O último recolhimento paulista fundado pelos beneditinos: Mosteiro de Santana de Jundiaí
1668
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Correio da Manhã/RJ
Data: 24/06/1921
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O último recolhimento paulista fundado pelos beneditinos no períodocolonial foi o Mosteiro de Santana de Jundiaí (1668). Em 1694 é elevado àcategoria de Presidência e Fr. João do Espírito Santo nomeado seu primeiroadministrador. Encontra-se, na atualidade, reduzido apenas ao corpo da igreja,resultado de reformas do início do século XX sobre remanescentes da antigaconstrução.69 Conserva um altar peregrino originário do aldeamento de Pinheirosque fora mantido pelos monges da capital e doado posteriormente a estaresidência monacal.70 [1]
Observations: Padroeiro(a): Nossa Senhora de Santa AnaLocalização atual: Jundiaí (SP)Fundação: 1668Fechamento: -“Fundado em 1668, sendo elevado e Presidência em 1694.”CECILIO, Handel (2014). A arte organística nos Mosteiros Beneditinos do Brasil Colonial e Imperial: Seus órgãos, organistas e organeiros [Tesis de doctorado]. Campinas: Unicamp.Bibliographical References: TAVARES, Cristiane, Ascetismo e colonização: o labor do missionário dos beneditinos na América portuguesa (1580-1656)SOUZA, Jorge Victor de Araújo, Para além do claustro: uma história social da inserção beneditina na América portuguesa, c.1580-c.1690CECILIO, Handel, A arte organística nos Mosteiros Beneditinos do Brasil Colonial e Imperial: seus órgãos, organistas e organeiros [2]
O último recolhimento paulista fundado pelos beneditinos: Mosteiro de Santana de Jundiaí
“Os nossos tupinambás muito se admiram dos franceses e outros estrangeiros se darem ao trabalho de ir buscar o seu arabutan [pau-brasil]. Uma vez um velho perguntou-me: Por que vindes vós outros, maírs e perôs (franceses e portugueses) buscar lenha de tão longe para vos aquecer? Não tendes madeira em vossa terra ? Respondi que tínhamos muita mas não daquela qualidade, e que não a queimávamos, como ele o supunha, mas dela extraíamos tinta para tingir, tal qual o faziam eles com os seus cordões de algodão e suas plumas.
Retrucou o velho imediatamente: e porventura precisais de muito? Sim, respondi-lhe, pois no nosso país existem negociantes que possuem mais panos, facas, tesouras, espelhos e outras mercadorias do que podeis imaginar e um só deles compra todo o pau-brasil com que muitos navios voltam carregados. — Ah! retrucou o selvagem, tu me contas maravilhas, acrescentando depois de bem compreender o que eu lhe dissera: mas esse homem tão rico de que me falas não morre? — Sim, disse eu, morre como os outros. Mas os selvagens são grandes discursadores e costumam ir em qualquer assunto até o fim, por isso perguntou-me de novo: e quando morrem para quem fica o que deixam? — Para seus filhos se os têm, respondi; na falta destes para os irmãos ou parentes mais próximos. — Na verdade, continuou o velho, que, como vereis, não era nenhum tolo, agora vejo que vós outros maírs sois grandes loucos, pois atravessais o mar e sofreis grandes incômodos, como dizeis quando aqui chegais, e trabalhais tanto para amontoar riquezas para vossos filhos ou para aqueles que vos sobrevivem! Não será a terra que vos nutriu suficiente para alimentá-los também ? Temos pais, mães e filhos a quem amamos; mas estamos certos de que depois da nossa morte a terra que nos nutriu também os nutrirá, por isso descansamos sem maiores cuidados.
“
Nada é mais difícil e, portanto, tão precioso, do que ser capaz de decidir.José de Anchieta (1534-1597) 283 registros