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“O Tupi na Geographia Nacional”. Teodoro Fernandes Sampaio (1855-1937)
190108/04/2024 15:28:46
“O Tupi na Geographia Nacional”
Data: 01/01/1901
Créditos: Teodoro Sampaio

Quando o português se tornou a língua principal, conservaram-se do tupi ainda os nomes de instrumentos, de plantas, de animais, de localidades, etc. mas já bastante polidos e mais adaptados ao português. Alguns nomes lembram a influência do cristianismo, como Abaré, que significa sobrenatural, que não é como os outros homens, nome que eles davam aos missionários. As denominações geográficas refletem, por assim dizer, o caráter de uma região, se montanhosa ou plana, se coberta de palmeiras ou de araucárias (Curitiba). [“O Tupi na Geographia Nacional”, 1901. Teodoro Fernandes Sampaio (1855-1937)Página 58]

Com a introdução do cristianismo, o catecúmeno passou a trocar o nome pagão pelo do calendário e a história nos transmitiu, por Frei Vicente do Salvador (1564-1639), os nomes que o gentio afeiçoou a seu modo, segundo a índole de sua língua. Duhi, por Luís; Pancicu, por Francisco; Peró por Pedro. [“O Tupi na Geographia Nacional”, 1901. Teodoro Fernandes Sampaio (1855-1937). Página 83]

Maendûara é um nome: lembrança, lembrado. O substantivo abstrato dele derivado é maendûaçaba, que, segundo Anchieta, se contrai para maendûaba, do qual manduaba pode ser corruptela. [“O Tupi na Geographia Nacional”, 1901. Teodoro Fernandes Sampaio (1855-1937). Página 86]

De curi, pinhão, faz-se curityba, pinhal.
De itá, pedra, faz-se itatyba, pedregal. [“O Tupi na Geographia Nacional”, 1901. Teodoro Fernandes Sampaio (1855-1937), 1901. Página 89]

O dativo se exprime com as preposições upê ou çupê, e também a preposição pe, modificada, às vezes, em be. Abaré-upê ou abaré-çupê, ao padre; yaguarybe (yaguar-y-pe), no rio da onça ou ao rio da onça.

O vocativo, pelo modo como se forma no tupi, é uma das originalidades desta língua. O vocativo se exprime sempre de acordo com o sexo do indivíduo que chama. Os homens empregam para isso o sufixo gué ou guí e as mulheres ou . Exemplos: Abarégué! ó padre! Abareiú! ó padre! a primeira forma para homens, isto é, usada por pessoas do sexo masculino; a segunda é só usada por mulheres, assim pela forma do vocativo se verifica o sexo de quem chama. [“O Tupi na Geographia Nacional” foi lido pela primeira vez no Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo, 1901. Teodoro Fernandes Sampaio (1855-1937). Páginas 92 e 93]

kaitaba, a queimada. [“O Tupi na Geographia Nacional” foi lido pela primeira vez no Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo, 1901. Teodoro Fernandes Sampaio (1855-1937). Páginas 110]

No último quartel do século passado, deram os habitantes de Sorocaba de buscar minas de ouro para os lados da Serra do Mar, de cujo cimo divisavam em longínquo horizonte, monte altíssimo, coroado de nuvens.

Os roteiros do tempo davam-lhe sete a oito léguas de comprido e o qualificavam disformemente alto. Tal era o lendário Botucavarú, descoberto por João Batista Victoriano, em 1780. [Páginas 127 e 128]

Na região dos campos de cima da serra do Centro e Sul do Brasil, os bosques de araucária, que os tupis denominavam Curi, como chamavam Curityba às matas formosíssimas dessas plantas sociais, e as Congonhas deram o nome a grande número de lugares. [Página 146]

Tubarão é iperú em tupi. [“O Tupi na Geographia Nacional”, 1901. Teodoro Fernandes Sampaio (1855-1937). Página 148]

No Rio Grande do Sul,há o Caí (Cahy), cuja tradução se pode fazer de dois modos: Caahy, rio da mata; Cai-hy, rio das queimadas. [Página 160]

121 - Entre os objetos ornamentais e servindo nas solenidadese danças (poracê), distinguem-se o acangatara, feito de belíssimas plumas de garças, do canindé e das araras, servindo para ornar a cabeça;a açayaba, espécie de manto tecido também de penas, descendo dos ombros até os rins; a este manto tecido, como se fora uma rede, dava-setambém o nome de iniaóba, que quer dizer manto de rede; outras vezes,esse manto, ornado e maculado de tintas diversas, simulava uma cobra,daí o chamar-se boirangaóba (boi-rangá-6ba), que quer dizer mantoda.figura de cobra; a ara-açayaba, espécie de cocar ou chapéu; o iampenambi que se aplicava às orelhas229.Muitas vezes, pintavam o próprio corpo com as cores vivas dourucu e do genipapo para se mostrarem bizarros; untavam-se-de óleo ouresina e cobriam-se de penas de várias cores, picadas bem miúdo; furavam o beiço inferior (tembé), e engastavam-lhe pedra de cor esverdeadaou branca, mui polida, a que chamavam tembetá, isto é, tembéitá, pedra de beiço, por outros também designada itametára, batoque de pedra230.O uso de tais ornatos, engastados no beiço, nas orelhas e até nasfaces, chegou a tal extremo que os primeiros viajantes asseguravam terem visto indivíduos com sete dessas pedras metidas nas carnes do rosto.Até os meninos os usavam.Havia botoques (metára) de todo o gênero e de várias formas, unsde osso polido, outros de dentes de animais, outros de resina amarela etranslúcida como o âmbar, e ainda outros de madeira leve, como a dabarriguda ou paineira23 l.Os Guaicurus trouxeram-nos pe ouro.Os Aimorés, os Botocudos, faziam-nos de madeira, dando-lhesforma circular, atingindo, às vezes, grande diâmetro. [Página 164]

Outros dão o aspecto geral do relevo do solo, como: Inhoã (Nhûã), campo alto; Ybyã-para, extremo do escarpado; Ybytyetê, a serra por excelência. Outros, ainda, recordam simples episódios ou acontecimentos: Maran-goá-pe, no vale da batalha; Abaré-mandoaba, lembrança do padre; Caba-poama, vespas assanhadas; Avanhandava (Abá-nhandaba), a carreira da gente, ou onde a gente corre.

