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Caminho do Peabiru
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1553
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EXISTE TEXTO!!!


24 de dezembro de 1553, quinta-feiraID: 21830
“E é por aqui a porta e o caminho mais certo e seguro para entrar n...
Atualizado em 25/02/2025 04:38:54
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1 fonte - “Peabiru” de Hernâni Donato (1922-2012) do IHGSP*
Data: 01/10/1971

Nos fins de 1553, o mesmo Nóbrega que tanto insistia em jornadear o caminho e tanto lamentaria o seu fechamento, enviou padres e irmãos que se juntassem aos nativos e erguessem o colégio que logo seria povoação. [Página 12]

2 fonte - *“A língua geral em São Paulo: instrumentalidade e fins ideológicos”. João Batista de Castro Junior, Universidade Federal da Bahia - Instituto de Letras - Programas de Pós-graduação em Letras e Lingüística
Data: 01/01/2005

As razões topográficas que ensejaram a primeira fundação de São Paulo por Martim Afonso de Sousa, ao dar execução ao plano geopolítico de D. João III, eram as mesmas agora que guiavam os passos de Nóbrega, “com a única diferença de que, no primeiro caso, se tratava de uma expansão territorial e econômica e, no segundo, duma expansão religiosa”, adverte Cortesão (1955:201). É o próprio Nóbrega (2000:190) quem afirma: “E é por aqui a porta e o caminho mais certo e seguro para entrar nas gerações do sertão”, ou, nas palavras de Anchieta, em carta escrita de Piratininga em 1554 (1988:48), “entrada a inúmeras nações, sujeitas ao jugo da razão”. Foi “uma intuição verdadeiramente profética”, como bem diz Sérgio Buarque de Holanda (1978:96), não se podendo deixar de admitir que não lhe tenha escapado “a alta significação histórica de um esforço expansionista que outros iriam retomar para dano da Companhia”. [80 e 81]

A chegada de Anchieta a Piratininga, que ocorre em 24 de dezembro de 1553, dará novo impulso ao projeto lingüístico de aprendizado da língua geral, muito embora Nóbrega, quatro anos antes, mostrasse algum desânimo com esse plano em razão do reduzido volume lexical que avaliou ter a língua indígena. São dele as seguintes palavras: “Tem mui poucos vocábulos para lhes poder bem declarar a nossa fé”, diz em carta escrita da Bahia em 1549 (2000:66), repetindo o que já dissera noutra meses antes no mesmo ano: “São eles tão brutos que nem vocábulos têm” (2000:21). Mas será ele próprio quem comandará “um exército de intérpretes”, que dava larga dianteira à Capitania de São Vicente, explicável, segundo Cortesão (1955:206), pela existência do Campo, povoado desde 1532. Além disso, o aprendizado da língua nativa era um dos direcionamentos da Companhia de Jesus para os seus missionários pelo mundo, uma espécie de prius lógico do plano catequético. Como lembra Serafim Leite (2004-I: 29): “os que fossem destinados aos mouros ou turcos deveriam aprender a língua arábica ou caldaica; os que fossem para a Índia, a índica, e assim para as outras”. [p. 119]



dezembro de 1553ID: 23353
Manoel Nóbrega enviou amigos para erigir um Colégio em “São Paulo”*
Atualizado em 13/02/2025 06:42:31
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17 de novembro de 1553, terça-feiraID: 20831
Peru
Atualizado em 25/02/2025 04:41:34
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8 de novembro de 1553, domingoID: 26563
Carta de Luís Sarmiento de Mendoza, embaixador espanhol em Lisboa
Atualizado em 25/02/2025 04:45:55
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1 fonte - *“Bandeiras e Bandeirantes de São Paulo”. Francisco de Assis Carvalho Franco (1886-1953)
Data: 01/01/1940

Doutro lado, o embaixador espanhol Luiz Sarmiento de Mendonça, avisava de Lisboa, em novembro de 1553, a seus soberanos, que um mameluco havia descoberto minas de ouro e prata no sul do Brasil, e que por essa via atingia-se o Peru, que dali não ficava muito distante. [Página 34]

2 fonte - “Porta para as riquezas do Paraíso Terrestre: 1”. Carlos Pimentel Mendes, em novomilenio.inf.br
Data: 03/03/2003

Em 1553, chegava a Lisboa a notícia levada por Tomé de Sousa, atribuída a certo mameluco do Brasil que o acompanhava, que pretendia ter andado no Peru, de onde tornara por terra à costa do Brasil e afirmava que tal percurso poderia ser feito em muito poucos dias.



