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Patrimônio Natural e Cultural em uma área de expansão urbana: O Caso da Granja Carolina
fevereiro de 201404/04/2024 23:21:15

Mapa
Data: 01/01/1923
Patrimônio Natural e Cultural em uma área de expansão urbana: O Caso da Granja Carolina. Página 40

Os municípios envolvidos passaram por ciclos históricos, desde a caça eapresamento de índios nos séculos XVI e XVII, de onde os paulistas adentravam o sertão aprocura de remédios e pedras preciosas na época, até 1640 quando se estabeleceram algumasfazendas nas paragens a oeste de São Paulo.O próprio Raposo Tavares, apesar de regressar ao sertão muitas vezes mais,estabeleceu uma próspera fazenda na paragem de Quitaúna, ao longo do rioTietê, entre as vilas de São Paulo e Parnaíba, que contava, em 1632, com umplantel de 117 índios (inventário de Beatriz Bicudo, 1632 apud MONTEIRO,1994, p. 79).Hoje estas cidades se transformaram no mais recente alvo da especulaçãoimobiliária, o que tem causado grandes perturbações nas comunidades que se encontram nolocal, uma vez que “Contrapõe-se aos preceitos preservacionistas, a pressão exercida pelaexpansão urbana, através do aumento da população e da especulação imobiliária” (ROSS,2004, v. 2, p.197).Carlos (2008, p. 136) fez a discussão desse processo especulativo e de segregaçãoquando aponta que “[...] o que está em jogo é o processo de apropriação do espaço paradeterminado uso, representado na propriedade privada da terra, como expressão da segregaçãoeconômica, social e jurídica”.Nossa preocupação nesse estudo foram as questões culturais e ambientais tomadascomo elementos indissociáveis, uma vez que (SILVA e ACHEL, 2010; SILVA, 2013) oprocesso histórico de segregação sócio espacial da população local ocorre desde os temposdas Sesmarias até o tempo das grandes fazendas, sítios e antigos bairros rurais que permearama história da região, transformações estas que se deram através do Antigo Caminho de Itu.Ao longo do trabalho apontamos registros sobre a cultura local, por base darelação direta com a formação histórica e geográfica constituídas dialeticamente, destacandonesta perspectiva, os elementos simbólicos atrelados à religião, materializados por ritos emtorno de espaços determinados, como capelas e cruzes localizadas ao longo do antigocaminho para Itu, sobretudo na comunidade Quatro Encruzilhadas.Nesta etapa do trabalho elencamos a associação das cartas temáticas ao conteúdode dados históricos, perfazendo por imagens de fotografias obtidas em campo, num primeiromomento o conjunto do patrimônio cultural material pertencente a esta área.28 [Página 28]

CAPÍTULO 2 – CARACTERIZAÇÃO HISTÓRICA DA ÁREA DE ESTUDO2.1 A CIDADE DE COTIAA história de Cotia tem início por volta de 1700, quando os viajantes que iam parao interior dos estados, paravam na vila para descansar e alimentar-se por ser um antigo pousode tropeiros onde circulavam cargas e mantimentos.Provavelmente esses tropeiros vinham pelo antigo caminho de Itu, um dosprincipais caminhos de penetração para o interior nos tempos coloniais (SILVA e ACHEL,2010).O local onde se insere a cidade de Cotia hoje apresentava uma rede de caminhosexploratórios constituídos no pretérito período colonial, perpassando a fase inicial deassentamento por indígenas, de agricultura rudimentar (roçado), expansão com a descobertado ouro, fornecimento de insumos a capital e, por fim, urbanização/industrialização.Nessa época a região era repleta de caminhos e trilhas utilizadas pelos índios eposteriormente pelos tropeiros que por ali passavam e permaneciam o tempo necessário paradescansar, reabastecer ou trocar mercadorias, seguindo viagem para outras paragens doterritório paulista ou até mesmo para outras províncias como Goiás, Paraná e Rio Grande doSul.A origem do nome da cidade é indígena e se deve ao fato de seus caminhos seremsinuosos como o trajeto feito pelos animais do mesmo nome (Cutia). Sendo apenas um pontode passagem, Cotia ganhou alguns nomes como Acoty (assim chamada pelos indígenas daépoca), Cuty, depois Acutia e por fim Cotia.Apesar das várias denominações que lhe foram dadas pelos jesuítas e pelosprimeiros habitantes do local, como Capela do Monte Serrat de Cotia e o caminho de SãoTomé, os indígenas continuavam a chamá-la de Acoty. O primeiro registro em que alocalidade é referida como Acutia foi feito pelo marujo alemão Hans Staden, no século XVI,quando publicou um livro sobre o Brasil. [Patrimônio Natural e Cultural em uma área de expansão urbana: O Caso da Granja Carolina, 2014. Página 30]

Acutia foi se consolidando junto à Capela de Nossa Senhora de Monte Serrat, no ano de 1713, na região hoje conhecida como São Fernando. Em 1723, a capela foi elevada à categoria de freguesia. Nessa época a capela foi transferida para a atual Praça da Matriz onde hoje funciona a poucos metros, a Câmara Municipal de Cotia.