Simão de Vasconcelos, na Vida do Padre José de Anchieta, escrevia, ora Beritioga, ora Piratioga. João de Laet, que se apoiou nos escritos de Hans Staden, lê-se Britioca. Entretanto, nas várias edições da obra de Staden, lê-se Brikíoka ou Brickioka, grafia adotada pelo autor das Memórias para a História da Capitania de São Vicente, na qual,aliás, assevera ter encontrado, em velhos documentos, o nome Buriquioca, aplicado antes a um monte fronteiro à barra do canal do que ao próprio canal e significando casa de macacos buriquis. [“O Tupi na Geographia Nacional”, 1901. Teodoro Fernandes Sampaio (1855-1937). Página 179]

Do tema - Pirati - , fácil é explicar-se como podiam ter vindo Piriti e as formas Briti, Beriti, Barti e Berti, pelo abrandamento da consoante inicial e pela queda ou troca das vozes breves ou mudas. [Página 180]

CAAGUASSÚ. s.c. Caá-guassu, o matão; o mato alto. São Paulo, Paraguai.
CAATYUA s. O matagal; o mato cerrado. Alt. Catyba.
CABARÚ-PARARANGA O relincho ou nitrido do cavalo. São Paulo. [“O Tupi na Geographia Nacional”, 1901. Teodoro Fernandes Sampaio (1855-1937). Página 210]

CAOCAIA co". Caá-ocaia, o mato que se queima: a queimada. São Paulo. Alt. Caucaia. CAPANÉ V. Capanema. [Página 215]

CAUCAIA corr. Cú-ocaia, a queimada da mata; a queimada. São Paulo.

CAVARÚ-PARARANGA s. O relincho do cavalo. São Paulo.
CAYUBÍ corr. Cú-yobi, a folha azul; o anil. Alt. Caoby, Cayobi, Cauby. [Página 221]

Coaracy - Co-ara-cy, a origem deste tempo; a mae deste dia. Nome dado ao Sol. Ver Guaracy
Coaracyaba - V. Guaracyaba. [Página 223]

EMBOAÇABA corr. Mbo-açaba, faz que atravesse, a ação de atravessar, a passagem. Designa um lugar, à margem do Tietê, vizinho de São Paulo, onde se passava o rio na estrada do sertão e onde se mandou levantar um forte ou tranqueira pàra defesa da cidade, no século XVI. Ali. Emboaçava, Boaçava. São Paulo. [“O Tupi na Geographia Nacional”, 1901. Teodoro Fernandes Sampaio (1855-1937). Páginas 230 e 231]

Guaracy - Guara-cy, a mãe dos viventes; o criador da gente; o sol. Pode ser ainda corrupção de co-ara-cy, a mãe deste dia; a mae do dia; o sol. Alteração de Cuaracy, Goaracy.
Guaraciaba - Corruptela de Guaracy-aba, os cabelos ou raios do sol; o cabelo louro. Nome da mulher equivalente a Laura. Alteração de Coaracyaba, Goaracyaba. [Página 237]

GUARANÍ corr. Guariní, o guerreiro, o lutador. [“O Tupi na Geographia Nacional”, 1901. Teodoro Fernandes Sampaio (1855-1937). Página 238]

IACAYOBY corr. Yacã-y-oby, o ribeiro de água verde. Rio Grande do Sul. [Página 243]

IBAÊ e. YM-ê, o fruto doce;agradável. Nome de mulher.IBARÉ coFr. Ybá-aré, o fruto caído. Arroio no Rio Grande do Sul.IBATÉ e. Y -ibaté, o alto, o cume. São Paulo.IBATUBA corr. Ybá-tyba, o sítio das frutas; o frutal; o pomar.IBATUBY corr. Ybatyb-y, o rio do pomar. Alt. Batuby, Batuvy,Batovy.IBERÁ e. Y-berá, forma contrata de y-beraba, para significar a águaclara, límpida. É o nome de uma grande lagoa na Argentina. Alt.Uberá, Uberaba.IBf cotr. Yby, a terra, o solo, o chão. 76. Alt. obú, bú, bo.IBIÁ corr. Yby-ã, a terra alta; a chapada, o planalto. Alt. Ibyã32,IBIAGUY corr. Ybyã-guy,. por baixo da terra alta; no sopé da escarpa. V. Ibiã.IBIAPABA corr. Ybyã-paba, a estância da terra alta, ou da chapada;o escarpado ou alcantilado. Nome da serrania entre o ·ceará e oPiauí. Alt. Ibuapaba, Buapaba, Boapaba. V. Ibiã.IBIAPINA corr. Ybyã-pina, ou ybyã-apina, a terra alta despida, semvegetação; o alto calvo. Pode ser também, yby-apina, a terra limpa; os pelais ou espaços naturalmente despidos de vegetação.!BIBOCA corr. Yby-boca, a terra rachada ou fendida. Chamavam osíndios a cobra-coral - Ibiboca - talvez por habitar esta as fendasdo solo. Significa também saído ou tirado do chão. Alt. Ububoca,Biboca.IBICABA corr. Ybycaba, é o nome de uma mirtácea, de fruta preta,miúda e sabor sofrível, também chamada ubucaba (Roteiro do Brasil). São Paulo. Alt. Ubecaba, Ubicava.IBICOARA corr. Yby-quara, a cova, a sepultura. V. Tibycoara.IBICUf corr. Yby-cuf, a terra fina; a areia; o p6. 76. Alt. Ubucuí, Bucu{.IBICUIBA corr. Ybycuí-ybà, a árvore-de-areia. O fruto desta árvoreé considerado noz-moscada do Brasil. (Myristica officinali!i). Alt.Bicuiba, Ubucuhuba, Bucuúba, Bicuiva, Vicuiba.IBICUY corr. Ybycuf-y, o rio das areias. Rio Grande do Sul.IBIPETUBA corr. Ybypé-tyba, o razio; banco de areia em abundância. Paraná.!BIPITANGA corr. Yby-pitanga, a terra vermelha. Alt. Bypltanga,Bupitanga.IBIRÁ corr. Ybyrá, o pau, a árvore, a madeira, o tronco, toro, viga,vara. Alt. Imirã, myrã, byrã, mará, pará, burã, uarã, vará. [Página 244]

INHUMA V. Anhuma [“O Tupi na Geographia Nacional”, 1901. Teodoro Fernandes Sampaio (1855-1937). Página 250]

Ipanema significa “a água ruim, imprestável”; ”o rio sem peixe, ou ruim para a pesca”.

IPEROBA corruptela de Ypê-roba, a casca amargosa. Alteração Peroba. Alteração Iperó.
IPEROIG corruptela Ypirú-yg, o rio ou água do tubarão. Pode proceder de iperó-yg, que se traduz rio das perobas. [“O Tupi na Geographia Nacional”, 1901. Teodoro Fernandes Sampaio (1855-1937). Página 251]

ITAOBIM e. ltá-obí, a pedra verde, a esmeralda. 107.
ITAOCA e. ltá-oca, a casa de pedra, a caverna, fuma ou lapa. 100, 112. Rio de Janeiro.
ITAOCAIA corr. ltá-ocái, o recinto de pedra; o muro de cerca. Rio de Janeiro. Pode também significar a queima de pedras, a caieira.
ITAOCARA e. ltá-ocara, terreiro ou praça empedrada. 112. Rio de Janeiro. [Página 257]

ITUPARARANGA corr. Ytú-pararanga, o salto estrondante; o ronco do salto. São Paulo. [Página 261]

JACANHYOBY corr. Yacã-y-oby, a nascente verde. Rio Grande do Sul. [Página 262]

JERIBATUBA corr. Y aribá-tyba, o sítio dos jiribás; o palmar de jiribás. V. Yiribá. São Paulo. Ah. Jiribatuba, Jurubatuba, Jerivatuba. [Página 273]