1 de outubro de 1553, quinta-feiraID: 21729
Carta do padre Manoel da Nóbrega a rei de Portugal, D. João III
Atualizado em 25/02/2025 04:38:58
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setembro de 1553ID: 23352
Um episódio de espionagem econômica indispos Lisboa contra o Peabir...
Atualizado em 13/02/2025 06:42:31
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20 de julho de 1553, segunda-feiraID: 22499
Carta escrita por João de Salazar ao Conselho das Índias
Atualizado em 25/02/2025 04:39:01
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1 fonte - “Sorocaba e os castelhanos”, Aluísio de Almeida, codinome de Luís Castanho de Almeida (1904-1981). Jornal Diário de Notícias, página 13
Data: 01/09/1940



2 fonte - Maniçoba, porta do Paraguai, Luís Castanho de Almeida (1904-1981). Jornal Correio Paulistano, 08.09.1940
Data: 08/09/1940




30 de junho de 1553, terça-feiraID: 20648
Tomé de Souza proibiu o tráfego nas rotas que ligavam Cananéia e Sã...
Atualizado em 25/02/2025 04:41:39
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30 de junho de 1553, terça-feiraID: 19958
Mais um parente do capitão-mor Antônio de Oliveira, representante d...
Atualizado em 25/02/2025 04:42:48
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1 fonte - *“Bandeiras e Bandeirantes de São Paulo”. Francisco de Assis Carvalho Franco (1886-1953)
Data: 01/01/1940

Expedições saída de Santos já chegavam a fronteira com o Paraguai percorrendo o caminho do Peabiru. Note-se a extensão territorial de tais entradas, já no meio do do seculo XVI, por parte dos vicentinos: pela costa, attingiam Laguna; pelo interior, iam á região do Guayrá.

Um documento do Archivo das Indias, em Sevilha, publicado por Luiz Rubio y Moreno, dá uma relação dos chefes de entradas, a maioria escravagistas, ao Guayrá, saídos de São Vicente, nas imediações da época a que nos referimos e que é a seguinte: Scipião de Góes, Vicente de Góes, Manuel Fernandes, Affonso Farinha, Diogo Dias, Marcos Fernandes, Christovam Caldeireiro, sevilhano, Pedro Corrêa, Fulano Araujo, Matheus Fernandes, Pedro Collaço, Domingos Vaz, piloto, João Pires Gago e Gaspar Fernandes.

Ainda uma carta, escrita por João de Salazar, em Santos, a 30 de junho de 1553, revelava mais que um sobrinho do capitão-mor Antônio de Oliveira, havia adquirido em Assumpção trinta e dois índios guaranys, a troco de ferro, para vende-los nas capitanias do norte, bem como um portugues de nome Francisco Vidal, que comprara vinte, mesmo sem chegar á referida cidade. [p.24;25]

2 fonte - *“Visão do Paraíso - Os motivos edênicos no descobrimento e colonização do Brasil”. Sérgio Buarque de Holanda
Data: 01/01/1969



3 fonte - História de Carapicuíba. João Barcellos
Data: 25/03/2013

Em 1553 após verificar que vários aventureiros, entre eles Ulrich Schmidel, fazem o percurso continental do Piabiyu (na verdade uma vasta rede de comunicações terrestres e até fluviais) e mantém relações com nativos hostis e com os espanhóis, o governador Tomé de Sousa manda fechar o velho caminho guarani... que nem os jesuítas nem "o Velho" Sardinha acatam informalmente. [Página 14]

4 fonte - *Forjando "Máquina Grande" nos sertões do Atlântico: Dimensões centro-africanas na história da exploração das minas de Ipanema e na instalação de uma Real Fábrica de Ferro no Morro do Araçoiaba - 1597-1810. Franciely das Luz Oliveira
Data: 01/01/2020

A “miúda” Vila de São Paulo estava situada num dos pontos mais íngremes da serra adjacente à principal trilha utilizada pelos Tupiniquim ao longo de seus acessos ao litoral, o Peabiru. O caminho também possibilitava um amplo ingresso ao enorme interior ao sul e a oeste. Não tardou para que os portugueses explorassem a rota. John Monteiro localizou o caso de um viajante por nome Francisco Vidal, que em 1553, por exemplo, foi para o Paraguai valendo-se desse trajeto. Quando retornou estava em posse de vinte escravos de origem Guarani.



