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Boletim do Grande Oriente do Brasil, jornal oficial da maçonaria brasileira
dezembro de 189603/04/2024 23:55:32
Boletim do Grande Oriente do Brasil, jornal oficial da maçonaria brasileira
Data: 01/12/1896
Créditos:

O Carrasco de Bolés

Neste trabalho que apresento ao público paulista, tão cioso de suas glórias, que galhardamente se ostentam nas páginas mais gloriosas da História Pátria, desejo, até onde me for possível, salientar o caráter de Anchieta como missionário paulista.

No panfleto já publicado, e tão benevolamente acolhido pela imprensa livre e republicana, pela imprensa que não se suborna a um cego interesse partidário absurdo e até imoral, que sabe dar valor e prestígio aos depoimentos da história sejam contra quem quer que for - demonstrei que Anchieta não era merecedor de uma estátua, levantada pelo Estado:

1° - Porque não fora o fundador nem de São Paulo, nem de colégio ai inaugurado a 25 de janeiro de 1554

2° - Porque não promoveu absolutamente nada, em São Paulo, por sua iniciativa, a benefício dos paulistas

3° - Porque a pacificação dos Tamoios que tentou realizar, não foi não foi por iniciativa de Anchieta, como também não se realizou

4° - Porque considerado pelo lado cientifico, é uma personalidade mais que medíocre, não foi homem ilustrado

5° - Porque os seus trabalhos literários não tem valor real, nem mesmo fins literários teve em vista o seu autor

6° - Porque o valor da catequese por ele realizada e por seus colegas, além de excessivamente material, não foi com a brandura própria de um ministro de Cristo

7° - Porque as artes mecânicas que ensinou, nem merecem o nome de arte

8° - Porque foi um missionário intolerante e fanático, a ponto de servir de carrasco para um herege, que ele mesmo converteu e batizou, tornado-se, pois, carrasco de seu próprio filho na fé, tornando-se um parricida moral!

Este último fato bastaria para patentear que o caráter de Anchieta nunca foi o de ministro de Jesus, que disse: "amai aos vossos inimigos! Mas não se deve encarar o carater de Anchieta só pelo lado religioso, que lhe seria completamente fatal: basta Anchieta ser um jesuíta que obedece cegamente, que anula a sua individualidade, tornando-se passivo, moralmente morto, nas mãos do seu superior, como um cadáver nas mãos do anatomista. Quem assim procede não tem caráter está na concepção convicta de sua liberdade e, portanto, de sua responsabilidade.

“Aqui não considero Anchieta como um ser passivo - como um jesuíta: considero como um homem. Aqui não faço especulações filosóficas para patentear os predicados do seu caráter individual - mas, a posteriori, a luz dos fatos registrados na História Pátria, procuro tornar evidente o caráter jesuíta que querem imortalizar, já que pôde imortalizar-se pelas suas obras!

Aqui não se argumenta, não se discute pró ou contra José de Anchieta - aqui se invoca a verdade dos fatos, o testemunho insuspeito dos depoimentos da História! Aqui não se inventa, não se fantasia, aqui apela-se para os fatos - porque contra fatos não há argumentos!

O autor destas linhas não é jesuítas, não é carola, não é fanático, não é intolerante, mas tem consciência de tratar desta momentosa questão com o maior escrúpulo, afastando-se sistematicamente, do terreno apaixonado, da linguagem inconveniente, que ás vezes os próprios fatos como que forçam o escritor a ler. Este trabalho não visa lucros pecuniários, é feito exclusivamente pelo amor á verdade”. [Páginas 571 e 572]

A Ingratidão!

A 22 de janeiro de 1532, junto á costa oriental da Ilha Indua-guassú - hoje São Vicente - ancorou Martim Afonso a sua armada que havia zarpado de Lisboa a 3 de Dezembro de 1530."Assombrados os nativos pescadores com a perspectiva das náos e temerosos da sua apropriação á costa, retraiam-se a seus alojamentos, pondo de sobre aviso a Cayubi que cauteloso foi logo dar fé desse acontecimento.

Explorado o litoral destas ilhas, e escolhido o da barra da Bertioga como o mais adequado para o desembarque de Martim Afonso e seu séquito, e depois de alijada a gente em terra com promptião, edificou-se na ilha de Santo Amaro em proximidades da barra, uma casa forte tanto para proteger o desembarque, como para alojar a gente que fosse posta em terra, e defende-la assim dos acometimentos das tribos selvagens, cuja existência era ali revelada pelos nativos que foram vistos á aproximação da armada.Concluída a obra e depois de se lhe assestar a artilharia que podia comportar, foi guarnecida de força armada, tomando-se necessário atitude em prevenção a qualquer eventualidade.