MERÚ corruptela de Mbír-ú, o que chupa a pele, a mosca. Alt. Mirú, Murú, Marú, Morú, Berú, Birú. [“O Tupi na Geographia Nacional”, 1901. Teodoro Fernandes Sampaio (1855-1937). Página 282]

Miracãuera corruptela de Myra-cã-oéra ou myra-cangoéra, a ossada de gente, o cemitério. [Página 283]

Peruhibe corruptela de Iperú-y-be, no rio do tubarão. [Página 298]

PIATÃ e. Pi-atá, o pé firme; a firmeza, a fortaleza. Pode proceder, também, de pyá-ãtã, o coração duro, inflexível; a coragem. [Página 300]

PIQUEROBY co". Piquir-oby, o peixinho verde ou azulado. Nome de um principal do gentio de Ururaí, em São Vicente. V. Piquira. [Página 301]

"Tenho para mim que a maior parte dos nomes tupis que se encontram na geografia brasflica não foi dada pelo gentio bárbaro, ou pelo selvagem não influenciado pela civilização do branco invasor, mas sim pelas populações que se seguiram à colonização, pelos nascidos no país, quer de procedência européia pura, quer mestiça, populações a quem coube o encargo de alargar a conquista do território, já no afã de cativar,ou como então se dizia, de descer nativos bravos, já na irresistível paixão de descobrir ouro nos sertões, gente que os cronistas e escritores coevos são concordes em dizer que toda ou quase toda falava o tupi (língua geral). Muitos nomes de localidades, rios e montanhas são evidentemente deprocedência mais culta do que a do selvagem que, pode-se dizer, não tinha cultura alguma. Temos aqui, em São Paulo, exemplo disso. Referemnos os mais antigos viajantes e escritores que os índios ao rio que passaaqui, em São Paulo, o nome Anhemby, que também por algum tempo sechamou Rio Grande de Anhemby. Entretanto, mais tarde, já depoisque as bandeiras começaram a descer por esse rio, foi-lhe a denominaçãomudada para Tietê ( curso fl água verdadeiro), como que já traduzindo ouprocurando significar o papel que esse rio passou a desempenhar na história dos descobrimentos. Isto é, para quem penetrava do litoral para o sertão, o curso d´água considerável, próprio para se navegar, o rio verdadeiro, era esse Anhemby, do gentio ou mais propriamente Tietê. Demais disso, só ele se prestava a uma navegação regular, conduzindo ao íntimo do continente. Ao norte, ficavam rios in1praticáveis (parã-ahybaou paranã-ahyba), ao sul,, outro grande rio imprestável também (Paranã-panema). Essa denominação Tietê, substituída à primitiva Anhemby, exprime, pois, um progresso ou o resultado de um conhecimentomais completo do país interior; é nome evidentemente de procedênciamameluca. [Página 54]

JARAGUÁ corr. Yara-guá, a baixa do senhor, o vale do dono. Pode ser corrupção de yara-quã, que significa o dedo de Deus, a ponta do Senhor. São Paulo, Goiás, Alagoas. [“O Tupi na Geographia Nacional”. Página 268]

MAETINGA corr. Mbae-tinga, a coisa branca; o branco ou a branca. Antigos documentos dão - Amaitinga, em vez. de Maetinga, nome do ribeiro aurífero dos arredores do morro do Jaraguá. A prevalecer Amaitinga, é este vocábulo corruptela de Ambaytinga, que é a embaúba branca. São Paulo. Antônio Knivet escreveu Mutinga. [“O Tupi na Geographia Nacional”. Página 275]

açoyaba, a cobertura [“O Tupi na Geographia Nacional” foi lido pela primeira vez no Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo, 1901. Teodoro Fernandes Sampaio (1855-1937). Página 110]

a ara-açayaba, espécie de cocar ou chapéu; o iampenambi que se aplicava às orelhas. [“O Tupi na Geographia Nacional” foi lido pela primeira vez no Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo, 1901. Teodoro Fernandes Sampaio (1855-1937). Pagina 164]

, representando assim um troféu de guerra, ou de caça231A. Encontram-se na Geografia do país muitos nomes recordando esses objetos ornamentais do selvagem e suas festas: Boracéia, por Poracé, reunião para festa, dança ou folguedo, nome que se encontra citado em velhos documentos dos Arquivos do Estado de São Paulo; Araçoyaba, morro isolado, com a forma de chapéu, nas vizinhanças do Ipanema; Arassoahy, ou melhor, Araçoyáhy, rio, ou localidade em Minas Gerais; Jacygoá, vale da lua ou globo da lua; Tametary por ltametar-y, rio do botoque de pedra232. [“O Tupi na Geographia Nacional” foi lido pela primeira vez no Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo, 1901. Teodoro Fernandes Sampaio (1855-1937). Página 165]

ARAÇOY Á V. Araçoyaba.

ARAÇOY ABA s.c. Ara-açoyaba, o anteparo contra o tempo; o chapéu. Nome dado comumente a montes isolados com a forma de uma copa de chapéu. São Paulo, Minas Gerais. V. Açoyaba. [“O Tupi na Geographia Nacional” foi lido pela primeira vez no Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo, 1901. Teodoro Fernandes Sampaio (1855-1937). Página 198]

BIRAÇOYABA corr. Ybyrá-açoyaba, a cobertura ou anteparo de madeira. [“O Tupi na Geographia Nacional” foi lido pela primeira vez no Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo, 1901. Teodoro Fernandes Sampaio (1855-1937). Página 205]

Japeaçaba ou Y-apeaçaba = A travessia do rio, a ponte. Designa também uma palmeira de que se tiram fibras resistentes, conhecidas vulgarmente por piaçaba ou peaçaba [“O Tupi na Geographia Nacional”, 1901. Teodoro Fernandes Sampaio (1855-1937). Página 267]

103 - Dava-se aos mananciais, às fontes, ou nascentes, o nome de ypú, que, no Norte do Brasil, tão parcamente irrigado, se conhece por olho-d´água, e representa, ali, importantíssimo papel na distribuição dos povos.

O mesmo vocábulo aparece, algumas vezes, como a forma "ybu", entrando na composição de outro, como se verífica no nome "Putribú", da povoação antiga, situada entre Itu e Sorocaba, e que, decerto, provém da corruptela de "Potyraybu", que se traduz "fonte das flores".

Se a grafia "Apoteroby", usada em velhos documentos já nos chega viciada, como é bem possível, o nome "Putribú" passou primeiro pela corruptela "Apotera-obú", aliás procedente de ainda de "Potyra-ybú".

