Jesuítas, estiveram no aldeamento de “Nossa Senhora dos Pinheiros da Conceição”, a uma légua de Piratininga
1583
04/04/2024 22:16:08
Em 1583, por ocasião da passagem do visitador dos jesuítas, o Pe. Cardim escreviaque estiveram no aldeamento de “Nossa Senhora dos Pinheiros da Conceição”, a uma léguade Piratininga, onde “os índios os receberam com muita festa como o costumam, mandando de sua pobreza”1310. Como o aldeamento estava apenas se iniciando, a vida ali era maissimples e sem a estrutura que se formou em outros aldeamentos cristãos. Embora não haja relatos desta época, é possível que os indígenas vivessem como noaldeamento da capitania do Espírito Santo, descrito pelo Pe. Rodrigues:Todos os dias, em amanhecendo, se tange as Ave Marias de pelamanhã e daí a pouco à missa, que acabada se lhes ensina adoutrina na sua língua. E depois vai cada um a seu serviço. (...) àcinco horas da tarde se torna a tanger o sino à doutrina a queacode a gente que se acha pela aldeia, e se lhe ensina a doutrinacom a outra parte do Diálogo, que contém a declaração dossacramentos. Finalmente à boca da noite saem os meninos emprocissão, da porta da igreja até à cruz, cantando algumasorações e encomendando as almas do fogo do purgatório 1311. Como os padres não viviam nesses aldeamentos, a catequese devia ser feita deforma itinerante ou por um catequista devidamente preparado. As casas, que agora abrigavam famílias nucleares, eram construídas em volta de umpátio, onde havia a igreja e a cruz, como se vê ainda hoje na aldeia de Carapicuíba, uma daspoucas que manteve a estrutura original.Quanto ao vestir, os indígenas seguiam os padrões ocidentais, como escrevia estemesmo missionário:As mulheres quando hão de ir à igreja, ou hão de aparecer diantede gente, vestem-se mui decentemente, convém a saber, com umacamisa ou hábito bem feito, cerrado, largo e comprido até o chão;os cabelos são compridos enastrados [trançados] com suas fitas, e nas mãos suas contas de rezar. Os homens andam com o vestidoque podem, mas na igreja e pelas festas muitos deles se tratam àportuguesa 1312.Embora vivessem de “sua lavoura de mantimentos que plantam e semeiam, de caça,de pescaria e criações” prestavam também serviço aos colonos. “Servem [além do] maisaos moradores em suas fazendas; e para isso se põem com eles por soldada [salário], porcertos meses, por seu estipêndio [trabalho], conforme os regimento de S. M. [SuaMajestade]” 1313.
*Jesuítas, estiveram no aldeamento de “Nossa Senhora dos Pinheiros da Conceição”, a uma légua de Piratininga
Pelo estudo feito neste parágrafo, baseado nos documentos autênticos locais, deve-se concluir que nenhum dos Afonsos Sardinhas teve propriedade em Jaraguá; que a fazenda de Afonso Sardinha, o velho, onde ele morava e tinha trapiches de açúcar estavam nas margens do rio Jerobativa, hoje rio Pinheiros, e mais que a sesmaria que obtivera em 1607 no Butantã nada rendia e que todos os seus bens foram doados à Companhia de Jesus e confiscados pela Fazenda Real em 1762 em São Paulo. Se casa nesta sesmaria houvesse, deveria ser obra dos jesuítas. Pelo mesmo estudo se conclui que Afonso Sardinha, o moço, em 1609 ainda tinha a sua tapera em Embuaçava, terras doadas por seu pai. Não poderia ter 80.000 cruzados em ouro em pó, enterrados em botelhas de barro. Quem possuísse tal fortuna não faria entradas no sertão descaroável nem deixaria seus filhos na miséria. [“Na capitania de São Vicente”. Washington Luís (1869-1957), 11° presidente do Brasil. Página 202
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Há duas forças que unem os homens: medo e interesse. Napoleao