15 de junho de 1553, segunda-feiraID: 25786
Peabiru
Atualizado em 15/06/2025 02:03:51
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1 fonte - “Peabiru” de Hernâni Donato (1922-2012) do IHGSP*
Data: 01/10/1971

É seu Tomé de Souza que o impede de partir. A 15 de junho de 1553, relata ao padre Luís Gonçalves da Câmara porque não seguira ainda:

"... a principal causa de todas para atrapalhar foi fechar o caminho por causa de os castelhanos, que estão a pouco mais de 100 léguas desta capitania. E tem-se por certo haver muita prata nessa terra, e tanto que dizem haver serras delas, e muita notícia de ouro, cujo serro está neste caminho..."
[“Peabiru”, 10.1971. Hernâni Donato do IHGSP. Página 12]



15 de junho de 1553, segunda-feiraID: 21900
“O principal motivo de todos os impedimentos foi o fechamento da es...
Atualizado em 15/06/2025 02:03:26
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1 fonte - “Peabiru” de Hernâni Donato (1922-2012) do IHGSP*
Data: 01/10/1971

A proibição foi travo amargo para Nóbrega. O Paraguai era seu objetivo. Acreditava-se em terras portuguesas. E lá estava o núcleo maior de nativos, a junção de grandes rios, a abertura para o coração do continente. É seu amigo Tomé de Souza que o impede de partir. A 15 de junho de 1553, relata ao padre Luís Gonçalves da Câmara porque não seguira ainda:

"...a principal causa de todas para atrapalhar foi fechar o caminho por causa de os castelhanos, que estão a pouco mais de 100 léguas desta capitania. E tem-se por certo haver muita prata nessa terra, e tanto que dizem haver serras delas, e muita notícia de ouro, cujo serro está neste caminho..." [Página 11]

2 fonte - *“A língua geral em São Paulo: instrumentalidade e fins ideológicos”. João Batista de Castro Junior, Universidade Federal da Bahia - Instituto de Letras - Programas de Pós-graduação em Letras e Lingüística
Data: 01/01/2005

Essa análise do conhecido musicólogo tem correspondência factual com o que se contém nos escritos jesuíticos. Uma das diretivas pedagógicas de Nóbrega voltadas aos meninos aprendizes era o ensino do canto e da habilidade em tocar instrumentos, como se vê de carta escrita de São Vicente a 15 de junho de 1553 (2000:171).

Escrevendo também de São Vicente, a 15 de junho de 1553, Nóbrega lamenta não dispor de mais pregadores-línguas: “E muito mais se faria se já houvesse muitos obreiros; mas como só Pero Correia é o pregador não pode fazer mais”. A escassez de intérpretes na Bahia explica o destaque que Schwartz (1979:148) dá a Luís de Aguiar, “morador do Brasil por vinte e sete anos, piloto e capitão da guarda costeira, fluente na língua geral e um secretário legal capaz”, o que, entretanto, não o salvou de ser condenado pela Relação a dez anos de galés no início do século XVII.

3 fonte - *“Os Tupi de Piratininga: Acolhida, resistência e colaboração”. Benedito Antônio Genofre Prezia, PUC-SP
Data: 01/01/2008

Mesmo alguns considerados de nobre estirpe, como o genovês Paulo Dias Adorno, não se comportou dignamente, tendo que fugir para a Bahia com um certo Affonso Rodrigues, “por um homizio [homicídio] que lá fizeram [em São Vicente]”.

Igual expediente lançou mão Brás Cubas, fundador de Santos e um dos portugueses mais ricos da terra. Fugira para Portugal, “por cosas mal hechas en esta tierra siendo capitán”, como registrou Nóbrega. Entre falcatruas cometidas, são elencados roubo de terras, de escravos e de vacas de Pero Correia, que os havia destinado à manutenção das crianças indígenas da casa de São Vicente. Os jesuítas aceitaram fazer um acordo, pois ele não tinha bens suficientes para pagar uma dívida de 2.600 ducados. Devolveu os escravos e entregou as 10 vacas, reconciliando-se com os jesuítas, que afirmaram que era “mejor uno com paz que 30 com contienda”.



13 de junho de 1553, sábadoID: 22134
Ulrico Schmidel chegou a São Vicente
Atualizado em 13/06/2025 00:01:17
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1 fonte - *“Visão do Paraíso - Os motivos edênicos no descobrimento e colonização do Brasil”. Sérgio Buarque de Holanda
Data: 01/01/1969

Também é provável que a via de São Vicente a Assunção, aberta aparentemente pelo ano de 1552 ou pouco antes, fosse um dos galhos da mesma estrada. Não há prova de que antes da vinda dos europeus fosse correntemente usada, em todo o seu curso, pelos Tupi vicentinos. Ao menos em certa informação que, depois de 1554, escreveu do Paraguai Dona Mencia Galderón, a viúva de Juan de Sanabria, diz-se que de São Vicente se podia ir até Assunção “por cierto camino imevo que se habia descubierto”.