104 - Os acidentes do leito do rio, afetando o curso das águas, como, por exemplo, ao salto ou catarata, se denominavam ytú; à cachoeira com água impetuosa, itupeva ou ycirica, e, dada a especial pronúncia do primeiro c, que é antes chiado, se formou a variante Yxirica, de que procede Yxiririca ou Xiririca, por aférese do y inicial;Ymbiaçaba em tupi, ymbyaçá em guarani, é propriamenteºª"ª· como peaçaba e peaçá significam respectivamente escoadouro.Para a versão de redemoinho e confluência o autor recorreu novamente a Montoya; infelizmente leu mal, porque Montoya não dá nem yeré nem yeceaba,mas sim y-teré e y-te-ceahaba.Para redemoinho lemos em tupi y-icbyra, mas para o segundo não encontramosainda o tenno realmente usado. [O Tupi na Geografia Nacional, 1901. Teodoro Sampaio. Páginas 138 e 139]

PiaçagOera é o pretérito de piaçaba, em tupi, a piaçaba já colhida. Quantoa inaja, diz o vocabulário jesuítico: Todas as palmeiras se nomeiam pela fruta,com exceção da principal delas, a pindoba, com cujas palmas cobrem as casas ecuja fruta tem o nome de inajá. [“O Tupi na Geographia Nacional”, 1901. Teodoro Fernandes Sampaio (1855-1937). Página 145]

114 - Quando os caminhos desciam até o mar ou grandes rios navegáveis, ao extremo desses caminhos, ordinariamente um porto, davam os Tupis o nome apéaçaba, que quer dizer salda ou travessia do caminho, e de que, por corruptela, se fez peaçaba, mbeaçaba, ou imbiassape, como se lê em Hans Staden, e ainda peaçá, sob a forma contrata e mais comum na composição dos nomes de algumas localidades.

Assim, os nomes Peaçá-goéra, porto velho ou extinto, com que se designa uma localidade vizinha do Cubatão; Peaçáboçú ou Peassabussú, porto grande, designando uma vila alagoana, à margem do rio São Francisco, são compostos com o tema apeaçaba, sob a forma contrata.

O nome peaçaba ou apeaçaba, que o vulgo alterou para piaçaba ou apiaçaba, já não designa, entre nós, senão a fibra da Ataléia; o primitivo e verdadeiro significado se perdeu para a língua hoje falada no Brasi1203. . 1O nome igara-paba ou igaro-paba, que, literalmente, significa termo ou fim da canoa, também designava o porto, mas já na acepção de assento, descanso ou lugar onde se encalhava a embarcação, deixando-a a seco204.

y Orville Derby. Os primeiros descobridores de ouro em Minas Gerais.203 Peaçaba é propriamente o escoadouro. Peaçàgílera e peaçab-uç6 são, finalmente, dois termos verdadeiramente tupis. Entretanto, se o autor pensa quea piaçabeira tem relação com peaçaba, está redondamente enganado. Piaçabavem de oyaçaba - tecer, por causa do tecido fibroso, o espelho, que, napiaçabeira contém a fibra: a piaçaba, ou piaçava, como a chamamos na Balúa. Teodoro Sampaio insinua mais a sinonfma de peaçaba - escoadouro, embarcadouro e ymbiaçaba - ba"ª· e nisso errou novamente a pista.204 Não quer dizer tal. A grafia viciada do nheengatu, como em tantos outrosexemplos, não lhe deixou ver o sentido.

Porto, em tupi, é ygar-upaba, que significa o pouso, o ancoradouro das canoas. Upaba vem do verbo tuba (uba) - jazer, estar ancorado; estar encalhado, neste caso. Fim de canoa, se tal concepção existisse, seria ygá-paba. [“O Tupi na Geographia Nacional”, 1901. Teodoro Fernandes Sampaio (1855-1937). Página 155]

Bacaetava corr. Mbaé-caitaba, a queimada. São Paulo.[Página 203]

PIRITUBA corruptela de Piri-tyba, o sítio do junco; o juncal ou junqueira. Alt. Piritiba, Pirituva. São Paulo
PIRÓ, corruptela de Pyr-ó, forma contrata de pyr-oba, a roupa de couro, ou do casado de couro. Apelido do português entre os nativos, do costume de andar este encourado nas suas entradas pelos sertões. Os bandeirantes, no assalto às aldeias, traziam grande gibão de couro a modo de dalmática. [“O Tupi na Geographia Nacional”, 1901. Página 304]

SAPUCAIA corr. Çapucaia, s., o grito, o clamor; o galo, a galinha.Como corrupção de yaçapucaí é o fruto conhecido por sapucaia(Lecythis). [Página 313]

URUÇÚ· c. Urú-uçú, a galinha, o galo. Pode ser corrupção de yrúuçú, o cesto ou cofo grande; pode ser ainda corrupção de eir-uçú,a abelha grande de cor avem1elhada e que não morde (Triganasubterranea, Triese.)

URUGUA Y Antigamente Uruay, como se lê na carta de Diogo Garcia, de 1526; assim, Uruay se compõe de Uruá-y ou Uruguá-y, exprimindo o rio dos búzios ou dos caracóis. O Pe. Montoya, no seu Tesouro, explica - y-ruguay - como sendo - o canal por onde vai a madre do rio. [“O Tupi na Geographia Nacional”, 1901. Teodoro Fernandes Sampaio (1855-1937). Página 341]

UY ARA corr. Y-yara, a senhora d´água, aquela que é dona da água oumora nela; a dama do lago, do rio; a sereia. 125. Alt. Uyá, Uyara,Oyara96E.UYARUPIARA e. Yara-rupiara, a raça ou geração das sereias. Alt.Uyarupiá. 125 ..UYPUBA e. Uy-puba, a farinha feita de mandioca amolecida na água.119.UYTAN e. Uy-tã, a farinha dura ou bem torrada. 119.UYTINGA e. Uy-tinga, a farinha branca, a meio cozida ou torrada.119.

VACACAHY corr. Ybá-cacaí, o gavião de frutas, uma ave de rapina nos campos do Rio Grande do Sul. O Pe. Gay traduziu - o rio da bosta de vaca. Pode ser um hibridismo - Vacca-caá-y que se traduz rio da mata da vaca.

VACAQUÁ Hibridismo - vacca-quá, a temeira, a novilha. Pode ser corrupção de vaca-quara sob a forma contrata, que se traduz o poço da vaca. Pode ser ainda corrupção de lbaca-quá, o estrondo do céu, o trovão. Rio Grande do Sul.

VACARAPI Hibridismo, vacca-rapí, a vaca esfolada. Eram comuns esses hibridismos nas antigas colônias espanholas do Rio da Prata. Vaccapi, ou vacca-pí, o couro de vaca. Rio Grande do Sul.

VACARY corr. Uacaray, e. ua-caray, o indivíduo velhaco, o manhoso, esperto. É uma espécie de macaco (Pithecia rubicundus, Geof. St. Hil.).

VACCAHY Hibridismo, vacca-y - o rio da vaca. Pode ser corrupção de lbaca-y, que significa água do céu. Rio Grande do Sul.
VAHY corr. Ybay, e. ybá-y, o rio das frutas. Rio Grande do Sul. V. Irahy.
V AMICANGA corr. Guaimi-canga, o osso de velha. Ali. Guamicanga, Laê. ~ AI.VA YCURITUBA corr. Guaicurí-tyba, o sítio dos guaicuris; o cocalde guaicuri. Lac. e AI. [“O Tupi na Geographia Nacional” foi lido pela primeira vez no Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo, 1901. Teodoro Fernandes Sampaio (1855-1937). Página 343]

93 - A palavra paraná, sob a influência do português alterou-se bem depressa, nos seus compostos. Por síncope do a, no meio da palavra, passou-se a dizer parnã. Em documentos antiquissímos já se encontra essa última corruptela modificada para pernã entre portugueses, e para fernã, entre franceses. Os primeiros fizeram de Paranã-buc, Pernam-buco, e os segundos, Fernambuco.