E porque toda essa lida fosse ás ocultas espreitada pelos nativos do litoral, chegou isso aos conhecimento de Tebyreçá nos campos de Piratininga, que sem demora fez reunir toda a gente de guerra que lhe sera sujeita, dispondo a partir para a marinha com o fim de repelir o ingresso dos invasores. [Página 574]

"O emissário da paz, transferindo-se logo para o litoral á frente de trezentos sagitários de Piratininga, fora pontual em fazer conhecer a Cayubi a disposição pacífica do régulo de Piratininga a respeito da gente que da armada de Martim Afonso se fizera desembarcar em Bertioga; e Cayubi, que á chegada da armada retirará-se da costa com a sua tribo, e a quem Itanhaém viera em seu auxílio, pondo-se ao abrigo das montanhas da ilha Guaymbê, hesitando a princípio, foi por fim obediente ao mandato transmitido de Tebyreçá, e, retendo-se naquele lugar, entregara a Ramalho a gente pedida para reforço que trouxera de Piratininga, no intuito de, em caso de relutância poder sustentar o que fora pactuado com Tebyreçá; tendo por companheiro nessa empresa Antonio Rodrigues que, como já dito fica, aliara-se á filha de Piqueroby, chefe da tribo Ururay, depois de conseguir deste, a imitação do régulo de Piratininga, sua anuência a favor do desembarque de Martim Afonso.

Ramalho aproxima-se á Jerybatuba três dias depois da chegada de Martim Afonso á Bertioga, e quase ao ponto em Cayubi, coadjuvado pelos Tupys e Itanhaens, ia investir o forte que ali se fizera de improviso; detém a este cacique em seu rompimento, anunciando-lhe que era essa a vontade do régulo, e caminha afouto e abertamente para o forte á frente dos trezentos sagitários de Piratininga, e das tribos que a esse tempo estavam reunidas na ilha do Guaymbê. [Boletim do Grande Oriente do Brasil, jornal oficial da maçonaria brasileira, 12.1896. Página 575 e 576]

Em 1553, Thomé de Souza, depois de visitar São Vicente, veio até Santo André da Borda do Campo, povoação mandada criar por Martim Afonso em terras de João Ramalho, constituídas ao depois como apanagio do Convento do Carmo. A povoação foi elevada á vila como nome que tinha, em 8 de abril desse mesmo ano, sendo conferido a Ramalho título de "alcaide-mór" (Aquele que governava um castelo, província e/ou comarca com poder civil ou militar; antigo governador), em substituição ao de "guarda-mór" do campo. [Página 577]

"Thomé de Souza conferindo este posto, ordenou a Ramalho que fizesse centralizar no povoado os colonos que de São Vicente haviam transposto a serra e se localizado em diversos pontos do campo; os quais junto a numeroso gentio ao serviço de Ramalho, em breve engrandeceram a povoação de Santo André com aumento de população, para segurança do qual, e a fim de impedir os acometimentos das hordas indígenas, acoitadas nas matas da serra, de inimigos dos Guayanos que formavam o séquito de Ramalho, foi a vila circunvalada com contra forte de madeira."

Acompanhou a Thomé de Souza o jesuíta Manoel da Nóbrega. Cumpre observar ao leitor que os nativos Tupiniquins e Carijós, de São Vicente; e os Guaynas, de Piratininga eram de índole a mais pacifica que podia desejar-se.

Em 1554, principio do mês de janeiro, por deferência a João Ramalho, enviou Manoel da Nóbrega 13 colegiais de São Vicente em companhia do coadjutor professo José de Anchieta, sob a direção do Padre Paiva, para estabelecerem um colégio nos campos de Piratininga.

Qual, porém, não foi a decepção de João Ramalho quando, esperando que esses jesuítas viessem fundar o colégio em sua pitoresca vila de Santo André, soube que eles tinham escolhido, a pouca distância, outro local; tratavam de edificar em suas terras uma outra povoação; promoviam a discórdia em sua respeitável família; desprestigiavam a sua autoridade como "alcaide-mór", título conferido por Thomé de Souza; e, além de tudo isso, já o intrigavam com os seus nativos amigos - e declararam-se em guerra contra ele, cognominando-o de opressor dos brasileiros?!

