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3 de junho de 159905/04/2024 08:12:35

A distância de Itavuvú, a cavalo, por exemplo, passando por montes e vale, em suma, cortando caminho, de Itavuvú ao Engenho de Araçoiaba, não seria mais de uns doze quilômetros, não muito. Portanto, poderíamos então levantar certas hipóteses a respeito.

Enfim, partiu D. Francisco para as minas de Araçoiaba. Imagine-se uma viagem que hoje em dia pode ser feita de carro em uma hora e meia e que, naquele tempo, durava em média, segundo cronistas antigos, cerca de 18 dias!

Mas a grande e brilhante comitiva, pois só de soldados havia tresentos e mais "gente de marcação da Armada que trouxe dito Senhor" - segundo informa Pedro Taques - "que de Biracoiaba, passou ordem, dada de 2 de agosto de 1599, ao Provedor da Fazenda, fazendo cobrar duzentos mil reais, do fiador dos flamengos, João Guimarães, para as despesas que estavam fazendo com gente de trabalho que com ele se achava naquelas minas, em cujo lavor, estabelecimento houveram despesas e com os soldados de infantaria que o acompanhavam do resto.

Informa ainda Pedro Taques que, "por mandado de D. Francisco, de 20 de setembro de 1599, recebeu Diogo Sodré, almoxarife, o Pagador D’Armada e que veio para as minas de ouro e prata o dito Senhor, seis contos, 129.509 mil, que estavam no almoxarifado da Fazenda de Santos, carregados em receita ao almoxarife dela, João de Abreu, dos direitos da Urca nomeada "Mundo Dourado", para pagamento dos soldados e manejo das fitas minas".

No dia 3 de junho de 1599, acompanhado de grande e imponente séquito, constituído de fidalgos coloridamente trajados, técnicos, os soldados de infantaria já mencionados e numerosos nativos domésticos, entrava D. Francisco de Souza no povoado, fazendo reboar as montanhas com o éco de suas músicas marciais, trombetas e tambores.

E foi recebido regiamente por Afonso Sardinha, não obstante a pobreza de suas instalações no vilarejo de Itapebussu. Parece que d. Francisco gostou da recepção, ou dos ares, ou ficou influenciado pela "febre" do ouro e pedras preciosas e, na falta deles na exploração do ferro, pois demorou-se em Araçoiaba, relativamente bastante tempo. Eis que, chegado a 3 de junho ainda há atos dele em novembro. Teria ficado pelo menos uns 4 meses."[]

Pedro Taques, em seu já citado livro diz, textualmente "Depois de ter examinado ocularmente estas minas, e adiantado o estabelecimento delas, que as denominou de Nossa Senhora do Monte Serrate, onde mandou levantar pelourinho ..." Note-se que não se fala na suposta pequena vila ou povoação. O nome seria, então, por acaso, o das minas ou do Engenho de Ferro?

Pois repetimos: Pedro Taques de Almeida Pais Leme (1714-1777) não alude a Vila. Cita apenas que D. Francisco levantou pelourinho e denominou as minas de Nossa Senhora do Monserrate. Um ou outro autor acrescentava Monte Serrate do Itapevussú, mas isso não aparece na obra de Pedro Taques de Almeida Pais Leme (1714-1777). E ele continua sendo a melhor fonte de pesquisas para aquela época em Araçoiaba.

Então, segundo nos acode ao raciocínio, poderia, muito bem, em melhores casas, mais bem construídas, de Afonso Sardinha e seus principais auxiliares, no Itavuvú, ter ficado D. Francisco indo, diariamente, como o faria, nesta hipótese, o próprio Afonso Sardinha, para o local das minas e dos engenhos.Somente um Governador tinha gente e dinheiro para construir uma, neste sertão. Ainda que estreitinha. É que o passo do rio, desde talvez os nativos, só podia ser abaixo das cachoeiras em local meio raso,antes de espraiarem-se as várzeas. Nas Furnas haviam ranchos de pau-a-pique, palmeiras e sapé. Nenhuma rua. Nem vereadores. Nem paróquia. Uma Santa Cruz coberta, sim. A história não conta nem sequer se o Governador trazia algum padre consigo.Chegou à vila do Planalto em maio de 1599. Foi um alvoroço inclusive nas modas masculinas. E sonhando sempre, partiu logo para as minas dos Sardinha, pelo caminho já descrito. Parte a cavalo, parte em canoa, parte em rêde, estava nas Furnas, triste sertão, entre campos, no fim do ano. Em data não sabida de 1599 fundou no local a vila de Nossa Senhora de Monte Serrate, erigindo o pelourinho, um esteio de madeira de lei com uma faca e um gancho de ferro, objetos esses, nos ricos pelourinhos de pedra, menos grosseiros e coroados com as armas reais.Continuam os escritores, uns aos outros se copiando, a dizer que este povoado se chamava Itapevuçú, quando é ressabido em Sorocaba que Itavuvú, corruptela de Itapevuçú, é duas léguas a nordeste. Alguns meses ficou no Araçoiaba, que também se chama Ipanema por causa do ribeirão, no meio de tanta penúria, aquele grande teimoso, enviando os mineiros para os arredores, por exemplo Bacaetava e ao Sarapuí.

A questão do “Itavuvu” é uma das mais embaraçadas da História primitiva do Brasil. Ainda ninguém tornou bem claro que nos primeiros tempos Sorocaba houve pelos menos três motivos para o povoamento do local. Taques Paes Leme dá notícia do primeiro e torna assim bem clara a distinção, porém perde-se de vista as Hipóteses.

Desta vez, Pedro Taques silencia êsse dado histórico assim como as Atas, o Registro da Câmara, Documentos Interessantes, Sesmarias, Testamentos e Inventários e Cartas de Datas de Terra. Cita apenas que D. Francisco levantou pelourinho e denominou as minas de Nossa Senhora do Monserrate. Um ou outro autor acrescentava Monte Serrate do Itapevussú, mas isso não aparece na obra de Pedro Taques de Almeida Pais Leme (1714-1777). E ele continua sendo a melhor fonte de pesquisas para aquela época em Araçoiaba.

Portanto é um fato ter-se erguido junto às minas de Araçoiaba, um aglomerado de moradias; contudo a informação de Manuel Eufrásio de Azevedo Marques (1825-1878) a respeito da denominação de Itapeboçú, dada à referida povoação, não é acompanhada de comprovantes.

Afonso d´Escragnolle Taunay (1876-1958) indica o mesmo nome Itapebussú apenas com pequena diferença de grafia dado ao arraial fundado por D. Francisco de Souza em Araçoiaba, em começos do século XVII. Infelizmente, também não fornece a fonte de tal informação.Pandiá Calógeras (1870-1934) que se baseia quase exclusivamente no autor setecentista e "em documentos desconhecidos em 1772" apesar de não citar a origem de tal documentação, também não aborda êsse problema. Parece, de fato, haver engano dos historiadores, que se repetem, pois Itavuvú, corruptela de Itapevuçú, localiza-se a duas léguas a nordeste de Biraçoiava.
[22897] 1° fonte: 01/01/1625
*“O Novo Mundo: Descrição das Índias Ocidentais” ("Nieuvve wereld...

