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Em função de supostas minas descobertas nos “termos da vila de São Paulo”, solicitou sesmaria, ganhando-a do capitão-mor Álvaro Luiz do Valle
162709/04/2024 17:56:20

Carta topográfica e geognóstica
Data: 01/01/1850
Créditos: João Bloem (1799-1851)
Carta topográfica e geognóstica do terreno pertencente e demarcado para o destricto mineiro da fabrica de ferro de S. João do Ypanema acompanhado de uma esquiça geognóstica do morro Arassoiaba e mapa estatísticos das diversas épocas do mesmo estabelecimento, 1850-1851

“O Tupi na Geographia Nacional”. Teodoro Fernandes Sampaio (1855-1937): CABARÚ-PARARANGA O relincho ou nitrido do cavalo. São Paulo. [“O Tupi na Geographia Nacional”, 1901. Teodoro Fernandes Sampaio (1855-1937). Página 210]CAVARÚ-PARARANGA s. O relincho do cavalo. São Paulo. [Página 221]

"Da mesma procedência é o nome Botucavaru (lbytú-cabarú)que quer dizer cavalo das nuvens, aplicado a uma montanha alta sobre a qual as nuvens constantemente pousam ou ficam a cavaleiro. A idéia de cavalo-(cabarú) os índios não a tiveram senão depois da invasão européia." [21917]

Para a Revista do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo, volume XI (1906) (...) "Já que falamos no Botucavaru, não deixaremos de dar a seu respeito alguns esclarecimentos. Tantas versões que correm, umas impressas e outras de geração para geração, é dificílimo hoje afirmar qual o fato que serviu para dar ao Botucavaru um nome tão grande, aumentado constantemente pela superstição, que, aliás, é bem desenvolvida na zona.

Não entraremos em investigações filológicas, mesmo porque para isso nos falta competência; mas a tradução mosca a cavalo, tão combatida por alguns estudiosos da língua nativa, é por nós aceita sem reserva, visto que em uma das faces do morro, a que defronta em linha reta, o morro mais elevado da serra do Pico Fino, mostra distinta e clara um cavalo; - capricho da natureza gravado no granito. Quanto á mosca, nunca a vimos, talvez por ser um inseto bem pequeno...

Dissemos já ignorar o que de causa a uma tão grande convicção popular de existência de riquezas naquele morro, mas para isso deve ter concorrido muito a incerteza até do lugar em que o morro se acha. Expliquemos isto com melhor cuidado, visto que até agora ninguém quis habilitar-se a faze-lo ou aqueles que o tentaram foram mais infelizes; antes, porém, transcrevemos aqui uma publicação feita ha muitos anos pelo barão de Piratininga, porque a sua leitura disporá melhor do leitor a compreender a julgar os nossos argumentos. Eil-o:

"Nos vastos e incultos sertões que se estendem como um mar de verdura entre a cidade de Iguape e as vilas de Una e Piedade, se ergue, áquem da serra da marinha, o célebre morro de Botucavarú, ao qual a tradição de séculos atribui riquezas fabulosas. Regatos cristalinos serpenteiam sobre palhetas de ouro e pedras diamantinas; lagos encantados em cuja superfície lisa e dormente surge ás vezes, aos últimos clarões do dia, uma naide gentil, deslumbrante de beleza como as madonas de Rapahel, ou as virgens pálidas, melancólicas e celestiais, que a mente ousada de poeta entrevê nos rozeos horizontes do futuro, através das sombras de ridentes senhos de ilusão que nos enganam, e tem miragens fascinadoras e doces, no sentir de Chateaubriand.

Os cabelos de ouro da formosa náiade se desprendem sobre espaduas alabastrinas que lhe velam o seio puro e virgíneo, refletindo como raios de nosso sol inter-tropical nos diáfanos cristais do grande lago. Á noite, os gentios do deserto, transformados em meteoros inflamados, descem ao palácio de cristal para visitar a dama do lado; e algumas vezes os seus gritos agudos como os de fantasmas de Ossian, nas falas misteriosas e incompreensíveis, segredadas por entre nuvens alvacentas, confundem-se com o sibilar dos ventos da meia noite, e que vam a solidão augusto do deserto...


Pondo, porém, de lado essas e mil outras lendas remanesças e fantásticas, e existência da montanha aurífera do Botucavarú está na consciência de todos. Sabe-se que todo o ouro empregado no douramento da igreja de MBoi foi trazido dali pelos nativos que lhe sabiam o caminho.

Ha talvez 40 anos que o alferes João de Deus partiu de São Roque á frente de numerosa caravana em direção dessa montanha, e no fim de 4 meses, acabadas as suas provisões, e fatigado de inúteis trabalhos, voltou sem ter podido chegar ao Botuca-varú, que pretendia ter avistado por vezes.

No arquivo da Câmara de Itapetininga e de outras vilas antigas há descrições do caminho de Botucavarú e de suas imensas riquezas. A essas descrições dão o nome de roteiro e aranzel.

Em época recente incorporou-se em Sorocaba uma companhia para exploração do Botucavarú, e os sertanejos empregados nessa exploração nada conseguiram senão muita fadiga e grandes despesas para a associação.

