- Relevo mostrado pictoricamente.- Aparece na Tabvlae Rudolphinae de Johannes Kepler. Ulm: Johannes Saur, 1627-30.- Meridiano principal baseado no observatório do astrônomo Tycho Brahe na Dinamarca.- Mapa desenhado em três partes (da esquerda para a direita): 1 meio hemisfério (raio de 15 cm), 1 hemisfério (diâmetro de 29 cm) e 1 meio hemisfério (raio de 15 cm).- Shirley, Rodney W. Mapeamento do mundo. 1983, p. 358-9- Bricker, Charles. Marcos da cartografia. 1977, pág. 252-3- Inclui nota e doente. de águia dupla.- Incluído na pasta de mapas: Pasta (24 x 31 cm) contendo 7 fotocópias de referências impressas e 1 carta de correspondência, todas descrevendo este mapa. Também está incluída uma seção da pasta do mapa original com uma nota do manuscrito referente à data de publicação e representação no atlas de Kepler.- Montado em tecido.- Cópia LC imperfeita: 3 linhas de dobra verticais. Orifícios de alfinetes em fita de tecido em todos os cantos.- Disponível também no site da Biblioteca do Congresso como imagem raster
“Os nossos tupinambás muito se admiram dos franceses e outros estrangeiros se darem ao trabalho de ir buscar o seu arabutan [pau-brasil]. Uma vez um velho perguntou-me: Por que vindes vós outros, maírs e perôs (franceses e portugueses) buscar lenha de tão longe para vos aquecer? Não tendes madeira em vossa terra ? Respondi que tínhamos muita mas não daquela qualidade, e que não a queimávamos, como ele o supunha, mas dela extraíamos tinta para tingir, tal qual o faziam eles com os seus cordões de algodão e suas plumas.
Retrucou o velho imediatamente: e porventura precisais de muito? Sim, respondi-lhe, pois no nosso país existem negociantes que possuem mais panos, facas, tesouras, espelhos e outras mercadorias do que podeis imaginar e um só deles compra todo o pau-brasil com que muitos navios voltam carregados. — Ah! retrucou o selvagem, tu me contas maravilhas, acrescentando depois de bem compreender o que eu lhe dissera: mas esse homem tão rico de que me falas não morre? — Sim, disse eu, morre como os outros. Mas os selvagens são grandes discursadores e costumam ir em qualquer assunto até o fim, por isso perguntou-me de novo: e quando morrem para quem fica o que deixam? — Para seus filhos se os têm, respondi; na falta destes para os irmãos ou parentes mais próximos. — Na verdade, continuou o velho, que, como vereis, não era nenhum tolo, agora vejo que vós outros maírs sois grandes loucos, pois atravessais o mar e sofreis grandes incômodos, como dizeis quando aqui chegais, e trabalhais tanto para amontoar riquezas para vossos filhos ou para aqueles que vos sobrevivem! Não será a terra que vos nutriu suficiente para alimentá-los também ? Temos pais, mães e filhos a quem amamos; mas estamos certos de que depois da nossa morte a terra que nos nutriu também os nutrirá, por isso descansamos sem maiores cuidados.Jean de Léry (1534-1611) 8 registros