Ao longo dos anos, Cotia foi se transformando até atingir um importante período de sua história quando a agricultura se desenvolveu de forma relevante ao surgir no município algumas organizações agrícolas, inclusive a Cooperativa agrícola de Cotia (figura 5).
[Patrimônio Natural e Cultural em uma área de expansão urbana: O Caso da Granja Carolina, 2014. Página 31]

Por fim, se o viajante estivesse na Estrada do Pau Furado2 (figura 7), vindo da região da Represa da Graça no Morro Grande, onde se localiza o sítio do Padre Inácio e desejasse ir ao Sítio de Fernão Paes de Barros3 ou para as minas de ouro em Araçariguama, só precisaria seguir em frente.

As Quatro Encruzilhadas é mais que um lugar de assombração, é o último vestígio do que eram os bairros rurais da época da colônia no entorno de São Paulo. A denominação aparece oficialmente pela primeira vez no mapa da Comissão Geográfica e Cartográfica de 1914, antes desta data a região aparecia como São João no mapa de Oliver Derby (figura 8).

A procura de respostas do topônimo curioso pode ser penetrada por mapas de José Custódio de Sá e Faria de 1774, que corresponde ao traçado da Antiga Estrada de Itu. Outras fontes cartográficas revelam que a região das Quatro Encruzilhadas fica entre dois caminhos importantes de penetração da época colonial: o antigo Caminho de Itu e a antiga Estrada de Cotia.

Sendo que o antigo caminho de Itu se constitui num dos principais e mais persistentes caminhos de penetração para o oeste em toda cartografia colonial (Marília, 2007; Calangos da Mata, 2007); (SILVA e ACHEL, 2010); (SILVA, 2013).O Sítio Santo Antônio em São Roque - Fernão Paes de Barros – (figura 9),Caminho por onde passaram índios, homens brancos, escravos da terra, escravos negros elibertos é o Caminho que conta a história dos bandeirantes antes das descobertas do ouro naúltima década do século XVII, nos sertões dos Cataguases.É certo que os bandeirantes nas suas andanças pelo interior do continente embandeiras de apresamento de índios na direção oeste puderam contar com a criação do sistemade aldeamento que oferecia uma reserva de trabalhadores, disponíveis para a economiacolonial.2. Lembrando que a Rodovia Raposo Tavares foi construída na década de 60 no século XX.3. Sítio Santo Antônio – patrimônio tombado pelo IPHAN.
[Patrimônio Natural e Cultural em uma área de expansão urbana: O Caso da Granja Carolina, 2014. Página 39]

2.4. A IMPORTÂNCIA DOS ALDEAMENTOS NA REGIÃOOs aldeamentos jesuítas foram uma tentativa de garantir mão de obra barata eabundante para que os colonos contratassem os serviços dos índios ali aldeados (MONTEIRO,1994), servindo como alternativa logística no sistema colonial após a Guerra dos Tamoios.“A revolta dos Tamoios entre as décadas de 1540 e 1560 tornou aescravização dos Tupinambás um negócio arriscado e caro. Diante disto, osportugueses voltaram sua atenção a outro inimigo dos aliados tupiniquim, oscarijós, que em muito sentido forneciam o motivo principal para a presençatanto dos jesuítas quanto de colonos no Brasil meridional. Cabe ressaltar queexistia, antes mesmo da fundação de São Paulo, um modesto tráfico deescravos no litoral sul, encontrando-se, no meio do século, muitos escravoscarijós nos engenhos de Santos e São Vicente. De fato, a consolidação daocupação europeia na região de São Paulo a partir de 1553 estabeleceu umaespécie de porta de entrada para o vasto sertão, o qual proporcionava umaatraente fonte de riquezas, sobretudo na forma de índios (MONTEIRO, 1994,p. 37)”Neste ambiente de insegurança que os portugueses no ano de 1554 fundam oColégio de São Paulo de Piratininga em local que permitisse acesso ao interior oeste dacapitania.“O colégio além de abrigar os padres que trabalhariam junto à populaçãolocal, também serviria de base a partir da qual os jesuítas poderiam projetar afé para os sertões. Porém, ao orientarem suas energias para os Carijós dointerior, acabaram entrando em conflito direto com os colonos, queprocuravam nestes mesmos Carijós a base de seu sistema de trabalho(MONTEIRO, 2005, p. 38)”.O conflito de interesses, no entanto, foi se configurando aos poucos emomentaneamente a paz gerada pelo término da revolta dos Tamoios criou uma perspectivade desenvolvimento econômico com a força da mão de obra indígena que envolvia delicadasquestões éticas em torno da liberdade dos índios. O fato é que a partir da fundação da vila deSão Paulo foram fundados aldeamentos, sobretudo no planalto. [Patrimônio Natural e Cultural em uma área de expansão urbana: O Caso da Granja Carolina, 2014. Página 43]