Jean de Laet esteve no Brasil em 1596, segundo Varnhagen, e certamente antes de 1625, quando imprimiu "O Novo Mundo: Descrigão das Indias Ocidentais", do qual dois livros pertencem coisas do Brasil e, nestes, dois capítulos à capitania de São Vicente. Segundo Luís Castanho de Almeida (1904-1981):

Diz ele que havia ferro e também ouro, em Biraçoiaba, montanha onde "os portugueses construíram presentemente uma villa denominada São Felippe (...)", a sudoeste de São Paulo. A 30 léguas da capital e quase às margens do Rio Tietê, põe o autor esta vila, e chama Nossa Senhora de Monte Serrate outras minas, a 12 léguas da capital! A cinco léguas, no caminho desta Bessucaba, havia fazenda de açucar e marmelos: com ambos de faziam marmeladas... Em conclusão: no Ipanema ou no Itavuvu existiu deveras a vila de São Felipe, e já havia estrada de Piratininha para Sorocaba.

Não encontrei o trecho mencionado por Castanho, o que encontra-se, assim, escreveu ele:

"As minas de ouro que se descobriram nestes annos precedentes, na capitania de São Vicente, são: Santiago e Santa Cruz, nas montanhas de Paranapiacaba, a quatro ou cinco leguas do mar; Jaraguá, cerca de cinco leguas de São Paulo para o norte, e a dezessete ou dezoito leguas do mar; Serra dos Guaramumis ou Marumiminis, seis ou sete leguas de São Paulo, ao nordeste e a vinte ou pouco mais do mar; Nossa Senhora do Monserrate, dez ou doze leguas de São Paulo para o noroeste, onde se encontram pepitas que pezam ás vezes duas e tres onças; Buturunda ou Ibitiruna, a duas leguas da precedente, para o oeste; Ponta da Cahativa, a trinta leguas de São Paulo para o sudoeste. Quase trinta leguas da. mesma villa de São Paulo para o sudoeste, ficam as montanhas de Berusucaba ou Ibiraçoiaba, abundantes em veios de ferro, não lhes faltando também veios de ouro, que os selvagens cananéas tem por costume extrahir".
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[26779] 2° fonte: 29/10/1639
The State of the Dutch Fortifications and Garisons

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[26780] 3° fonte: 01/01/1652
*Cosmographie in four bookes: containing the chorographie and his...

1. A Capitania de S. VICENTE bordejando o Rio da Prata, habitada pelos mais civisGente de todo Brasil. Cidades principais das quais 1 Santos, no fundo de um Braço de Mar, capazde bons navios de carga, mas distantes das três principais léguas. Uma cidade de não mais de 120casas, mas o melhor desta Prefeitura; embelezada com uma Igreja Paroquial, e dois Conventos de Fries.Tomado e retido por dois meses por Sir Tho: Cavendish, An. 1591. desde aquela cercada de Muralha, e fortificada com dois castelos. 2 S. Vicentes mais bem construídos, mas não tão bem equipados com um Abrigo; de cerca de70 casas e 100 habitantes. 3 Itange e 4 Cananea, dois Burroughs abertos, mas capazes deEmbarcações.

5 S. Paulo, sobre uma pequena montanha, ao pé da qual correm dois rios agradáveis, que não caem longe no rio de Iniambis. Uma Vila com cerca de 100 casas, uma Igreja, dois Conventos e um Colégio dos Jesuítas; vizinha das Minas de Ouro encontradas na Serra de Pernabiacaba.

6 S. Philips uma pequena cidade nas margens do Iniambis, que ali começa a se alargar, e passando daí cai por último no rio Paraná, um dos maiores afluentes do Rio de laPrata. [Cosmographie in four bookes : containing the chorographie and historie of the whole vvorld, and all the principall kingdomes, provinces, seas and isles thereof, 1652. Página 165]
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[6438] 4° fonte: 01/01/1680
*Os irmãos Moreira Cabral reativaram a produção de ferro no morro...

Paschoal Moreira Cabral e seu irmão, o Alcaide Jacynto Moreira Cabral foram os primeiros que estiveram numa região, afugentando os nativos os quais viviam em suas tabas no ângulo formado pelos rios Sorocaba e Tatuuvu ou Tatuhú. Em 1680 acompanharam Frei Pedro de Souza nas explorações do Morro Araçoiaba, em busca de metais.

Os irmãos Cabral, Manoel Fernandes de Abreu e Martins Garcia Lumbria, autorizados por Carta Régia de 05 de fevereiro de 1682, levantaram a Fábrica de Ferro do Ipanema, em Araçoiaba da Serra, criando também a povoação de Nossa Senhora Del Papolo, que obteve o título de Paróquia. Com a construção da Fábrica, algumas pessoas foram residir na região, determinadas a se entregarem à agricultura.

Em 1927, na Revista do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo, volume XXV, os tatuienses afirmam que Tatuuvú ou Tatuhú foi a base do povoado que tornaria-se Tatuí, mais de 200 anos depois. Porém, além da distância, física e temporal, eles mesmos perguntam-se:

"Ora, onde seria essa povoação de Nossa Senhora del Popolo de que não pudemos achar notícia, povoação do distrito de Sorocaba e que desapareceu, dando origem á cidade de Tatuhy?"
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[21281] 5° fonte: 01/01/1700
*Itavuvu é uma simples fazenda onde mora o parnaibano Luiz Castan...

Luiz Castanho de Almeida. Revista do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo, volume XXXV. 1938:

O Itavovú, que em 1700 e poucos é uma simples fazenda onde mora o parnaibano Luiz Castanho de Almeida, neto do homônimo explorador de Goiaz.
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[27811] 6° fonte: 07/02/1735
Testamento de Luiz Castanho de Almeida

Foi morador da vila de Sorocaba, onde possuiu uma grande fazenda de cultura no sitio chamado Tavorú do termo da dita vila. Nela faleceu com testamento a 7 de fevereiro de 1735; nele declarou sua naturalidade, e os nomes de seus pais, e que fôra casado com D. Isabel de Paes (*) que ainda existe em 1771 na vila de Sorocaba na sua fazenda de Tavorú, filho do Capitão Hieronimo Ferraz de Araújo. (..)
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[25844] 7° fonte: 01/01/1755
*História da Capitania de São Vicente. Pedro Taques de Almeida Pa...

