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"Faria de novo", diz homem que cortou a própria mão por "comida e remédio"
7 de outubro de 199904/04/2024 18:45:38

Hospital Ipiranga
Data: 01/10/1999
Créditos: Folha de São Paulo
Sebastião José Rodrigues, ao lado da mulher, Claudia dos Santos(@)

Publicado em 08/10/1999:

O gerente de vendas Sebastião José Rodrigues, 31, confessou ter contratado duas pessoas para cortar sua mão esquerda.

O objetivo dele era receber R$ 900 mil de uma apólice de seguros contra acidentes pessoais que ele havia feito.

As informações foram dadas pelo delegado Godofredo Bittencourt Filho, diretor do Depatri (Departamento de Investigações sobre Crimes contra o Patrimônio).

A confissão foi feita no hospital Ipiranga, onde Rodrigues se recuperava após a amputação. Na primeira versão, o gerente e sua mulher, Cláudia dos Santos, 26, grávida de cinco meses, tinham dito à polícia que haviam saído de casa a pé, na Água Rasa (zona sudeste de São Paulo), às 23h de segunda-feira, para comprar sorvete.

Depois de sacar R$ 20,00 em um caixa eletrônico, os dois teriam sido abordados por três homens em um Escort preto e obrigados a entrar no carro.

O trio teria parado o carro na praça Domingos Barbosa e Rodrigues foi levado por dois homens até uma pedra. Ali, deceparam sua mão esquerda, na altura do pulso, com uma machadinha.

Rodrigues queria receber o dinheiro para pagar dívidas da Digivox Indústria e Comércio, fábrica de telefones administrada por ele que tem dívidas estimadas entre R$ 500 mil e R$ 700 mil.

De acordo com a polícia, uma secretária da Digivox afirmou que havia atendido vários telefonemas em que diziam que iam cortar Rodrigues em picadinhos e arrancar sua orelha.

Rodrigues administrava a empresa Digivox há dois anos e dois meses, desde o assassinato do antigo dono, marido de Márcia Marinho Imperador.

Segundo Márcia, a dívida da empresa teria aumentado durante a gestão de Rodrigues e envolveria vários credores.

Rodrigues foi convidado para controlar a empresa por ser amigo do marido de Márcia. Há seis meses, de acordo com a empresária, a Digivox está passando por um processo de transferência para o nome de Rodrigues, que assumiria as dívidas.

Rodrigues mora com a mulher e o filho do casal, de 1 ano e 8 meses, em uma edícula nos fundos da casa da mãe de sua mulher.

Na entrevista coletiva ele disse que repetiria a atitude se fosse preciso. "Acredito que faria para honrar meus compromissos".

Ele assumiu que planejou a mutilação da mão para receber dinheiro de seguro. A indenização seria usada para pagar dívidas de sua empresa.

O gerente falou por no máximo oito minutos, intercalados por pausa de meia hora. Ele chorou e reclamou de dores no braço quando foi questionado sobre o futuro de sua família e quem realmente deu o golpe de machado.

Rodrigues disse que pretendia receber dinheiro de apólices de seguro (R$ 900 mil) para saldar a dívida de R$ 700 mil que tem com fornecedores.

Negou que devesse dinheiro a agiotas e que estaria sendo ameaçado de morte. "Tinha várias dívidas e sempre senti vergonha disso. Não vi outra solução, a não ser essa", afirmou.

Na noite do dia 5, o gerente executou o plano com o auxílio da mulher, Claudia dos Santos, grávida de 5 meses, e de um amigo, Antônio Elisvânio da Silva.

A amputação da mão foi feita sobre uma pedra, no meio de uma praça na Vila Leme (zona sudeste). O casal, em seguida, simulou ter sido vítima de um assalto e disse que a mão havia havia sido cortada por causa de uma aliança.

Segundo a polícia, Rodrigues pagou R$ 300 para que o amigo o ajudasse. Silva, no entanto, culpa a mulher do gerente pelo golpe de machado que cortou a mão.

Durante a entrevista, ele se negou a esclarecer quem cortou sua mão. "Não é essa a questão agora", afirmou Rodrigues, quando perguntaram sobre a autoria de quem manuseou o machado.

Antes de sair da sala de entrevista pela segunda vez, ele pediu ajuda. "Estou meio perdido ainda e vou precisar de ajuda. Já vejo as dificuldades que estou passando para comprar comida e remédio em casa", disse.

Rodrigues saiu da coletiva direto para casa, informou o advogado Jorge Henrique Monteiro Martins. O advogado pretende provar que não houve tentativa de estelionato no caso porque o gerente não tentou receber o seguro.

A polícia discorda e o indiciou por tentativa de estelionato e falsa comunicação de crime. Ele pode pegar até nove anos de prisão.

"Ele não acionou o seguro porque não teve tempo", disse o delegado Carlos Eduardo Duarte de Carvalho, 32, que investiga o caso.
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“A origem das idéias”, Olavo de Carvalho, youtu.be/vjO2sixWLgk

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