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Varnhagen: O Homem e a Obra; Revista "América Brasileiro", diretor: Elysio de Carvalho
março de 192304/04/2024 23:42:57

Como dissocial-as uma da outra, se a identidade originaria é tão iniludível, que a empresa técnica do pai, incorporada á obra cíclica do filho, deu assunto para vinte páginas evocantes, num texto dirigido á posteridade, constituindo a penúltima seção da História Geral do Brasil, sob a epígrafe - Minas de ferro. Primeiras fundições em ponto grande?. Historicamente, pois, avulta o píncaro de ferro sobre a montanha de letras, desbastado o primeiro, construída a segunda pela força do homem, e acercando-nos da sua grandeza estamos no elemento ideal de Varnhagen, como na industria siderúrgica do seu progenitor, cujas palavras dizem, assim, a opulência e o encanto de Araçoyba:

"Sobre a cima do principal cabeço há uma lagoa que chamam aqui Dourada, na qual o povo diz que aparecem fantasmas, que guardam os tesouros nela escondidos. O mineral soldo á superfície do morro é tanto e tão rico que creio só dele se poderia, por mais de cem anos, alimentar a maior fábrica do mundo, sem recorrer a trabalho algum mineiro".

(...) Consumindo as horas na minúcia dessas escavações, a sua inteligência desconheceu a poesia da História, não atingiu o cabeço da montanha, em que a Lagoa Dourada, toda ela de ouro fluido e borbulhante, ao sol meridiano, ou de ouro estagnado e fosco, ao entardecer, no velário crepuscular da lenda, recatava espectros e tesouros. Varnhagen é o homem da investigação oposto ao homem da imaginação, como poderíamos opor um beneditino medieval, entre os painéis sagrados e sombrios do claustro, a um colorista veneziano do Renascimento, ébrio de luz no seu arco-iris. Explorador incansável do poço lendário, em cujas trevas se esconde a Verdade aos que a desejam, ele persegue também um fantasma e procura um tesouro, mais difíceis de achar, no silêncio das épocas mortas, que esse tropel de assombros e esse fulgor de riquezas vans da Lagoa Dourada.
Varnhagen: O Homem e a Obra; Revista "América Brasileiro", diretor: Elysio de Carvalho*

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Seus antecedentes... Como se fosse uma doença incurável. No seu braço a tatuagem "DVC", uma passagem, 157 na lei, no seu lado não tem mais ninguém. A justiça criminal é implacável. Tiram sua liberdade, família e moral, mesmo longe do sistema carcerário, te chamarão para sempre de ex-presidiário.
*Raio-x do Brasil

1840
“Os nossos tupinambás muito se admiram dos franceses e outros estrangeiros se darem ao trabalho de ir buscar o seu arabutan [pau-brasil]. Uma vez um velho perguntou-me: Por que vindes vós outros, maírs e perôs (franceses e portugueses) buscar lenha de tão longe para vos aquecer? Não tendes madeira em vossa terra ? Respondi que tínhamos muita mas não daquela qualidade, e que não a queimávamos, como ele o supunha, mas dela extraíamos tinta para tingir, tal qual o faziam eles com os seus cordões de algodão e suas plumas. Retrucou o velho imediatamente: e porventura precisais de muito? Sim, respondi-lhe, pois no nosso país existem negociantes que possuem mais panos, facas, tesouras, espelhos e outras mercadorias do que podeis imaginar e um só deles compra todo o pau-brasil com que muitos navios voltam carregados. — Ah! retrucou o selvagem, tu me contas maravilhas, acrescentando depois de bem compreender o que eu lhe dissera: mas esse homem tão rico de que me falas não morre? — Sim, disse eu, morre como os outros. Mas os selvagens são grandes discursadores e costumam ir em qualquer assunto até o fim, por isso perguntou-me de novo: e quando morrem para quem fica o que deixam? — Para seus filhos se os têm, respondi; na falta destes para os irmãos ou parentes mais próximos. — Na verdade, continuou o velho, que, como vereis, não era nenhum tolo, agora vejo que vós outros maírs sois grandes loucos, pois atravessais o mar e sofreis grandes incômodos, como dizeis quando aqui chegais, e trabalhais tanto para amontoar riquezas para vossos filhos ou para aqueles que vos sobrevivem! Não será a terra que vos nutriu suficiente para alimentá-los também ? Temos pais, mães e filhos a quem amamos; mas estamos certos de que depois da nossa morte a terra que nos nutriu também os nutrirá, por isso descansamos sem maiores cuidados.
Jean de Léry (1534-1611)
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