c | Evacuação da cidade da Bahia pelas tropas portuguesas e entrada triunfal do Exército brasileiro sitiador |
| |
| 2 de julho de 1823, quarta-feira. Há 201 anos |
| |
| | | |
| | | 1823 — Evacuação da cidade da Bahia pelas tropas portuguesas e entrada triunfal do Exército brasileiro sitiador.
A luta entre os baianos e o general português Inácio Luís Madeira de Melo começara a 25 de junho de 1822, com a insurreição da vila da Cachoeira. Em poucos dias, a insurreição ganhou a província inteira, menos a capital, dominada por forte guarnição, composta de veteranos da Guerra da Península e dos corpos milicianos, pela maior parte formados de residentes europeus.
O rompimento das hostilidades deu-se a 28 de junho. Desde esse dia, o governo interino, constituído na Cachoeira, começou a organizar os corpos de voluntários, que, com os reforços de Pernambuco, da Paraíba, de Alagoas e do Rio de Janeiro formaram o exército libertador (ver a sua composição na efeméride de 27 de maio de 1823).
No meado de julho de 1822, o tenente-coronel de milícias Joaquim Pires de Carvalhoe Albuquerque, depois visconde de Pirajá, começou o bloqueio terrestre da capital, dirigindo as forças brasileiras sitiantes até 20 de outubro.Dessa data até 27 foram elas comandadas pelo coronel de milícias Rodrigo Antônio Falcão Brandão, depois barão de Belém.
No dia 27 de outubro, o general Pedro Labatut, chegado ao Rio de Janeiro, assumiuo comando do exército e conservou-se nele até 21 de maio de 1823, diaem que foi deposto por uma sedição militar promovida pelo coronel OBRAS DO BARÃO DO RIO BRANCO382Gomes Caldeira, vítima um ano depois dos exemplos de indisciplinaque dera aos seus comandados (ver 25 de outubro de 1824). Foi duranteo comando de Labatut que os brasileiros alcançaram as duas principaisvitórias dessa guerra, em Pirajá (8 de novembro de 1822) e em Itaparica(7 de janeiro de 1823). O coronel José Joaquim de Lima e Silva, depoisgeneral e visconde de Magé, sucedeu a Labatut por nomeação dogoverno provisório da Cachoeira (ver 27 de maio de 1823), quando,pela impossibilidade do abastecimento de víveres, a posição do generalportuguês já se havia tornado insustentável em cidade tão populosa,sitiada havia quase um ano pelo Exército brasileiro e bloqueadadesde princípios de maio de 1823 pela esquadra do comando de lordeCochrane. Durante alguns dias, e, sobretudo, a 1o de julho, embarcaramos residentes portugueses e as famílias que preferiram regressar para aEuropa, e às 4h de 2 de julho, ao sinal de um tiro de peça disparado doforte de Santo Alberto, partiram de diferentes pontos da cidade as lanchase escaleres, que a um tempo conduziam na maior ordem para bordo dosnavios, previamente designados, os corpos do Exército de Portugal, emnúmero de seis mil homens. Os milicianos, que formavam um total dequatro mil homens, foram licenciados, ficando apenas alguns em armas,para policiarem a cidade. Às 11h, fez-se de vela a frota que conduziaessas tropas e alguns milhares de emigrantes portugueses. Compunhase 30 navios de combate, charruas e transportes armados, montando 698bocas de fogo e 41 navios mercantes; ao todo, 71 velas.
Eram estes os navios de guerra, ou armados em guerra, e o número de bocas de fogo de cada um: nau D. João VI (74), com o pavilhão do chefe de esquadra Pereira de Campos; fragatas Constituição (54), depois chamada Diana, e Pérola (46); corvetas Calipso (22), Regeneração (22), depois chamada Galatéia, Dez de Fevereiro (26), depois chamada Urania, Ativa (22),Constituição (26), chamada antes e depois Conceição e Oliveira, S. Gualter (26), Príncipe do Brasil (24) e Restauração (26); brigues Audaz (18) e Prontidão (16); sumaca Conceição (8) e escuna Emília(8); charruas e transportes armados, Princesa Real (28), Príncipe Real(20), Tritão (16), Orestes (18), Conde de Peniche (16), Canoa (16), São Domingos (26), Grão Pará (16), D. Afonso (20), Flor do Tejo (20), Leal Português (18), Conde da Palma (20), Bizarria (18), Duque da Vitória (16) e Vinagre (12).
Às 13h, o Exército brasileiro fez a sua entrada na capital, tendo sido precedido por dois corpos de exploradores. Lorde Cochrane cruzava fora da barra com a nau Pedro I (comandante Crosbie) e a corveta Maria da Glória (comandante Beaurepaire). A esses navios reuniram-se, no dia 3, as fragatas Niterói (comandante Taylor) e Carolina, depois Paraguaçu (comandante Thompson), e o brigue Bahia (comandante Bartolomeu Hayden).Foram esses cinco navios os que perseguiram alguns dias a frota dos nossos então adversários. A Niterói seguiu até a foz do Tejo, diante da qual cruzou algum tempo, encetando a sua viagem de regresso a 12 de setembro. Dos 71 navios saídos da Bahia, apenas 40 entraram em Lisboa e no Porto, sendo apresados pela esquadra brasileira, no mar ou no porto do Maranhão, onde alguns se refugiaram, 30 navios, e incendiado um. Ficaram prisioneiros 2.029 oficiais e soldados, isto é, a terça parte das forças que evacuaram a praça, e foram tomadas e remetidas por lorde Cochrane para o Rio de Janeiro seis bandeiras de corpos (1o, 5o, 6o e 12o de infantaria, 2o de caçadores do 2o batalhão da Legião Constitucional Lusitana), além de sete bandeiras de navios de guerra e transportes armados. Da Marinha Real apenas foram apresados o brigue Prontidão, a escuna Emília (no Maranhão) e as charruas Príncipe Real e Conde de Peniche, e, entre os transportes armados, as galeras Leal Português (depois Carioca) e Bizarria.
O Grão Pará foi por duas vezes capturado, sendo-lhe cortados os mastros grande e o de mezena, e lançada ao mar toda a sua artilharia e o armamento da tropa; no entanto, conseguiu escapar e entrou em Lisboa.
O povo da Bahia festeja ainda hoje, todos os anos, o dia 2 de julho, comemorando com o mesmo entusiasmo patriótico dos primeiros tempos a recuperação da sua capital e o termo glorioso da Guerra da Independência no Recôncavo.
Durante essa luta, a firmeza com que o general Madeira se opôs às tropas brasileiras levantou em torno do seu nome muitos ódios e injustiças.
Ele soube resistir a todas as seduções e propostas vantajosas que lhe foram feitas por um emissário do governo do Rio de Janeiro, mas preferiu cumprir nobremente o seu dever de soldado português. Sua memória é, portanto, digna da estima de quantos sabem prezar o brio militar. | |
|
|
| | Brasilbook.com.br Desde 27/08/2017 | | |
| | | 27658 registros, 14,460% de 191.260 (meta mínima) |
|
|
Agradecemos as duvidas, criticas e sugestoes |
Contato: (15) 99706.2000 Sorocaba/SP |
|
| | |
|
|