A razão de tão atroz e infame ingratidão, naturalmente o leitor já terá percebido: João Ramalho era estimado dos nativos, honrado com a estima e consideração de Tebyreçá e Cayubi, e , mais, ouvido e considerado pelos governadores: era o verdadeiro soberano nos campos de Piratininga! Ora, isso é que absolutamente não convinha aos interesses dos jesuítas, e, especialmente do Sancto Anchieta. Só a companhia devia ser soberana, não só nos campos de Piratininga, mas em todo o mundo!...

Imediatamente, depois da chegada dos santos jesuítas as intrigas principiaram a ser fomentadas!

O primeiro triunfo que obtiveram foi aliciar o grande e destemido Tebyreçá, o sogro de João Ramalho! Imagine-se o sofrimento de João Ramalho desprestigiado pelo seu amigo e sogro Tebyriçá. Além desse venerado e valente paulista, passou-se para os jesuítas, o destemido Cayubi! Lavrava, pois, a discórdia na família de Ramalho - Bartira a filha do valente de Piratininga - Tebyreçá - chorava inconsolável, vendo que aqueles que se diziam embaixadores do evangelho da paz, ministro do manso e divino Jesus, semeavam a discórdia; inflamavam os pacíficos Guayanazes com a intriga e além de tudo isso procuravam o extermínio dos seus irmãos, fomentando a guerra entre paulistas e emboabas!

Não satisfeitos com os clamores consequentes da guerra, os jesuítas procuravam intrigar o magnânimo Ramalho, com o governador, porque, como assevera Frei Gaspar da Madre de Deus:

"os incrementos de qualquer das vilas, de Santo André ou de São Paulo, atrazavam os progressos da sua competidora, nem os jesuítas podiam tolerar a subsistência de Santo André, nem os Ramalhos sofrer a de São Paulo."

O governador Duarte da Costa, porém, não os atendeu, e o bispo, da Bahia, indignado, dirigiu-se para Portugal, afim de fazer sentir a El-rei a falta de apoio do governador, quando em caminho naufragou. [Página 578 e 579]

Os jesuítas continuaram as suas intrigas, nos campos de Piratininga, onde campeava a paz desde a chegada, pelo menos, de Martim Afonso, agora, campeava a desolação consequente de ódios entre os próprios nativos, entre colonos e jesuítas, como, também, entre paulistas e emboadas.

"Tomou esta contenda um tom enérgico, em porventura teve ela o seu desfecho em 1560, no tempo do governador Mem de Sá, o terceiro investido com a administração geral do Brasil; o que por certo deveu-se ás assíduas e veementes instancias dos padres de Piratininga, impostas ao governador pela conduta de Manoel da Nóbrega".

"O provincial da companhia, que soube insinuar-se na amizade do novo governador, e, a título de seu diretor espiritual, tinha ingerência na gestão dos negócios temporais embora profanos fossem, e em imitação do que ia pela metrópole, serviu de veículo aos reiterados pedidos dos jesuítas do campo para conseguir do governador a transferência da vila de Santo André que medrava a olhos vistos, e, na mente dos seus adversários, era isso elemento da sua destruição, instaurando-a junto ao colégio da sua missão, situado nas abas da povoação, habitada exclusivamente pela raça nativa, e por alguns descontentes evadidos do feudo de João Ramalho." Alegaram os jesuítas que uma das razões para destruição da vila de Santo André, era não haver padres naquela vila!... E por haver gente embrutecida!... E para que vieram eles para o Brasil?...

"Em suma, e por força desse lidar ostensivo, menos esforçado que clandestino, foi em 1560, e por mandado do governador geral, que a esse tempo achava-se em São Vicente, extinta! E o que é mais odioso! Demolida a vila de Santo André a primogênita de Martim Afonso nos campos de Piratininga coma qual o donatário da capitania remunerou a João Ramalho os importantíssimos serviços prestados por este no seu desembarque em Bertioga; transferindo-se o seu foral de vila para a povoação junto ao colégio dos jesuítas, que tomou o nome de vila de São Paulo de Piratininga."