Outro trecho escrito por Taques e ignorado pela Historiografia sorocabana, "rasga" de uma só vez maioria dos textos aqui mencionados e a própria versão oficial adotada por Sorocaba. Informa que:

"Esta vila foi fundada em 1670 pelo paulista Baltazar Fernandes, irmão dos povoadores das vilas de Parnaíba e Itu, com seus genros André de Zuniga e Bartolomeu de Zuniga, cavaleiros da província do Paraguai das índias de Castela. Eles construíram em sua própria fazenda a igreja matriz, casa de conselho e cadeia, assim a Nossa Senhora da Ponte de Sorocaba foi elevada a vila por provisão do capitão-mor loco-tenente donatário Francisco Luís Carneiro de Sousa, Conde da Ilha do Príncipe."
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[22893] 8° fonte: 01/01/1755
Histoir. Geograp. Ecclesiast. et Civil, tom. 12, pág. 215, da Edi...

O país é fértil, principalmente de frutos; tem Minas de Prata (Se fala de minas descobertas, como parece falar, enganou-se certamente; pois em parte nenhuma do Brasil se labora em minas de prata, nem consta com certeza, que haja algumas rendosas: muitas vezes se procuraram noutro tempo; e dizem que D. Francisco de Sousa, governador-geral do Estado, extraíra pelos anos de 1599 alguma prata Biraçoiaba, termo da Vila de Sorocaba desta capitania; mas em quantidade tão diminuta, e de lugar tão profundo, que não fazia conta aquela mina, e por isso ficara sem uso.), e se acha regado por muitos rios.
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[25462] 9° fonte: 01/01/1763
*Bairros existentes em Sorocaba

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[25724] 10° fonte: 12/07/1788
“Proposta de dois paulistas para a exploração das minas de Araçoy...

Sobre o assunto localizamos no Arquivo do Estado uma petição de dois paulistas para explorar ferro em Arassoiava, documento antigo que transcrevemos na íntegra como curiosidade:

"Proposta de dois paulistas para a exploração das minas de Araçoyava, hoje do Ipanema: Carta dos Capitães Mores das Villas de Sorocaba e Itú.

Ilustríssimo Exmo. Senhor: Temos a honra de recebermos a de V. Exa. sobre cujo contexto faremos a V. Exa. presente que o morro de que se tem extraído ferro e aço, se denomina Arasoyava, sito no termo da Villa de Sorocaba, distante da mesma duas léguas e meia. Que é muito grande e terá de circuito sete léguas mais ou menos. Que é muito abundante de pedras de ferro e aço e de lenha para o carvão, que nem a posteridade sentirá falta. Que é banhado de ribeiras, que dão excelente comodo para todo, e qualquer artifício preciso para a intentada Fábrica, e que nas suas fraldas se acha uma grande campina para pasto de animais de que a mesma fábrica há de necessitar para, e condução das lenhas, e do mesmo ferro e aço extraído. Que essa condução até ao porto de Santos é fácil, e comoda, e muito mais será franqueando V. Exa. aquele Caminho, como intenta, e que enfim é aquele lugar proporcionado por Superior Destino, para o estabelecimento da referida Fábrica, e quanto este será de inexplicável utilidade a toda a Capitania e Estado, é bem patente as grandes luzes de V. Exa.

Em tempo do governo do Exmo. antecessor de V. Exa., Dr. Luiz Antonio de Sousa formou-se uma Sociedade entre Capitão Jacinto José de Abreu, Antonio Lopes de Azevedo e outras. Foi por estes construída a Fábrica sendo mestre dela João de Oliveira Figueiredo, que por pouca noção que tinha daquela arte, não pôde ser útil a Sociedade.

Perdurou esta por espaço de oito anos mais ou menos em que se fizeram muitas arrobas de ferro, de que se acham espalhadas muitas obras por esta Capitania. A falta de forças e a meação daqueles Sócios e a imperícia daquele Mestre, que apenas fazer o ferro a malho e não fundido de que não correspondia ao custo do rendimento, fizeram desfalecer, e de todo extinguir-se a dita Fábrica e dela até o presente só se acham sinais.Estamos prontos para fazermos ressuscitar e a estabelecermos a ponto de utilidade e conveniência com as condições seguintes:A promessa que faça V. Exa. vir um mestre inteiramente perito daquela arte e que se transporte até essa Capital já pago pela Real Fazenda, e ao depois interessara conosco em a terça parte dos lucros. A segunda que seja a referida Fábrica isenta de todo o encargo e Direitos Fiscais por tempo de oito anos. A terceira que outra nenhuma pessoa se possa nela intrometer, e seja somente permitida a nós, cá nossos filhos, e passada a duração destas vidas querendo S. Majestade tomar a si, si nos pagarão pela Real Fazenda as benfeitorias, e pertences da mesma Fábrica por laudo de quatro árbitros, dois de parte da mesma Fazenda e dois da nossa. Preenchidas estas condições poremos todas as forças para construirmos com a possível brevidade a referida fábrica de que o futuro percebera o mais avultado interesse e Real Erário. Estes são os nossos fieis sentimentos e depois de dar-nos a nos mesmos, mutuamente os parabéns por tão ilustrado Governo que nos assegura as maiores fortunas beijamos a mão de V. Exa. e que Deus guarde felizmente por dilatados anos como nos é mister. São Paulo, 12 de julho de 1788. De V.Exa. humildes, e obedientes súditos; assinados: Claudio de Madureira Calheiros, Vicente da Costa Taques Góes e Aranha".

O despacho do governador a essa carta foi o seguinte:

"O Governador Bernardo José de Lorena levando do conhecimento de Martinho de Mello esta carta em data de 2 de agosto de 1788 disse o seguinte Como relação a estes dois dignos paulistas. Tendo achado nesta Cidade o Capitão-Mór de Sorocaba que dizem ser de boa conduta e tem seus créditos de rico e seu Cunhado o Capitão-Mór de Itu não sei se pode tanto, mas tem juízo, e ambos mostram muito zelo pelo serviço. Bernardo José de Lorena - Governador".

“A Fábrica de Ferro é uma das coisas que tem me dado maior trabalho, sem que até agora conseguisse o desejado fruto, ou seja pela pouca experiência do Mestre ou por demasiada malícia dele, porque para tudo pode ter lugar a suspeita.

Sendo S. Magestdade que Deus Grande Servido dar faculdade a Domingos Ferreira Pereira para poder nesta capitania ao Morro do Hibarassoyaba, no distrito da vila de Sorocaba, a fazer as primeiras experiências e em uma pequena forja, que, para isso erigio com o mestre de caldear o ferro, João de Oliveira Figueiredo, tirou as primeiras amostras que em 9 de dezembro de 1765 remeti a vila de Santos a V. Excelência.

Passado pouco tempo, voltou o dito Domingos Ferreira Pereira com o Mestre para o Rio de Janeiro, dizendo que ia ajustar a Sociedade desta negociação entre as pessoas com que estava contratado; e partindo-se demorou mais de um amo, sem formar a dita Sociedade, nem os Sócios lhe aprontaram os meios necessários para a criação destas Fábricas.

