O Dr. Gentil de Assis Moura, tendo, em seu trabalho, apresentado à reunião do Instituto Histórico de São Paulo
6 de junho de 1908
11/04/2024 00:46:36
Ulrico Schmidl no Brasil quinhentista
Data: 01/01/1942
Créditos: Sociedade Hans Staden
Página 67
O roteiro ao qual Moura se voltava era o da expedição de Ulrich Schmidl. Moura reclamava do modo “lacônico” que os primeiros roteiros eram escritos, descrevendo rapidamente os lugares e citando poucas referências aos locais pelos quais passavam – levando a uma necessidade de certo grau de adivinhação nareconstituição dos roteiros. Como descrição do caminho, o relato de Schmidl “nãotem a menor importância”. No entanto, pondera que, se fosse possível areconstituição do roteiro dessa expedição, Schmidl trazia uma importantecontribuição para compreender a história dos “dois primeiros séculos do descoberto”.Moura expõe que Schmidl, após servir vinte anos no Paraguai, fora chamadoa retornar à seu país natal em 1552, que hoje corresponde a Alemanha.
Tendo partido em dezembro do Paraguai, seguiu em direção ao rio Paraná percorrendo 100 milhas por terra durante seis semanas. Ao fim desse tempo, Schmidl atravessa o rioUrquan, prosseguindo para Jurubatuba, Santo André da Borda do Campo e, por fim,São Vicente. [Pásginas 168-169]
As poucas referências levavam Moura a utilizar outros relatos. Apartir da informação de que, após sair de Assunção, desertores alcançaram aexpedição de Schmidl na aldeia de Juberic Sabaie, Moura utiliza a crônica daCompanhia de Jesus para descobrir a possível identidade de um desertor. Havendoa ordem da formação de uma expedição para a região do rio Paraguai a fim deconverter indígenas, a empresa teve como guia o padre Antônio Rodrigues, pois elehavia servido como soldado no Paraguai e era versado nos costumes dos índiosCarijós. Na ocasião do falecimento de Rodrigues, a crônica informava também quehavia participado de uma Armada Castelhana em partes do rio da Prata e voltou aSão Vicente viajando 200 léguas por caminhos pouco utilizados com a intenção de [“Um problema histórico-geográfico”: Emergências de um saber geográfico no Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo. Uma geografia para e das bandeiras. 1894-1954. Página 85]
O Dr. Gentil de Assis Moura, tendo, em seu trabalho, apresentado à reunião do Instituto Histórico de São Paulo, a 6 de junho de 1908, chamado ·a atenção sôbre a importância da reconstituição de antigas viagens no Brasil, para a história, a etnografia, a geologia e a geografia, êle dá, relativamente à narrativa de Ulrico Schmidl, um breve sumário do desenrolar dosacontecimentos. Acentua tambem que não há fonte mais antiga a r espeito de uma ligação entre o Paraguai e a zona deSão Vicente, fazendo, no entanto; referência a várias expedições que tomaram o rumo inverso, partindo de Cananéa, Piratininga e Santa Catarina.
O Dr. Gentil de Assis Moura, tendo, em seu trabalho, apresentado à reunião do Instituto Histórico de São Paulo
Quem construiu Tebas, a cidade das sete portas? Nos livros estão nomes de reis; Os reis carregaram as pedras?
E Babilônia, tantas vezes destruída,
Quem a reconstruía sempre?
Em que casas da dourada Lima viviam aqueles que a construíram?
No dia em que a Muralha da China ficou pronta,