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Revista do Museu Paulista
189521/04/2024 23:37:20

Revista do Museu Paulista
Data: 01/01/1895
Página 36

É só Knivet, quem descobriu serras cobertas de gelo no sertão do Brasil, e foi ele também o único que tem por dias viajado num rio subterrâneo sem encontrar outra dificuldade senão a do encontro fatal na saída do dito rio com nativos bravos, que a todos comeram á exceção de Knivet que nos relatou esta história. (Páginas 36 e 37)

Do lado oposto á bahia de Santos, á direita da Bocaina, existe um pequeno morro denominado "Ilha de Barnabé". Esse morro, entretanto, ha muitos anos que já deixou de ser ilha e ligou-se ao continente. Esse manguezal todo, vai desde a embocadura do rio Jurubatuba até o Monte Cabrão, na Bocaina do Bertioga, e por onde serpeiam os tortuosos canais do Sandy e do Diana, era quase todo mar; apenas na Bocaina da Bertioga, para um lado do canal surgiam á flor d´água algumas lages e recifes e nada mais; tudo era livre e vasto até o Jurubatuba.

Nas sesmarias concedidas a Braz Cubas por d. Anna Pimentel, a 3 de março de 1531 ha referências a essa ilha, que hoje se denomina Barnabé.Passemos a transcrever alguns tópicos: "... a qual terra (sesmaria) está na povoação de São Vicente (Santos ainda não existia nesse tempo) do dito sr. Martim Afonso e a dita terra poderá ser de grandura de duas léguas e meia, pouco mais ou menos, até três léguas por costa e por dentro quanto se puder estender, que for da conquista de El-Rey nosso Senhor e que está onde chamam Jarabatyba, assim que pelo braço de mar dentro e mais lhe fazemos doação

Estas terras de Braz Cubas segundo confrontações do referido documento, conforme se vê no mapa, eram duas e meia a três léguas de costa, desde a foz do Jurubatuba, até o outeiro Guanique, que neste tempo também era ilha, e que se acha á margem esquerda do Rio Cabaçú, no largo do Candinho, costeando as montanhas que ficavam sobre o mar.

Como em todo esse sertão oriental, compreendida esta sesmaria, que estava ainda nessa época infestada pela tribo indômita de Ururay, que se aliavam aos tamoyos no ódio e hostilidades aos portugueses, houve dificuldade em povoar e cultivar essa região, conforme declara o mesmo documento.

Antes de fundar a povoação do Porto de Santos era nessa Ilha Pequena, onde Braz Cubas e seu pai João Pires Cubas tinham uma pequena fazenda. Eis o que refere o trecho do documento do Traslado da Escritura de auto de posse dessa ilha e mais terras, passado em Lisboa a 10 de agosto de 1540:

"... ele capitão (Martim Afonso) lhes houve por demarcadas pelas demarcações já ditas e meteu logo posse delas realmente em feito, visto já a obra que na dita ilha tem de canaveais e mantimentos... e por ele dito Braz Cubas foi também pedido a ele capitão mandasse a mim tabelião que desse aqui a minha fé em como havia três anos que João Pires Cubas, seu pai, viera a esta terra com fazenda e gasto e aproveital-as, o que deixou de fazer por dita terra ser habitada por gentios nossos contrários e por esse respeito as não pudera nem podia aproveital-as... etc."

A data da Sesmaria de Pedro de Góes é de 24 de abril de 1537 e acha-se transcrita em diversas crônicas e monografias. Confrontava para o oriente, na serra de Taperovira com as ditas terras de Braz Cubas, pelo rio Jurubatuba; dai, costeava o lagamar até á ponta ocidental desta serra até o ponto hoje denominado Pedreira, e dali cortava em linha reta até a ilha do Caramacôacara (Casquerinho) onde o rio Cubatão tem um de suas barras; seguindo em direção à serra, costeando a ribeira do Ururay (hoje rio Mogy) até o vale e serra do mesmo nome, que está sobre o mar, e dai em direção a Piratininga, pelo caminho velho do Piassaguêra.

Em 1674 o Padre Lourenço Craveiro, reitor do Colégio dos Jesuítas de São Paulo, aos quais então pertenciam grande parte dessas sesmarias, fez algumas anotações á margem de uma destas escrituras, esclarecendo as denominações nativas primitivas, que já nesta época (1674) começavam a ser alteradas, confundindo portando os rumos das ditas sesmarias.

Ai vão transcritas algumas dessas notas:

"Esta parte da Serra de Paranapiacaba (Ururay) que está sobre o mar, é bem conhecida..." "Ponta do Ururay bem se sabe onde é, - é a quebrada da Serra".

"Ururay se chama aquela vala onde teve sítio o capitão Antonio de Aguiar Barriga, e a ribeira que ali corre é Ururay".

"Ilha de Caramacôara é a que está na carra do rio Cubatão".

"A Serra de Taperovira é o monte, ou montes ao pé dos quais vem o rio Jiribatyba, defronte de Santos". [Revista do Museu Paulista, 1895. Páginas 514 e 515]

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