Voltando segunda vez a capitania, sem concluir coisa alguma lhe procurei fazer nesta cidade uma Sociedade, fazendo vir a minha presença os homens de negócio, que me pareceram mais capazes, e propondo-lhes as utilidades que podiam resultar ao publico e ao Real Erario.

Com efeito se ajustaram na forma que pedia o dito Domingos Ferreira Pereira, cedendo este aos Sócios a metade de tudo o que lhe pertencia nesta negociação, em virtude da graça que obteve de S. Magestade de que fizeram segurança de escritura, obrigando-se os sócios a concorrer logo com dez mil cruzados principio da primeira Fábrica, tanto se saber a Arte do Mestre, como tão bem para se fazerem as experiências sobre o rendimento da pedra, e da conta que fazia, e tão bem se obrigaram os mesmos sócios a erigir todas as mais Fábricas que se julgasse precisas para sustentar o ferro com abundância, não só esta capitania, mas tão bem as mais deste Brasil, concorrendo toda a Sociedade para fazer os mais gastos, que acrescessem depois de acabados os dez mil cruzados que entraram para a fundação da primeira fábrica.

Porém, como o Mestre de caldear o ferro João de Oliveira de Figueiredo tinha ficado no Rio de Janeiro com a intenção de ir a Angola, como se dizia, e sem ele, não se podiam por em prática as experiências, escrevi ao Conde da Cunhya, Vice-Rey para que o fizesse vir, o que ele prontamente executou, remetendo-o preso em dias de Fevereiro de 1767.

Logo que chegou o Mestre, achando-se já estabelecido o contrato da Sociedade, na forma que a V. Excelênci8a tenho referido, foram dar principio a primeira Fábrica em dias de junho do referido ano de 1767, e depois de examinarem e conhecerem aquela situação, que na distância de duas léduas em quadra é continuada a mina de pedra férrea, com abundância de lenha e agora (água?) para sustento das fábricas, entraram logo em construção da primeira, ponto em prática as experiências de caldeação de ferro e aço, e modo de estende-lo.

Nestas obras se tem trabalhado desde aquele tempo até o presente, com grande despendio dos acionistas em fazer fornos grandes, e pequenos por diferentes modos, safras, martelos, malhos, rodas e engenhos para os mover, e tudo o necessário tenho madando lá assistir pessoas Engenhosas e experientes, e não é possível acertar-se com a caldeação do ferro nem faze-lo igual ao da primeira amostra, que a V. Excelência remeti.

Nestes termos ou isto é insuficiência do Mestre, o que pode ser, por ele não ter nunca trabalhado em Fábrica, nem visto as de Biscaya, ou será compra de pessoas mal intencionadas, que pelos meios dele se fazer ignorante, pretendam inutilizar a Fábrica.Artífice que cá se ache, e juntamente se pode haver algum segredo que se remedie qualquer defeito, que possa ter a a mesma pedra, para se haver de tirar ferro de qualidade, daquele que enviei ao sr., e que não podia haver melhor, nem mais perfeito, e foi tirado desta mesma pedra, de que não há dúvida. [Revista do Instituto Histórico e Geografico de SP (1904) p.44, 45]
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[24241] 11° fonte: 02/11/1816
Ofício do frei Pedro Nolasco da Sacra Família refutando as afirma...

O registro mais confiável contém a menção mais antiga ao Itavuvu: Ofício do frei Pedro Nolasco da Sacra Família refutando as afirmações da Câmara Municipal de Sorocaba:

Este foi o terreno doado, unicamente o onus de 13 missas anuais, como se vê pelo documento no. 1. Acontece, porém, Exmo. Snr. que quando se mudou a vila, que primeiramente era fundada no lugar denominado Itarireoú, légua e meia distante do novo mosteiro, para o local em que existe, (em 1665) desde logo principiaram os choques entre a Câmara e o Presidente do Mosteiro, sobre quererem os Camaristas senhorarem-se das nossas terras para o Rocio desta vila.

Existiam numa "certa" região, nativos, primeiro em bandos, depois em tribos, como a dos caingangues, que habitavam a região na época do descobrimento do Brasil. A arte rupestre que se encontra na região, também demonstra a presença humana já há muito tempo, e a lenda repassada aos turistas possui aspectos ligados a cultura indígena.

Não se sabe ao certo quando surgiu, onde as rochas seriam uma antiga cidade que foi transformada em cidade de pedra devido a fúria de Tupã. O principal símbolo do local, seria a taça utilizada pelos amantes indígenas Dhui e Arace Poranga para se embriagarem com licor de butiá, as Furnas o solo rasgado por Tupã e a Lagoa Dourada seria o tesouro derretido.

Itacueretaba, antigo nome dessa "Vila Velha", significa cidade extinta de pedras. O recanto foi escolhido pelos primitivos habitantes para ser Abaretama, terra dos homens. No local seria escondido o precioso tesouro Itainhareru. Com a proteção de Tupã, era cuidadosamente vigiado pelos Apiabas, varões escolhidos entre os melhores homens de todas as tribos.

As tribos rivais, após tomarem conhecimento do fato, escolheram a bela Aracê Poranga (aurora da manhã) para tentar seduzir o jovem guerreiro e tomar-lhe o segredo do tesouro. A escolhida logo conquistou o coração de Dhui. Em uma tarde primaveril, Aracê veio ao encontro de Dhui trazendo uma taça de Uirucur (licor do butiás) para embebedá-lo. No entanto, o amor já havia tomado conta de seu coração e a traição não aconteceu. Decidiu, então, tomar a bebida junto com seu amado. Em seguida, os dois se amaram à sombra de um ipê. Tupã logo descobriu a traição do seu guerreiro e, furioso, provocou um terremoto sobre toda a região.

A antiga planície foi transformada em um conjunto de suaves colinas. Abaretama transformou-se em pedra. O solo rasgou-se em alguns pontos, originando as Furnas. O precioso tesouro fora derretido, formando a Lagoa Dourada. Os dois amantes ficaram petrificados e, entre os dois, a taça ficou como o símbolo da traição. Diz a lenda que as pessoas mais sensíveis à natureza e ao amor, quando passam pelo local, ouvem a última frase de Aracê: xê pocê o quê (dormirei contigo).
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[24591] 12° fonte: 01/01/1822
*Memórias Históricas do Rio de Janeiro, 1822. José de Sousa Azeve...

(...) pois que procurando-se muitas vezes n´outro tempo, e constando, que D. Francisco de Souza extraíra pelos anos 1599 alguma prata em Biraçoyaba, ou Quiraçoyába, Termo da Villa de Sorocába, cujas minas descobrira Affonso Sardinha, que no mesmo sítio construiu uma regular oficina, com proveito grande, e até ser-lhe tomada para a Coroa, sua extração ficou abandonada pela profundidade do lugar (...)
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[15987] 13° fonte: 01/01/1836
Ensaio D´um Quadro Estatístico Da Província de São Paulo - Daniel...