Um dos primeiros aldeamentos (MONTEIRO, 1994) foram São Miguel e Pinheiros, no ano de 1580, “ocasião na qual o capitão-mor em São Vicente, concedeu seis léguas em quadra – aproximadamente 1.100km2”. [Patrimônio Natural e Cultural em uma área de expansão urbana: O Caso da Granja Carolina, 2014. Página 44]

As primeiras descobertas das minas paulistas datam de 1590 no Jaraguá e 1605 em Araçariguama por Afonso Sardinha, momento que deve ter coincidido com o aumento de derrubadas e intensificado a formação de capoeiras. [Patrimônio Natural e Cultural em uma área de expansão urbana: O Caso da Granja Carolina, 2014. Página 44]

No período de 1540 a 1611 a colônia portuguesa foi governada por D. Franciscode Souza. Ele governou a colônia por dois períodos e no segundo teve a promessa de ser oMarquês das Minas por conta das recentes descobertas.Foi neste período que se inicia o aumento da população, atraída pelas minas,pressiona a necessidade de aumento da produção de alimentos, onde o sistema de produçãoagrícola rudimentar, extensivo e coletivo, precisou evoluir ao mesmo tempo em quevalorizava a terra, forçando os colonos a iniciarem uma apropriação privada da terra. [Patrimônio Natural e Cultural em uma área de expansão urbana: O Caso da Granja Carolina, 2014. Página 45]

Durante sua vida, o governador D. Francisco de Souza visitou S. Paulo. Sobre isto comenta o Dr. Francisco de Assis Carvalho Franco:

"O pequeno cyclo das minas também alli vinha se desdobrando desde as achadas de Luiz Martins, accrescidas pelas do mameluco Affonso Sardinha, o moço, com o mineiro pratico Clemente Alvares, que, além do ouro encontrado em vários sítios ao entorno da Villa de São Paulo, haviam constatado ferro no Araçoiaba, i que lhes valera a construcçao alli de dois fornos catalães para o seu preparo.

Assim, D. Francisco de Souza, resolvida a sua viagem, enviou para a Capitania de São Vicente, como administrador das minas e capitão da Villa de S. Paulo a Diogo Gonçalves Laço, o velho, que trouxe consigo dois mineiros e um fundidor. Para capitão-mor da donataria; nomeou a Diogo Arias de Aguirre, que, com trezentos índios e tendo o transporte custeado pelo almoxarifado de Santos, não demorou visitar as minas do Jaraguá e do Araçoiaba.

D. Francisco de Souza, por sua vez, chegou a Villa de S. Paulo em Maio de 1599, seguido de considerável comitiva. Jornadeou logo para as minas do Araçoiaba, onde Affonso Sardinha, o moço, lhe fez doação dum dos fornos Catallães para o preparo do ferro, passando depois a visitar as minas de Bacaetava, S. Roque e Jaraguá.