A palavra parnahyba (parnaíba), corruptela de paranã-ahyba, comumente empregada, como parahyba (paraíba), para designar, nos grandes rios, os trechos impraticáveis, onde a navegação se torna impos-sível também se encontra, em antigos documentos, com a grafia Per-nahybau. 94 - Ao mar largo, ao oceano, davam os tupis, como vimos, o nome paranãuaçú, como chamavam paranagoá ao golfo ou baía gran-de, pois que tal palavra outra coisa não é senão paranã-goá, que, lite-ralmente, se traduz bacia do mar ou baixada do mar. Por esse motivo se encontra, entre os Tupinambás, o nome Paranãgoá-açú, aplicado à baía que os portugueses, ao depois, chamaram de Bahia de Todos os San-tos 156. O nome Paranagoá, aplicado à grande baía, que se abre ao sul de Cananéia, é disso .frisante prova. 95 - Confundiam, muitas vezes, os tupis a barra ou foz de um grande rio com a barra ou entrada de um golfo ou baía, denominando-a pará. Os portugueses e seus navegadores do século XVI assim também o faziam, como se verifica de velhos roteiros, chamando rio de Janeiro, u Arquivo do Estado de São Paulo, ///:62. 156 É estranho que Teodoro Sampaio nunca se familiarizasse com a regra que fixa o emprego de g0aç6 e uç6, as duas formas para grande. A primeira se usa no tu-pi, tão-só com ox(tonos e uç6, com paroxítonos. Aç6, tão comum no nheenga-tu, só aparece no tupi em raríssimos casos, talvez por erro de cópia, pelo menos em alguns. Aç6 em tataç6 justifica-se por assimilação. Pani-gOaçú - o caudal grande, dificilmente pode ser considerado contração de paranã-g0á-guaç6, quando, no Sul, temos paranã-gfiii, e, citado no pará-grafo 96, y-guá-guaç6. Se na esfera do guarani não se deu a contração, que ali é tão comum, porque se daria ela na Bahia? O dicionário dos jesuítas consigna y-g0aç6 para rio em geral e, como IIC!me próprio, para o rio da Prata e o rio Doce; ao rio de São Francisco denomina Pard. Barléu dá ao São Francisco o nome de Paràpitinga. Por que então pará de para-g0aç6 haveria de ser contração de paraná? em al-guns autores coloniais também o Amazonas é cliamado de Paraguaçu; da( o nosso Grão-Pard, tradução daquele;. No verbete Paraguaçu, do Vocabulário, Teodoro Sampaio renega a definição acima para aceitar outras igualmente in-consistentes à vista do dicionário jesuítico. (Página 135)

Referem os cronistas e viajantes antigos que o gentio denominava Anhemby ao rio que banha a capital paulista e traz hoje o nome Tietê. De fato, examinando-se velhos documentos, verifica-se que aquele nome não só era o que comumente se dava ao rio histórico que foi, em outro tempo, a vereda dos bandeirantes e conquistadores de sertões, como que a grafia do vocábulo, com pequenas variantes, se conservou quase intacta. No mapa dos jesuítas, de 1639, lê-se Anyembi, e nos outros mapas da mesma procedência, de 1722 e 1732, Anembi ..

No mapa de d´ Anville, publicado em 1734, conserva-se a grafia dos jesuítas- Aniembi; ou Anhembi -, mas,já na edição de 1748, lê-se Anhambi, ou Tietê. No célebre mapa das Cortes, de 1749, lê-se Anhambu ou Tietê; mas, no mapa espanhol, em 1760, volta-se à grafia Anhembi, escrevendo-se Anembi, na edição de 1768. No mapa geográfico de Silveira Peixoto, de 1768, o primeiro em que vêm figurados os rios entre o Tietê e o Paranapanema com os nomes Anembi-miri e Pirocaba, lê-se Anembi-guaçu.No de Olmedilla, de 1775, o vocábulo conserva a primitiva grafia dos jesuítas - Anemby, ao passo que, no de D. Luís Antônio de Sousa Botelho Mourão, se escreve Niembi. Glimmer, no seu roteiro, de 1602, escreveu Anhembi e João de Laet, Iniambi.

A grafia, portanto, maís antiga e maís corrente é Anhembi, que se deve adotar como a mais correta, e podendo-se identificar com a palavra Inhamby, às vezes pronunciada Inhambu, com a qual se designa a perdiz, ave galinácea outrora abundante nos campos de Piratininga ou de cima da Serra. Portanto, a denominação antiga, dada pelos primeiros colonosportugueses, de Rio Grande de Anhemby pode-se traduzir Rio Grande dos Perdizes.

Insistirei, ainda, no exame. interpretativo de outros nomes tupiscom emprego em nossa hlstória e geografia.Estudemos o nome Niterói que, como Guanabara, já alteradopela dicção vulgar, designou a formosíssima baía do Rio de Janeiro.Brito Freire, que, parece, foi o primeiro a divulgá-lo, não lhe deutradução. Antes dele, porém, Simão de Vasconcellos, na sua Vida do Padr_e Joseph de Anchieta, refere que o gentio denominava aquela baía Nitherô, e Hans Staden, entre os portos do Brasil, que diz visitados pornavios franceses, ao tempo das suas aventuras e cativeiro entre os Tamoios (1548), cita o de lteronne. O cônego Januário da Cunha Barbosaee dá-nos, para tradução desse vocábulo tupi, mar escondido. De fato,examinando-se-lhe os elementos componentes, verifica-se que o nometupi se pode identificar com a palavra Nhêterô-y, que assim se explica:Nhê ou anhê, que se encontra no dicionário de Montoya com a significação de abrigar, proteger; terô, que, segundo o mesmo autor, se traduzcomo coisa torta, encurvada, fazendo seio; y, que exprime água, no sentido geral. [Páginas 181 e 182]

Assunguy significa “o sangue de gente” (página 201) [0]

O Tupi na Geographia Nacional - Biblioteca Digital Curt ...http://biblio.wSampaio, Theodoro. 1901. O Tupi na Geographia Nacional. Memoria lida no Instituto. Historico e Geographico de S. Paulo. São Paulo: Typ. da Casa Eclectic

EMBOAÇABA corr. Mbo-açaba, faz que atravesse, a ação de atravessar, a passagem. Designa um lugar, à margem do Tietê, vizinhode São Paulo, onde se passava o rio na estrada do sertão e onde se mandou levantar um forte ou trincheira para defesa da cidade, noséculo XVI. Ali. Emboaçava, Boaçava. São Paulo.