O Ensaio d´um quadro estatístico da província, impresso em 1839, diz:"Esta povoação foi fundada em 1670, e depois ereta em vila. É considerável e florescente, tanto por ser o lugar onde se trata de negociações dos animais cavalares, muares e vacum, que se conduzem das partes do sul, e onde se cobram os direitos de passagem, como também por estar perto da mesma a fábrica de ferro edificada nas fraldas do monte d´Arassoiava."E nós acrescentamos que ela foi elevada á categoria de cidade pela lei no. 5 de 5 de fevereiro de 1842,, e que há muito já brilha seu nome na lista das melhores cidades de São Paulo, não só pela sua excelente situação, delicioso clima, bonitas ruas todas calçadas, e elegantes edifícios, como também pelo seu imenso comércio.É ai onde anualmente se vê, desde abril até junho, grande afluência de negociantes de todo o gênero e de longes províncias, e bem assim várias outras pessoas, que, sem outro fim mais que recrear-se, aproveitam a ocasião da feira, em que a cidade de Sorocaba oferece maior número de divertimentos e variedades, sem que todavia seja perturbada a tranquilidade pública ou individual; o que é para admirar, á vista do concurso de povo dentro e fóra da cidade.Sorocaba é realmente uma das mais agradáveis cidades do interior de São Paulo. A sua população, já bastante avultada, pois deve orçar hoje entre 23 e 24.000 almas, é animada, ativa, laboriosa e cultiva por este motivo muitos gêneros de industrias.Antes de entrarmos na apreciação do desenvolvimento e material desta povoação, seja-nos permitido acrescentar alguns esclarecimentos acerca de suas importantes datas históricas, esclarecimentos que nos foram ministrados de um livro de Registo que existe no arquivo da câmara de Sorocaba, mas que todavia está em contradição com o ano da fundação que a este povoado assinala o citado autor do Ensaio de um quadro estatístico da província:

A cidade de Sorocaba (segunda reza o manuscrito a que aludimos) foi fundada,e levantado pelourinho, nela por despacho de D. Francisco de Souza, governador que então era, no ano de 1654, no bairro de Itevovu, distante meia légua da atual cidade. Depois de pequenas edificações naquele lugar, fez o capitão Balthazar Fernandes uma petição ao então governador Salvador Corrêa de Sá e Benevides para a mudança da vila para o lugar hoje cidade, e foi passada a provisão em 3 de março de 1661, sendo ouvidor desta comarca Antonio Lopes de Medeiros.
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[24159] 14° fonte: 01/01/1845
*“Diccionario geographico, historico e descriptivo do Imperio do ...

Baseiam-se os tatuienses em Milliet de Saint Adolphe para afirmar que o Tatuhú refere-se a Tatutí.

Cada vez mais intrigados, por informações tão vagas e sedentos de descobrir a origem mais remota do nosso berço natal, continuamos as nossas pesquisas e fomos deparar, no dicionário Geográfico de J. C. R. Milliet de Saint Adolphe, com o seguinte:

TATUHÚ - Freguesia da província de São Paulo, no distrito da cidade de Sorocaba. Um sítio agreste, chamado Tatuhú, achava-se ermo de gente e de casas, no principio do século em que estamos. Tendo-se fundado a fábrica de ferro de São João do Hipanema, alguns indivíduos se determinaram a ir residir para aquele sítio, resolutos a se entregar á agricultura.

Passados sete anos, uma ordem régia proibiu toda a espécie de agriculturação nas terras dadas á fabrica de ferro, e pelo mesmo teor todo o gênero de negócio e de cortes de madeiras por serem destinadas exclusivamente para alimentar as fornalhas da dita fábrica. Todos aqueles que não eram empregados nela foram obrigados a deixar aquele sítio e a maior parte deles se agregaram aos primeiros povoadores de Tatuhú.

Informado o bispo de tal disposição régia, assentou que deveria despojar do título de paróquia a igreja de um estabelecimento particular e transferi-lo a uma capela que o povo havia erigido á sua custa, no sítio e povoação de Tatuhú; em consequência dessa determinação, foi a sobredita Igreja condecorada em 1818 com o título de paróquia, com o nome de São João do Bemfica!!


Satisfeitos, ou talvez encantados, com a possibilidade de retroceder em mais de 200 anos a história de sua cidade Natal, tatuienses não perguntam o que Milliet não informa: de qual documento extraiu essa informação?

Evidente que Milliet confun... Percebe-se que o autor deixa claro a distinção entre ambas

Tatuhú - Freguesia da província de São Paulo, no distrito da cidade de Sorocaba. Um sítio agreste chamado Tatuhú achava-se ermo de gente e de casas no principio do século em que estamos (...)

Tatuí - Nova vila da terceira comarca da província de São Paulo. Era a povoação chamada Tatuibi, entre a cidade de Sorocaba e a vila de Itapetininga. Sua igreja, dedicada a N. S. das Dores, foi elevada á categoria de paróquia por decreto da assembléia geral de 9 de dezembro de 1830, e a assembléia provincial conferiu aquela nova freguesia o título de vila.
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[24773] 15° fonte: 01/01/1850
*Mapa "Colombia Prima or South America" (1850) de James Wyld: Sor...

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[22355] 16° fonte: 01/01/1854
*“História geral do Brazil”, de Francisco Adolfo de Varnhagen, o ...

D. Francisco de Souza indo em 1610 á Biraçoiava (Ypanema), e vedo que não prosperava ali a vila que dez anos antes criara, ao mesmo tempo que espontaneamente se iam agrupando muitos moradores três léguas áquem junto a uma ponte do rio Sorocaba, onde os Beneditinos levantavam já um hospício, transferiu para alí o pelourinho, com ideias, diz-se, de fundar uma cidade com o nome de São Felipe por gratidão ao soberano, que pouco antes o agraciara.
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[22451] 17° fonte: 01/01/1864
*Quadro Histórico da Província de São Paulo, 1864. José Joaquim M...

O morro, a que modernamente se dá o nome de Araçoiaba, derivado de Araçeyambaê, que lhe deram os índios, e que na primitiva era conhecido com o de Biraçoyava, e pelos portugueses, Morro do Ferro sendo unicamente reconhecida a sua forma exterior e circunjascências pelos primeiros colonos, que, partindo de Piratininga, penetraram as matas que ficavam ao poente do país tomado aos Guayanás, essa formação da natureza de uma bela miragem foi em 1590 visitada, e, no alcance desse tempo, geologicamente analisada pelo paulista Afonso Sardinha, que possuía algumas noções montanísticas, ao fazer ali escavações na procura de metais mais preciosos, no seu entender.

