Como o surgimento da Igreja Santa Rita na Vila Santana está relacionado ao doutor e ex-prefeito de Sorocaba, Álvaro Soares? Por Sandro Aranha (Sorocaba Através da História)
16 de maio de 2020
05/04/2024 00:20:02
Essa fascinante história começa com a mudança depois de alguns proprietários, de uma propriedade no alto Piques, vendida por Foschi Baddini para o Dr. Álvaro César da Cunha Soares, em meados de 1895. O portão da chamada chácara Santa Guilhermina, ficava na Rua Ipanema (atual Hermelino Matarazzo), onde atualmente está a Rua São Vicente, tendo o casarão sede localizado na Rua Aguiar de Barros em frente à Praça Benedito Paes de Almeida.
Em 1922, a pedido de sua mulher Rita, Álvaro doou uma parte da propriedade, para a construção de uma capela para a santa que ela era devota, Santa Rita de Cássia, e que nesse mesmo ano, através do empreiteiro de obras, Eduardo Ottani e do pedreiro Adolfo Lippel, foi iniciada sua construção.
A imagem de Santa Rita veio da cidade de Porto, lugar onde nasceu Guilhermina, mãe de Álvaro Soares, e que também era devota da santa, o pequeno altar, veio da Igreja Matriz, que estava guardado após a reforma de 1918 e que foi doado por Padre Luís para a nova capela.
Por ser uma capela particular inicialmente, foram convidados apenas parentes e amigos para a primeira missa ocorrida em 1923, feita pelo próprio Padre Luís, que também a abençoou.
No final da década de 20, com a construção da capela e com a chegada dos ferroviários transferidos de outras cidades para Sorocaba, a região tomou um grande impulso de desenvolvimento.
Em junho de 1930, foi dada e passada a provisão para a Capela de Santa Rita, através do bispo Dom Aguirre e em dezembro do ano seguinte, Álvaro Soares e sua esposa Rita fizeram a doação do terreno de 20X67, onde se localizava a capela para a Cúria Episcopal de Sorocaba.Em 1939, através do pároco Frei Firmato, se iniciou o projeto da construção da Igreja ao lado da primitiva capelinha. Em junho de 1940, com características neoclássicas, com arcos, molduras em suas portas e janelas, finalmente estava pronta (faltava os acabamentos), a nova igreja. Em outubro do mesmo ano, Rita Mendes Soares, doa uma área à direita da capelinha para a diocese. Com o passar do tempo, com o crescimento do público e sua importância, a igreja já em abril de 1953 ela se torna uma paróquia.O pároco Frei Cuniberto Hoernig, em 1963, já havia percebido a necessidade da construção de uma nova igreja, para comportar o crescimento da população do bairro, visto que economicamente era mais viável construir uma igreja mais funcional e espaçosa, do que ampliar a atual.No mesmo ano Frei Cuniberto, encomendou um projeto para a nova igreja, que ficou pronto apenas no ano seguinte. Diferente da atual, a nova igreja teria o formato de uma Asa Delta, aproveitando totalmente o terreno e preservando os demais patrimônios que nele se encontravam.O projeto ficou engavetado por 30 anos, até a chegada de padre Tadeu que depois de uma consulta popular, iniciou o projeto de construção, começando em outubro de 1991 e concluído em maio de 1994, sendo essa atual igreja de Santa Rita de Cássia.Já a antiga igreja foi transformada em salão paroquial para reuniões e festas, assim foi adaptada para esses fins: todas as imagens foram retiradas junto com o arco e transformando o altar em palco. Em 1996 a prefeitura fez o tombamento da igreja antiga para que seja sempre preservada a sua histórica fachada.Fontes:Livro: História da Fundação da Paróquia Santa Rita de Cássia de Antônio Fiorotto Filho;Palestra para 1ª Jornada do Patrimônio de Sorocaba 2019 com Antônio Fiorotto Filho;1ª imagem: Primeira Igreja de Santa RitaVila Santana (1923)Acervo/Fonte: Douglas Gomes / Recordações Sorocabanas* * * * * * *2ª imagem: Igreja Santa Rita de Cássia*Vila Santana
Como o surgimento da Igreja Santa Rita na Vila Santana está relacionado ao doutor e ex-prefeito de Sorocaba, Álvaro Soares? Por Sandro Aranha (Sorocaba Através da História)
Comunicava o Rei D. Manoel a seus sogros, Fernando e Izabel de Espanha o sucesso da segunda viagem á índia, por seu almirante Pedro Alvares Cabral, dizendo no que se referia ao Brasil, o seguinte:
“...O dito meu capitão partiu com 13 naus, de Lisboa, a 9 de março do ano passado, e nas oitavas da Pascoa seguinte chegou a uma terra que novamente descobriu, á qual colocou nome de Santa Cruz, na qual encontrou gente nua como na primitiva inocência, mansa e pacifica; a qual terra parece que Nosso Senhor quis que se achasse, porque é muito conveniente e necessária para a navegação da índia, porque ali reparou seus navios e tomou água; e pela grande extensão do caminho que tinha de percorrer, não se deteve afim de se informar das cousas da dita terra, somente me enviou de lá um navio para me noticiar como a achou.