Assim, pois, João Ramalho, foi espoliado de suas terras doadas primeiramente por Tebyriçá e legalizadas por Martim Afonso; foi desautorizado como a primeira autoridade; foi revogando, pode-se dizer, o ato de Thomé de Souza, nomeando-o "alcaide-mór", confirmando o estabelecimento da Vila de Santo André, assim também o ato de Duarte da Costa, não acedendo aos iníquos desejos dos jesuítas; o franco acolhimento dos portugueses e dos próprios jesuítas em São Vicente e em Piratininga por João Ramalho e pelos chefes Tebyricá e Cayubi, o grande serviço de Ramalho, tornando simpático aos selvagens os portugueses e jesuítas. - tudo! Teve como santa recompensa a destruição da vila de Santo André, o desprestígio o mais vil e infame desse glorioso portugues que na história de São Paulo, a despeito das calúnias dos jesuítas há de ser sempre glorioso! Que tremenda ingratidão!

Agora, o leitor não deve admirar-se do resultado fatal dessa infame ingratidão de que foram principais protagonistas Nóbrega e Anchieta.

Esperavam os jesuítas que na vila de São Paulo depois de destruída a vila de Santo André e de Piratininga, tudo iria ás mil maravilhas. Entretanto aquilo que eles reprovaram em Santo André: a barbaridade dos colonos para com os nativos, isso principiou a consumar-se sob os seus olhos! Os nativos evadiam-se aos descomunais trabalhos que lhes impunham os habitantes da vila de São Paulo! Em breve, na circunvizinhança de São Paulo, Ururay irmão de Tebyriçá, levou os trânsfugas de Piratininga para o sítio, onde depois se fundou a aldeia de São Miguel de Ururay, e pôs-se á frente de numerosas forças de selvagens confederados que prontamente vieram em seu auxílio! Tal era a simpatia que os jesuítas inspiravam!... Os padres sabendo de tal intendo preparavam-se confiando a defesa de São Paulo ao valente e glorioso paulista Tebyriçá, infelizmente instrumento dos jesuítas!

A 10 de julho de 1562, Ururay e Jagoanháro, á frente de suas forças, atacaram as forças de seu irmão e tio Tebyriçá! E não fora a traição de um nativo, decerto seria completamente destruída a povoação de São Paulo, nessa guerra fratricida promovida exclusivamente pelos jesuítas! Anchieta tomou parte nesse célebre combate. E sob os seus olhos, expiravam muitos dos seus catecúmenos inocentes, vítimas de suas vi intrigas!... Mas a consciência do jesuíta é morta como a sua obediência - perinde ac cadaver!...

Dois dias depois do certo, esmorecido o ânimo dos assaltantes, puseram-se em fuga, devastando inteiramente o território dos colonos. Assim epilogou-se a tremenda ingratidão, para com o venerado vulto de João Ramalho! Sobre a infame ingratidão, regaram rios de sangue vertido em uma titânica, entre irmãos, que, antes do estabelecimento dos jesuítas, viviam na mais doce e venturosa paz!

O derramamento de sangue continuou: uma parte dos confederados, era composta de tamoyos: estes continuaram os seus tremendos assaltos, não só contra São Paulo mas contra as povoações do litoral. Estas contínuas lutas quase que absorviam os habitantes das vilas de São Vicente, São Paulo, Santo Amaro e outras, em cuidarem de sua defesa, em prejuízo de sua prosperidade. Assim, pois, grande responsabilidade, nesse estacionamento, nestas lutas constantes, ainda se liga a tremenda injustiça e atroz ingratidão dos jesuítas para com João R|amalho e sua numerosa família.

E qual o maior responsável, senão Anchieta, amigo e protegido de Nóbrega? Sim, Anchieta, porque foi ele quem mais do que qualquer outro entretinha mais relações entre os selvagens, ao mesmo tempo que mais estreitas relações com os homens do governo. Não é portanto, uma injustiça imputar-se a Anchieta a maior soma de responsabilidade na ingratidão iníqua com que Mem de Sá coroou a grandiosa obra de João Ramalho; assim como, não é injustiça culpa-lo pelo derramamento de sangue e todas as lutas consequentes dessa infame ingratidão! [Páginas 579, 580 e 581]

Dirigiu o Capitão-Mór enérgica fala aos seus soldados, lembrado-lhes a vitória em nome do Santo Padroeiro. Encarniçada foi a luta; os tamoios e franceses opuseram obstinada resistência aos esforços dos guerreiros de Estácio de Sá; o pelouro cruzava-se nos ares com a hervada seta e a espada encontrava-se com o tacapé. Era uma cena de horror e confusão; uma guerra de canibais.