Poucos mezes depois retornava ao Araçoiaba e dalli enviava uma bandeira, mais para o interior, da qual fez parte Antonio Knivet. As empresas, porém, de maior vulto realizadas por esse governador geral, nessa sua primeira vinda a São Paulo e attinentes a devassa dos sertões brasi1eiros, foram as expedições chefiadas por André de Leão e Nicolau Barreto"7.
[Patrimônio Natural e Cultural em uma área de expansão urbana: O Caso da Granja Carolina, 2014. Páginas 46 e 47]

As informações contidas na Tese de Maria Luiza Marcílio são importantes para arevisão do histórico da cidade de Cotia, ligado ao nome de Roque Soares de Medela e o Sítiodo Padre Inácio. “Segundo as informações da referida tese, Roque Soares de Medela (parentede Manoel Pacheco Gatto) no ano de 1721 se dizia “muito apertado” sem terras bastantes”para cultivar seus alimentos. E pede mais terras no lugar que foi Sesmaria “havia trinta annos”do João Moreira e que desde então foram abandonadas e tornaram-se devolutas (MARCÍLIO,1974, p. 266).O Capitão João Moreira casou-se em 1632 em São Paulo com Gregória da Silva,filha de Cosme da Silva e de Izabel Gonçalves. Faleceu em 1691 com testamento em Cotia esua mulher em 1700 em Parnaíba. Tiveram 11 filhos9.O que se deduz é que as terras que Roque Soares de Medela pleiteou são as terraspróximas de Santana de Parnaíba, que com bastante probabilidade devem ser as que hojepertencem a Itapevi Topônimas locais confirmam estas suspeitas, a região das montantes do Sapiantãem mapas do século XIX era conhecida como São João. As topônimas da Fazenda MonteSerrat localizada na Cruz Grande no hoje município de Itapevi também.Analisando as genealogias da região de Carapicuíba de Domingos Luis Grou deSantana de Parnaíba de Suzana Dias se verifica o padrão de terras extensas de famíliasmamelucas.

Domingos Luis Grou, português casado com uma índia, filha do Cacique da aldeiade Carapicuíba tiveram sete filhos e Suzana Dias (neta do cacique Tibiriçá) casa com ManoelFernandes, juntos tiveram 13 filhos entre homens e mulheres donde todos constituíramfamílias e levantaram residência no povoado de Santana do Parnaíba.

Quando o marido de Suzana Dias falece em 1589 sua fazenda já estava bem desenvolvida e os laços de parentesco distribuídos em amplos territórios que devem ter contribuído muito para que a região aparecesse como produtora de trigo. À presença dos Fernandes de Santana do Parnaíba se estendem até Itu e Sorocaba. Itu é fundada em 1610 pelos bandeirantes Domingos Fernandes 10 e Cristóvão Diniz de onde os paulistas partiam em busca de ouro nas terras de Cuiabá. Sorocaba foi fundada pelo seu irmão Balthazar Fernandes em 1654.

Em 1661, Baltazar Fernandes foi para São Paulo falar com o governador geral Côrrea de Sá e Benevides, para que Sorocaba deixasse de ser um povoado e virasse uma vila (denominação dada às cidades naquela época). O governador atende ao pedido de Baltazar e no dia 3 de março de 1661, Sorocaba foi elevada à categoria de Vila. Tornou-se então, a Vila de Nossa Senhora da Ponte de Sorocaba.

Suzana Dias após a morte de seu primeiro marido casa-se com Belchior da Costa,este traz para a sua vizinhança os filhos de sua primeira mulher e o irmão de Suzana Dias,Belchior Carneiro.

Recebe desta, quinhentas braças de terra e fixa residência na região. BelchiorCarneiro foi o descobridor das minas de ouro do Vuturuna, perto de Parnahiba. Falleceu em1607 no sertão em descobrimento de metaes.
[Patrimônio Natural e Cultural em uma área de expansão urbana: O Caso da Granja Carolina, 2014. Páginas 48, 49 e 50]

Nesse processo de expansão urbana nas cidades de Cotia e Itapevi estamos chamando a atenção para que o Poder Público, com a colaboração da comunidade, promova e proteja o patrimônio cultural brasileiro, por meio de inventários, registros, vigilância, tombamento e desapropriação, e de outras formas de acautelamento e preservação.

Logo após a restauração da Coroa, os bandeirantes paulistas foram incentivados a adentrarem nos sertões em busca de índios e de metais preciosos, principalmente a partir da Bacia do Tietê. As grandes expedições e descobertas patrocinadas por: Lourenço Castanho Taques, Borba Gato, Matias Cardoso de Almeida e Fernão Dias se deram entre 1660 e 1670.

Em 1671 Fernão Dias Pais recebeu ordens do governador Afonso Furtado para penetrar no sertão em busca das esmeraldas da mítica serra do Sabarabuçu. Parte em 21 de julho de 1674, tendo já 66 anos, fazendo-se acompanhar por 600 homens mais (cerca de 40 brancos ou mamelucos, e o restante, índios), entre eles seu filho Garcia Rodrigues Pais, e seu genro, Manuel da Borba Gato16, casado com Maria Leite, e numerosos outros sertanistas.

