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Nomes de ruas contam a história da cidade
15 de agosto de 2011

select * from curiosidades where id = 26550Daniela Jacinto daniela.jacinto@jcruzeiro.com.br Uma rua pequena, mas muito movimentada, no Jardim Zulmira, é exceção a todas as convenções geralmente empregadas para designar nomes a vias públicas. Os homenageados, em sua maioria, são pessoas que tiveram alguma posição de destaque na sociedade, como políticos, militares, médicos e professores. Mas ali naquele bairro, uma placa estampa singela homenagem a Nhá Quitéria, onde consta "mulher centenária". Ex-escrava, Nhá Quitéria integra o rol de personagens folclóricos da cidade, ao lado de Alzira Sucuri e tantos outros, mas provavelmente seja a única que conquistou um nome de rua em Sorocaba, onde sua memória é perpetuada. Pelos nomes de rua, aliás, é possível contar a história da cidade. A Vila Santana, por exemplo, concentra nomenclaturas de bandeirantes como Miguel Sutil, Paschoal Moreira Cabral e o fundador da cidade: Baltazar Fernandes. Seguindo os rumos da história, a rua Cristóvão Pereira de Abreu, no Parque das Laranjeiras, lembra um importante nome do tropeirismo, ciclo econômico e cultural que também é lembrado atualmente em diversas vias, com placas indicativas do Caminho das Tropas, apontando por onde passavam os tropeiros.

Para marcar o período da República, Sorocaba, assim como aconteceu em diversas cidades, teve tradicionais nomenclaturas de ruas substituídas por nomes de políticos e militares. Foi assim que o coronel Moreira César e o político Cesário Motta tiveram seus nomes perpetuados em muitos municípios. Por conta desse período, a Praça da Matriz mudou de nome, para Cel. Fernando Prestes. Mas algo de inusitado ocorreu com a rua da Penha: foi a primeira e única vez em que um novo nome não foi aceito pela população e "não pegou", conforme o pesquisador Adolfo Frioli. A mudança tinha sido para Floriano Peixoto, que foi o segundo presidente do Brasil.



José Rubens Incao, também pesquisador da história da cidade, completa as informações sobre a rua da Penha: "Esse nome, todos pensam que é por causa de uma capela em homenagem a Nossa Senhora da Penha, mas a rua ficou conhecida dessa forma porque ali morava um escrivão dos bandeirantes chamado De La Penha. Posteriormente é que foi erguida ali perto, na rua Francisca Ferreira Leão, a capela da Penha", esclarece.

A imigração espanhola é lembrada na cidade pelos nomes de ruas no bairro Vila Hortênsia, onde até hoje há a maior concentração de espanhóis e descendentes: Granada, Catalunha, Madri, Sevilha e Cervantes, este último nome em homenagem ao famoso escritor espanhol.

José Rubens Incao lembra que as primeiras ruas da cidade seguiram um caminho que já existia, o caminho indígena chamado Peabiru, que vinha de São Vicente, passava por Sorocaba e seguia ao Peru. Foi Baltazar Fernandes quem fez o primeiro arruamento do município, partindo da igreja de Sant"Ana (no Mosteiro de São Bento). "Mas a primeira rua aberta oficialmente é a Constantino Senger, antigamente conhecida como rua da Boa Morte, em homenagem à irmandade da Boa Morte", esclarece José Rubens.

Diversas cidades tinham nomes de ruas semelhantes, relacionados com algo que havia naquela própria localidade. Por isso todas as praças levavam o nome de Praça da Matriz (por causa da principal igreja). Próximo ao local sempre tinha uma rua Direita (por ficar situada à direita da Matriz) e outras tantas cidades possuíam a rua da Boa Morte.

Aqui em Sorocaba, a rua Leopoldo Machado era conhecida como rua da Margem, por seguir o curso do rio. A Voluntários de Sorocaba era a rua da Bica e a Ataliba Borges, a rua do Tanquinho. Não muito agradável foi a denominação da Leite Penteado, conhecida como Boca do Inferno, afinal ali eram jogados os dejetos dos presos.

Pessoas muito conhecidas acabavam naturalmente dando seu nome às ruas. "Teve uma época que a Prefeitura de Sorocaba providenciou placas com os nomes antigos das ruas e que foram colocadas embaixo do atual. Isso foi feito nas principais ruas do centro da cidade", lembra José Rubens. Vale lembrar que alguns nomes de rua não estão diretamente ligados à história da cidade, mas ajudam os bairros a serem identificados com maior facilidade. Por exemplo, se as nomenclaturas lembrarem flores, certamente a pessoa está no Jardim Simus. Lá as ruas são alamedas: das Tulipas, Azaleias, Lírios, Jasmins, Rosas. Já no Jardim Ana Maria os nomes são de pássaros, como Curió, Tico-tico, João-de-barro. No Jardim Paulistano, as ruas prestam homenagem a capitais brasileiras: Recife, Porto Alegre, Natal, Cuiabá, Vitória. No Jardim Europa, os nomes são de países daquele continente: França, Inglaterra, Alemanha, Itália. Já no bairro Júlio de Mesquita Filho, o Sorocaba 1, os homenageados são cantores: Maria Germani, Nara Leão, Lamartine Babo, Elisete Cardoso, Carmem Miranda. Entre os nomes curiosos de ruas, um bairro dedica às questões espirituais: o Jardim Santa Fé, que fica às margens da estrada do Lajeado, entre Sorocaba e Votorantim. A principal rua é a Esperança. São paralelas da Esperança: a Fé, a Caridade, a Justiça e o Amor. O lavrador José Carlos Prestes Gonçalves, 60 anos, mora na rua Esperança há 53 anos. Ele afirma que gosta do nome da rua e se identifica com essa nomenclatura, assim como a do bairro, o Jardim Santa Fé. Religioso, José Carlos se considera um homem de fé e esperança na vida. "Aqui é um lugar bom, sossegado, e nunca teve nenhum problema."
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