O hábil engenheiro dr. Porfírio de Lima, explorando por ordem do governo a direção de uma estrada que ligasse o sul da província com o porto de Iguape, pretende ter visto de longe o Botucavarú, em cujo cimo, auxiliado por um óculo de alcance, avistou duas pedras superpostas, sendo a debaixo com a configuração de um cavalo, e a superior com a de uma mosca com duas grandes asas abertas, o que justifica o nome de Botucavarú, que na língua guarany quer dizer - mosca a cavalo."

Afirma-se aqui a existência da montanha aurífera e a incerteza de sua situação topográfica, conquanto por vezes ela tenha sido avistada pelos que tão ardorosamente a procuravam.

Parecerá que a transcrição daquele escrito do barão de Piratininga não está nos moldes do nosso estudo; porém, assim não sucede, como veremos. Após o desaparecimento dos antigos mineiros e de seus descendentes imediatos, perdeu-se noção exata do Botucavarú, jamais explorado, mas conhecido; e hoje, senão fosse o indício seguro do cavalo de granito não poderia descobrir-se.

Posteriormente ás expedições descritas, muitas outras tem sido organizadas com o mesmo fim; entre estas mencionaremos, de passagem, uma que partiu de Conceição de Itanhaém e cujo chefe foi durante a noite casualmente morto por uma anta perseguida por uma onça; a de um tal Fagundes, do Despraiado, ha talvez um ano; a de dois norte-americanos ha pouco tempo; e a de diversos moços mineiros, entre eles um parente próximo do presidente eleito da República, ha uns três anos.

Quem é que tem partido de qualquer ponto, absolutamente certo do lugar a que se destinava, isto é do ponto em que se encontra o Botucavarú? Ninguém. Tem-se escrito sobre o Botucavarú como pertencendo á cordilheira dos Itatins; e realmente, visto de longe, o parece; mas ele é, em verdade, um morro isolado, que poderá ser considerado um de seus contrafortes; [27909]

Relatou Antônio Paulino de Almeida em Memória Histórica sobre Cananéia:

Sendo conhecida, não só em Cananéia, como em toda a região sul paulista a lenda, sobre a "lagoa dourada", procuramos conhecer os velhos alfarrábios da Câmara Municipal, onde nada existe sobre o assunto que tanto empolgou o espírito do povo, que ainda hoje o guarda na lembrança.

Em 1926, viajando de Paranaguá para Curitiba, em converso com o ilustre e saudoso amigo dr. Pânfilo de Assunção, tivemos ocasião de falar sobre o assunto, dizendo-nos o mesmo recordar-se de haver lido algo a esse respeito, em um antigo jornal que se publicara em Iguape.

Dirigimos-nos ao velho amigo Valdomiro Fortes, ali residente e já falecido, e que conservava em seu arquivo particular muitas publicações e manuscritos, e ele nos informou haver encontrado a seguinte e interessante notícia escrita pelo padre José Alves Carneiro, que por muitos anos foi vigário daquela cidade.

Diz uma lenda antiga, que paira na lembrança de pessoas de bem e de muito critério e testemunho, que no ano de 1627, apareceu nesta vila (de Iguape, um velho marinheiro desertor, que havia fugido da perseguição, e que constava haver cometido qualquer delito, apresentou-se com uma boa amostra de ouro envolvida em folhas de caitês, e disse que entre os Itatins o morro de Botucavarú, encontrou uma lagoa, tão cheia de ouro, que até os caitês se achavam cobertos desse metal e que era extraordinária a quantidade do mesmo, e que dava para cobrir as ruas da vila. Disse mais que passou um dia nessa lagoa e levantava ouro ás mãos cheias do seu leito”. [27907]

- Baqueitava
- "Campo do Cemitério" próximo a Bacaitava

Histórias ilustradas de Ypanema e do Araçoiaba, 2011. Gilson Sanches:

Os documentos mais antigos que fazem referência ao Morro de Araçoiaba e à Lagoa Dourada são as cartas do padre jesuíta José de Anchieta, indicando que o local ficava em uma montanha a oeste de São Paulo, e que muitas pessoas chamavam de Uvutucavarú (morro aurífero, assemelhando-se a um cavalo). Possivelmente seguindo essas informações de Anchieta e a lenda dos tupiniquins de que haveria enorme tesouro em ouro na Lagoa Dourada, os sertanistas Afonso Sardinha (pai e filho) e seus companheiros foram atraídos até o morro do Araçoiaba, nas proximidades do ano de 1587. [25331]

Carta topográfica e geognóstica do terreno pertencente e demarcado para o destricto mineiro da fabrica de ferro de S. João do Ypanema acompanhado de uma esquiça geognóstica do morro Arassoiaba e mapa estatísticos das diversas épocas do mesmo estabelecimento, 1850-1851. João Bloem (1799-1851)1850 [25354]
Em função de supostas minas descobertas nos “termos da vila de São Paulo”, solicitou sesmaria, ganhando-a do capitão-mor Álvaro Luiz do Valle

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