EMBOAÇÚ corr. Amboá-áçú, a centopéia grande; mais propriamente é uma lagarta verde, pintada de preto, com a cabeça branca; outrashá pintadas de vermelho e preto e de meio palmo de comprido. Rio de Janeiro

"Da mesma procedência é o nome Botucavaru (lbytú-cabarú)que quer dizer cavalo das nuvens, aplicado a uma montanha alta sobre a54 qual as nuvens constantemente pousam ou ficam a cavaleiro. A idéia de cavalo-(cabarú) os índios não a tiveram senão depois da invasão européia."O nome Tupã teve, decerto, dois ou mais sentidos, desde o tupiprimitivo até a língua geral, esta já profundamente influenciada pela cultura européia. Tupã, no tupi primitivo, genuinamente indígena, é tuh-ã,o que fica alto ou erguido, o que está no alto; e assim, tupã-beraba é oque está no alto reluzindo, o relâmpago; tupã-cynynga, o que está noalto roncando, o trovão. Na língua geral, já influenciada pelo missionário,pela religião nova, Tupã (de tub = o que fica, permanece ou reside; ã =alto, erguido), por uma extensão naturalíssima do significado, vai até exprimir: o que domina, o que fica superior, Deus, o Altfssimo. O missionário

ibituruna

A terra elevada, ou uma simples elevação, diz-se, no tupi, ityra ou atyra, que mais propriamente quer dizer cabeço, monlão, cúmulo. Esse vocabulo entra na composição de muitos outros e, por efeito dos metaplasmas, aparece, não raro, alterado para tyra, tyr, try e tra, e ainda em tura, tur, como se verifica nos nomes lbityry, Tripui, Trapuli, Turuna, que não são senão Yby-ityra, terra elevada; ltyra-poi, monte delgado ou estreito; ltyra-puã, cabeço redondo; ltyr-una, cabeço escuro, altura negra 143.

81 - A montanha ou serro elevado diz-se, no tupi, Ybytyra, que, como acima dissemos, se decompõe em yby-ityra, isto é, elevação de terra ou terra alta. A alteração metaplástica desse vocábulo é a mesma dos seus elementos componentes; por isso, é freqüente encontrarem-se denominações de lugares com as grafias do radical butur, ibitur, bitur,formas alteradas de ybytyra, as quais não se devem confundir com as do vocábulo ybytú. No tupi do Sul, o vocábulo ybytyra, contraído, deu ybyty e, de suas diversas alterações, na composição de outros vocábulos, nasceram as formas ibitú, bitú, butú. Os nomes lbituruna, Buturuna ou Voturuna, são apenas formas diversas de um mesmo vocábulo - ybytyruna, que quer dizer monte negro. Butujurú é simples corruptela de ybyty-Jurú, que quer dizer boca do monte. Botucaray é a alteração de ybyty-caray, donde Ubutucaray, Butu-caray ou Botu-caray, significando monte santo.

O nome Voturantim, do conhecido salto do rio Sorocaba, é corruptela do Ybytyra-tin, de que o primeiro vocábulo se alterou para butura ou votura, e o segundo não é senão a fonna contrata de tinga, branco, branca, comum no dialeto guarani, que chegou até São Paulo.

Portanto, voturantim significa mui propriamente montanha branca, pois que o salto do Sorocaba, naquele lugar, não é mais do que uma encosta alta, coberta de alvo manto de espumas. A denominação dada à famosa serra de excelente clima, no Ceará, Baturité, é notável exemplo da corrupção dos vocábulos tupis.

Em outro 143 Atyra é montão, ou amontoado, enquanto ybytyra é monu, montanha. ltyra não conhecemos no tupi, nem os seus compostos. 129 tempo, se chamou Buturité e, ainda hoje, entre os homens do sertão, se diz Butrité, guardando melhor o primitivo radical, pois que Baturité é simples corruptela de Yby-tyra-etê, transformado primeiro em Ubutura-eté, ou Butureté que quer dizer montanha verdadeira, isto é, a Serra, por excelência143A.

Por desconhecer a alteração do primeiro vocábulo componente é. que José de Alencar, nas notas do seu romance lracema, interpretou o nome Batureté como alteração de Batuira-eté, narceja verdadeira, que nenhuma relação tem com o objeto denominado ou com a localidade.82 - O pico ou o monte agudo diz-se, no tupi, ltaimbé, ou ytáaymbé que, literalmente, significa pedra afilada ou ponteaguda, como também se diz itatim (itátim), significando nariz ou ponta de pedra.

O primeiro vocábulo alterou-se, porém, para itambé, e, com ele, se designam, em alguns lugares, as pontas de pedra, as escarpas e arestas vivas nas encostas rochosas dos montes. Em Minas Gerais, um dos pontos culminantes do seu sistema orográfico, na serra do Espinhaço, se denomina Itambé144.

O vocábulo itatim conservou-se, porém, inalterado, e com essa denominação se conhece, no território paulista, na sua zona marítima, wna alta serra, a dos Itatins, que é como se se dissesse a serra dos picos, pelos muitos e bem caracterizados que, nessa montanha, se descobrem. 83 - A terra alta com margens escarpadas ou talhadas a prumo,dizia-se, no tupi do Sul, Ybi-ã, literalmente, terra alta, de que, por corrupção, se faz Ibiá. A chapada, com as margens assim talhadas, dizia-seIbiãmucó. O nome lbiapaba (yby-ã-paba), literalmente exprimindo oextremo ou fim da terra alta, o extremo do escarpado, ,por causa da fonnatão característica da serra a que se aplicou, passou a designar, no Nortedo Brasil, chapada ou planalto 145.A serrania ou cordilheira dizia-se Ybytyruçú, por corrupção,buturuçú; a cumiada da serra, Ybytyrapi; o pico proeminente, Yaraquá, que quer dizer dedo de Deus; o ápice do pico, Tin-quá, por corrupção Tlnguá; o penhasco de encosta lisa, tão freqüente nas regiões143A Leia-se ybytyr-etê.144 Agudo, dspero, em tupi é aembê; ponta de pedra - ltá-ti, segundo a fonéticatupi.145 A grafia correta é yby-ã; o seu correspondente, no tupi, é yby-ama; ambos significam ladeira, encosta, barranco. Muk6 é a forma do adjetivo puk6 - comprido, alto, quando precedido de fonema nasalado. Muk6 também significa comprimento.

130 graníticas ou gnáissicas, itapé-cerica, que quer dizer penha escorregadia; o penhasco de encosta reluzente, por efeito dos manadeiros e da luz solar, ltáberaba, ou, literalmente traduzindo, pedra reluzente, penha que resplandece; o penedo avultado, ltáguaçú; a laje, Itá-peba, por corrupção, Itápeva e, por contração, quando entra na composição de outros vocábulos, ltapé; a laje lisa ou polida, ltapé-chinga; a pedra empinnda, Itá-bira; a bocaina, ou garganta, Ybyty-jurú, por corrupção Butujurú; a montanha Jurada ou fendida, Ybyty-póca, por corrupção, Bul!l·póca, Vatupóca 146.

