Affonso Sardinha era natural de Portugal. Vindo para o Brasil fixando residência em São Paulo, foi nomeado vereador em 1572. Em 1589 partiu com sua bandeira vindo a descobrir ouro nas serras de Jaraguamindaba (hoje da Mairinque), de Jaraguá e de Voturum, sendo que nesta última estabeleceu uma fundição de metais.
Por patente de 2 de maio de 1592, foi entregue a Affonso Sardinha, em substituição a Jorge Corrêa, o lugar de capitão-mór, pois que a vila estava ameaçada pelo gentio.
A 2 de agosto de 1592, Affonso Sardinha começou a escavar em Araçoyaba, vindo a encontrar grande quantidade de ferro. Lá se achava, nessa ocasião, o governador geral, inspecionando os trabalhos de mineração e que deu ao local o nome de Nossa Senhora de Monserrate.
Por ter Sardinha grande tino comercial, chegou a ser um verdadeiro Creso na vila paulistana e na capitania vicentina. Foi ele o primeiro que teve trapiches de assucar em sua fazenda de cultura, junto ao rio Jurubatuba, atual Pinheiros.
Minas de Ouro da Capitania de São Vicente: foram as de Jaguamimbaba (serra da Mantiqueira) chamadas também do Geraldo, de Jaraguá, chamadas também de Santa Fé, de Itaiassupera, chamadas também de Caguaçú, de Cahativa, de Apiahy, do Tietê, em Parnahyba, to Rio Pardo, Minas Gerais, Coritiba, Paranaguá, Goyaz e Cuyabá, todas mais ou menos abundantes do precioso metal, em pós ou em folhetas. Foram descobertas em diversas datas e só por paulistas. As primeiras tiveram regimento por carta régia de 18 de agosto de 1618.
Em 22 de julho de 1766, o aviso régio sabiamente recomendou ao governador da capitania de São Paulo, Luís António de Sousa Botelho Mourão (1722-1792), que procurando de todos os meios indiretos que os paulistas abandonassem a mineração do ouro, promovessem por outro lado o cultivo da terra e o desenvolvimento do comércio, como o meio mais eficaz de acabar com a pobreza em que se achava a capitania. [Almanach Literario, 1876. Páginas 119 e 120]