Existem nesta cidade enterrados em esquinas do Jardim Público, dois colossais canhões fundidos na fábrica de ferro do Ipanema, neste município, e que serviram na celebre revolta de 1842, chefiada pelo brigadeiro Rafael Tobias
9 de março de 1913
13/04/2024 17:28:40
Praça Arthur Fajardo*
Data: 01/01/1930
Créditos: Wilson Fernandes / Lembranças Sorocabanas
Hotel São Vicente ao fundo (Nem sempre os canhões estiveram na Praça Arthur Fajardo. Na verdade eram 3. Em 1842, 200 moendas de cana de açúcar foram fundidas para a produção de 3 canhões na Fazenda Ipanema.
Segundo o historiador Afonso Celso de Oliveira, estavam três canhões fincados no chão, com a boca enterrada, na atual praça Frei Baraúna, remanescentes da Revolução Liberal de 1842.
O local era um grande campo onde, no canto próximo à Rua Cesário Mota, .
No dia 5 de setembro de 1864, o Frei Baraúna doou o terreno à cidade onde hoje se localiza a praça que leva o seu nome.
Dois deles transferidos para a Praça Arthur Fajardo e o terceiro, mais completo, levado para o Museu Paulista da USP, conhecido popularmente como Museu do Ipiranga.
Em 23 de setembro de 1930, uma terça-feira, o Jornal Cruzeiro do Sul noticiou que os famosos canhões seriam colocados na praça Dr. Fajardo.
Acervo Wilson Fernandes (rua Souza Pereira
Existem nesta cidade enterrados em esquinas do Jardim Público, dois colossais canhões fundidos na fábrica de ferro do Ipanema, neste município, e que serviram na celebre revolta de 1842, chefiada pelo brigadeiro Rafael Tobias.
Há pouco tempo o governo do Estado solicitou a Câmara Municipal autorização para transportar os referidos canhões para o Museu do Ypiranga, sendo desatendido a sua pretensão, por motivos incompreensíveis.
Tal atitude da municipalidade causou certa estranheza, pois aqueles instrumentos de guerra, na situação em que estão, nada representam e, portanto, nada significam.
Sabemos, entretanto, que um dos vereadores, há dias empossados, vai apresentar uma indicação autorizando a Câmara Municipal a oferecer aqueles canhões ao governo do Estado. É uma lembrança digna de consideração.
Existem nesta cidade enterrados em esquinas do Jardim Público, dois colossais canhões fundidos na fábrica de ferro do Ipanema, neste município, e que serviram na celebre revolta de 1842, chefiada pelo brigadeiro Rafael Tobias
“Os nossos tupinambás muito se admiram dos franceses e outros estrangeiros se darem ao trabalho de ir buscar o seu arabutan [pau-brasil]. Uma vez um velho perguntou-me: Por que vindes vós outros, maírs e perôs (franceses e portugueses) buscar lenha de tão longe para vos aquecer? Não tendes madeira em vossa terra ? Respondi que tínhamos muita mas não daquela qualidade, e que não a queimávamos, como ele o supunha, mas dela extraíamos tinta para tingir, tal qual o faziam eles com os seus cordões de algodão e suas plumas.
Retrucou o velho imediatamente: e porventura precisais de muito? Sim, respondi-lhe, pois no nosso país existem negociantes que possuem mais panos, facas, tesouras, espelhos e outras mercadorias do que podeis imaginar e um só deles compra todo o pau-brasil com que muitos navios voltam carregados. — Ah! retrucou o selvagem, tu me contas maravilhas, acrescentando depois de bem compreender o que eu lhe dissera: mas esse homem tão rico de que me falas não morre? — Sim, disse eu, morre como os outros. Mas os selvagens são grandes discursadores e costumam ir em qualquer assunto até o fim, por isso perguntou-me de novo: e quando morrem para quem fica o que deixam? — Para seus filhos se os têm, respondi; na falta destes para os irmãos ou parentes mais próximos. — Na verdade, continuou o velho, que, como vereis, não era nenhum tolo, agora vejo que vós outros maírs sois grandes loucos, pois atravessais o mar e sofreis grandes incômodos, como dizeis quando aqui chegais, e trabalhais tanto para amontoar riquezas para vossos filhos ou para aqueles que vos sobrevivem! Não será a terra que vos nutriu suficiente para alimentá-los também ? Temos pais, mães e filhos a quem amamos; mas estamos certos de que depois da nossa morte a terra que nos nutriu também os nutrirá, por isso descansamos sem maiores cuidados.
“
Sinceramente esperamos, fervorosamente rezamos, para que este poderoso flagelo da guerra possa finalmente acabar. Mas se Deus quiser que ela continue até que toda a riqueza pilhada pelos escravos, 250 anos de labuta não retribuída afunde e até que cada gota de sangue derramada pelo chicote deva ser paga por outro golpe de espada, como foi dito três mil anos atrás e ainda precisa ser dito o julgamentos do senhor são justos e verdadeiros completamente.Abraham Lincoln (1809-1865) 9 registros