O capitão Guilherme Pompeu de Almeida que após o assassinato do pai (PedroTaques) em São Paulo (durante luta entre as famílias paulistanas Pires e Camargo) fixa-se emterras herdadas do mesmo, formando nestas a fazenda Ibituruna.Detalhe mostrando que as terras com maiores influência da Espanha iniciavam logo após o rioPinheiros: “Juntamente com Guilherme Pompeu de Almeida, mudaram-se para afazenda um grande número de amigos, escravos (índios) e parentes deste,fazendo com que houvesse um adensamento populacional na área ondeinicialmente só encontrávamos referências ao garimpo de “ouro de lavagem”.Personagens como Rodrigues Penteado, Fernão Paes de Barros e outroshomens detentores de grandes posses que buscavam se estabelecer emterritório de Santana de Parnaíba. Tal referência se faz necessária porquedentre estes homens encontravam-se o fundador de São Roque (Pedro Vazde Barros) e Francisco Rodrigues Penteado. Entre 1648 e 1650, o capitãoGuilherme Pompeu de Almeida adquirindo novas terras nas proximidades dolocal onde vivia, constituiu outra fazenda denominando-a Araçariguama”.“São Roque foi fundada em meados do século XVII, provavelmente no anode 1657, embora não haja documentação precisa sobre esta data. Sua históriacomeçou na fazenda do bandeirante, Cap. Pedro Vaz de Barros, ou VazGuaçu - “O Grande” - como era chamado pelos índios.
[Patrimônio Natural e Cultural em uma área de expansão urbana: O Caso da Granja Carolina, 2014. Página 60]

A Vila das Três Cruzes pertence ao bairro Quatro Encruzilhadas no município deItapevi e é formada por descendentes e agregados das famílias Rodrigues Oliveira. Hoje contacom aproximadamente 50 casas de parentes e não parentes. Na época em que todos eramparentes, as Quatro Encruzilhadas-caminhos- (SOUZA, 2005, p. 73) pertencia a Cotia e olocal era reduto de festas e romarias ao longo da Encruzilhada, formou-se uma sequência deQuatro pontos de devoção.

A Vila das Três Cruzes marca o segundo ponto com um altar de duas Cruzes numencontro de duas ruas em forma de T. Se as outras Três Encruzilhadas transformaram-se emcapelinhas, a das Três Cruzes carrega a história da geração de Três Cruzes consecutivas, ondea primeira não existe mais, se deteriorou com o tempo e, é lembrada e revivida todo anodurante as festividades da Santa Cruz no último domingo de maio.O altar de tijolo caiado, cravado no topo de um Morrote, há mais de 120 anos zelapelos passantes e o lugar da festa. Se para muitos é confusa a não existência de umaencruzilhada em forma de cruz e a existência de duas cruzes apenas, o nome da vila não deixadúvidas de que existiu uma terceira cruz.A Cruz que na realidade é a cruz da memória fica sob a guarda de AurelinaRodrigues de Oliveira, tradição passada por: Vitalina Rodrigues de Oliveira, hoje (2007) com75 anos (dados levantados por Marília em 2007). A terceira cruz ressurge e sobe o morro nodia da Festa pela comunidade.As histórias existentes sobre a origem das cruzes é um mistério que possuialgumas versões, uns explicam que: a cruz veio de Itapecerica da Serra, outros que foi umapromessa e outros afirmam que ela foi erguida em memória de uma pessoa que morreu.Mas, apesar da incerteza o símbolo da Cruz é motivo de comemoração e contacom a participação de boa parte dos moradores da vila e vizinhança das outras Encruzilhadas.Os preparativos da festa iniciam-se praticamente um mês antes com a feitura de flores depapel, utilizadas para enfeitar o altar das Duas Cruzes e a terceira Cruz postada na esquinaoposta.O início das comemorações da Festa na Vila das Três Cruzes dá-se com umaoração diante da Terceira Cruz, que ao término indica o início da missa campal diante do altardas duas Cruzes. A tradição caipira da festa na Vila é momento de referência de fatosocorridos e importante símbolo de resistência cultural caipira e respeito a modos de vidasmais integrados com a natureza.É quase um milagre essa cultura ainda resistir diante do nefasto momentoespeculativo que vive a região e dos modelos modernos dos espetáculos e ao massacre dasperiferias de uma das maiores metrópole do planeta - São Paulo.
[Páginas 72 e 73]
Patrimônio Natural e Cultural em uma área de expansão urbana: O Caso da Granja Carolina*

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