Conhecendo, porém, que no morro era o ferro o metal dominante, construiu no princípio do século XVII um forno catalão para a preparação do ferro, que lhe serviu por alguns anos, cedendo ao depois d. Francisco de Souza, administrador geral das minas, indo á Araçoiaba dispôs que se levanta-se ali uma povoação, a que se deu o nome de Itapebuçú, mudada ao depois para o local em que está hoje a cidade de Sorocaba, por melhor posição e prestança para centro de população.
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[23934] 18° fonte: 06/10/1865
“Curiosidades Brasileiras”, F. L. d´Abreu Medeiros. Diário de São...

Nos livros antigos livros da Câmara e do mosteiro de São Bento acha-se escrito que a povoação de Sorocaba foi fundada primeiramente no bairro Itavuvu pelo governador D. Francisco de Souza, e que a requerimento do capitão Balthazar Fernandes, com informação do ouvidor da capitania, Antonio Lopes de Medeiros, foi mandada transferir com o título de vila, para o lugar onde se acha presentemente, por provisão do governador geral Salvador Correia de Sá.

(...) Como se vê, descombinam os escritores acerca da fundação de Sorocaba; o que é certo é que esta povoação foi elevada á categoria de cidade pela Lei Provincial N° 5 de 5 de fevereiro de 1842, sendo presidente da assembléia, depois de o ter sido da província por dua vezes, o ilustre sorocabano brigadeiro Rafael Tobias de Aguiar.
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[24078] 19° fonte: 01/01/1866
*Chorographia histórica, chronographica, genealógica, nobiliária ...

Porém adiante desta vila quatro léguas, no sítio chamado serra de "Braçoyaba", levantou pelourinho D. Francisco de Souza, por conta das minas de ouro, de prata e de ferro, que na dita serra estavam descobertas pelo paulista Afonso Sardinha; e o mesmo D. Francisco de Souza lhe pôs o nome de minas de Nossa Senhora de Monserrate; porém com a sua ausência para o reino, saindo de São Paulo em junho de 1602, para embarcar no porto de Santos a direitura (neste ainda tinha chegado á Bahia o seu sucessor Diogo Botelho, oitavo governador geral do Estado), cessou o labor das minas de "Braçoyaba", até que em melhor sítio se fundou a vila que atualmente existe.
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[6305] 20° fonte: 19/12/1875
O Relato de Anthony Knivet (1560-1649). Jornal Correio Paulistano

(...) No começo do ano de 1599, chegaram diante da cidade da Bacia (Bahia?) nove urcas; mas nada puderam fazer. Quatro meses depois que chegara o governador geral a São Vicente, teve meu amo que fazer ali. Acompanhei-o.

Quando chegamos, achava-se o governador a 50 léguas, em um lugar no interior, onde lhe constava haverem muitas minas de ouro. (3)

Não tendo achado, porém, coisa que pagasse o trabalho, despachou gente mais para o sertão em busca de um sítio chamado Itapusik. Como eu conhecia esse lugar, tive ordem do governador geral para seguir para ali.

Encontramos em Itapusik minas não vulgares. Trouxemos uma porção de terra aurífera e vários pedacinhos de ouro, que achamos em lugares lavrados pelas águas.

Muito folgou com isso o governador geral; deu-nos pelo achado mais do ele valia, e enviou-o ao rei, a quem requereu permissão para averiguar se essas minas eram lavráveis ou não.

Mandou igualmente 40 mil libras em lâminas de prata preparada na mina de São Paulo a 12 léguas de São Vicente. (4)

Quando eu me achava em Itapusik, partiu meu amo para casa. Em consequência de sua retirada, tive de servir como soldado até que partissem navios para o Rio de Janeiro.

Servi 3 meses, e fui muito bem recompensado pelo governador, que remeteu-me de novo para meu velho amo.

Depois disto, mandou-me meu amo para um lugar chamado Orgelen (Orgams). É uma serra que se avista do Rio de Janeiro. Ai encontramos uma pequena mina de ouro e mui preciosas pedrinhas.

Por esse tempo chegou da Espanha uma urca, em que vinham um bispo e um governador espanhol, os quais partiram em uma embarcação menor para o Rio da Prata e dai para somma (seria cima?)

Pouco depois da chegada desse navio, manifestou-se no Rio de Janeiro uma doença (variola?) a modo de sarampo, mas, em verdade, tão fatal como a peste; pois, no decurso de três meses, ceifou no Rio de Janeiro passante de 3 mil pessoas entre portugueses e nativos.

(...) (3) Segundo os nossos escritores, d. Francisco de Souza, governador geral do estado do Brasil, se dirigiu em março de 1599, ao sertão de Sorocaba e depois ao lugar que recebeu o nome de Nossa Senhora de Monte Serrate, para examinar as minas descobertas por Afonso Sardinha e seu filho.

(4) A mina, á que se refere Knivet, é talvez a mesma de Birassoyava, termo da vila de Sorocaba, onde Afonso Sardinha construira uma oficina regular.
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[24044] 21° fonte: 01/01/1886
*Alexandre José de Mello Moraes (1816-1882) - Chronica geral do Brazil

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[24968] 22° fonte: 01/01/1894
Revista do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo, Vol. XXXV*

D. Francisco levantou pelourinho num daqueles dias de 1599, chamando à nova povoação Nossa Senhora de Monte Serrate, de quem foi muito devoto (...) em novembro retirou-se.
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[26874] 23° fonte: 01/01/1896
*Apontamentos para o diccionario geographico do Brazil "F-O", 189...

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[24356] 24° fonte: 01/01/1915
*Primeiro Congresso de História Nacional: Explorações Geográficas...

Informado, entretanto, d. Francisco de Sousa de que, nas proximidades de São Paulo haviam sido descobertas jazidas de ouro e de ferro, enviou, em 1598, a essas, minas, Diogo Gonçalves Laço, no posto de capitão, e ele próprio, em obediência a ordens régias, partiu, em 1599, para São Paulo, afim de visitar as minas de Ybiraçoyaba, descobertas por Afonso Sardinha e Clemente Alvarez, nas imediações de Sorocaba.

Efectivamente, os portugueses já a esse tempo tinham começado uma povoação na localidade. Em 1591, Affonso Sardinha tinha ai mandado construir dois pequenos fornos para fundição de ferro. Em 1599 ou começos de 1600, d. Francisco de Sousa, governador das minas, tinha mandado fazer ali as primeiras edificações, começando uma povoação que se chamou Itapebuçú. Knivet e seu séquito de tamoyos te riam chegado a essa montanha de todos os metais, a julgar-se pelas notações do narrador, ai pelos meados de 1599.

A capelinha e a santa cruz que, no local, encontraram, datariam decerto de alguns anos antes, talvez da época de Affonso Sardinha. Acalmados os tamoyos e persuadidos por Knivet a prosseguirem na jornada para o mar, tomaram os retirantes o rumo proximamente do sul, procurando as terras auríferas do vale do Sarapohy e vizinhanças da atual Pilar.
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[26713] 25° fonte: 01/01/1925
*História seiscentista da vila de São Paulo, 1825. Afonso d´Escra...

