilas vizinhas.[2]
Falecimento do líder indígena Tibiriçá, cacique dos Guaianase de Piratininga significa o “principal da terra”
é bom ser idealista. Mas preparem-se para serem incompreendidos. Qualquer um que trabalhe com uma grande visão será chamado de louco, mesmo que esteja certo no fim. Qualquer um que trabalhe com um problema complexo será acusado de não entender o desafio inteiro, mesmo que seja impossível saber tudo logo no começo.