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Machado, I. F. e Figueirôa, S. F. de M. História da Mineração Brasileira. Curitiba: Editora CRV, p. 43-48, 2020
202005/04/2024 08:15:21

História da Mineração no Brasil (1) - Do início da colonização -Celso Scalambrini CostaClique aqui para ver o perfil de Celso Scalambrini CostaCelso Scalambrini CostaGeólogo | Especialista em Licenciamento Ambiental | Gestão AmbientalPublicado em 5 de jul. de 2021+ SigaPortugal, desde o início da colonização, perseguiu a descoberta de recursos naturais que financiassem a exploração e a manutenção das terras no continente americano. Sob a égide do sistema Mercantilista, cuja riqueza de uma nação baseava-se no lastro dado pela moeda e metais preciosos, os primeiros Governadores Gerais do Brasil mobilizaram-se à procura de metais e pedras preciosas, como o ouro (base monetária internacional a partir de 1445), esmeralda e diamante.Ao longo do século XVI e XVII as terras brasileiras apareceram para a metrópole portuguesa como potencial fonte de riquezas minerais, a serem descobertas e exploradas de diferentes formas. No entanto, as primeiras iniciativas não foram exitosas em encontrar depósitos significativos. Diogo de Meneses e Serqueira, Governador Geral na Bahia entre 1608 e 1612, em uma carta ao Rei, lamenta os fracassos e aconselha: “Sua majestade deveria acreditar que as reais minas do Brasil compõem-se de açúcar e pau-brasil, muito lucrativos e pelos quais nem o Tesouro nem S. M. tiveram que gastar um centavo sequer”.Por outro lado, pode-se destacar a utilização de conchas marinhas, mineradas a partir de abundantes depósitos no leito do mar da Baía de Todos os Santos, para a produção de cal para argamassa e pintura de paredes das casas em construção no núcleo urbano de Salvador (BA), por volta de 1549. Os fornos foram construídos na ilha de Itaparica e alimentados com conchas de ostras e pedaços de corais misturados com madeira. Outro exemplo ligado à incipiente urbanização refere-se à fabricação de telhas para São Paulo, em 1575, justificada “por razão desta Vila estar coberta de palha e correr risco por razão de fogo”.Motivado em se explorar a colônia, em 18 de junho de1535 elaborou-se a Carta Régia, possivelmente o primeiro texto específico para a exploração mineral no Brasil, delegando-se aos donatários da capitania da costa norte (da Paraíba até o Pará) a posse das minas descobertas, mediante o pagamento do quinto. A Coroa abria mão, assim, do direito regalista (Sistema Regaliano -1500 a 1823) que conferia a ela a propriedade das minas.

Por volta de 1591, utilizando-se de ferro descoberto no Morro do Araçoiaba, em Sorocaba (SP), Afonso Sardinha construiu a primeira instalação siderúrgica, que contava com dois fornos capazes de produzir 100 kg de ferro por dia. Ainda em São Paulo, agora na cidade de Guarulhos, há vestígios arqueológicos que confirmam a exploração de ouro por Afonso Sardinha e Clemente Álvares, por volta de 1589 - 1600, como o Tanque Grande, um complexo de estruturas como túneis escavados nas rochas e canais a céu aberto de água fluvial para lavagem do cascalho, construído a partir de mão de obra indígena escravizada.

