“Relação do Estado atual deste Hospício de São Bento da Vila de Sorocaba, o qual foi fundado pelo Doador Balthazar Fernandes na era de 1674”
1674
05/04/2024 11:19:27
Bens de Raiz: Uma légua de terras no rocio da Vila, onde esta fundado o Hospício doada pelo mesmo. Fundador Balthazar Fernandes por Título de escritura na mesma era de 1674. Nestas mesmas terras tem:
Vários foreiros que rendem annualmente 16$000; Uma chácara que se acha no limite das ditas terras aforada a, Jeronimo Pais de Almda. e rende anualmente 12$800;
Uma fazenda de criação de uma légua em quadra no bairro de Sarapohy sita no termo da Villa de Itapetininga por titulo de Sismaria, alcansada em nome do Sr. Conde da Ilha doPrincipe na era de 1674 na qual atualmente se acham:
A qual anualmente produz o rendimento de 8$530Casas
Uma morada de casas térreas junto ao Mosteiro de São Bento de Sã Paulo, que se acha servindo de Quartel, rende cada mez $960.
Uma morada de cazas térreas nesta Villa de Sorocaba na rua da Penha, que rende cada mês $480.
Escravos Há no Hospício hum negro e duas negras $003; Há na Fazenda de criar hum mulato $001 Tem de legado que deixou o Doador 13 Missas que se dizem todos os anos
Assinado Snr. Francisco de Sza. Maria Preste
*“Relação do Estado atual deste Hospício de São Bento da Vila de Sorocaba, o qual foi fundado pelo Doador Balthazar Fernandes na era de 1674”
Até à viagem memorável do grande bandeirante domina entre os portuguese a falsa opinião de que Potosí e as demais cidades do Peru estavam muito próximas do Brasil. Para isso contribuiu grave erro de Lisboa na cartografia da América do Sul.
Expedição liderada por Raposo Tavares partiu do porto de Pirapitingui
15 de maio de 1648, sexta-feira
Introdução à História das bandeiras - XXII. Jaime Zuzarte Cortesão (1884-1960), Jornal A Manhã
1840
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“Os nossos tupinambás muito se admiram dos franceses e outros estrangeiros se darem ao trabalho de ir buscar o seu arabutan [pau-brasil]. Uma vez um velho perguntou-me: Por que vindes vós outros, maírs e perôs (franceses e portugueses) buscar lenha de tão longe para vos aquecer? Não tendes madeira em vossa terra ? Respondi que tínhamos muita mas não daquela qualidade, e que não a queimávamos, como ele o supunha, mas dela extraíamos tinta para tingir, tal qual o faziam eles com os seus cordões de algodão e suas plumas.
Retrucou o velho imediatamente: e porventura precisais de muito? Sim, respondi-lhe, pois no nosso país existem negociantes que possuem mais panos, facas, tesouras, espelhos e outras mercadorias do que podeis imaginar e um só deles compra todo o pau-brasil com que muitos navios voltam carregados. — Ah! retrucou o selvagem, tu me contas maravilhas, acrescentando depois de bem compreender o que eu lhe dissera: mas esse homem tão rico de que me falas não morre? — Sim, disse eu, morre como os outros. Mas os selvagens são grandes discursadores e costumam ir em qualquer assunto até o fim, por isso perguntou-me de novo: e quando morrem para quem fica o que deixam? — Para seus filhos se os têm, respondi; na falta destes para os irmãos ou parentes mais próximos. — Na verdade, continuou o velho, que, como vereis, não era nenhum tolo, agora vejo que vós outros maírs sois grandes loucos, pois atravessais o mar e sofreis grandes incômodos, como dizeis quando aqui chegais, e trabalhais tanto para amontoar riquezas para vossos filhos ou para aqueles que vos sobrevivem! Não será a terra que vos nutriu suficiente para alimentá-los também ? Temos pais, mães e filhos a quem amamos; mas estamos certos de que depois da nossa morte a terra que nos nutriu também os nutrirá, por isso descansamos sem maiores cuidados.