Os tupiminós cevavam o seu implacável ódio no sangue dos tamoios; vendo VENDO IGUALMENTE OS PORTUGUESES NOS FILHOS DA BELA FALICIA OUTROS TANTOS CUJAS VIDAS NÃO LHES ERA PERMITIDO POUPAR. Assim as crueldades inerentes ás guerras, juntava-se ainda esta, O IMPLACÁVEL FUROS DAS CONTENDAS RELIGIOSAS. O delírio do combate os tinha cegado; sua alma se fecharia a todos os sentimentos nobres e generosos; uma só ideia sobre eles predominava, o de abrasar as aldeias contrárias, exterminando os seus defensores.

O cronista da Companhia de Jesus, Padre Simão de Vasconcelos, nos diz com plácida indiferença que NEM UM SÓ TAMOIO ESCAPOU COM VIDA, e dos franceses cinco que caíram nas mãos dos portugueses, FORAM PENDURADOS EM UM PAU PARA ESCARMENTO DOS OUTROS! O que respeitou o arcabuz e a bombarda, completou o incêndio, que devorou em poucas horas as pobres cabanas dos filhos das palmeiras!...

"Era conveniente aproveitas o belicoso ardor dos soldados: resolveu-se, portanto atacar a ilha do Governador, chamada então Paranápucuhy, onde o inimigo possuía um fortíssimo reduto, rodeado de cercas duplicadas que o tornavam quase inexpugnável. Para ai foi pois transportada a artilharia, cujo horríssono estampido repercutido pelos ecos da baia misturava-se coma confusa grita dos selvagens e os roucos sons dos borés.

Esse dia devera ser fatal aos adoradores de Tupan: tiveram de ceder a fortuna de seus contrários, e, abandonando suas aldeias, que o fogo consumia, foram buscar nas regiões ainda desconhecidas temporária asilo, donde também devera expeli-los a desenfreada cobiça dos colonizadores.

Os epenicios da vitória, e os cânticos de jubilo foram interrompidos para dar lugar ao luto e ás lágrimas: o heroico Estácio de Sá, acabava de expirar vítima de oculto veneno de seta de dextro tamoio".Agora caro leitor, é justo oque pergunteis, qual a causa de uma guerra tão cruel e desumana? Seria porque os tamoios, cônscios de sua liberdade, repeliam a escravidão? [Página 585]

"Indo o Padre Anchieta de São Vicente para São Paulo, anoiteceu no caminho, e recolhe-se com o companheiro em uma casa, afim de passar a noite. Perguntando o santo homem ao dono, por quem foram recebido com agasalho, como passava, e como iam os seus negócios: muito bem, respondeu-lhe; nada me falta; não tenho coisa alguma que me incomode.

Nisto levantou-se o Padre Anchieta, e chegando-se ao companheiro disse-lhe: vamos-nos daqui quanto antes: não é bom ficar em uma casa, onde não ha a menor partícula da Cruz de Jesus Cristo. Mas meu Padre, para onde quer V. R. ir a estas horas?

É alta noite, e daqui até São Paulo não se encontra uma só casa a beira da estrada. Pouco monta, replicou Anchieta, partamos: depois verá. Saíram: e depois de um pequeno trecho, olhando para traz, avistaram a casa donde tinham partido, toda em chamas; de modo que dai a pouco não era mais que um montão de cinzas! [Páginas 589 e 590]

Padre Belchior de Pontes foi por adiante: "Amador Bueno, não entro contigo em considerações de outra ordem que me torturam o viver: não quero patentear-te como todos os abismos lôbregos de minha alma, em que coriscam como lampejos do inferno, os anseios sem nome da dúvida...

Fica onde estás e sê feliz... Mas é preciso que saibas que esta guerra é iníqua, que a Companhia de Jesus que a fomenta está condenada por Deus, que leval-a a seu termo é atirar rolos de incenso aos pés de Satanaz!

- Eu ensandeço... a Companhia de Jesus condenada por Deus! - Desde a sua fundação! - O instituto de Ignácio de Loyola! - Serpente astuta, pélago de ambição sem costas, sem prais, sem limites. - De Diogo Laynez! - O mais dissimulado hipócrita que esteve em Trento.
- De Claudio Aqua Viva! - O fautor do regicídio! - Do venerável Anchieta! - O carrasco de João Bolés. - João Bolés era um herege!... - João Bolés foi um martir.[Página 591]
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