Esse novo caminho, descrito no livro do célebre aventureiro alemão Ulrico Schmidl, que em 1553 o percorreu de regresso ao Velho Mundo, foi largamente trilhado naqueles tempos, em toda a sua extensão, pelos portugueses de São Vicente, em busca dos Carijó, e ainda mais pelos castelhanos do Paraguai, que vinham à costa do Brasil ou pretendiam ir por ela à Espanha, até que os mandou cegar Tomé de Sousa no mesmo ano de 1553. Com alguma possível variante, deve ser uma das trilhas que no século seguinte percorrerão numerosos bandeirantes de São Paulo para seus assaltos ao Guairá.

Por esse tempo, o vivo interesse com que a “costa do ouro e da prata” fora disputada pelas duas Coroas ibéricas parecia em grande parte arrefecido. Tanto que, compreendida em um dos quinhões que a Pero Lopes coubera na distribuição de capitanias hereditárias, o qual quinhão devia estender-se de Cananéia até, aproximadamente, o porto dos Patos, não se preocupam em colonizá-la os portugueses. Quando muito continuam a impedir que nela se estabeleçam os seus rivais. Em vez do metal precioso que dali parecera reluzir aos antigos navegantes, o que iam a buscar na mesma costa eram os Carijó para a lavoura ou o serviço doméstico.

2 fonte - Referências e teorias sobre o nome Itapocu. Correio do Povo, de Jaraguá do Sul. José Alberto Barbosa
Data: 14/07/1989



3 fonte - *O caminho do Monte Crista: um panorama de sua historicidade, 2014. Romão Kath e Dione da Rocha Bandeira
Data: 01/01/2014




1 de junho de 1553, segunda-feiraID: 8742
Tomé de Souza escreve ao Rei D. João III: “nomeei João Ramalho para...
Atualizado em 25/02/2025 04:40:19
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1 fonte - *“Na capitania de São Vicente”. Washington Luís (1869-1957), 11° presidente do Brasil
Data: 01/01/1957

Ele era português; mas qual a sua terra de origem? Pedro Taques afirma que ele veio de Barcellos, comarca de Viseu. Tomé de Sousa, na sua já referida carta de 1º de junho de 1553 (Hist. da Col. Port. no Brasil, vol. 3º, pág. 364) relata que ele era natural do termo de Coimbra. Alguns indicam Vouzelas ou Boucelas como o lugar de seu nascimento. [Página 162]

De volta dessa inspeção, em carta dirigida a D. João III, datada de 1º de junho de 1553, já na cidade do Salvador, Bahia, Tomé de Sousa relatou o estado em que encontrou a terra. Nessa carta escrevendo sobre a Capitania de S. Vicente disse:

S. Vicente, capitania de Martim Afonso é uma terra muito honrada e de grandes aguas e serras e campos. Está a vila de S. Vicente situada em uma ilha de três Léguas de comprido e uma de largo na qual ilha se fez outra vila que se chama Santos a qual se fez porque a de Vicente não tinha tão bom porto; e a de Santos, que está a uma légua da de S.Vicente, tem o melhor porto que se pode ver, e todas as naus do mundo poderão estar nele com os proizes dentro em terra.

Esta ilha me parece pequena para duas vilas, parecia-me bem ser uma só e toda a ilha ser termo dela. Verdade é que a vila de São Vicente diz que foi a primeira que se fez nesta costa, e diz verdade, e tem uma igreja muito honrada e honradas casas de pedra e cal e com um colégio dos irmãos de jesus.

Santos precedeu-a em porto e em sítio que são duas grandes qualidades e nela está já a alfandega de V. A. Ordenará V. A. nisto o que lhe parecer bem que eu houve medo de desfazer uma vila a Martim Afonso, ainda que lhe acrescentei tres, s. (isto é) a Bertioga, que me V. A. mandou fazer, que está a cinco leguas de S. Vicente na boca (dum) rio por onde os indios lhe faziam muito mal; eu a tinha já mandado fazer de maneira que tinha escrito a V. A., sem custar nada senão o trabalho dos moradores; mas agora que a vi com os olhos e as cartas de V. A. a ordenei e acrescentei doutra maneira que pareceu a todos bem, segundo V. A. verá por este debuxo; e ordenei outra vila no começo do campo desta vila de S. Vicente de moradores que estavam espalhados por ele e os fiz cercar e ajuntar para se poderem aproveitar todas as povoações deste campo e se chama vila de Santo André porque onde a situei estava uma ermida deste apostolo e fiz capitão dela a João Ramalho, natural do termo de Coimbra, que Martim Afonso já achou nesta terra quando cá veio.