84 - O vale, a bacia, o seio, a depressão entrf montanhas, dizia-seno tupi Ibyty-goaya, ou simplesmente goá ou guá, que se vê empregadona composição dos vocábulos Paranágoá, Jaragoá, Paragoá, lgoá:Não raro, se encontra o vocábulo goá seguido da partícula pe, posposição de quietude, valendo pela preposição em ou a. Assim é que se dizlgoape (y-goá-pe), significando, no seio d água ou no lagamar, e Marangoape (Marangoá-pe), no vale da batalha, ou baixa da desordem.O nome Yacarepaguá, tão estranho, com que se designa a lagoavizinha da pitoresca montanha da Gávea, no Rio de Janeiro, é corrupçãodo tupi yacaré-upá-goá, que quer dizer seio da lagoa dos jacarés, oubaixada da lagoa dos jacarés.

votorantim

O nome Voturantim, do conhecido salto do rio Sorocaba, é corruptela do Ybytyra-tin, de que o primeiro vocábulo se alterou para butura ou votura, e o segundo não é senão a forma contrata de tinga, branco, branca, comum no dialeto guarani, que chegou até São Paulo.

Portanto, voturantim significa mui propriamente montanha branca, pois que o salto do Sorocaba, naquele lugar, não é mais do que uma encosta alta, coberta de alvo manto de espumas. A denominação dada à famosa serra de excelente clima, no Ceará, Baturité, é notável exemplo da corrupção dos vocábulos tupis.

Em outro143 Atyra é montão, ou amontoado, enquanto ybytyra é monu, montanha. ltyranão conhecemos no tupi, nem os seus compostos.129 tempo, se chamou Buturité e, ainda hoje, entre os homens do sertão, sediz Butrité, guardando melhor o primitivo radical, pois que Baturitéé simples corruptela de Yby-tyra-etê, transformado primeiro em Ubutura-eté, ou Butureté que quer dizer montanha verdadeira, isto é,a Serra, por excelência143A.Por desconhecer a altera

itapeva

A terra alta com margens escarpadas ou talhadas a prumo,dizia-se, no tupi do Sul, Ybi-ã, literalmente, terra alta, de que, por corrupção, se faz Ibiá. A chapada, com as margens assim talhadas, dizia-seIbiãmucó. O nome lbiapaba (yby-ã-paba), literalmente exprimindo oextremo ou fim da terra alta, o extremo do escarpado, ,por causa da fonnatão característica da serra a que se aplicou, passou a designar, no Nortedo Brasil, chapada ou planalto 145.A serrania ou cordilheira dizia-se Ybytyruçú, por corrupção,buturuçú; a cumiada da serra, Ybytyrapi; o pico proeminente, Yaraquá, que quer dizer dedo de Deus; o ápice do pico, Tin-quá, por corrupção Tlnguá; o penhasco de encosta lisa, tão freqüente nas regiões143A Leia-se ybytyr-etê.144 Agudo, dspero, em tupi é aembê; ponta de pedra - ltá-ti, segundo a fonéticatupi.145 A grafia correta é yby-ã; o seu correspondente, no tupi, é yby-ama; ambos significam ladeira, encosta, barranco. Muk6 é a forma do adjetivo puk6 - comprido, alto, quando precedido de fonema nasalado. Muk6 também significa comprimento.130 graníticas ou gnáissicas, itapé-cerica, que quer dizer penha escorregadia; o penhasco de encosta reluzente, por efeito dos manadeiros e da luz solar, ltáberaba, ou, literalmente traduzindo, pedra reluzente, penha que resplandece; o penedo avultado, ltáguaçú; a laje, Itá-peba, por corrupção, Itápeva e, por contração, quando entra na composição de outros vocábulos, ltapé; a laje lisa ou polida, ltapé-chinga; a pedra empinnda,Itá-bira; a bocaina, ou garganta, Ybyty-jurú, por corrupção Butujurú; a montanha Jurada ou fendida, Ybyty-póca, por corrupção, Bul!l·póca, Vatupóca 146

sabarabussu

SABARÁ a111. Tabará, de que se fez Tabaraboçú, como se vê em velhos doêumentos. Tabará é a forma contrata de ltabaraba, Itaberaba que é itã-beraba, a pedra reluzente, o cristal.

SABARABUÇÚ ant. Tabarã-boçú, corrupção de ltaberaba-uçú, que significa pedra reluzente grande, ou o cristal grande, que também se entende como serra esplandecente, lugar lendário entre os colonos do primeiro século da conquista. Eis o que, a respeito, nos diz o historiador Pero de Magalhães Gândavo (1540-1580):

"A esta capitania de Porto Seguro chegaram certos índios do sertão a dar novas de umas pedras verdes, que havia numa serra muitas léguas pela terra dentro e traziam algumas delas por amostras, as quais eram esmeraldas, mas não de muito preço; e os mesmos índios diziam que daquelas havia muitas e que esta serra era mui formosa e resplandecente . .. "

Esta serra resplandecente que o gentio em sua língua chamava ltaberabuçú, transformada por corrupção em Taberabuçú e mais geralmente em Sabarabuçú, vai ser, por lodo o século seguinte, o alvo das mais arrojadas expedições sertanejas. [Página 310]

TAPEROBÚ corr. Tapér-oby, a ruína verdejante, ou invadida do mato. Pode ser também corrupção de tapér-yby, a terra das ruínas ou taperas. Parafüa do Norte. [Página 322]

itapebussu

1T APEBOÇÚ e. Itapeb-uçú, a laje grande; o lajeado. Nome da primeira povoação fundada por D. Francisco de Sousa, ao pé do morro de Araçoiaba, em 1600. São Paulo. ITAPEMIRIM e. Itapé-mirim, a laje pequena, a lajinha. EspíritoSanto, Bahia. V. Itapeba.

bossoroca

. O nome boçoroca, que outros ainda dizem voçoroca, procede de corruptela idêntica. Em vez de Ybysoroca,terra rasgada ou fendida, passou-se a dizer, a princípio, ubusoroca e depois, pela aférese do primeiro u, bu-soroca e, daí, boçoroca ou voçoroca, como é hoje vulgar.

105 - Também se designava a água, o líquido, o vapor, pelo vocábulo ty ou ti, com o qual se formaram várias denominações, como Tieté, água ou corrente verdadeira, volumosa, nome na verdade, adequado ao grande rio paulista, se se explicar que era este o primeiro curso de água considerável que encontrava o forasteiro ao penetrar de São Vicente, por Paranapiacaba, em direção ao sertão.

Tibireçá (T-yby-re-chá), o chefe da terra, o principal oumaioraf24.Os nomes de mulher que chegaram até nós trazem um sinete delenda ou de poesia que talvez não existisse no ânimo do gentio:TIBEREÇÁ corr. T-yby-reçá, contração de tyby-reçaba, a vigilânciada terra; o vigia da terra; o maioral ou principal. Não se deve escrever Tebireçá, que tem mau sentido. Nome do maioral do gentiocatequizado em São Paulo de Piratininga pelos jesuítas, no séculoXVI.

Yby, a terra, o chão.