Indica o mesmo nome Itapebussú apenas com pequena diferença de grafia dado ao arraial fundado por D. Francisco de Souza em Araçoiaba, em começos do século XVII. Infelizmente, também não fornece a fonte de tal informação.
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[24343] 26° fonte: 01/01/1940
*Francisco de Assis Carvalho Franco (1886-1953) - “Bandeiras e Ba...

Jornadeou logo para as minas do Araçoyaba, onde Affonso Sardinha, o moço, lhe fez doação dum dos fornos catalães para o preparo do ferro, passando depois a visitar as minas de Bacaetava, São Roque e Jaraguá. Pouco meses depois retornava ao Araçoyaba e dali enviava uma bandeira ao Itapucú, da qual fez parte Antonio Knivet.
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[24848] 27° fonte: 01/09/1940
“Sorocaba e os castelhanos”, Aluísio de Almeida, codinome de Luís...

O mapa atribuído a Ruy Diaz de Guzman (1559-1629), autor da "Argentina", e exumado do Arquivo das Índias de Sevilha por Zeballos, parece ter sido feito entre 1606 e 1608, segundo me informa Sérgio Buarque de Holanda (1902-1982), baseado em Paul Groussac.

É uma fonte interessantíssima para o estudo do povoamento do sul do Brasil. Particularmente vêem aí mencionadas três vilas: São Vicente, São Paulo e São Felipe. Esta última é a antiga Itapebussú, para onde se haviam mudado os primitivos povoadores trazidos ao Araçoiaba por D. Francisco de Souza no fim de 1599. Ao lado está a inscrição: "minas de ouro no Brasil".

De fato, sabe-se que a fundação daquele governador geral no Ipanema, obedeceu ao intento de encontrar ouro e prata, nas pegadas de Afonso Sardinha, anterior de 10 anos.

O arraial de Monte Serrat, título adotado pela devoção do fidalgo, teve duração efêmera e, enquanto o ambicioso reinol despedido do governo geral, andava na corte madrilenha a solicitar favores para continuar a empresa das minas, os proto-sorocabanos se transferiam para o Itavuvu.

Chega Dom Francisco a São Paulo em 1610 como governador das minas e da repartição sul e confirma a mudança de lugar e de nome, embora não pudesse rever estas regiões com seus olhos de carne, tão cedo fechados á luz do mundo em Piratininga.

O pelourinho concedido por d. Francisco a povoação do Ipanema foi ele, pois, transferido a São Felipe, como faz prova a carta em que estamos estudando, e que anota São Felipe com a mesma insignia que São Paulo e São Vicente.

Lemos num articulista sorocabano de há uns 30 anos que ele haveria lido em papéis antigos de cartório a referência a São Felipe. Em 1661, a 3 de março, levantou-se novo pelourinho no lugar da atual Sorocaba, a légua e meia do antigo São Felipe e a três do Ipanema: era a vila de Nossa Senhora da Ponte de Sorocaba, formada com os restos da gente de Dom Francisco de Sousa e os novos povoadores vindos de Parnaíba desde 1645 com Balthazar Fernandes de Abreu.

Desde então era uma vez São Felipe! Se o povo ficou chamando Itavuvu, inventou ainda outro nome: é o bairro dos Quartéis, por causa de umas ruínas até hoje existentes. Era de fato aquele povoado o mais próximo, então dos castelhanos e dos imensos povos de nativos contra quem era mister previdência, tal como Piratininga foi também fortificada.

O mapa de Gusman encerra um erro grave que é uma verdade que desfigurou. Quanto mais podemos adiantar-nos no emaranhado das fontes, afirmamo-nos na certeza de que as expedições do ciclo do Guairá passaram por Sorocaba (então Ypanema e São Felipe), num caminho terrestre que era o mesmo antigo de São Tomé, dos nativos, e que os primeiros sorocabanos organizaram bandeiras que partiam por terra procurar o Paranapanema.

Uma vista rápida sobre esse mapa nos mostrará as reduções do Guairá em frente a Sorocaba. E o rio Sorocaba incrivelmente afluente do Paranapanema! E, pior, da margem esquerda.O fazedor da carta geográfica interrogou viajantes, estes disseram: De São Felipe chega-se ao Paraná, pelo Paranapanema. Mais que depressa, o rio de Sorocaba passou a cair no Paranapanema. Uma verdade que se abusou...O caminho das bandeiras que destruíram o Guairá só podia ser esse mesmo peabirú, depois estrada de tropas com encruzilhada em Itapetininga.

Em 1634 Balthazar Fernandes assinava em Parnaíba com os dois irmãos Domingos e André (raça de povoadores), o termo de composição amigável do inventário de sua mãe Suzana Dias. A matrona contemplava no seu testamento as netas filhas do segundo casamento de Balthazar. Deve portanto recuar-se para o mínimo de 1600, senão antes, a época do primeiro casamento de Balthazar.

Foi, portanto, ele em pessoa o primeiro a buscar esposa no Paraguai, donde lhe viria em 1634 o genro Gabriel Ponce de Leon com a turma de emigrados.

Era, com efeito o Guayrá como que o vizinho e o "sítio da roça" aonde iam passar uma temporada os povoadores de Parnaíba e em seguida Itú e Sorocaba.
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[27915] 28° fonte: 18/09/1963
“Sorocaba no passado produziu ferro com minério próprio e muito o...

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[9049] 29° fonte: 21/12/1964
“Memória Histórica de Sorocaba: Parte I”. Luís Castanho de Almeid...

Podemos supor, pois, que a mudança não se fêz num dia ou dois ou três de viagem, por uma extensa caravana composta do chefe, da matrona, filhas solteiras, casadas e genros, os 370 e poucos índios, os trastes. São seis léguas daqui ao Aputribú, uma longa jornada. Os índios viajavam a pé e também carregavam fardos. Já havia cavalos para os brancos, muito poucos embora. Os mesmos podiam servir de cargueiros em várias viagens, na falta de burros, então inexistentes. Nem é hipótese absurda o carro de boi, num caminho mau, de mais de meio século, com a ponte no rio grande, ao chegar. Damos a hipótese arrojada de ser esta ponte já de 1599.

Somente um Governador tinha gente e dinheiro para construir uma, neste sertão. Ainda que estreitinha. É que o passo do rio, desde talvez os nativos, só podia ser abaixo das cachoeiras em local meio raso,antes de espraiarem-se as várzeas. Nas Furnas haviam ranchos de pau-a-pique, palmeiras e sapé. Nenhuma rua. Nem vereadores. Nem paróquia. Uma Santa Cruz coberta, sim. A história não conta nem sequer se o Governador trazia algum padre consigo.
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[25788] 30° fonte: 01/01/1997
*Araçoiaba e Ipanema. José Monteiro Salazar

A distância de Itavuvú, a cavalo, por exemplo, passando por montes e vale, em suma, cortando caminho, de Itavuvú ao Engenho de Araçoiaba, não seria mais de uns doze quilômetros, não muito. Portanto, poderíamos então levantar certas hipóteses a respeito.

