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XII Encontro da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Planejamento Urbano e Regional, 21 a 25 de maio de 2007. Belém - Pará - Brasil
janeiro de 201708/04/2024 04:54:39

informação: sem os vivos, os mortos tampouco poderiam permanecer. A saída dos vivos parece significar também a inviabilização do chão sagrado necessário até a ressurreição. E mais: a hipótese do despovoamento se concretizaria se “por meus pecados [...] Deus ordenar”, assim como acontecera com Sodoma e Gomorra, cuja população pecou a ponto de Deus provocar seu desaparecimento. A negação da vida (e também da morte) neste caso parece ser o despovoamento, a retomada do território pelo sertão.

Outro testamento – o de Pero Leme, de 1592 na Vila de São Vicente – revela que uma cuidadosaleitura do território urbano podia preceder a escolha do local de sepultamento: “digo que, morrendo, meenterrarão na igreja de nosso senhor matriz dessa Vila de São Vicente e se o Mosteiro de Jesus seconsertar me enterrarão lá na cova de minha mulher que Deus haja [...]” (IT 1:27). Tal testamento mostraa imensa força do território como elemento mediador das crenças no destino dos mortos no além,sobrepondo-se em importância às representações de afeto familiar: para o testamenteiro, ser sepultado emlocal digno, em bom estado e freqüentado pelos vivos sobrepunha-se em importância aos laços familiares,pois a única hipótese de Pero Leme ser sepultado junto à sua esposa era no caso do arruinado Mosteiro daCompanhia de Jesus se consertar. A declaração revela que a expectativa de reciprocidades esolidariedades que ocorreria entre mortos e vivos talvez não exista entre mortos e seus companheirosmortos. Isso explica-se: os vivos eram capazes de interceder pelos mortos no purgatório, mediante suasrezas e missas. Da mesma forma, os santos podiam garantir aos mortos uma ressurreição mais adequada.Mas não há evidências que os mortos comuns, não santos, pudessem interceder pelos seus companheirostambém mortos, no purgatório. Por isso, Pero Leme prefere repousar em local mais próximo das oraçõesdos vivos do que de sua mulher morta. A busca do compromisso em torno de rezas pela própria alma estátambém por trás de doações e heranças dadas às igrejas e conventos.

Alguns documentos chegam a mostrar que, para além das escolhas individuais, a presença dos mortos poderia guiar decisões coletivas e urbanísticas. Um registro nas Atas da Câmara de São Paulo revela que eles exerciam seus poderes sobre o território urbano:

Aos vinte e cinco anos do mês e junho do dito ano [1598] se ajuntaram em Câmara os oficiais dela para assentarem coisas pertencentes ao bem comum e principalmente sobre o fazer da igreja e onde seria [...] e todos assuntaram e disseram que era bem fazer-se a dita igreja onde está começada pelo bem que pode haver, por já estarem ali defuntos e estar no meio da vila.

Pelo que informa o relato acima, o fato de a igreja já estar começada não era razão suficiente para a continuidade das obras: o argumento de os mortos estarem lá enterrados é utilizado para reforçar a posição em prol da continuidade das obras nesse mesmo local, o que demonstra que em alguma medida os mortos são levados em conta nos assuntos referentes à ordem urbanística.

Mais de um século depois, em um contexto histórico, administrativo e institucional totalmente diferente, percebemos ainda o além pesando nas decisões urbanísticas da colônia. As páginas iniciais do [Página 15]
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