IÇÁ s. A formiga grande que os índios comiam. Entre os guaranis, yça,entre os tupis, tanajura. O vocábulo yça é contração de yçaba,significando gordura, pois tinham os índios por tal o que se continha no abdome desta formiga .Os campos, de Pirá-tininga foram sempre infestados de uma formiga conhecida por saiíva^ que é corrupção da palavra yçá-yba; e estas formigas os selvagens e os mistiços apanhavam, e ainda hoje colhem para comcrem-n\as depois de torradas, dizendo ser saborosas. Isto, porém, no tempo próprio, denominado dos içás; que é quando começa o verão.

Referem os cronic;tas e viajantes antigos que o gentio denominavaAnhemby ao rio que banha a capital paulista e traz hoje o nome Tietê.De fato, examinando-se velhos documentos, verifica-se que aquele nomenão só era o que comumente se dava ao rio histórico que foi, em outrotempo, a vereda dos bandeirantes e conquistadores de sertões, como quea grafia do vocábulo, com pequenas variantes, se conservou quase intacta. No mapa dos jesuítas, de 1639, lê-se Anyembi, e nos outros mapasda mesma procedência, de 1722 e 1732, Anembi ..258 Parte desses argumentos talvez encontrem sua aplicação na etimologia das Bertiogas paranaense e pernambucana.181 No mapa de d´ Anville, publicado em 1734, conserva-se a grafiados jesuítas- Aniembi; ou Anhembi -, mas,já na edição de 1748, lê-seAnhambi, ou Tietê.No célebre mapa das Cortes, de 1749, lê-se Anhambu ou Tietê;mas, no mapa espanhol, em 1760, volta-se à grafia Anhembi, escrevendo-se Anembi, na edição de 1768.No mapa geográfico de Silveira Peixoto, de 1768, o primeiro emque vêm figurados os rios entre o Tietê e o Paranapanema com os nomesAnembi-miri e Pirocaba, lê-se Anembi-guaçu.No de Olmedilla, de 1775, o vocábulo conserva a primitiva grafiados jesuítas - Anemby, ao passo que, no de D. Luís Antônio de SousaBotelho Mourão, se escreve Niembi. Glimmer, no seu roteiro, de 1602, escreveu Anhembi e João deLaet, Iniambi. A grafia, portanto, maís antiga e maís corrente é Anhembi, que se deve adotar como a mais correta, e podendo-se identificar com a palavra lnhamby, às vezes pronunciada lnhambu, com a qual se designa a perdiz, ave galinácea outrora abundante nos campos de Piratininga ou de cima da Serra.

Portanto, a denominação antiga, dada pelos primeiros colonosportugueses, de Rio Grande de Anhemby pode-se traduzir Rio Grandedo,s Perdizes.
A perdiz é uma ave tinamiforme da família Tinamidae. Também conhecida como perdigão (Rio Grande do Sul), perdiz do cerrado, perdiz brasileira, perdiz nativa,

CARIJÓS

CARIIÓ corr. Carf-yó, o descendente de branco, de europeu; aqueleque tem mistura de sangue europeu. Alt. Carijó. V. Cari. NoAmazonas designa uma espécie de gaviãoCARIJÓ corr. Cari-yó, o procedente do branco, europeu. Designatambém um galináceo de penas. pretas e brancas. A ave pedrês.C_ARIOS corr. Cariós ou caryós, grafia usada por autores espanhóispara o nome da nação tupi-guarani, habitando a costa do Brasil, de Cananéia para o Sul, chamada por outros índios dos Patos, ou simplesmente, índios Patos. V. Carijó. TA Y ARANA e. Tayá-rana, o taiá falso, o que imita o taiá. Nome de· um principal dos Carijós da Laguna. Santa Catarina.

Não foram os Tupis, mas os Carijós (os Guaranis) que denominaram kurl, aliáskurly, aos pinhões. Os Tupis, que habitavam regiões mais setentrionais, adotaram o termo português, transformando-o em plnhi, enquanto os Tupis propriamente ditos, de São Vicente, designavam o pinhão, por antonomásia, simplesmente pelo genérico ybá-frutá. (Anchieta. Cartas, p. l 2f.) Na narrativa de Hans Staden, da primeira metade do século XVI,encontra-se essa palavra com a grafia Caníneegg e, na História do Brasilde frei Vicente do Salvador (1627), Canené, palavras que se equivalem ese identificam com o nome Canindé, de uma espécie de arara, provavelmente abundante na localidade, em cujas vizinhanças outro povoado ecanal, com o nome de Ararapira, lembra ainda a freqüência dessa avenos sítios que foram, outrora, considerados como limites entre Carijós eTupinikins.A corrupção da palavra tupi fez-se, {Xlrém, tão breve e tão profundamente que de Canindé ou Canin~ se alterou para Cananéia e, ainda, para Cananor, como se lê na carta de Ruych, de 1508, e no mapa daAmérica, da edição de Ptolomeu, de 1513.

As denominações Cutia por Agutí; Apereátuba, abundância de preás; Acuti de A-cotí, é o indivíduo que se posta ou se assenta; alusão ao hábito do animal desse nome de se assentar para comer. Para os índios, este animal simboliza a imprevidência preguiçosa.[0]PITANGUY s.c. Pitang-y, o rio das pitangas; admite outro significadoainda, visto que o vocábulo pitanga ou mitanga significa também- criança - e então pitang-y ou mitang-y, se traduz rio das crianças. Minas Gerais. [2]

ABAREBEBÊ s.c. Abaré-bêbê, ou abaré-uêuê, o padre que voa, o ligeiro, o infatigável; apelido do Padre Leonardo Nunes, entre o gentio de São Vicente.

“Abaremandoava s.c. Abaré-mandoaba, a memória ou recordação do padre. Nome de uma das mais importantes cachoeiras do rio Tietê. Por currupção, se diz Avarémanduava”. [“O Tupi na Geographia Nacional”, 1901. Teodoro Fernandes Sampaio (1855-1937). Página 188]

AVANHANDAVA - corruptéla de Abá-nhandaba, a corrida da gente. Lugar onde a gente anda às carreiras, por evitar os perigos da navegação. Nome de um dos saltos do rio Tietê. [“O Tupi na Geographia Nacional”, 1901. Teodoro Fernandes Sampaio (1855-1937). Página 202]“Os acidentes do leito do rio, afetando o curso das águas, como,por exemplo, ao salto ou catarata, se denominavam ytú; a cachoeira com água impetuosa (...)” p.138
O Tupi na Geografia Nacional
Data: 01/01/1901
Créditos: Teodoro Fernandes Sampaio
Página 258(bairro itavuvu
O Tupi na Geografia Nacional
Data: 01/01/1901
Créditos: Teodoro Sampaio
Página 138
O Tupi na Geografia Nacional
Data: 01/01/1901
Créditos: Teodoro Sampaio
Página 82
O Tupi na Geografia Nacional
Data: 01/01/1901
Créditos: Teodoro Sampaio
Página 329
O Tupi na Geografia Nacional
Data: 01/01/1901
Créditos: Teodoro Sampaio
Página 261
“O Tupi na Geographia Nacional”
Data: 01/01/1901
Créditos: Teodoro Sampaio
Página 127
O Tupi na Geografia Nacional
Data: 01/01/1901
Créditos: Teodoro Sampaio
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