Em 1704, Cristóvão Pereira de Abreu, chegou à cidade do Rio de Janeiro e, em 1711, participou da junta organizada para deliberar sobre o resgate da cidade, tomada por corsários franceses sob o comando de René Duguay-Trouin.
Ocupou-se do desbravamento da Colônia do Sacramento em 1727.Cristóvão apresentou então um plano ousado ao governador da Capitania de São Paulo, Rodrigo César de Meneses, o de abrir uma nova rota para ligar a planície de Viamão e retirar reses de gado já trazidas de Sacramento por Francisco de Brito Peixoto e suas tropas.
De Sorocaba dirigiu-se para Laguna pelo caminho geral com aproximadamente 70 homens do Vale do Paraíba e um piloto, e fazendo na volta um novo roteiro, entre os campos de Viamão e os campos de Lages, passando novamente por Mafra, Ponta Grossa, Castro, Itararé, Sorocaba e, finalmente, chegando a São Paulo, no período de 1727 a 1733; prosseguiu para Minas Gerais, que alcançou em 1735.
Quando ocorreu uma investida dos espanhóis contra a Colônia do Sacramento, comandou uma expedição que ocupou a povoação do Rio Grande. Por ocasião da demarcação das fronteiras meridionais brasileiras, percorreu com duzentos homens paulistas a linha de limite, desde o Rio Pardo até ao Sacramento, em 1752
“Os nossos tupinambás muito se admiram dos franceses e outros estrangeiros se darem ao trabalho de ir buscar o seu arabutan [pau-brasil]. Uma vez um velho perguntou-me: Por que vindes vós outros, maírs e perôs (franceses e portugueses) buscar lenha de tão longe para vos aquecer? Não tendes madeira em vossa terra ? Respondi que tínhamos muita mas não daquela qualidade, e que não a queimávamos, como ele o supunha, mas dela extraíamos tinta para tingir, tal qual o faziam eles com os seus cordões de algodão e suas plumas.
Retrucou o velho imediatamente: e porventura precisais de muito? Sim, respondi-lhe, pois no nosso país existem negociantes que possuem mais panos, facas, tesouras, espelhos e outras mercadorias do que podeis imaginar e um só deles compra todo o pau-brasil com que muitos navios voltam carregados. — Ah! retrucou o selvagem, tu me contas maravilhas, acrescentando depois de bem compreender o que eu lhe dissera: mas esse homem tão rico de que me falas não morre? — Sim, disse eu, morre como os outros. Mas os selvagens são grandes discursadores e costumam ir em qualquer assunto até o fim, por isso perguntou-me de novo: e quando morrem para quem fica o que deixam? — Para seus filhos se os têm, respondi; na falta destes para os irmãos ou parentes mais próximos. — Na verdade, continuou o velho, que, como vereis, não era nenhum tolo, agora vejo que vós outros maírs sois grandes loucos, pois atravessais o mar e sofreis grandes incômodos, como dizeis quando aqui chegais, e trabalhais tanto para amontoar riquezas para vossos filhos ou para aqueles que vos sobrevivem! Não será a terra que vos nutriu suficiente para alimentá-los também ? Temos pais, mães e filhos a quem amamos; mas estamos certos de que depois da nossa morte a terra que nos nutriu também os nutrirá, por isso descansamos sem maiores cuidados.
“
A Caridade é sofredora é benigna; o Amor não é invejoso, não trata com leviandade, não se ensoberbece, não se porta com indecência, não busca os seus interesses, não se irrita, não suspeita mal, não folga com a injustiça, mas folga com a verdade.