Tem tantos filhos e netos bisnetos e descendentes dele e não ouso de dizer a V. A., não tem cãs na cabeça nem no rosto e anda nove léguas a pé antes de jantar e ordenei outra vila na borda deste campo ao longo do mar que se chama da Conceição, de outros moradores, que estavam derramados por o dito campo e os ajuntei e fiz cercar e viver em ordem e alem destas duas povoações serem mais necessárias para o bem comum desta capitania folguei o fazer
”...

Nesta carta-relatório, algo minuciosa, Tomé de Sousa mencionou as duas vilas já existentes em 1553 na Capitania de S. Vicente, “Santos” e “S. Vicente”, insinuou a extinção desta última e comunicou o acrescentamento, que fez, de mais três outras – Bertioga, Conceição e Santo André –; mas nenhuma referência fez à vila, que dizem fundada por Martim Afonso de Sousa, em 1532, a 9 léguas pelo sertão.

Ao contrário notou que os moradores estavam espalhados pelo campo e que ele os reuniu e os ajuntou para, aproveitando todas as povoações desse campo, formar uma vila. O seu silêncio a respeito mostra que a vila, que se diz feita em 1532, por Martim Afonso, não existiu, ou já não existia em 1553.

Aliás o abandono, a extinção, a mudança de sedes de vilas, nos primeiros tempos coloniais, foi fato vulgar. A própria vila que o Governador-Geral acrescentou, a Bertioga, conforme escreveu, também desapareceu; e da mesma maneira, mais tarde, desapareceriam as que D. Francisco de Sousa criou – Cahativa, Monserrate – junto a lugares, onde se esperava que rica fosse a exploração de minas.

Tomé de Sousa não iria acrescentar mais uma vila no campo, se outra próxima já aí existisse, ele que achava demais duas na ilha de S. Vicente, nem ousaria suprimir uma existente, e substituí-la por outra, ele que “houve medo” de desfazer uma vila a Martim Afonso – a de S. Vicente – por se achar perto da de Santos.

Entendeu ele e ordenou outra vila, no começo do campo de S. Vicente com os moradores que aí estavam espalhados, que chamou Santo André. São palavras textuais na carta, cujo trecho transcrevi. Alguns historiadores e cronistas brasileiros, de incontestável autoridade, levaram muitos dos seus continuadores a concluir que João Ramalho fundara uma vila, a vila de Piratininga, povoação em que estava, onde primeiro Martim Afonso povoou, depois chamada Santo André da Borda do Campo, da qual mais tarde se fez São Paulo do Campo de Piratininga.

Não está aí a verdade. Nessa carta de 1º de junho de 1553, Tomé de Sousa informou ao rei – e da veracidade dessa informação não se pode duvidar – que no começo do campo, na Capitania de S. Vicente, acrescentara ele uma vila a Martin Afonso, em lugar onde reunira moradores, que nesse campo estavam espalhados, a fez cercar, deu-lhe o nome de Santo André, porque onde a situou estava uma ermida sob a invocação desse apóstolo e dela fez capitão João Ramalho, natural do termo de Coimbra, que Martim Afonso já achou que “na terra quando cá veio”. Informou ele claramente:

“ordenei outra vila no começo do campo desta vila de S. Vicente de moradores que estavam espalhados por ele e os fiz cercar e ajuntar para se poderem aproveitar todas as povoações deste campo”...

Está aí expresso que povoação não era vila, pois que para formar uma vila fez ele ajuntar todas as povoações do campo. A informação enviada a D. João III é categórica e circunstanciada, designando o lugar em que ele fundou a vila, dando a razão do nome e indicando o motivo da criação.

2 fonte - *Pombal, os Jesuítas e o Brasil, 1961. Inácio José Veríssimo
Data: 01/01/1961

Mas apoiando tais intenções havia duas razoes ponderáveis. A primeira e que os Portugueses acreditavam, sincera-mente, durante o seculo 16, que a Linha de Tordesilhas deixava a leste todo o rio Parana ate a foz do Iguaçu; ou seja, que Assunção ficava nas vizinhanças da fronteira dos domínios Portugueses.

