Estando a escrever esta veio ao Colégio um filho de um cristão e uma índia, o qual haverá 09 ou 10 anos que anda entre os índios, nu como índio, e será de idade de 20 anos e não sabe coisa alguma de nossa língua, nem tem mais notícias do seu Criador que os mesmos Índios, antes menos, se menos se pode dizer. (...) - 20/06/1551 de ( registros)
Estando a escrever esta veio ao Colégio um filho de um cristão e uma índia, o qual haverá 09 ou 10 anos que anda entre os índios, nu como índio, e será de idade de 20 anos e não sabe coisa alguma de nossa língua, nem tem mais notícias do seu Criador que os mesmos Índios, antes menos, se menos se pode dizer. (...)
Noutra carta, já em 20 de junho de 1551, o mesmo jesuíta registra a existência daqueles colonos pré-jesuíticos no planalto: Estando a escrever esta veio ao Colégio um filho de um cristão e uma índia, o qual haverá 09 ou 10 anos que anda entre os índios, nu como índio, e será de idade de 20 anos e não sabe coisa alguma de nossa língua, nem tem mais notícias do seu Criador que os mesmos Índios, antes menos, se menos se pode dizer. (...) Destes são muitos os que andam pela terra a dentro, assim homens como mulheres, que se perdem porfalta de socorro.
Na sua incursão pré-Nóbrega, o padre Leonardo Nunes já narrara o encontro com esses portugueses da antiga povoação fundada por Martim Afonso de Sousa, que lhe pareceram um tanto espinhosos e completamente mimetizados com o meio em que se encontravam: “trabalhei muito com os cristãos, que achei derramados naquele lugar entre os índios, que se tornassem às vilas entre os cristãos, no qual os achei mui duros”, transcreve Cortesão (1955:179). Entretanto, como salienta Serafim Leite (1953a:30), “apesar dos esforços de Leonardo Nunes, os do Campo continuavam a dispersar-se”. Numa carta escrita a 20 de junho de 1551, antes, portanto da fundação da aldeia de São Paulo por Nóbrega, novamente Leonardo Nunes, apud Jaime Cortesão (1955:177), que precedera aquele jesuíta na visita a Piratininga, fornece dados muito relevantes ao tema:
“Estando a escrever esta veio aqui ao Colégio um filho de um Cristão e de uma Índia, nu como índio, e será de idade de 20 anos e não sabe coisa alguma de nossa língua, nem tem mais notícias do seu Criador que os mesmos índios, antes menos, se menos se pode dizer” (sem grifos no original)