No contexto do domínio espanhol, de 1580 a 1640, foram organizadas algumas entradas* que resultaram em achado de prata e chumbo, como nas minas de Boquira (BA). Destaca-se, ao final do século XVII, a extração de ouro na região de Paranaguá, induzindo, assim, ocupação do planalto curitibano. Neste período muitas expedições a procura de ouro foram constituídas, tais como a de Fernão Dias Paes destinada a atingir os sertões de Sabarabuçu (Sabará), o que originou um novo ciclo de exploração econômica a partir da descoberta de ricos depósitos aluvionares auríferos nas Minas Gerais.A partir da segunda metade dos Seiscentos os caminhos para as Minas se consolidaram, constituindo-se em importantes vias para a ocupação do território das minas de Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso. A cartografia mais rigorosa, já no século XVIII, permitiu à Coroa Portuguesa alcançar com segurança as já conhecidas riquezas descobertas anteriormente, influenciando, ainda, na localização estratégica de novos assentamentos na colônia.Dentre os conjuntos de caminhos que conduziam à diferentes partes do território, citam-se o Caminho Geral do Sertão, Caminho do Mar, Estrada Real do Rio de Janeiro para Vila Rica, Caminho dos Goytacazes, Caminho dos Guaianazes e a Estrada Real, ligando o litoral fluminense e o sertão das Minas Gerais até o Arraial do Tijuco, atual Diamantina, estrada essa pavimentada no século XVII por material rochoso retirado em depósito aluvionar e, já no século XVIII, por matacões de granito distribuídos ao longo do caminho.Em síntese, durante os séculos XVI e XVII a Metrópole empregou recursos financeiros, legislação, títulos de nobreza, trabalho, soldados e artesãos diversos nos trabalhos de pesquisa das expedições, ampliando os caminhos de circulação pelo território, mas o que foi encontrado não esteve à altura do que foi despendido, muito embora não faltasse a orientação qualificada nem a diligência executiva adequada e a melhor técnica disponível à época, além dos escravos..Mas o “esforço” iria ser recompensado. O ouro iria reluzir nas Gerais do século XVIII...
*Machado, I. F. e Figueirôa, S. F. de M. História da Mineração Brasileira. Curitiba: Editora CRV, p. 43-48, 2020

Relacionamentos
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Pessoas (2)
Afonso Sardinha, o Velho (1535-1616)
375 registros / / 52 parentes
Clemente Álvares (1569-1641)
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Cidades (2)
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Sorocaba/SP10973 registros
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Temas (1)
Fazenda Ipanema
415 registros
Você sabia?
“Os nossos tupinambás muito se admiram dos franceses e outros estrangeiros se darem ao trabalho de ir buscar o seu arabutan [pau-brasil]. Uma vez um velho perguntou-me: Por que vindes vós outros, maírs e perôs (franceses e portugueses) buscar lenha de tão longe para vos aquecer? Não tendes madeira em vossa terra ? Respondi que tínhamos muita mas não daquela qualidade, e que não a queimávamos, como ele o supunha, mas dela extraíamos tinta para tingir, tal qual o faziam eles com os seus cordões de algodão e suas plumas. Retrucou o velho imediatamente: e porventura precisais de muito? Sim, respondi-lhe, pois no nosso país existem negociantes que possuem mais panos, facas, tesouras, espelhos e outras mercadorias do que podeis imaginar e um só deles compra todo o pau-brasil com que muitos navios voltam carregados. — Ah! retrucou o selvagem, tu me contas maravilhas, acrescentando depois de bem compreender o que eu lhe dissera: mas esse homem tão rico de que me falas não morre? — Sim, disse eu, morre como os outros. Mas os selvagens são grandes discursadores e costumam ir em qualquer assunto até o fim, por isso perguntou-me de novo: e quando morrem para quem fica o que deixam? — Para seus filhos se os têm, respondi; na falta destes para os irmãos ou parentes mais próximos. — Na verdade, continuou o velho, que, como vereis, não era nenhum tolo, agora vejo que vós outros maírs sois grandes loucos, pois atravessais o mar e sofreis grandes incômodos, como dizeis quando aqui chegais, e trabalhais tanto para amontoar riquezas para vossos filhos ou para aqueles que vos sobrevivem! Não será a terra que vos nutriu suficiente para alimentá-los também ? Temos pais, mães e filhos a quem amamos; mas estamos certos de que depois da nossa morte a terra que nos nutriu também os nutrirá, por isso descansamos sem maiores cuidados.
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Pedir desculpas é a parte mais fácil. Presidente de portugal
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