Tal convicção levou Tome de Sousa, em carta ao rei datada de 1 de junho de 1553, a dizer que a povoação que se chama "Assunção esta muito perto de São Vicente, não passando de cem léguas". E Tome de Sousa acrescenta: "parece-nos a todos que essa povoação esta na demarcação (nos domínios) de V. A." Para justificar a proximidade que ele assinala, informa ao rei que "os de Sã Vicente se comunicam muito com os castelhanos". [Página 38]

3 fonte - “Peabiru” de Hernâni Donato (1922-2012) do IHGSP*
Data: 01/10/1971

A este ponto, Tomé de Sousa não hesitou. Nada de arriscar-se. Preferiu indispor-se com os jesuítas a deixar vulnerável os domínios do seu rei. Ao qual escreveu a 1 de junho de 1553:

Achei que os de São Vicente se comunicavam muito com os castelhanos e tanto que na Alfandega rendeu este ano passado cem cruzados de direitos de coisas que os castelhanos trazem a vender. E por ser esta gente que parece que por castelhanos não se pode V.A. desapegar deles em nenhuma parte, ordenei com grandes penas que este caminho se evitasse, até o fazer saber a V.A. e por nisto grandes guardas e foi a causa por folguei de fazer as povoações que tanto dito no campo de São Vicente de maneira que me parece que o caminho estará vedado (...)” [Página 12]

4 fonte - Referências e teorias sobre o nome Itapocu. Correio do Povo, de Jaraguá do Sul. José Alberto Barbosa
Data: 14/07/1989

Mandou obstruir o caminho que da costa de Santa Catarina ia ter ao Rio da Prata (Assunção) e que era um dos ramos da linha tronco do Peabiru. Esse roteiro fechado inutilmente por Tomé de Souza é o da subia ao planalto a partir do Itapocu. Antigo caminho nativo. [Página 15]

5 fonte - *“A língua geral em São Paulo: instrumentalidade e fins ideológicos”. João Batista de Castro Junior, Universidade Federal da Bahia - Instituto de Letras - Programas de Pós-graduação em Letras e Lingüística
Data: 01/01/2005

João Ramalho era agora o alcaide-mor da Vila de Santo André, cuja população de brancos girava em torno de trezentos habitantes, nos cálculos de Cortesão (1955:189), dos quais ele conseguir identificar nominalmente 39, e 800 nos de Schmidel (1903:285), que lá esteve em junho de 1553. O cálculo de Cortesão parece mais razoável, já que Schmidel tornou-se conhecido por seus exageros de toda natureza, inclusive quantitativos.

A função daqueles habitantes era “vigiar e impedir o trânsito de espanhóis e portugueses entre Santos e Assunção e vice-versa; e assegurar a soberania portuguesa no campo de Piratininga e sobre os caminhos de penetração que dali partiam”.

6 fonte - *“Os Tupi de Piratininga: Acolhida, resistência e colaboração”. Benedito Antônio Genofre Prezia, PUC-SP
Data: 01/01/2008

A vinda do governador foi um marco importante para os portugueses de São Vicente, pois, nesta ocasião transformou Santo André da Borda do Campo em vila, determinando a construção de um baluarte e estabelecendo João Ramalho como capitãomor, como escreveu ao rei:

hordeney outra villa no começo do campo desta villa de São Vicente de moradores que estavaão espalhados por elle e os fiz cerquar e ayuntar pera se poderem aproveitar todas as povoações deste campo e se chama a villa de Santo André porque honde a cituey estava hûa ermida deste apostollo e fiz capitão della a Iohão Ramalho, naturall do termo de Coimbra, que Martim Afonso ya achou nesta terra quoando ca veyo

7 fonte - *“Razias”, Celso E Junko Sato Prado
Data: 01/01/2020

06.1.5. - Da Peabiru São Vicente - o trecho pelo Vale do Paranapenama

Da estrada, a partir de São Vicente, o governador geral Tomé de Souza proibiu-lhe trânsito, em 1º de junho de 1553, com justificativas ao rei português:

- "Achei que os de São Vicente se comunicavam muito com os castelhanos e tanto que na Alfândega rendeu este ano passado cem cruzados de direitos de coisas que os castelhanos trazem a vender. E por ser com esta gente que parece que por castelhanos não se pode V. A. desapegar deles em nenhuma parte, ordenei com grandes penas que este caminho se evitasse, até o fazer saber a V. A. e por nisso grandes guardas e foi a causa por onde julguei de fazer as povoações que tenho dito no campo de São Vicente de maneira que me parece o caminho estará vedado" (Apud: Donato, 1985: 30).



junho de 1553ID: 26235
Ulrich*
Atualizado em 13/02/2025 06:42:31
  
  
  



