1° de fonte(s) [23985] S. Paulo nos primeiros anos: 1554-1601 (1920) Affonso d´Escraqnolle Taunay Data: 1920, ver ano (76 registros)
Quarenta dias mais tarde, novas duvidas se "dirimiam", convidando a Câmara as pessoas de prestígio a discutir a questão da localização definitiva da igreja. Decidiu-se que a fizessem "onde estava começada, pelo bem que podia haver por estarem já ali defuntos e estar no meio da vila".
2° de fonte(s) [28478] Territórios de cidade, territórios de morte, urbanização e atitudes fúnebres na América portuguesa. Renato Cymbalista, FAU-USP Data: 2012, ver ano (136 registros)
Ainda mais interessantes são alguns documentos que mostram que, para além das escolhas individuais, decisões coletivas e urbanísticas podiam ser feitas a partir da presença dos mortos. Um registro nas Atas da Câmara de São Paulo revela que eles exerciam seus poderes sobre o território urbano:
Aos vinte e cinco anos do mês e junho do dito ano [1598] se ajuntaram em Câmara os oficiais dela para assentarem coisas pertencentes ao bem comum e principalmente sobre o fazer da igreja e onde seria [...] e todos assuntaram e disseram que era bem fazer-se a dita igreja onde está começada pelo bem que pode haver, por já estarem ali defuntos e estar no meio da vila.
Pelo que informa o relato acima, o fato de a igreja já estar começada não era razão suficiente para a continuidade das obras: o argumento de os mortos estarem lá enterrados é utilizado para reforçar a posição em prol da continuidade das obras nesse mesmo local, o que demonstra que em alguma medida os mortos são levados em conta nos assuntos referentes à ordem urbanística.