â face da egreja: precedendo, com o nome de Antónia, o baptismo (*) da bella e gentil princeza selvagem, cujo amor, casto e sincero, lhe fora, certo, o único escudo para a salvação da vida: — então que, abandonado por algum navio, ou quiçá naufrago (se não era um dos prófugos grumetes da armada de Pedro Alvares Cabral, como já por suspeita deixámos dito), os indigenas o aprisionaram, com destino sem duvida a algum grande banquete, preludiado pela ceremonia da entrega da mais linda joven da tribu, conforme o uso e costume gentilico da America.
Foi António Rodrigues, bem como João Ramalho, de muito auxilio a Martim Affonso de Souza. « O respeito de João Ramalho, e os bons ofScios de António Rodrigues, lhe conciliaram a amizade dos Guaianázes. » (**) Nesta phrase denuncia-se a differença do temperamento e do caracter desses dous primeiros povoadores da capitania de S, Vicente. João Ramalho foi sempre enérgico e violento. António Rodrigues, brando e sempre prudente. A verdade é que, ao passo que João Ramalho andou sempre em conflicto, ora com as autoridades em S. Vicente, ora com os padres da Companhia de Jesus em S. Paulo de Pirá- tininga, António Rodrigues mantinha-se, com sua pacifica obscuridade, em sua pequena casa á margem do rio Yryri- piranga^ em frente ao porto de Tumiarú (***), onde, conforme [página 353]
(*) Pedro Taques, NohiUarchia Paulistana^ na Revista do Instituto Histórico^ Geographico e Ethnographico do Brazil^ XXXIV, partG primeira, pag. 8, l."* trimestre de 1871, escreveu que fora ela batizada pelo padre José de Anchieta; mas, teria ela de esperar pelo batismo até 1566! Parece mais provável que ter-lhe-ia sido administrado este sacramento por Gonçalo Monteiro, sacerdote que acompanhara a Martim Affonso de Souza, e que, parochiando a egreja de S. Vicente, fora deixado por esse donatário como seu primeiro loco-tenente, capitâo-mór, segundo narra frei Gaspar da Madre de Deus, Memorias para a historia da capitania de 8, Vicente^ I, 63. Veja-se a nota á pag. 339. (**) Frei Gaspar da Madre de Deus, Memorias para a historia da capitania de S, Vicente^ 1, 42. (***) Frei Gaspar da Madre de Deus, Memorias para a historia da capitania de S, Vicente^ I, 60, referindo a fundação da viila de S. Vicente, escreveu: c levantou a villa no fim da praia de Tararei — 354 — a crença de frei Gaspar da Madre de Deus, já residia quando em 1531 chegaram os navios de Martim Âffoaso de Souza. (*) A prole de António Rodrigues alcançou a bcm- aventurança da multiplicação (**) e, mais ainda, a de junto ao mar, em sitio alguma cousa distante do porto de Tumiarú^ entre o qual e a povoação se intromette hum outeiro. O lugar da villa não permittia desembarque, razão por que mandou o Capitão-mór abrir moa estrada, que começava em S. Vicente, seguia pela praia de Tararei con- tinuava pela dEmharé^ e hia finalizar no sitio, onde hoje existe o forte da Estacada^ quasi defronte do Rio de Santo Amaro. Por aqui se con- duzião para a villa as cargas menos pezadas, e as outras ordinariamente hião pelo rio em canoas até Tumiarú, > O rio Yrt/ri-piranga é o que o vulgo colonial denominou do Casqueiro^ alludindo âs ostreiraa, O citado frei Gaspar da Madre ds Deus, obra referida, I, 63, menciona esse nome. Significa c ostra vermelha > ; e não < vespa vermelha >, como o escreveu Azevedo Marquk, Apontamentos históricos, hiographicos, etlinographicos., estatísticos e noticiofoa da provinda de S* Faulo, na palavra Iriripiranga , E, a propósito, accrescentou que c diversos documentos do século XYI faliam de uma aldêa de indios Guayanazes com oste nome, mas ignora-se precisamente o lugar onde existio, deprehendendo-se apenas pelo contexto que não era longe da de Piratininga, > Ora, o titulo da sesmaria das terras de Iriripiranga, concedidas pelo capitão-mór Gonçalo Monteiro ao meirinho de S. Vicente — João Gonçalves, em 4 de Abril de 1538, bem esclarece o lugar,
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