31 de maio de 1553, domingoID: 23351
“assim vim aqui, que são perto de 300 léguas (1448 km), por uns gen...
Atualizado em 25/02/2025 04:46:45
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8 de abril de 1553, quarta-feiraID: 6030
Santo André da Borda do Campo foi aclamada em vila em nome do donat...
Atualizado em 25/02/2025 04:39:09
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26 de março de 1553, quinta-feiraID: 24787
Chegada a Kariesseba
Atualizado em 19/07/2025 01:11:46
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1 fonte - *“Ulrico Schmidl no Brasil quinhentista”. Sociedade Hans Staden
Data: 01/01/1942

O itinerário de Ulrico Schmidl revelado no presente trabalho, extingue a uniformidade dessa afirmativa. Aliás, os autores ressalvam que o caminheiro germânico após chegar à foz do rio Tietê, no Paraná, não seguiu o seu curso, rio acima, atendendo não só às dificuldades naturais certamente conhecidas, como a insegurança das regiões marginais, habitadas por tribos sobremodo hostis.

Fazem-no por isso seguir, daquele ponto em diante, pelas terras entre o referido Tietê e o rio Paranapanema, para desse modo alcançar Botucatú e vir daí pelos caminhos clássicos até São Vicente. [“Ulrico Schmidl no Brasil quinhentista”, 1942. Sociedade Hans Staden. Página 11]

Ele cita um aldeamento tupí Kariesseba, por onde passou, uma nação Wiessache, que habitava as margens de um rio Urquaie, e, finalmente, um povoado nativo Scherebethueba, que poderia ser o antigo lugar Geribatiba, situado a margem do rio, atualmente denominado Jurubatuba, na proximidade do atual Santo Amaro.

O rio Urquaie, citado no mesmo contexto, passou a ser considerado como sendo o grande rio Uruguai do Brasil meridional, contribuindo essa interpretação mais ainda, para que se procurasse o tão falado itinerário de Schmidl na região dos posteriores Estados de Paraná e mesmo Santa Catarina, antes de fazer o viajante chegar à extremidade Sudoeste do atual Estado de São Paulo.

Pelo que vai aqui exposto, julgamos ter esclarecido o quanto divergimos daquela concepção. Não é nas margens do rio Uruguai do Brasil meridional que vamos acompanhar a caravana de Schmidl, e sim nas margens do Anhembí ou Tietê, do mesmo rio ao qual caberia um papel histórico de alta importância, quando, cerca de meio século após, os bandeirantes paulistas haviam começado a estender cada vez mais as suas expedições para o interior. [Ulrico Schmidl no Brasil quinhentista. Sociedade Hans Staden, 1942. Página 38]

No Domingos de Ramos, 26 de março de 1553 - perto de Kariessaba
4 dias e noites - Defesa na mata, perto de Kariessaba
6 dias - atravessando matas
4 dias - Estada em Wiessache, perto do Rio Urquaie.[Página 66]

No trecho da viagem até o Assunguí, o Dr. Moura faz enveredar a caravana pelo caminho tomado, 10 anos antes, por Cabeza de Vaca com seu grande séquito. Sobre essa expedição, iniciada em 29 de novembro de 1541 na foz do Itapocú, próximo da atual freguesia de Paratí, no estado de Santa Catarina, e levada a bom termo a 11 de março de 1542 em Assunção, existem melhores informações, visto que os pilotos de Cabeza de Vaca determinaram no caminho as posições como em alto mar.

Assunção - Paraguai abaixo até a sua confluência com o Paraná - Paraná acima até a foz od Iguassú - margem direita do Iguassú até a altura do rio Cotegipe - passagem do Pequirí, Cantú e afluentes - através a Serra da Esperança - curso superior do Curumbatí - passagem do Ivaí na região de Terezina - rumo Sub-Oeste pelas cabeceiras do Tibagí até onde se desvia o caminho para Santa Catarina, o mesmo que Cabeza de Vaca veio subindo - para o Oeste, pelas matas do vale do Assungí - povoado dos bilreiros e Kariesseba - atravessando o caminho para Cananéa - deixando o vale do Assunguí, para o Oeste pelos campos de Faxina, Capão Bonito e Itapetininga até a região de São Miguel Arcanjo - encruzilhada do caminho que ligava Cananéa à região de Piratininga - pelos campos de Sarapuí e Sorocaba - Biesaio, mais tarde Maniçoba ou Japiuba, hoje Itú - ao longo do Tietê até a região do rio Jurubatuba - Santo André - São Vicente. [“Ulrico Schmidl no Brasil quinhentista”, 1942. Sociedade Hans Staden. Páginas 67 e 68]

2 fonte - Revista do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo, vol. LXXI
Data: 08/08/2022

Partindo de Assunção, desceu o Paraguay e subiu o Paraná até a barra do Iguassú; dai seguiu pela margem direita até a altura do rio Cotegipe; em seguida atravessou os rios Piquery, Cantú e outros afluentes desses rios; transpôs a serra da Esperança, passou pelas cabeceiras do Corumbay, e foi cruzar o Ivahy nas cabeceiras do Tibagy, onde deixou o caminho para Santa Catarina, pelo qual subiu Cabeça de Vaca.