Enfim, partiu D. Francisco para as minas de Araçoiaba. Imagine-se uma viagem que hoje em dia pode ser feita de carro em uma hora e meia e que, naquele tempo, durava em média, segundo cronistas antigos, cerca de 18 dias!

Mas a grande e brilhante comitiva, pois só de soldados havia tresentos e mais "gente de marcação da Armada que trouxe dito Senhor" - segundo informa Pedro Taques - "que de Biracoiaba, passou ordem, dada de 2 de agosto de 1599, ao Provedor da Fazenda, fazendo cobrar duzentos mil reais, do fiador dos flamengos, João Guimarães, para as despesas que estavam fazendo com gente de trabalho que com ele se achava naquelas minas, em cujo lavor, estabelecimento houveram despesas e com os soldados de infantaria que o acompanhavam do resto.

Informa ainda Pedro Taques que, "por mandado de D. Francisco, de 20 de setembro de 1599, recebeu Diogo Sodré, almoxarife, o Pagador D’Armada e que veio para as minas de ouro e prata o dito Senhor, seis contos, 129.509 mil, que estavam no almoxarifado da Fazenda de Santos, carregados em receita ao almoxarife dela, João de Abreu, dos direitos da Urca nomeada "Mundo Dourado", para pagamento dos soldados e manejo das fitas minas".

No dia 3 de junho de 1599, acompanhado de grande e imponente séquito, constituído de fidalgos coloridamente trajados, técnicos, os soldados de infantaria já mencionados e numerosos nativos domésticos, entrava D. Francisco de Souza no povoado, fazendo reboar as montanhas com o éco de suas músicas marciais, trombetas e tambores.

E foi recebido regiamente por Afonso Sardinha, não obstante a pobreza de suas instalações no vilarejo de Itapebussu. Parece que d. Francisco gostou da recepção, ou dos ares, ou ficou influenciado pela "febre" do ouro e pedras preciosas e, na falta deles na exploração do ferro, pois demorou-se em Araçoiaba, relativamente bastante tempo. Eis que, chegado a 3 de junho ainda há atos dele em novembro. Teria ficado pelo menos uns 4 meses."[]

Pedro Taques, em seu já citado livro diz, textualmente "Depois de ter examinado ocularmente estas minas, e adiantado o estabelecimento delas, que as denominou de Nossa Senhora do Monte Serrate, onde mandou levantar pelourinho ..." Note-se que não se fala na suposta pequena vila ou povoação. O nome seria, então, por acaso, o das minas ou do Engenho de Ferro?

Pois repetimos: Pedro Taques de Almeida Pais Leme (1714-1777) não alude a Vila. Cita apenas que D. Francisco levantou pelourinho e denominou as minas de Nossa Senhora do Monserrate. Um ou outro autor acrescentava Monte Serrate do Itapevussú, mas isso não aparece na obra de Pedro Taques de Almeida Pais Leme (1714-1777). E ele continua sendo a melhor fonte de pesquisas para aquela época em Araçoiaba.

Então, segundo nos acode ao raciocínio, poderia, muito bem, em melhores casas, mais bem construídas, de Afonso Sardinha e seus principais auxiliares, no Itavuvú, ter ficado D. Francisco indo, diariamente, como o faria, nesta hipótese, o próprio Afonso Sardinha, para o local das minas e dos engenhos.
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[24155] 31° fonte: 01/01/1998
*Revista do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo

De junho a princípios de setembro de 1599 ficou ele em Biraçoyaba, inspecionando as minas e melhorando-as; mudou-lhes o nome para N. Senhora do Monserrate e ai levantou pelourinho.
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[25048] 32° fonte: 01/01/2001
*Viver e sobreviver em uma vila colonial: Sorocaba, séculos XVIII...

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[27876] 33° fonte: 01/11/2003
Dagoberto Mebius - A História de Sorocaba para crianças e alunos ...

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[27893] 34° fonte: 22/03/2016
“Sinalização Tupi-Guarani & Luso-Catolicismo”, João Barcellos

Parte 3 - Duas Questões Exemplares - De Erro Estórico - Questão Itavuvu

Durantes as pesquisas em torno do Morro Berassucaba, na região iperoniana de Ipanema, deparamo-nos constantemente com a designação itavavuvu (ou itavuu) e itapebuçu, e sempre desconfiamos que itavuvu e itapebuçu seriam a mesma ´coisa´, mas, como essa ´coisa´ diferenciada vinha de muitos e dignos historiadores achamos melhor não mexer até podermos entender e colocar os pingos historiográficos nos ii dos contos oficiais, como diz o pesquisador Adolfo Frioli.

Até porque esta questão tem a ver com a historiografia sorocabana... O próprioFriioli, em 2011, pôs em ´cheque´ a história de Sorocaba, mas o fez por e com ilações (embora justas) diante dos resultados das pesquisas no complexo geomorfológico e histórico do Morro Berassucaba (ou Araçoiaba).

E agora? Ele, como eu, e também o biólogo Luciano B. Regalado, ficamos diante da prova que faltava para dar um trato historiográfico final àquela ´coisa´ indefinida entre itavuvu e itapebuçu – a saber: o cacique guarani Tukumbó Dyeguaká, colocado diante das designações explicou que “itavuvu e itapebuçu dão significado a uma mesma coisa, porque trata-se de caminho de pedra e caminho de pedra preta no mesmo lugar”.

Então, o Governador Francisco de Souza instalou no arraial mineiro da Família Sardinha o povoado denominado Nª Sª do Monte Serrat, em 1599, com pelourinho, e logo depois, em 1611, transferiu o mesmo pelourinho para Itavuvu, ou Itapebuçu, localidade que recebeu o nome de S. Felipe.

O que significa isto em termos historiográficos? Que a região hoje conhecida como sorocabana teve início com o pelourinho no arraial mineiro do Morro Berassucaba e continuidade em Itavuvu: a fundação histórica da região sorocabana só pode ser datada de 1599 quando se instalou o primeiro pelourinho.
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[27864] 35° fonte: 01/10/2018
“O semeador de horizontes”. Revista da Associação Paulista Medicina*

Comanda pessoalmente expedições à Serra de Araçoiaba, lançando no Vale das Furnas, onde encontra Afonso Sardinha fundindo ferro, fundamentos da Vila de Nossa Senhora do Monte Serrat, madona de sua devoção. Percorre também as minas de Bocaitava, Vuturana, Caatiba e Jaraguá.
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[29637] 36° fonte: 18/05/2023
Conheça detalhes e curiosidades sobre as avenidas Itavuvu e Ipane...

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