Aí, tomando a esquerda, pendeu para as matas do vale de Assunguy, passou pela Aldeia dos Bilreiros e de Carieseba, onde logo adeante encontrou a encruzilhada do caminho que descia para Cananéa. Prosseguindo, porém, sempre à esquerda, deixou o Vale de Assunguy, e foi sair nos Campos de Faxina, Capão Bonito e Itapetininga, pelos quais seguiu até as proximidades de São Miguel Arcanjo, deixando outra encruzilhada que servia para ligar Cananéa à região de Piratininga.Desse ponto, passando pelos campos de Sarapuhy, e de Sorocaba, foi sair em Bieasaie, mais tarde Maniçoba, ou Japyuba e hoje Itu, donde procurou o rio Tietê por cujas margens seguiu até as proximidades do rio Jurubatuba. Descansou três dias na Aldeia desse nome até que finalmente chegou a Santo André". [Revista do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo, vol. LXXI. Página 13]



1553ID: 29275
Fundó un pueblo que llamó de San Francisco
Atualizado em 25/02/2025 04:39:28
•  Fontes (4)
  
  

1 fonte - *História das missões orientais do Uruguai. Aurélio Pôrto.
Data: 01/01/1954

Desavieram-se aí o piloto-mor e o capitão Salazar, e sendo eleito Hernando de Trejo chefe da expedição, retiraram-se para São Vicente vários componentes da armada. Trejo, compreendendo a necessidade que se fazia sentir de uma povoação que fosse escala, na costa do Brasil, para atingir Assunção, indo ao porto de São Francisco ali lançou, em 1553, os fundamentos de uma cidade. Estabelecendo-se aí, casou com D. Maria de Sanábria, viúva de João de Sanábria, nascendo em, território brasileiro, desse matrimónio, Dom Frei Hernando de Trejo, que foi bispo de Tucumã e fundador da sua Universidade.

Não faltaram trabalhos e misérias naquela incipiente fundação e Trejo, atendendo a rogos insistentes de sua mulher, resolveu abandonar a povoação, seguindo por terra para o Paraguai. Depois de trabalhos sem conto e duros meses de largas provações, em que morreram de fome 32 soldados que se perderam, chegou Hernando de Trejo a Assunção, onde o general Domingos de Irala, nomeado governador do Rio da Prata, o conservou preso por largo tempo, por ter abandonado o porto de São Francisco, que fundara, e que tão necessário se tornava para as entradas, por terra, no Paraguai.

O capitão João de Salazar, que fora para São Vicente, havia casado com D. Elvira de Contreras, filha do capitão Becerra, e aí se encontrou com o capitão João Diaz de Melgarejo, com quem concertou voltar a Assunção.

Fizera Salazar, na vila de Martim Afonso, boas relações de amizade com os moradores, insinuando a muitos deles as vantagens que teriam passando com famílias e bens à cidade de Assunção. E tal foi a propaganda e a retirada de povoadores para o Paraguai que o P. Manuel de Nóbrega, temendo o despovoamento da capitania de São Vicente, "pela pouca conta e cuidado que el-rei e Martim Afonso de Sousa têm, e se vão lá passando ao Paraguai pouco a pouco", diz que "seria bom ter a Companhia lá um ninho onde se recolhesse quando de todo São Vicente se despovoasse".

Além disto, estando lá os da Companhia se apagariam alguns escândalos que os castelhanos têm dos portugueses, e a meu parecer com muita razão, porque usaram mui mal com uns que vieram a São Vicente, que se perderam de uma armada do Rio da Prata. Entre as pessoas que se ligam a Salazar contam-se os irmãos Cipião e Vicente de Góis, oriundos de troncos ilustres de povoadores vicentinos, filhos de Luís de Góis fidalgo da Casa Real, irmão de Pedro de Góis, que foi donatário da capitania de São Tomé e capitão-mor de uma armada que, em Fevereiro de 1553, estava surta no porto de Santos.


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